segunda-feira, 29 de julho de 2019

Agulha Revista de Cultura # 139 | Agosto de 2019


• SETE VISÕES SUBMERSAS – ENQUETE SOBRE SURREALISMO

Corta a água
O quanto queiras
Não encontrarás
Jamais
O esqueleto
O esqueleto do vento
É a vida toda.

Malcolm de Chazal

O conjunto das indagações que constituem a enquete de que se ocupa a presente edição buscou sugerir uma leitura múltipla de aspectos polêmicos, tais como estética, ortodoxia, as relações entre movimento e civilização, a possível avaliação da qualidade das obras surrealistas etc. Até mesmo para sondar novas balizas, novas linhas que venham a provocar as imagens ocultas do horizonte em nosso tempo.
Como destaco em capítulo de meu livro Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América (Fortaleza: ARC Edições, 2016),

a enquete sempre foi um instrumento eficaz nas mãos do Surrealismo, pela própria dinâmica do desafio, o estímulo à polêmica, à confraternização de ideias. A revista La Révolution Surréaliste foi palco de algumas das mais relevantes. Vale recordar a instigante “Enquete sobre a sexualidade”, onde o grupo praticamente inteiro se manifesta aclarando assim sua estrutura moral, com toda a carga de aventura e liberdade, sem deixar de transparecer alguns reveladores preconceitos. Nessa enquete, que tem a particularidade de ser ao vivo, exemplo notável de declaração automática, encontramos uma curiosa fala de André Breton. Ao ser indagado se lhe resultaria agradável ou desagradável “fazer amor com uma mulher que não falasse francês”, o poeta responde que seria insuportável, uma vez que sente “horror pelas línguas estrangeiras”.

Tratamos então de enumerar sete tópicos que permitam revitalizar as forças constitutivas desta que foi a mais relevante revolução cultural do Século XX.
A existência de inúmeros grupos redimensiona o entendimento de uma formação grupal oficial, de modo que o Surrealismo está orientado melhor pela denominação de um movimento múltiplo que se ramifica pelos cinco continentes, ampliando e atualizando sua abrangência inaugural. Um rio naturalmente acidentado e com inúmeros afluentes.
Não esquecer que um dos pontos básicos de uma estética surrealistas radica justamente na defesa incondicional de uma linguagem pessoal, de modo que a formação grupal não condiciona seus integrantes à dominação de um estilo comum. Este aspecto inclusive tornou possível a existência de inúmeros surrealistas que jamais fizeram parte de um grupo, sem que se perdesse, aparente contradição, o espectro de movimento coletivo.
A opção por afastar do Surrealismo todo âmbito estético conduz a uma soma de perigos em que tudo é aceito como um tecido amplo do desejo e uma escadaria sem fim, para cima ou para baixo, de veleidades da imaginação. Quando distinguimos criação e diluição a baliza correta se chama estética, não como uma afirmação reducionista do belo ou o estabelecimento de um padrão – a arte rejeita o padrão, bem o sabemos –, mas antes como a identificação de uma singularidade.
Segundo o poeta e ensaísta Armando Romero, o ideal estético do surrealismo não se centra exclusivamente na obra artística, ele se estende à vida cotidiana, a nosso fazer de todos os dias. Não é ir ao despropósito, mas sim à integração das forças vitais que vivem dessa tríade do maravilhoso, para que este seja agora o lugar comum e não um disparate.
Por sua vez, observa a artista plástica e ensaísta Susana Wald: Entendo que o surrealismo busca uma estética aberta, concentrada na ideia do maravilhoso, do que através da criação visual ou por outro meio produz uma sensação de frisson, uma vibração interior na pessoa. Ideia complementada pela opinião da poeta e ensaísta Maria Lúcia Dal Farra: O ideal estético do Surrealismo é, creio firmemente, um humanismo: ele nos incita a reatarmos, à nossa existência, as nossas forças vitais, tornando o universo habitável – muito diverso daquele que hoje é o nosso. Isto nos recorda a afirmação do poeta Enrique Molina, de que o Surrealismo é um humanismo poético.
Outro tema polêmico, o dos vícios acríticos de uma confraria, em que teria incorrido o Surrealismo, é abordado pelo poeta e ensaísta Carlos Fernández, que o amplia destacando a condição misógina do Surrealismo em seu primeiro momento. Diz ele: Os círculos surrealistas foram claramente classistas e não apenas isto, eles tiveram um comportamento claramente machista. As poucas mulheres que frequentavam os dadaístas do café Voltaire em Zurique não tinham um papel relevante no movimento emergente. Pelo contrário, na maioria dos casos eram meras acompanhantes de suas sisudas parelhas. Em face dessa incoerência misógina dedicamos um número especial da revista Triplov (Portugal) – “21 mulheres surrealistas” (a sair) – bem como temos em preparo uma próxima edição da Agulha Revista de Cultura (“Algumas mulheres surrealistas”).
De algum modo o Surrealismo já se acostumou com seus erros, em especial consideração a seus acertos, que o são em maior vulto. Vez que outra, em um que outro lugar, voltam a friccionar os moinhos algumas águas passadas. Exemplos mais recentes são os temas da homofobia e – já referido – da misoginia. Sim, o Surrealismo, com ênfase dada a seu cenário inicial, na Europa da primeira metade do século passado, os incluiu em seu catálogo de afrontas à mesma liberdade que preconizava. Também entre seus equívocos se enquadra a filiação do movimento a um partido político (mais do que simpatia por uma ideologia). A este respeito observa Armando Romero ter sido uma lástima que Breton necessitasse esse apoio do político circunstancial, quando já desde o princípio havia conseguido assentar as bases para uma revolução transformadora. Também houve, em especial da parte de André Breton, a imposição caprichosa de uma língua sobre as demais.
Um dos aspectos que julgamos pertinentes evocar diz respeito à distinção de classificações como movimento surrealista e civilização surrealista – este último evocado por Vincent Bounoure em livro homônimo de 1976. O poeta e artista plástico Zuca Sardan, a este respeito, observa que a palavra Civilização está associada a uma separação dos civilizados de um lado, e os selvagens, do outro, logo concluindo: Ora, o Surrealismo é essencialmente selvagem, dadas suas raízes fincadas no inconsciente (não pode ser analisado cientificamente, mas, sim, vivido diretamente), e nos mitos, na magia, arte primitiva e totemismo.
Naturalmente inesgotáveis, os temas aqui sugeridos foram frutos de uma relevante e múltipla reflexão, e aos 35 convidados de diversos países, soma-se a presença plástica da canadense Marcelle Ferron (1924-2001), como artista convidada da presente edição. Marcelle foi uma das signatárias do manifesto Refus Global e integrante do grupo Automatistes, nos anos 1940, movimento de destaque no Surrealismo e nas artes no Canadá.

• Os Editores

*****

• ÍNDICE

Allan Graubard | David Nadeau | Gregg Simpson | Stuart Inman

Alfonso Peña | Luis Fernando Cuartas | Ricardo Echavarri | Verónica Cabanillas

Nelson de Paula | Nicolau Saião | Zuca Sardan

Armando Romero | Carlos Barbarito | Graciela Maturo

Bob Danco | Franklin Fernández | Susana Wald

Jan Dočekal | Lubomír Kerndl | Merl Fluin & Paul Cowdell | Paul MCrandle

Gérard Calandre | Joaquim Simões | Maria Estela Guedes | Maria Lúcia Dal Farra

Jason Abdelhadi | Mattias Forshage | Michel Remy

Amirah Gazel | Carlos Fernández | Fabio Rincones |

Gaetano Andreoni | Miguel Lohlé | Sergio Bonzón |



PARTICIPAM DESTA EDIÇÃO

ALFONSO PEÑA. Narrador, poeta, editor e artista visual. Dirige a revista Matérika. Ao lado de Amirah Gazel foram idealizadores e curadores da exposição internacional surrealista Las llaves del deseo (Costa Rica, 2016).
ALLAN GRAUBARD. Poeta e dramaturgo.
AMIRAH GAZEL. Artista plástica e ativista cultural. Ao lado de Alfonso Peña foram idealizadores e curadores da exposição internacional surrealista Las llaves del deseo (Costa Rica, 2016).
ARMANDO ROMERO. Poeta, narrador e crítico literário, integrou grupo inicial do Nadaísmo, movimento vanguardista literário da década de ‘60 na Colômbia.
CARLOS BARBARITO. Poeta e crítico de arte, com uma extensa blibliografia poética, tem se destacado também como intenso divulgador do Surrealismo.
CARLOS FERNÁNDEZ. Artista visual e jornalista. Um dos fundadores do grupo surrealista Arin Dodo (Espanha).
DAVID NADEAU. Poeta, artista e historiador de arte, é também diretor do selo La vertèbre et le rossignol, além de sua revista homônima, e participa regularmente das atividades do Movimento Surrealista e do Instituto de Pesquisa Alienígena.
DENIS MAGERMAN (BOB DANCO) (1962). Fotógrafo, cineasta, aquarelista, pintor e collagista. Membro do grupo Agorart (Bélgica).
FABIO RINCONES. Artista plástico.
FRANKLIN FERNÁNDEZ. Escritor e artista plástico, com uma obra singular de poemas objetos e a realização de libros de aforismos e entrevistas.
GAETANO ANDREONI. Fotógrafo e designer.
GÉRARD CALANDRE. Poeta.
GRACIELA MATURO. Ensaísta, estudiosa do Surrealismo na Argentina.
GREGG SIMPSON. Tem atuado em artes visuais, música, vídeo e performances multimídia desde meados dos anos 1960. Foi nome de destaque nos primeiros desenvolvimentos da “era de ouro” de multimídia de Vancouver nos anos 1960, como a Sound Gallery e a Intermedia.
JAN DOČEKAL. Historiador de arte e artista plástico com inúmeras exposições, destaca-se ainda a intensa difusão do Surrealismo que tem feito através da imprensa.
JASON ABDELHADI. Artista plástico e historiador. Integra o Grupo Surrealista de Ottawa. Colaborador da revista Chimaera. Editor do jornal Peculiar Mormyrid. Ambas publicações canadenses.
JOAQUIM SIMÕES. Poeta e músico.
LUBOMÍR KERNDL. Escultor, fotógrafo e artista gráfico. Um dos integrantes do grupo surrealista Stir Up (República Checa).
LUIS FERNANDO CUARTAS. Poeta e editor. Um dos diretores da revista Punto Seguido (Colômbia)
MARIA ESTELA GUEDES. Poeta, dramaturga, ensaísta e editora, criadora e diretora da revista Triplov (Portugal).
MARIA LÚCIA DAL FARRA. Poeta e ensaísta.
MATTIAS FORSHAGE. Poeta.
MERL FLUIN. Poeta e ocultista, um dos fundadores do grupo SLAG (Surrealist London Action Group), que atuou de 2006 a 2016.
MICHEL REMY. Poeta e ensaísta. Fundador do Marges Group em 1978 e sua revista: Flagrant Délit.
MIGUEL LOHLÉ. Poeta, pintor, escultor. Um dos fundadores do grupo surrealista Agorart (Bélgica).
NELSON DE PAULA. Poeta e artista plástico.
NICOLAU SAIÃO. Poeta, ensaísta e artista plástico.
OSCAR JAIRO GONZÁLEZ HERNÁNDEZ. Poeta e ensaísta. Tem dirigido revistas e programas de rádio, sempre com destaque para a atuação do Surrealismo internacional.
PAUL COWDELL. Escritor e historiador, integrante do grupo SLAG.
PAUL MCRANDLE. Poeta. Um dos fundadores do selo editorial Phasm Press.
RICARDO ECHÁVARRI. Poeta e ensaísta. Colaborador na difusão do Surrealismo junto à editora Pleno Margen, é também diretor do Centro de Estudios Surrealistas no México.
SERGIO BONZÓN. Artista plástico. Coordenador do grupo Itinerancia (Argentina).
STUART INMAN. Escritor, poeta, pintor e fotógrafo. Participante de atividades surrealistas desde 1988. Membro fundador do London Surrealist Group, em 2003. Autor do primeiro estudo completo em inglês do surrealismo nas terras tchecas.
SUSANA WALD. Artista plástica e ensaísta.
VERÓNICA CABANILLAS. Poeta e artista plástica.
ZUCA SARDAN. Poeta, dramaturgo e artista plástico. Integra o Quarteto Kolax.


Marcelle Ferron (Canadá, 1924-2001)







*****

EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO 1919-2019
Artista convidada: Marcelle Ferron (Canadá, 1924- 2001)


Agulha Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número 139 | Agosto de 2019
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
ARC Edições © 2019



SETE VISÕES SUBMERSAS – ENQUETE SOBRE SURREALISMO | GAETANO ANDREONI | MIGUEL LOHLÉ | SERGIO BONZÓN


1 | A un siglo de depuración del surrealismo, registrado su rechazo a ser confundido con una escuela o apenas más un ismo, es imposible descartar la propiedad estética de cualquier obra de creación. ¿Cuál es tu entendimiento de un ideal estético del surrealismo?

GAETANO ANDREONI | L’estetica di una opera d’arte, come anche l’eleganza che possiamo percepire, ci apre un canale immaginario che ci porta al grado estetico dell’artista che la realizzò, e allo stesso tempo in una visione più ampia, il valore estetico proprio della opera, che sarà influenzata anche dalla epoca in cui fu realizzata.
Premesso questo concetto, deduciamo che per estrapolare l’ideale estetico del surrealismo non possiamo non tenere in conto che il valore estetico cambia costantemente, e differisce secondo la latitudine.
L’estetica francese non è la stessa della messicana, o della portoghese. Quindi non possiamo definire un unico ideale estetico del surrealismo, ma dobbiamo realizzare una proiezione tridimensionale che tenga in se: l’artista, l’epoca e il luogo.

MIGUEL LOHLÉ | La estética es un amplio y legendario discurso, podría definir la estética del surrealismo como un gesto de confrontación entre dos situaciones totalmente opuestas, con valores estéticos para ser digeridos por el observador.

SERGIO BONZÓN | Querido amigo, creo que no puedo responder sin antes aclarar mi relación con el surrealismo. Nunca integré un grupo, me mantuve siempre independiente y por fuera del movimiento. Si bien reconozco que desde el comienzo en mi trabajo hay una importante presencia de conceptos propios del movimiento, nunca trabajé considerándome como tal, más allá de mi admiración por varios de sus integrantes, pintores y poetas, que seguramente me han influenciado. He estado desde siempre muy cercano al espíritu dadaísta y particularmente con la obra y el pensamiento de Duchamp, que no separo del surrealismo, sino que lo sumo. Me refiero a su influencia en mi formación, en mi caso hay una continuidad entre ambos y no puedo dejar de lado la tradición cultural y el imaginario latinoamericano. No menciono a varios artistas de otros momentos históricos que de igual manera me han impactado y contextualmente, creo importante destacar que di mis primeros pasos en el movimiento contracultural de fines de los ‘70, que me ha marcado fuertemente y en esa gran circulación de revistas tuvieron espacio manifestaciones (neo) surrealistas y dadaístas. Asumo con placer y respeto que amigos surrealistas me vean como tal y me inviten a participar en distintos eventos, lo que me invita a revisar cuales son los signos de esta tendencia en mi producción. Me disculpo de antemano si estas respuestas no están acordes a tu necesidad.
No tengo formado un ideal estético del surrealismo pero trataré de describir (descubrir), a través de mi producción, aquellos intereses que creo comunes.
Adhiero al rechazo a transformarse en escuela y creo superados los ismos, en el sentido de ideales radicalizados que se tornen conservadores e impidan el aporte de otras miradas.
Pienso que el surrealismo pone el acento en el hombre, en su subjetividad y realización, tomando ideas de Aldo Pellegrini lo poético es una manera de actuar, de estar en el mundo y convivir con los seres y las cosas. El lenguaje poético objetiva de un modo comunicable, a través de cada lenguaje, esa fuerza expansiva de lo vital que hay en el hombre (me disculpo, seguramente la cita no es exacta). Pienso el trabajo creativo de esta manera y ha sido fundamental también en mi función docente.
Con respecto a mi obra, parto desde una libertad creativa que no acepta condiciones previas y mucho menos rígidas, hay una especie de alarma interna que se acciona cuando detecta algo del mundo ordinario que sea indicio de algo inesperado, que me permite ver un aspecto de esa realidad que de otra manera no sería visible. Creo que esa libertad creativa tiene mucho que ver con el surrealismo. Me moviliza lo mágico, lo siniestro, el uso de términos opuestos cuya articulación genere sentidos y provoque la reflexión y por qué no, la utopía de mejorar la vida.
Mis imágenes son el resultado de una reflexión sobre lo que Luis Felipe Noé llama la realidad real y tornan visible esa realidad otra que se presenta en mi mirada.
Aunque no constituyan un ideal, pienso que son ideas coincidentes con el surrealismo, y seguramente habrá otros que no observo en este momento y sí verán aquellos que me consideran vinculado al movimiento.

2 | Las clásicas expulsiones de surrealistas llevadas a cabo en la formación original parisina fueron de naturaleza conductual. La mala calidad de una obra jamás fue un aspecto que llegó a juicio. Incluso hoy, aunque las expulsiones ya no son un hecho corriente, surrealistas cuando comentan a sus pares, lo hacen considerando simpatías y adhesiones, lo que acentúa la existencia de una cofradía. ¿Hasta qué punto ese club de amigos distorsiona el entendimiento que se podría tener de la más relevante revolución cultural del siglo XX?

GAETANO ANDREONI | Non esiste una reale genesi del surrealismo, nessun uomo l’inventò, esiste da sempre, fa parte della naturalezza umana e si espressa da sempre e non solo con la realizzazione di opere d’arte, ma anche e soprattutto con uno stile di vita, L’unico merito è di averlo scoperto e portato alla luce.
Chi intentò di appropriarsi del surrealismo in realtà fracasso nell’intento, il surrealismo è come una gran onda nel mare dell’umanità, e nessuno può fermarla o deviarle il camino.
E per questo motivo che il surrealismo non cesso mai di esistere, e nessuno a il diritto di cercare di fermarlo, ho deviare su imperterrita rotta. Uccidere il surrealismo equivale a distruggere l’umanità.
E giusta la domanda, infatti, e pertinente pensare che s’intentò modificare l’intendimento del surrealismo all’umanità… L’intendimento cambio per un certo periodo, e in alcun luogo del pianeta, lo che non cambio fu il surrealismo stesso che segue su cammino a pari passi dell’esistenza umana.
Il surrealismo s’incontra in tutte le epoche passate, e lo possiamo percepire già agli albori dell’umanità con un sigillo indelebile nel tempo e nello spazio. Che hai di più surreale di una pittura rupestre in Australia, o nell’odierna latino-America… Il surrealismo ci accompagna da sempre e per sempre, è una linfa vitale, e come tale nessuno la invento.
Però tutti ci alimentiamo di esso “e lo nutriamo”, consapevoli o no.
E allora, viva il surrealismo e la surealesistenza.

MIGUEL LOHLÉ | Somos 1 y 1 es todos, continuamos a ser unos revolucionarios paralelos a nueastra época. El individualismo de la sociedad la enceguese y le impide comprender una tal maravilla de encuentro. El que no lo entiende que no participe. Estamos siempre los que debemos estar.

SERGIO BONZÓN | No veo mal la existencia de una cofradía en el sentido de unirse para un fin determinado, en sentido positivo de afinidades e intercambio, de proyectos en común, siempre que no se torne en dogmático y provoque un encerramiento que conduzca indefectiblemente a su fin. Lamentablemente, esto último es lo que sucede, me atrevería a decir, en la mayoría de los casos.
Pensar en un club de amigos me sugiere algo corporativo que defiende a capa y espada, lo muchas veces indefendible y expulsa a quienes no comulguen o manifiesten algunas diferencias (veamos sino la triste historia política y mediática de nuestros países). Definido así, no concuerdo con ello y pienso que le hace daño a los fundamentos del surrealismo y conspira con la libertad de experimentar y crear que se promulga.
Veo en el surrealismo, como en el dadaísmo, algo más que una estética visual, que involucra lo actitudinal, una forma de pensamiento, una ideología y su consecuente coherencia de acción. Lo que puede tornarse peligrosamente en normas rígidas. Probablemente esto haya determinado las expulsiones. Tal vez no sea época de expulsiones, y dejarse llevar solo por simpatías o adhesiones creo que no es bueno, de todas maneras creo que el surrealismo (el arte) se reinventa y no hay indicios de su declinación. Eso sí, estoy atento a la calidad de la obra especialmente por su potencial significante pero sin descuidar la factura, es necesario desentrañar la realidad, ir pelándola capa por capa, para encontrar sentidos, especialmente en esta época de posverdades.

3 | Las revistas surrealistas –antes impresas, hoy también virtuales y con una larga recuperación de los inicios de esta actividad en ediciones facsiladas y en formato pdf–, forman un acervo incomparable frente a cualquier otro movimiento, escuela o vanguardia a lo largo de los siglos. Defiendo que las más valiosas son aquellas que jamás refutaron otras perspectivas de vida y obra, ajenas y/o complementarias del surrealismo. Tales revistas son, a mi ver, el espacio entrañable de una contra ortodoxia, pleno ejercicio de generosidad y compartición de mundos dispersos. Sin embargo, todavía se mantiene, declarado o no, inmenso rechazo del surrealismo justamente por su principio ortodoxo. ¿Cómo separar aquí la cizaña y el trigo?

GAETANO ANDREONI | Sinceramente non penso si debba separare nulla. Senza ortodosso non avremmo neanche riformista, si appianerebbe e si perderebbe la ricchezza che la confrontazione sempre ci apporta.
Separare definitivamente cizaña e trigo solo provocherebbe una destabilizzazione all’interno delle due diverse costanti, che non crescerebbero più, dando alito all’inizio della fine. Questo non è possibile e non è conveniente per nessuno, è una diatriba che non avrà mai fine, e questo vale in tutte le direzioni e non solo per il surrealismo, il bello di questa situazione e che a volte il trigo diventa cizaña e la cizaña si trasforma in trigo. Questa amalgama es essenziale per stimolare la riflessione, mantener viva la curiosità e il cameratismo, ci aiuta in certa forma a mantenere vivo e in auge il surrealismo.
E nella differenza di opinioni che si riscaldano gli animi di tutti coloro che vogliono comprendere il mondo real-surreal in cui viviamo.

MIGUEL LOHLÉ | La cizaña y el trigo avanzan en una construcción de unidad.

SERGIO BONZÓN | No sabría expresar con precisión cómo separar la cizaña y el trigo, pero pienso que la existencia de la diversidad de revistas es algo muy valioso y que nos permite acceder a una variedad de fuentes, que nos conecta y podemos encontrar en ellas una riqueza estética y de ideas con las que, acordemos o no, podamos confrontar y argumentar. Coincido en valorar aquellas revistas de mirada amplia. No apruebo con esto el todo vale, pero sí le doy posibilidad a la subjetividad, confiando en que cada uno de nosotros defina su propio horizonte.

4 | Dos denominaciones siempre me llamaron la atención, dentro del ambiente surrealista, no porque me parezcan inapropiadas, sino antes por la partición que llevan entre sí de elogio y rechazo: movimiento surrealista y civilización surrealista. ¿Hasta dónde esas denominaciones se distinguen y qué representan a punto de parecer antípodas?

GAETANO ANDREONI | Questa bivalenza concettuale che può sembrare antipode, non è altro che una convulsione insita nel surrealismo, e quindi nell’umanità, non possiamo separarla, e come la realtà intraposta alla sub-realtà, il divino all’umano, la vita alla morte, concetti a volte impalpabili e di difficile interpretazione che ci confondono, e a ogni riflessione, ci portano al dilemma esistenziale, dilemma che esiste solo quando lo pensiamo, con una valenza metafisica, e quantica.
Sono si antipode ma della stessa materia, come il polo sud e il polo nord antipode ma della stessa massa terrestre. La civilizzazione surrealista creò il movimento surrealista per comprendere meglio il concetto della sub-realtà. E una scorciatoia, o una semplificazione di concetti, che ci portano a comprendere con più immediatezza la bivalenza in cui viviamo.

MIGUEL LOHLÉ | Los polos opuestos se atraen, no me agrada colocar las cosas en cajas, gavetas o armarios dándoles una calificación. El surrealismo ES mágico más allá de nosotros.

SERGIO BONZÓN | Me siento limitado para elaborar una respuesta, honestamente no estoy informado sobre este tema en particular desde el surrealismo. Sí puedo decir que la idea de civilización no puedo analizarla sin ligarla a la occidental y su consecuente eurocentrismo, lo que me sitúa como latinoamericano (más allá de que crecimos bajo su influencia), del lado del otro. Rechazo la idea de culturas subordinadas y dominantes, prefiero el intercambio en un mismo plano de valor donde compartir experiencias enriquecedoras.
Si bien la idea de movimiento no tiene la fuerza de los comienzos, creo que se mantienen ciertos rasgos vigentes y, en términos de intervenir en sobre la realidad con el objetivo de superación, podría vincularse con la idea de imaginar una nueva civilización. Pero insisto, no soy optimista con la idea de civilización.

5 | Es común evocar en el surrealismo su potencia imaginativa y su carácter experimental, en rigor aspectos complementarios. Sin embargo, en la incuestionable imposibilidad de una renovación perenne en el ambiente de la creación artística, en muchos casos, lo que se verifica en el surrealismo son una repetición de recursos, modos de ser y trucos de lenguaje. ¿Cómo lidiar con esas oscilaciones tan comunes a cualquier territorio creativo?

GAETANO ANDREONI | Sono perfettamente in accordo sull’incontestabile impossibilita di una rinnovazione perenne, siamo spesso presi da una ciclica di eventi apparentemente ripetitivi, che frustano nostro senso percettivo, e ci pongono davanti una struttura che sembra un déjà vu onirico, e allo stesso tempo reale… Già no hai segreto? Non hai più niente da scoprire o creare? No non e cosi, chi cade in questa trappola percettiva non reale difficilmente potrà venirne fuori.
Mentre scrivo cucino una salsa di pomodori, preparo salsa da più di 35 anni, sempre alla stessa maniera, e con gli stessi ingredienti, quando è pronta la osservo, sembra uguale a tutte le altre cucinate nel corso degli anni, e la realizzo quasi di forma scientifica, senza cambiare nessun ingrediente, rispettando i tempi di cottura e tutti gli accorgimenti che usualmente utilizzo. Eppure quando l’assaggio, mi rendo conto che è differente da tutte le altre, diversa densità, sfumature dei sapori, e variazioni a volte indecifrabili degli odori.
Lo so! lo so! Il surrealismo non è una salsa di pomodori, ma la cucina dell’arte segue gli stessi principi, e nella ripetizione nasce la rinnovazione di piccoli dettagli di grande importanza.
Non dobbiamo guardare il surrealismo “e la vita” per comprenderlo, ma dobbiamo assaporarlo come un sommelier prova un vino.
E allora buon appetito a tutti, inebriamo il palato della percezione, per non cadere in un dedalo la cui unica uscita è la non creazione, ho il nulla.

MIGUEL LOHLÉ | A pesar de la repetición, cada nueva creación es única, siempre cargada de nuevas emociones y mayor conocimiento. La presencia de lo onírico y el inconsciente son brújulas escondidas de la expresión surrealista.

SERGIO BONZÓN | La repetición de recursos, modos de ser – y ver – o trucos del lenguaje, creo que no es exclusivo del surrealismo sino que es común a todos. Tal vez lo mejor sea dejarse llevar por la creación en sí, aquello que nos moviliza desde lo más íntimo, dándole forma a nuestra mirada. Es común afirmar que ya está todo hecho y tal vez sea así, lo que no está hecho es el giro personal que uno le puede dar.
Hace muchos años, siendo casi un niño, leí en un libro al que no recuerdo, ni a su autor, ni las palabras exactas, pero la idea era más o menos así: no importa lo que hagas, lo importante en que sea tu mano, no pases por el mundo sin dejar tu huella. Esto me impactó y de alguna manera ha marcado siempre mi hacer, permitiéndome expresarme desde un lenguaje personal.
En suma, pienso que se debe trabajar con total libertad y si tomamos recursos de otras épocas o movimientos, es válido cuando uno se apropia de ellos, logra ver su vigencia, canalizar su fuerza. Si se limita a la mera repetición de modismos, creo que nace muerto.

6 | Aldo Pellegrini es uno de los raros estudiosos del surrealismo que trató específicamente de su ambiente poético. En una bibliografía surrealista, la tónica refuerza la relevancia de la imagen plástica. Tal adjetivo siempre me pareció una falla crítica, porque la esencia renovadora, ya a principios del siglo XX, se refiere a la imagen en sí y sus múltiples perspectivas. Esta es una de las innumerables adulteraciones de los principios surrealistas o incluso entre ellos poco se percibió la inexistencia de una distinción –excepto meramente técnica– entre imagen plástica y poética?

GAETANO ANDREONI | La poesia è presente in ogni espressione umana, è impossibile scindere l’umanità dalla valenza poetica in ogni più piccola azione. Nasciamo cosi, poeticamente, basta osservare (per esempio) il lavoro di un bambino, per comprendere che l’ambiente poetico nasce con noi, e in noi, e tan ovvio e lampante che sinceramente mi sorprende sempre dover toccar questo tema, forse possiamo comprendere questo fenomeno immaginando la difficolta che l’umanità ha nel guardarsi dentro, per lo più cerchiamo le risposte fuori di noi stessi la, dove mai le incontreremo, e una questione di prospettive e visioni: ci guardiamo intorno con un angolo di 360°, possiamo vedere tutto quello che ci circonda con una semplice vista, ma per vedere il centro di questo cerchio di visione oculare dobbiamo uscire di noi stessi, per poi poter guardarci dentro… e comprendere che la realtà che ci circonda inizia e finisce proprio dentro di noi, e ci une in una incredibile rete di connessioni invisibili, siamo parte di un tutto che flotta nello spazio e nel tempo infinito.
Siamo veramente molto fortunati perché la poesia si rifugiò dentro di noi riempiendo spazi vuoti, con linfa vitale, che solo la poesia può creare, che enorme privilegio, manteniamo la poesia dentro di noi, e nutriamoci dei suoi frutti, pieni di emozioni.

MIGUEL LOHLÉ | Aldo Pellegrini es un compatriota y colega, era otra época, puedo afirmar que siempre defendió la imagen como poesía. El término imagen plástica es para mi solo técnico. La creación es una expresión poética del inconsciente.

SERGIO BONZÓN | Aldo Pellegrini habla de lenguaje poético en sus distintas formas, plástica, visual o musical (yo agregaría audiovisual y todos las posibilidades de lenguajes artísticos), entiendo, como algo inherente al arte. Me siento más cómodo pensando en arte sin excluir ningún lenguaje. Soy artista visual porque es el medio que medianamente domino y en el que me he formado, pero utilizo todos los recursos que creo necesarios para mi obra, sean visuales, verbales o sonoros.
Muchos surrealistas son artistas visuales y poetas, otros son poetas y tienen gran afinidad con la plástica y otros, me incluyo, somos artistas visuales con un vínculo estrecho con la poesía. De hecho utilizo textos en mis obras, diseño collages de textos con forma de poemas, pero yo los veo y concibo visualmente, no me considero poeta. He sido músico y no descarto el recurso sonoro, como la posibilidad de apelar a otros sentidos. En resumen, creo que en la práctica la mayoría de los artistas somos sensibles a los otros lenguajes.
Según mi experiencia esa falla a la que haces referencia en la pregunta creo que es propio del ámbito académico, cuando estudiaba se me “informó” que el surrealismo se originó en la literatura y lo estudiamos solamente desde lo plástico con la consecuencia de una comprensión mutilada, muy parcial del surrealismo. Tal vez aquellos profesores fueron formados de la misma manera y siempre me quedó la duda sobre si habían leído a los poetas (por aquel entonces yo estaba fascinado con Artaud a quien aún considero uno de los poetas mayores), o analizado los vínculos con Freud o Marx. Conociendo el medio local, supongo que sucede lo mismo en la formación académica de los otros lenguajes.
Queda para la inquietud personal investigar para ampliar el horizonte y superar la mirada restrictiva. Hoy contamos, además del valioso aporte de las revistas, con numerosa bibliografía.

7 | En su surgimiento, las expectativas sociales del surrealismo giraban en torno a lo que entonces se presentaba como acciones revolucionarias, en especial lo que tomaba por base a las proposiciones de Marx y Freud. Octavio Paz llegó a declarar que el siglo XX sería recordado como el siglo de Freud y del Surrealismo. Al eliminar a Marx de sus profecías se olvidó –esto si de hecho se trata de olvido– que el mercado derrotaría, para decir lo menos, todas las pretensiones revolucionarias, sin dejar de lado las dos destacadas por el mexicano. ¿Cómo evaluar el tema en nuestra época? Ante un virulento absolutismo del mercado, ¿qué hubo con las fuerzas deflagradas por Freud, Marx y el Surrealismo?

GAETANO ANDREONI | L’onda d’urto della deflagrazione surrealista accentuata per Marx e Freud fu potente ed efficace in su epoca, non credo che Octavio Paz fu che influenzo il mercato a ignorare la valenza rivoluzionaria del surrealismo di quel tempo, il mercato ignorò sia le preposizioni di Marx che quelle di Freud, il mercato sostenuto dai critici d’arte, o per meglio definirlo, i mercenari dell’arte non tengono in conto di queste preposizioni, usano parametri alieni e realmente incompatibili hai valori socio-artistici, quello che interessa e meramente il lucro indiscriminato, e lucrarono e seguiranno lucrando, a volte commettono errori colossali, pensate a quello che successe nel 1927: René Magritte esponeva in Bruxelles, la critica scrisse malissimo affermando addirittura che non sapeva dipingere!!! René cadde in una profonda depressione che lo porto a lasciare il suo paese natale trasferendosi in Parigi.

MIGUEL LOHLÉ | La libertad en su máxima comprensión humana permanece ilusoria, arraigada al ser que la habita. Mientras la prisión de la vida solo se puede expandir y liberarse en la creación, en la desmaterialización de todas las estructuras establecidas.
Es para mí, el surrealismo, el que mejor se adecúa a esa puerta libertad de lo onírico y de la invención, más real que la realidad, lleno de referencias valiosas para fundirse en una altiplanicie flotante ilimitada.

SERGIO BONZÓN | Pareciera, como lo expresás en tu pregunta, que la llama revolucionaria se hubiera consumido en sí misma, más allá de que perviva, ya sin la misma fuerza, en algunas agrupaciones artísticas y políticas. Y realmente es lo que se percibe. Aquí el problema (lo hemos expresado en respuestas anteriores) radica en parte en la falta de apertura y capacidad de re-contextualización de muchos.
Pienso que el surrealismo encarnó esa fuerza revolucionaria como ninguno, es más, supo mantenerse en gran medida independiente, al margen de imposiciones partidarias, como lo demuestra aquella defensa de Breton ante el PC francés. Veo una diferencia entre ser marxista y comunista, el gran problema a resolver hoy, me parece, es justamente, cómo ser marxista en este presente, cómo plantear acciones revulsivas que nos despabilen.
Veo todo demasiado individualista y virtual que, como todo, tiene sus aspectos positivos y otros peligrosos. No sé qué ha sido de Freud (no es mi fuerte), pero tengo la sensación de que los psicólogos, en su mayoría, solo se limitan a tratar casos individuales o seguir sus investigaciones lejos de esta problemática. La apabullante acción y presión de los medios (todos) nos limitan el horizonte hacia una cultura de vuelo rasante, ofrecen sólo la cobertura de la torta. Tal vez es allí donde debemos intervenir, aunque no veo posibilidad – ni lo creo necesario – de generar la fuerza de un movimiento (al menos así realizo mi obra, pero lo hago desde mí, sin pretensiones de masividad y mucho menos creyendo que lograré un cambio social. Eso sí, realización como hombre, como artista). Estoy totalmente convencido de que el camino es la resistencia cultural. Algo romántico, brego por la fuerza de liberación del espíritu, por la realización del hombre en el hombre y no en la transformación de la sociedad, que debería darse por decantación. Ahora me pregunto: si el hombre se realiza, se constituye como tal y diferente al que era antes, supone un cambio de actitud y por consiguiente un cambio en la vida. La pregunta es: ¿podrá darse el paso de este cambio individual hacia lo social? Sinceramente no lo sé ni me preocupa a la hora componer, simplemente hago.
El poder ha tenido siempre la capacidad de desactivar los movimientos que han reaccionado a su dominio, es más, los necesita, pero nosotros persistimos aún con la conciencia de que el mercado todo lo arrasa. Y también lo necesitamos, estamos en el medio, la cuestión es esquivar la dependencia. No nos publicarán ni nos harán grandes muestras, lo haremos nosotros, con nuestros medios y el escaso apoyo que consigamos, es una elección y la mejor es ser fieles a nosotros mismos.
Un camino posible, tal vez, y seguramente no el único, como una corriente subterránea, por fuera de lo oficial, no necesariamente de oposición radicalizada sino entrando y saliendo, pero manteniendo la independencia.
El surrealismo está vigente como lo demuestran las numerosas publicaciones virtuales e impresas con las cuales nos vinculamos, las muestras, las investigaciones y los libros, como en el que estás trabajando, una voz que se reinventa continuamente. El surrealismo sin tiempo en su tiempo.

Gaetano Andreoni | Miguel Lohlé | Sergio Bonzón
*****

EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO 1919-2019
Artista convidada: Marcelle Ferron (Canadá, 1924- 2001)


Agulha Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número 139 | Agosto de 2019
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
ARC Edições © 2019