quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ESCRITURA CONQUISTADA | Harold Alvarado Tenorio (Colombia, 1945)

  


POESIA & OUTRAS ESPÉCIES

 


FM | Em um ensaio sobre sua obra poética Jorge Rodríguez Padrón refere-se à poesia como sendo “o único alumbramento da verdade que é dado ao homem”. Que mundo, através de Harold Alvarado Tenorio, recupera a poesia?

 

HAT | Tratei de recuperar os mundos que as ideologias perverteram em nossa juventude. Quando fui jovem as ideias que nos venderam alimentavam as termas dos estados totalitários. Inclusive nosso próprio mundo de colombianos podia ser catalogado entre eles. Era um mundo tutelado pela religião e a ignorância, que as classes dominantes impuseram à juventude na escola primária, na secundária e na universidade, com a crença em que, obliterando o passado, desaparecia a violência que eles produziam de suas cadeiras do poder. Um mundo feito de consignas morais e mentiras oficiais. Quando senti a necessidade de escrever poesia nada parecia recuperável desses mundos de horror. Quis então recuperar um pouco “o outro mundo” que havia descoberto nas leituras de poetas nossos e de outros âmbitos linguísticos: a poesia chinesa antiga, os poetas medievais eróticos, Eliot e Kaváfis. Mas claro, com muitas de minhas alegrias depararam-se também Borges, García Márquez, Octavio Paz. Além de meus esforços por imitá-los, a uns e a outros, umas vezes refugiando-me no insondável passado e outras na busca de presentes literários, dei com a crua realidade de minha juventude, manchada pelas proibições religiosas contra o erotismo e a desonra de viver de tantos intelectuais que conheci e que hoje são pó do ontem. Isto quis recuperar em meus poemas escritos nos anos 70 e em alguns escritos posteriores, nas várias cidades populosas ou miseráveis onde vivi. Muitos desses poemas parecem, segundo me dizem alguns jovens que os leem, sem transcendência alguma, porém naqueles tempos ajudaram-me a expulsar muitos pesadelos.

A vida é uma enfermidade do espírito, porém o nosso esteve contaminado pelos piores vírus do século: as guerras mundiais, a inacabável guerra fria, o ódio contra Cuba e a própria incompreensão dos cubanos, e de nós mesmos, de seu mundo interior. Tudo foi, para muitos de nós, doloroso. Salvo apenas pela poesia de nossos mestres, por Neruda, por Paz, por Borges. E por aquelas de Eliot e Kaváfis, que para mim foram revelação, sem que se esqueça os poetas espanhóis que descobri em Madri: Cernuda, Gil de Biedma, Brines. Eles também deram alento à minha poesia.

 

FM | Segundo Jorge Teillier, “o poeta é o guardião do mito e da imagem até que cheguem tempos melhores”. Também você se considera o sobrevivente de uma idade perdida, tocado pela lepra, e destinado àquilo que Álvaro Mutis chama – referindo-se à poesia – de “exercício para condenados”?

 

HAT | Talvez sejamos apenas guardiães de nossos mitos pessoais. Os nossos parecem também ter sido a liberdade, que não se pode alcançar, e a busca de prazeres não culposos, que tampouco conseguimos. Não creio que existam mitos universais e menos ainda que possam alguns mitos passar sobre os tempos sem deixar de ser apenas arquétipos. A ideia da liberdade que temos não foi nunca a dos homens da Independência e menos ainda a dos europeus do século XVIII; muito menos a dos democratas da Grécia ou de Roma. Lemos as histórias e encontramos apenas os eflúvios do que quiseram. É difícil saber com certeza o que entendiam por liberdade nessas épocas. Nós mesmos não nos compreendemos nem nos colocamos de acordo nestes assuntos.

Quanto à felicidade pessoal, o erotismo, já podemos saber que raramente mudou. Novas culpas e chagas saíram no corpo. Pensava-se que as licenças sexuais inventadas nos anos 60 seriam emancipação, quando as mulheres acreditavam livrar-se do mal que lhes haviam supostamente feito os homens, mas hoje já sabemos que nada disto tampouco trouxe felicidade. A natureza vingou-se do homem, de suas atrocidades e maldades, oferecendo a seus corpos uma nova peste. O amor é eterno porque é o mal de não nos reconhecermos nos Outros, em nós mesmos. Talvez devamos voltar a começar, e buscar mais no presente do que no passado os gestos da felicidade. Talvez estejamos condenados a ter um amo sem rosto: nós mesmos, com nossos esforços escravizantes por dar com a liberdade individual sem lesionar a coletiva, por amar e possuir o outro sem destruir a si mesmo lesionando a quem se ama.

 

FM | Que coincidências reconheceria com seus antecessores colombianos, desde José Asunción até os integrantes de Mito?

 

HAT | Sem dúvida o desejo de viver em uma sociedade que se concilie consigo mesma, que sane suas feridas, que ame nos demais o que melhor ama em si mesma. Silva quis superar o mundo das Guerras Civis que padeceu na própria carne, um país devorado pelas teorias de um liberalismo que não se compadecia com a vida e os costumes de então, tão tradicionais, porém impossíveis de mudar com a violência que produziram. Morreu deixando um romance que é síntese desses desejos: José Fernández busca com afã, na imagem de uma mulher bela e inatingível, um equilíbrio contra a loucura que lhe prodigalizou a realidade. Silva morreu com um esgar de amargura na boca, causado pelas tantas execuções judiciais a que foi submetido pelos credores de seu pai e os seus próprios, pela incompreensão que sempre lhe rodeou, por seus projetos irrealizáveis de fazer empresas modernas em um mundo caótico e politiqueiro. Porém em sua obra respira-se um ar de renovação que não deixou de existir, ou que ao menos existiu com tesão até Mito. Os de Mito deixaram uma obra que indica como estávamos às portas de compreender o que seria a civilidade, porém seus esforços foram abortados pela Violência dos anos 50, por suas mortes prematuras, físicas ou morais, e pelos filhos da Violência, os Nadaístas, expressão da barbárie mais atroz que culturalmente tenha vivido o país e cujos desígnios realizaram-se nos anos 80, com funestas consequências para a cultura falada e escrita. O Nadaísmo é o malfeitor da cultura, os Matragas de nosso tempo. A suas doutrinas e quitanda da frivolidade devemos muitos dos esbanjamentos estatais de hoje. E crer que as Senhoras e os Filhos e Filhas, e até Sobrinhos, de poetas e escritores devem herdar a condução do estado em matéria grave, como a educação e a cultura.

 

FM | Tensão entre essencialidade do ser e a fragmentação de sua aparição, a poesia – diria Octavio Paz: “a poesia é entrar no ser” – somente se realiza enquanto fragmentação, enquanto impossibilidade de sua imagem total?

 

HAT | A ideia da existência de um ser além das palavras é uma velhíssima doutrina que foi combatida com alguma eficácia por Abelardo em suas lições de Paris, antes que o castrasse o zeloso guardião de Eloísa. A “essência do ser” é uma universalização, e a sobrevivência da caricatura desse dogma foi a causa, uma das causas, de nossas desgraças no século que agora termina. Não creio que haja nada universal, nada cósmico, nada totalizante, nada que tenha uma essência única além do corpo, espelho e taça do próprio mundo. Compreender nosso corpo, em sua integridade como voz e pranto, fome e dejeção, é talvez o caminho para abandonar o pesadelo das ideologias, das teorias que nos têm oprimido. Todas essas postulações, levadas à prática na vulgaridade do poder contra os que não se submetem, perpetuaram a tensão de que você fala. Eu creio que as coisas são mais simples. Há que se aceitar que não temos porque buscar cinco patas ao gato. Que a vida pode ser compreendida e padecida sem necessidade de agregar-lhe outros sentimentos perversores, religiosos, totalitários. Que busquemos a totalidade e que nessa busca demos com a realidade de ser fragmentos apenas, é uma realidade inquestionável. Borges mostrou em Pierre Menard como escrever e ler são a mesma coisa: a própria vida. Porém a mesma e distinta para todos. Aceitar a variedade em nossa unidade natural foi a conquista perdida para nós dos povos eternos. Quando homens e deuses eram os mesmos. Quando não existia a diferença entre homem e natureza, quando fêmea e macho eram o olho direito e o olho esquerdo do mesmo rosto, quando a esquerda e a direita do corpo se entendiam e se completavam, quando o Yin e o Yang não estavam rompidos, quando o teu era o meu, como é na natureza, quando morte e vida não eram oferecidas em supermercados e funerárias, mas sim na mesma noite-dia da existência.

 

FM | Voltemos um pouco, antes de seguir com assuntos literários, a suas palavras finais com respeito à situação cultural atual da Colômbia.

 

HAT | O que quis dizer é que vivemos um dos piores momentos para a cultura, nesta região da América Latina. A Colômbia foi qualificada de conservadora em sua cultura, e razão não haverá faltado àqueles que assim a viram, sem estudar, sem ir mais a fundo, é verdade, em nossa história recente. Ao referir-me a Mito disse que eles trataram de retomar o caminho latino-americano dos anos 20 e 30, dos ensinamentos de Alfonso Reyes, de Pedro Henríquez Ureña, de Borges, de Paz, alguns deles integrantes do comitê de redação desta revista. Porém, com o auge da Violência institucional e o descobrimento de uma possibilidade de crescimento econômico que alcançou cotas como nunca antes imaginamos, mas sem haver obtido uma redistribuição da receita nacional, a educação e a cultura, como a saúde do povo, ficaram submersas em mãos de uma nova casta de ordenhadores do dinheiro estatal que terminou por nos fazer crer que umas Senhoras e uns senhores-Senhoras, quando não os herdeiros biológicos de alguns poetas, tinham no sangue as fórmulas para o desenvolvimento cultural do país. Aqui se viu implantada uma “cultura oral”, segundo dizem as boas línguas, porque as Damas da Cultura não saber ler e escrever; fomos dotados de Mansões Poéticas e de Fundações para Prêmios Literários, com coches e choferes, a outras, pelo mero fato de levar algum apelido ilustre ligado a versos retardatários; ou padecemos as camarilhas sexuais de pacientes físicos ou psíquicos, que doam o pressuposto que deve o estado às universidades, à investigação e criação artística, a seus protegidos. Verdadeiros Serrallos andaluzes há em alguns institutos culturais colombianos.

 

FM | Em entrevista a Jim Alstrum, Juan Gustavo Cobo Borda refere-se à perda do ritmo como a grande tragédia da poesia em nosso século. Está de acordo?

 

HAT | Nosso tempo tem usado da sintaxe do cinema para criar os correlatos imaginários que as tensões entre realidade e desejo resolviam em outros tempos com a ajuda de metros e rimas. Porém não creio que o ritmo, por desaparecer em muitas ocasiões na poesia, desde o aparecimento das vanguardas, tenha morrido. É outro o ritmo de nosso tempo, outras as necessidades de expressão. A poesia não faltou na escritura de nossos escritores. Não falta nunca em García Márquez, que escreveu um extenso poema trágico e cômico em memória de um ditador do Caribe, nem sequer em Jaramillo Escobar e menos em Giovanni Quessep, com poemas que são signos dessa “ciência do concreto” com a qual descobrimos, como o descobriram no Brasil os poetas e romancistas do Modernismo e entre-guerras, tais como Graciliano Ramos, Cecília Meireles ou Jorge de Lima, a solidão à qual nos confinou o século da ciência e das guerras atômicas. Há uma tradição rítmica bem re-elaborada nos colombianos que menciono. Cobo Borda crê na perda do ritmo talvez porque sua linguagem juvenil se foi diluindo nos despenhadeiros retóricos de salões de chá e salas de espera. Contudo, os meios de difusão poética estão dominados, desde o Nadaísmo e seus continuadores, por uma linguagem e umas sintaxes anacrônicas, repetidoras de modelos, para falar de um presente que não conheceram os Surrealistas, sem retomar sequer as linguagens e ritmos das juventudes líricas de Paz ou Vallejo. Os jovens sem educação secundária nem universitária acolheram essas linguagens e sujeitos. Parece como se vivêssemos em retorno a fazer do poema uma das manchas da psicologia experimental de Rorschach, quando o paciente lê em um nanquim e começa a ver o que lhe alucina. Não importam as recuperações ou invenções do indivíduo, mas sim o oferecimento ao público de glossolálias coletivas; desarticuladas explorações combinatórias, rosários de metáforas e neologismos, sem som nem músicas que não alcançam nem o Nada, essa “outra face da existência” que buscava Huidobro.

A região mais golpeada pela Violência da classe emergente e da institucional é o centro dessa aventura gaguejante, leporina, de alguma poesia de hoje. Porém é sem dúvida expressão da miséria espiritual e essa poesia ficará como crônica vil das lutas dos pobres dos bairros populares contra a opressão da linguagem institucional que oferecem os jornais e as rádios a cada manhã. Também nessas esferas políticas e desportivas há uma ecolalia. Uma linguagem sem correspondências, sem referentes à realidade ou à invenção, expressão do naufrágio da vida que padecemos. Quando alguém lê a poesia publicada de mais de uma década para cá, em jornais e revistas colombianas, parece como se estivesse lendo uma antologia da poesia dos anos finais do império romano, quando aqueles que não foram acolhidos pela nova doutrina cristã, nem se dedicaram ao erotismo, ausentavam-se da desagradável realidade com variações de palavras e gêneros, os poemas desenhos, a aglomeração de medidas em um só texto ou a enumeração de vozes de hienas e chacais. Nossos atuantes Publilios Optatianos Perfirios não jogam com hexâmetros e o número de letras, porém nos incomodam com frases como: “nos subúrbios um ócio de café se prepara para açacalar a noite”, ou “a cidade mudou, os cães leprosos que a cercam, seu ar encrespado, sua voz de numen que agoniza. A Gatecúmena Perpétua bem poderia sentir-se representada neste uso de nomes, verbos e adjetivos.

 





  

 


Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. Escritura Conquistada é um complemento aos projetos: Atlas Lírico da América Hispânica (revista Acrobata) – poemas traduzidos para o português – e Conexão Hispânica (Agulha Revista de Cultura) – estudos críticos sobre poetas. Nesta terceira linha, também dedicada à tradição lírica na América Hispânica, encontramos juntos os ensaios, entrevistas e prólogos assinados por Floriano Martins. Parte significativa desse material – as entrevistas – compõe o volume homônimo, Escrita Conquistada, publicado em 2018.


1874-1942 José María Eguren (Perú) A POESIA DE JOSÉ MARÍA EGUREN

1893-1948 Vicente Huidobro (Chile) LA COSECHA VERTIGINOSA DE LA IMAGEN POÉTICA

1899-1986 Jorge Luis Borges (Argentina) AS ENTREVISTAS COM JORGE LUÍS BORGES

1903-1958 César Moro (Perú) CÉSAR MORO ENTRE AMIGOS

1903-1973 Aldo Pellegrini (Argentina) SOBRE SURREALISMO

1904-1973 Pablo Neruda (Chile) A POESIA DE PABLO NERUDA

1910-1996 Enrique Molina (Argentina) OS COSTUMES ERRANTES DE ENRIQUE MOLINA

1912-2002 Pablo Antonio Cuadra (Nicaragua) POESÍA: EL ENSAYO DE LO INEFABLE

1915-1995 Enrique Gómez-Correa (Chile) TESTIMONIOS DE UN POETA EXPLOSIVO

1915-2001 Juan Liscano (Venezuela) LA EXPRESIÓN DE LO ESENCIAL

1917-2011 Gonzalo Rojas (Chile) A POESIA DE GONZALO ROJAS

1919-1974 Eunice Odio (Costa Rica) LAS VERTIENTES DEL FUEGO

1920-1994 Freddy Gatón Arce (República Dominicana) LA HUMANIDAD SECRETA DE LOS ABISMOS

1920-1999 Olga Orozco (Argentina) RETRATO-RELÂMPAGO DE OLGA OROZCO

1920-2004 Fernando Charry Lara (Colombia) PASIÓN Y REFLEXIÓN DE LA POESÍA

1921-2004 Javier Sologuren (Perú) UNA POÉTICA DE LA LEVEDAD

1921-2007 Otto-Raúl González (Guatemala) GUATEMALA Y SUS VOCES OCULTAS

1921-2010 Amanda Berenguer (Uruguay) VIAJES INCESANTES DEL LENGUAJE

1923-2013 Álvaro Mutis (Colombia) A POESIA DE ÁLVARO MUTIS

1924-2018 Claribel Alegría (Nicaragua) RECUERDOS DE LA REALIDAD

1924-2021 Manuel de la Puebla (Puerto Rico) MEMORIA POÉTICA DE UN PAÍS

1927 Carlos Germán Belli (Perú) PRECIOSOS MISTERIOS DE LA EXPERIENCIA POÉTICA

1927-2000 Francisco Madariaga (Argentina) “SOY SÓLO UN PEÓN DEL PLANETA”

1927-2010 Rolando Toro (Chile) A POESIA DE ROLANDO TORO

1927-2019 Ludwig Zeller (Chile) EL SURREALISMO EN LA MESA (Part. Susana Wald)

1928 Graciela Maturo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1929-2016 Américo Ferrari (Perú) EL RECORTE SAGRADO DE LAS PALABRAS

1930-2011 Roberto Sosa (Honduras) HONDURAS EN SU AMBIENTE POÉTICO

1930-2018 José Guillermo Ros-Zanet (Panamá) ENCUENTROS Y DESENCUENTROS

1931 Juan Calzadilla (Venezuela) HUMOR Y SÍNTESIS EN EL ACTO CREADOR

1931-2016 Jorge Ariel Madrazo (Argentina) EL POEMA COMO CUERPO VIVO

1932 Circe Maia (Uruguay) UNA VOZ A TRAVÉS DEL TIEMPO

1932 Pedro Lastra (Chile) DEL ESPEJO A LA MULTIPLICACIÓN DE LAS VOCES

1932-2004 Marosa di Giorgio (Uruguay) DIÁLOGO SIN PAUSA

1932-2013 Carlos M. Luis (Cuba) DOS ENCUENTROS

1932-2019 Thelma Nava (México) SOBRE LA REVISTA PÁJARO CASCABEL

1933-2009 Alfredo Silva Estrada (Venezuela) INSCRIPCIONES EN EL ESPACIO POÉTICO

1933-2023 Manuel Mora Serrano (República Dominicana) DOS ENCUENTROS

1934-2014 Gerardo Deniz (México) RECORTES DE UNA IRONÍA APASIONADA

1934-2021 Rodolfo Alonso (Argentina) LA RIQUEZA ABANDONADA DE LA POESÍA

1937 Miguel Grinberg (Argentina) UNA MIRADA EN LAS VANGUARDIAS

1937-2020 Rodrigo Pesántez-Rodas (Ecuador) EL ECUADOR DE LAS LUCES

1938 Fernando Palenzuela (Cuba) CONVERSA SOBRE LA REVISTA ALACRÁN AZUL

1938-2008 Eugenio Montejo (Venezuela) ANOTACIONES DE LA PERMANENCIA DEL CANTO

1939 José Roberto Cea (Honduras) CASI UN TESTAMENTO POÉTICO

1939-2014 Ulises Estrella (Ecuador) SOBRE LAS REVISTAS PUCUNA E LA BUFANDA DEL SOL

1940 Francisco Morales Santos (Guatemala) DOS ENCUENTROS

1940 Gustavo Pereira (Venezuela) “AL DIABLO LOS VERSOS”

1940 José Kozer (Cuba) DOIS ENCONTROS

1940 Jotamario Arbeláez (Colombia) EXTRAVAGANCIAS POÉTICAS DEL NADAÍSMO

1941 Hildebrando Pérez Grande (Perú) LAS VANGUARDIAS EN EL PERÚ

1941 Luis Alberto Crespo (Venezuela) RESONANCIAS DEL ESPÍRITU POÉTICO

1943 Eduardo Mitre (Bolivia) LA RAZÓN ARDIENTE DE LA POESÍA

1944 Armando Romero (Colombia) DOS POETAS, CUATRO ENCUENTROS

1944 Francisco Proaño Arandi (Ecuador) DOS ENCUENTROS

1944 Renée Ferrer (Paraguay) DOS ENCUENTROS

1945 Harold Alvarado Tenorio (Colombia) POESIA & OUTRAS ESPÉCIES

1946 Carlos Vásquez-Zawadzki (Colombia) LAS VANGUARDIAS EN COLOMBIA

1946 Guido Rodríguez Alcalá (Paraguay) LAS VANGUARDIAS EN PARAGUAY

1947 Juan Cameron (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1947 Juan Carlos Mieses (República Dominicana) DETRÁS DE LAS PALABRAS Y LOS RITMOS

1947 Susana Giraudo (Argentina) LA POESÍA Y SUS NOMBRES INFINITOS

1948 Helen Umaña (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1948 Miguel Espejo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1948-2022 Alfredo Fressia (Uruguay) EN LAS FISURAS DE LA MIMESIS

1950 Alfonso Velis Tobar (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR 

1950 Soledad Alvarez (República Dominicana) LAS VANGUARDIAS EN LA REPÚBLICA DOMINICANA

1950-2018 Enrique Verástegui (Perú) O MOTOR DO DESEJO

1951 Carlos Francisco Monge (Costa Rica) DOS ENCUENTROS

1951 Jesús David Curbelo (Cuba) LAS VANGUARDIAS EN CUBA

1952 David Cortés Cabán (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1952 Julio del Valle-Castillo (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1952 Martin Jamieson (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1952 Orlando José Hernández (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1954 Ernestina Elorriaga (Argentina) DOS POETAS EN UNA MESA DE LUZ

1955 Berta Lucía Estrada (Colombia) UNA MESA VERTICAL

1955 Carlos Barbarito (Argentina) A POESIA DE CARLOS BARBARITO

1955 Mónica Salinas (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1956 Gary Daher Canedo (Bolivia) SITIO DONDE AGUARDA UN CÁNTARO

1957 Alejandro Bruzual (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1957 Homero Carvalho Oliva (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1957 Luis Bravo (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1958 Adriano Corrales Arias (Costa Rica) LAS VANGUARDIAS EN COSTA RICA

1958 Beatriz Hausner (Chile) CAMINHOS DO SURREALISMO

1958 José Ángel Leyva (México) DOS ENCUENTROS

1958 José Carr (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1958 Nicasio Urbina (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1958 Omar Castillo (Colombia) DIÁLOGO ENTRE DOS POETAS

1958 Rodolfo Häsler (Cuba) EN BUSCA DE LO IMPOSIBLE

1960 José Mármol (República Dominicana) LA OTREDAD SORPRENDIDA DEL POETA

1960 Vilma Tapia Anaya (Bolivia) DOS ENCUENTROS

1961 Enrique de Santiago (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1962 Arturo Gutiérrez Plaza (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1962 Raúl Serrano Sánchez (Ecuador) LAS VANGUARDIAS EN ECUADOR

1963 Pedro Xavier Solis (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1963-2016 Gonzalo Márquez Cristo (Colombia) CORRESPONDENCIAS ENTRE POESÍA Y ACCIÓN

1965 Jorge Fernández Granados (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1969 Luis Alvarenga (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR

1972 Gabriel Chávez Casazola (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1972 Xavier Oquendo Troncoso (Ecuador) DIÁLOGO EN EL CENTRO DEL MUNDO

1973 Carolina Zamudio (Argentina) LA ILUSIÓN TRANSITORIA DE LOS ESPACIOS

1973 Ricardo Venegas (México) LA POESÍA DE RICARDO VENEGAS

1974 Fabricio Estrada (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1974 Javier Payeras (Guatemala) LAS VANGUARDIAS EN GUATEMALA

1983 Manuel Iris (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1984 Alex Morillo Sotomayor (Perú) LAS VANGUARDIAS EN PERÚ


 


 

 

OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA

 

El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.

Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.

Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.

Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.

O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra AméricaCaracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.

A inocência de pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.

Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.

Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.

Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.

Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.

Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.

Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.

120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.

 

TRADUÇÕES

 

Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.

A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.

Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.

III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.

Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.

Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.

Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.

Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.

Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.

Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.

Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.

O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.

A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.

 

  

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

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