● UMA BOA
NOITE DE ASAS SOLTAS
Resolvi tornar este
editorial um caderno de notas em face do registro de atividades mais recentes
da revista e também de nosso selo impresso ARC Edições. Considerando que a
moeda de circulação de nossos projetos tem sido um altruísmo singular, uma
forma de cumplicidade que não é medida imperativa de uma troca de favores, mas
antes de uma alteridade, de uma descoberta feliz de ambientes comuns que tanto
nos enriquecem individual como socialmente. Exceto pelos títulos impressos pela
ARC Edições, até o momento, em 16 anos ininterruptos de atividade editorial, alcançamos
o milagre de uma evidência em âmbito internacional praticamente sem um único
aporte financeiro. Nosso balanço contábil indica inexistência de entrada ou
saída de recursos. Faço questão de ressaltar este dado como uma fortaleza do
espírito que define a razão de ser da revista.
Nos primeiros 10 anos de
atividade editorial a revista circulava em um endereço que ao final da primeira
década sofreu inexplicável desajuste em seu acesso: www.revista.agulha.nom.br/, período em que foi
generosamente acoplada ao mesmo provedor do Jornal
de Poesia, uma dívida cósmica que terei por mil encarnações com seu
diretor, Soares Feitosa. No biênio 2010-2011 fizemos uma pequena alteração de
rumos editoriais, de modo que a revista se dedicou unicamente à cultura e às
artes na América Hispânica. A partir de janeiro de 2012 retomamos a abrangência
da pauta original, com algumas significativas mudanças estruturais: a parceria
com Claudio Willer, que caracterizou a primeira década, foi substituída por uma
nova cumplicidade, desta vez com Márcio Simões, que então acabara de criar a
Sol Negro Edições, dedicada unicamente à publicação de livros artesanais;
saímos da tutela carinhosa do Jornal de
Poesia para o sistema Blogger, alterando o endereço de nosso portal para Agulha
Revista de Cultura; significativas mudanças de projeto gráfico e constituição
de pauta.
A releitura de um acervo
tão extenso e abrangente nos trouxe a ideia de criar outras séries especiais,
monotemáticas, não apenas recuperando de forma concentrada o acervo referido,
mas também destacando novos registros editoriais. Em termos de recuperação, os
exemplos relevantes apontam na direção de dois projetos paralelos: uma galeria
de revistas – espaço integrado à Agulha
Revista de Cultura em que divulgávamos outras aventuras editoriais,
similares ou não, através de entrevistas com seus diretores; e uma antologia do
Projeto Editorial Banda Hispânica, um
banco de dados que paralelamente à revista eu tratei de desenvolver no Jornal de Poesia. E em termos de
estabelecimento de novas pautas, surgiu uma ideia de novas séries especiais,
que intitulamos “O rio da memória”, “Viagens do Surrealismo” e “Vozes
poéticas”, respectivamente dedicadas a temas variados em âmbito cultural e
artístico, especificidades ligadas ao Surrealismo e uma espécie de galeria
crítica para difundir obra e pensamento de grandes nomes da poesia. Um dos
destaques foi a criação de uma série dedicada ao estudo das Vanguardas
no Século XX.
Também dedicamos séries a Dadá, Surrealismo, Beat Generation etc.
A nova estrutura
definida torna factível por em circulação relevante proliferação de projetos, o
que atende a um número cada vez mais amplo e variado de leitores. Nos dois
últimos números da revista, em sua agora restabelecida periodicidade mensal,
apresentamos o protótipo do que no futuro se converterá em nova série especial:
o encontro entre dois artistas, de uma mesma geração, marcados por uma
afinidade de propósitos criativos. Espécie de balanço crítico de realizações
comuns, uma pauta dificilmente destacada pela imprensa em geral. Este sempre
foi, aliás, o maior propósito da Agulha
Revista de Cultura, criar ambientes de diálogo entre referências culturais
até então inencontráveis. Um paralelo no mundo impresso nos últimos dois anos é
o que se está buscando na parceria entre ARC Edições e Sol Negro Edições.
Márcio Simões, diretor desta última, tem me acompanhado como codiretor da
revista nos últimos dois anos. Outro paralelo é a criação de um Centro de
Estudos Latino-americanos Floriano Martins (CEL-FM) que em breve será
inaugurado em ambiente acadêmico da Universidade do Estado da Bahia, uma
parceria entre o Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem e Agulha Revista de Cultura, a partir da
doação inicial de mais de seis mil títulos da biblioteca particular de Floriano
Martins.
Tudo isto para dizer que
a Agulha Revista de Cultura tem
atuado em distintas áreas, e que planeja um desdobramento cada vez mais
atuante. Para nós, será sempre essencial lembrar a presença cúmplice de vários
amigos, manifestada de modos distintos. Talvez possamos concentrar um
agradecimento post-mortem em Carlos M. Luis, inestimável como estudioso do
Surrealismo e como uma extraordinária figura humana, a seu lado, o elenco dos
vivos é um paiol imensurável, em um quadro variável de ações, de contribuições,
que eu tratarei, ciente dos riscos, de concentrar em Soares Feitosa e Leontino
Filho, dentro do Brasil, e Alfonso Peña e Susana Wald, fora do país. Todos nós
sabemos que a multiplicidade orgânica de um projeto como o de Agulha Revista de Cultura não
funcionaria sem essas trincheiras generosas. Eu me sinto honrado por tanta
confiança.
Os editores
*****
● ÍNDICE
FÉLIX
ÁNGEL | Belo Horizonte: La ciudad, inicio y proceso de su modernidad
FLORIANO MARTINS &
LEILA FERRAZ: Os mais deliciosos cadáveres da terra: 2015/1
FLORIANO MARTINS &
LEILA FERRAZ: Os mais deliciosos cadáveres da terra: 2015/2
FLORIANO MARTINS &
LEILA FERRAZ: Os mais deliciosos cadáveres da terra: 2016
FLORIANO MARTINS &
VALDIR ROCHA | A inutilidade das fontes
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com.br/2016/07/floriano-martins-rocha-inutilidade-das.html
FLORIANO
MARTINS | O pincel com asas de Ivald Granato
JACOB KLINTOWITZ | Ivald Granato e a morte em São Paulo
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com.br/2016/07/jacob-klintowitz-ivald-granato-e-morte.html
LEILA
FERRAZ | A quiromancia e o surrealismo
LEILA FERRAZ |
Introdução ao pensamento mágico surrealista
ARTISTA CONVIDADA |
FLORIANO MARTINS | Leila Ferraz e a marca indelével do maravilhoso
*****
Página ilustrada com obras de Leila Ferraz (Brasil), artista convidada desta edição de
ARC.
*****
Agulha Revista de
Cultura
Fase II | Número 19 | Agosto
de 2016
editor geral | FLORIANO
MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente |
MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design |
FLORIANO MARTINS
revisão de textos &
difusão | FLORIANO MARTINS
os artigos assinados não
refletem necessariamente o pensamento da revista
os editores não se
responsabilizam pela devolução de material não solicitado
todos os direitos reservados © triunfo produções ltda.
CNPJ 02.081.443/0001-80
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