segunda-feira, 30 de março de 2015

Agulha Hispânica # 01 | Editorial

AS FORÇAS SECRETAS QUE MOVEM O MUNDO
A paisagem joga com nossa memória. Transborda seus labirintos, a escola de asas do abismo, o estojo secreto de enigmas com que nos desafia a percorrer túneis e bosques, despenhadeiros e atalhos, minas e aguaceiros. Os truques que simulam infinidade de caminhos. A memória aturdida no centro desse ardil. De quantas maneiras, afinal, o mundo se repete em cada curva, em cada sombra surgida entre uma e outra árvore? O que lemos ontem quando passamos por ali? Ou acaso jamais aqui estivemos?
Ler parecia uma tarefa simples. Apenas reunir os sinais andarilhos da paisagem, as fontes distraídas da memória. Ao abrir-se a mão vislumbrar ali o mapa da mais sedutora de todas as quimeras. Ler o teu corpo inteiro a partir desse mínimo gesto. Ler como quem nutre o tempo de novas passagens de um estreito a outro do infinito. Sem deixar que os demais sentidos se confundam ou percam a centelha de sua entrega. Ler o imaginário requer refazer-se com ele a cada linha percorrida, a cada letra antevista em seu movimento furtivo.
A música ouve a si mesma enquanto trafega de um instrumento a outro. Manto insuspeito de peles. Pequenas estradas que se multiplicam melodia adentro. Santos que bordam ritmos, notações oníricas, fantasias do fogo. A memória masca sua delirante partitura. O que ouvimos não se repete. O insondável, no entanto, nos visita com uma intimidade de rios intensamente navegados. Fábulas do sangue dentro da noite. Os filhos que se espalham pela terra.
Há um ponto em que se irmanam as forças secretas que movem o mundo. A paisagem confunde-se com a memória em um jogo amoroso. Toda a poesia anunciada como uma hemorragia de imagens à espreita do gozo dos sentidos. Os lugares nós os identificamos, anotamos seus nomes em um mapa de vertigens: países, tradições líricas, truques renovados. Um novo continente desenha corpo e sombra do que jamais foi possível deixar de ser. Talvez o chamemos de América Hispânica apenas para melhor compreendermos seus capítulos, a artimanha de seus enredos. Porém seu nome será sempre outro. Ainda que o sangue que lhe irriga a existência seja a língua espanhola, serão distintas as virtudes colhidas, distintas as visões alcançadas a cada estação.
A terra se inflama ao descrever as contas de seus mundos percorridos, avistados, vividos, ansiados. Nada se furta a um novo domínio de sensações. Mesmo que eu passe por aqui infinitas vezes será sempre outro o lugar. Não importa que chamemos essa estalagem de Internet. O nome facilita uso e abuso das formas, inclusive o desgaste da origem. Uma fagulha de imprecisão, um desafio ao imprevisto. Que seja este o nome: Internet. Por aqui passaremos como reflexos irrepetíveis. Aqui deitaremos a semente ígnea daquele outro ponto que identificamos por América Hispânica.
Deixemos que se reconheçam nas vísceras uma da outra: paisagem e memória, que se entredevorem e se refaçam sem perder o gosto pelo abismo. Voltemos aqui uma e outra vez. Não contemos as pedras do retorno. Apenas cuidemos de não deixar de vir aqui. Também nós seremos sempre outros a cada visita. Este mundo – nosso mundo – não se esgota.
Abraxas.
LAS FUERZAS SECRETAS QUE MUEVEN EL MUNDO
El paisaje juega con nuestra memoria. Trasborda sus laberintos, la escuela de alas del abismo, el cofre secreto de enigmas con que se nos desafía a recorrer túneles y bosques, despeñaderos y atajos, minas y aguaceros. Los rieles que simulan infinidad de caminos. La memoria aturdida en el centro de esa trampa. ¿De cuántas maneras, finalmente, el mundo se repite en cada curva, en cada sombra surgida entre los árboles? ¿Qué leímos ayer cuando pasamos por allí? ¿O acaso jamás estuvimos?
Leer parecía una tarea simple. Apenas reunir los signos vagabundos del paisaje, las fuentes distraídas de la memoria. Al abrirse la mano vislumbrar allí el mapa de la más seductora de todas las quimeras. Leer tu cuerpo entero a partir de ese mínimo gesto. Leer como quien nutre el tiempo de nuevos pasajes de un estrecho a otro del infinito. Sin dejar que los demás sentidos se confundan o pierdan el brillo de su entrega. Leer el imaginario requiere rehacerse con él a cada línea recorrida, a cada letra visualizada con anterioridad en su movimiento furtivo.
La música se oye así misma mientras transita de un instrumento a otro. Manto insospechado de pieles. Pequeñas calles que se multiplican melodía adentro. Santos que bordan ritmos, ecuaciones oníricas, fantasías de fuego. La memoria masca su delirante partitura. Lo que oímos no se repite. Lo insondable, mientras tanto, nos visita con una intimidad de ríos intensamente navegados. Fábulas de sangre dentro de la noche. Los hijos que se esparcen por la tierra.
Hay un punto en que se hermanan las fuerzas secretas que mueven el mundo. El paisaje se confunde con la memoria en un juego amoroso. Toda la poesía anunciada como una hemorragia de imágenes a la espera del goce de los sentidos. Los lugares nosotros los identificamos, anotamos sus nombres en un mapa de vértigos: países, tradiciones líricas, carriles renovados. Un nuevo continente dibuja cuerpo y sombra de lo que jamás fue posible dejar de ser. Tal vez lo llamemos América Hispánica apenas comprender mejor sus capítulos, la artimaña de sus enredos. Sin embargo su nombre será siempre otro. Aunque la sangre que la alimente sea la lengua española, serán distintas las virtudes cosechadas, distintas las visiones en cada estación.
La tierra se inflama al describir las cuentas de sus mundos recorridos, avistados, vividos, ansiados. Nada se le quita a un nuevo dominio de sensaciones. Aunque pase por aquí infinitas veces será siempre otro lugar. No importa que llamemos ese hospedaje Internet. El nombre facilita uso y abuso de las formas, inclusive el desgaste del origen. Una chispa de imprecisión, un desafío al imprevisto. Que sea este el nombre: Internet. Por aquí pasaremos como reflejos irrepetibles. Aquí dejaremos la semilla ígnea de aquel otro punto que identificamos por América Hispánica.
Dejemos que se reconozcan en las vísceras la una de la otra: paisaje y memoria, que se devoren y se rehagan sin perder el gusto por el abismo. Volvamos aquí una y otra vez. No contemos las piedras del retorno. Apenas cuidemos de no dejar de venir aquí. También nosotros seremos siempre otros en cada visita. Este mundo –nuestro mundo– no se agota.
Abraxas.



ÍNDICE



Artista convidado



Janeiro de 2010
Fortaleza, Ceará | Brasil














Agulha Hispânica # 02 | Editorial

AS FORMAS SOMOS NÓS
Guillermo CenicerosAs formas se buscam no escuro, se atraem, jogam com suas essências em um bordado de ramos e veias. Confabulam suas vertigens aprendidas a pleno abismo. Cantam sempre a última canção. As formas, se não sabem ao menos intuem, intuem as preciosas, que não possuem outro corpo senão o traje único com que frequentam nossas vidas. As formas assim se sentem bem, e se empenham em ser mais nitidamente o que são. As formas falam e não nos deixam sem saber o que desejam.
É preciso localizá-las, as formas, em suas variadas maneiras de ser. Quando se risca um fósforo, toca uma pele, amordaça alguém – saem formas de toda parte. As que julgamos não nos dizerem respeito, as que esmolamos por sua atenção, as que usamos contra as demais. As cidades emergem de nosso íntimo como uma revelação. Muitas formas não necessitam plano. Os ciclos naturais com que a vida se extingue, no entanto, passam a desconfiar de sua naturalidade. O milagre também tem seus pudores, suas formas secretas.
Planejar formas tornou-se uma atividade criminal. O mito desconhece seus princípios. É de se supor que muitos não façam a menor ideia do papel que representam. Por sua vez, o homem só esquece que Deus é uma invenção sua quando necessita transferir a alguém a responsabilidade de seus atos. A ideia é exatamente esta: jogar com diversos papéis, mesclando representações, desgastando as formas.
Aos poucos as formas vão perdendo ancestralidade. Acatam ou rejeitam uma filiação de destroços. O homem converte o desastre em criação. Esta é sua obra, não importam os escombros. As formas aprendem rapidamente e sabem que o teatro da representação não dispõe de tantos lugares ou mesmo contrato para sessões infinitas. O mundo se esgota em si mesmo – máxima que se repete até apagar-se por completo.
As formas deixadas para trás o são a cada segundo. Quase todas se reagrupam, porém algumas cobram atenção pela função não cumprida. Como livrar-se delas é curiosamente uma preocupação de quem as criou. Talvez estabelecer novas regras para a representação. Talvez simplesmente esquecer tudo isto. Talvez já ninguém dê importância ao que se passa. O problema assim estaria contornado. Novas formas seriam bem vindas.
As cidades são destruídas de muitas maneiras. Por um terremoto ou uma explosão demográfica. E como muitas cidades são destruídas a cada instante, criamos uma escala de valores. O jogo é tão bem disposto que a dor de uma destruição requer para si mais atenção que a outra. Uma dor anula outra. As dores não são formas aliadas. O homem aceita a múltipla falência de órgãos, porém rejeita conciliar céu e inferno em sua barbárie irrevogável.
Os desastres possuem características próprias. O sofrimento humano é quem as define. A insistência na permanência de um governo autoritário. A sagacidade de um governo democrático em perpetuar-se em substituição de um mandatário. A distração que nos leva a crer na irrisória importância de tal crédito. As formas sem saber ao certo as regras do jogo.
As formas somos nós. O homem somos nós. Nada a Deus pertence.

Abraxas
LAS FORMAS SOMOS NOSOTROS
Guillermo CenicerosLas formas se buscan en lo oscuro, se atraen, juegan con sus esencias en un bordado de ramificaciones y venas. Confabulan sus vértigos aprendidos en pleno abismo. Cantan siempre la última canción. Las formas, si no saben al menos intuyen, intuyen las que son preciosas, que no poseen otro cuerpo sino el traje único con que frecuentan nuestras vidas. Las formas así se sienten bien, y se empeñan en ser más nitidamente lo que son. Las formas hablan y no nos dejan sin saber lo que desean.
Es preciso localizar las formas, en sus variadas maneras de ser. Cuando se enciende un fósforo, toca una piel, amordaza a alguien –salen formas de todas partes. Las que juzgamos no expresaron respeto, las que le pedimos su atención, las que usamos contra las demás. Las ciudades emergen de nuestro interior como una revelación. Muchas formas no necesitan plan. Los ciclos naturales con que la vida se extingue, mientras tanto, pasan a desconfiar de su naturalidad. El milagro también tiene sus pudores, sus formas secretas.
Planear formas se tornó una actividad criminal. El mito desconoce sus principios. Es de suponerse que muchos no tengan idea del papel que representan. A su vez el hombre sólo recuerda que Dios es una invención suya cuando necesita transferir a alguien la responsabilidad de sus actos. La idea es exactamente esta: jugar con diversos papeles, mezclando representaciones, desgastando las formas.
Poco a poco las formas van perdiendo ancestralidad. Acatan o rechazan una filiación de destrozos. El hombre convierte el desastre en creación. Esta es su obra, no importan los escombros. Las formas aprenden rapidamente y saben que el teatro de la representación no dispone de tantos lugares o también contrato para sesiones infinitas. El mundo se agota en sí mismo – máxima que se repite hasta borrarse por completo.
Las formas dejadas atrás lo son cada segundo. Casi todas se reagrupan, sin embargo algunas cobran atención por la función no cumplida. Cómo librarse de ellas es curiosamente una preocupación de quien las creó. Tal vez establecer nuevas reglas para la representación. Tal vez simplemente olvidarse de todo esto. Tal vez ya nadie de importancia a lo que pasa. El problema estaría esquivado. Nuevas formas serían bienvenidas.
Las ciudades son destruidas de muchas maneras. Por un terremoto o una explosión demográfica. Y como muchas ciudades son destruidas a cada instante, creamos una escala de valores. El juego es tan bueno que el dolor de una destrucción requiere para sí más atención que la otra. Un dolor anula a otro. Los dolores no son formas aliadas. El hombre acepta la múltiple falencia de órganos, sin embargo rechaza conciliar cielo e infierno en su barbarie irrevocable.
Los desastres poseen características propias. El sufrimiento humano es quien las define. La insistencia en la permanencia de un gobierno autoritario. La sagacidad de un gobierno democrático en perpetuarse en substitución de un mandatario. La distracción que nos lleva a creer en la irrisoria importancia de tal crédito. Las formas sin saber realmente las reglas del juego.
Las formas somos nosotros. El hombre somos nosotros. Nada pertenece a Dios.

Abraxas

[traducción: Gladys Mendía]



ÍNDICE

01. Álvaro Mutis: a errância | Betty Milan | entrevista
02. Antonin Artaud, María Izquierdo y el pensamiento primitivo | Laurine Rousselet | ensaio
03. Carlos Contramaestre, El Techo de la Ballena y un homenaje a la poesía | Edmundo Aray | ensaio
04. Crónicas desde México | Lilymeth Mena | Crônica
05. El asombro ha reemplazado la cordura: encuentro fortuito con el filósofo Fantasmas |Armando Romero | ensaio
06. Hacer poemas para revelar poesía: acercamiento a la poética de Arturo Gutiérrez Plaza | Manuel Iris | ensaio
07. Intertextualizando a César Vallejo desde Brasil... Sobre las vanguardias del Siglo XX | Antonio Miranda | ensaio
08. Madeline Millán y un bus en uno de los corazones infinitos de Andalucía | Floriano Martins | entrevista
09. Pensando en José Lezama Lima | Carlos M. Luis | ensaio
10. Vicente Rodríguez Nietzsche o el lenguaje de la pasión, en Que canten en verdad lo que te quiero | David Cortés Cabán | ensaio

Artista convidado
Guillermo Ceniceros (México) | La fuerza del asombro en Guillermo Ceniceros | José Ángel Leyva | ensaio




Março de 2010
Fortaleza, Ceará | Brasil



Agulha Hispânica # 03 | Editorial

OUÇAM OS NOSSOS NOMES
Juan BustillosÉ possível que muitos nomes tenham se perdido porque não havia como atender quando foram evocados. Muitos até agora talvez desconheçam onde se encontram. A maneira com que suas vozes se contorcem dói no íntimo da noite. Ali buscamos um outro nome para cada coisa perdida. A dor realimenta suas preces, porém nada evita que sejam tratados com intolerável distância. Sempre esquecemos que é justamente onde os fatos se repetem que preservamos nossa essência. Como as vozes dentro de cada nome perdido, o sofrimento que elas levam consigo e se repete como uma linguagem que desaba incansavelmente.
Tudo aquilo que soletramos com todo o espírito, enquanto o presente por vezes apenas se desgasta em nossas mãos, tudo isto a que chamamos criação, não contraria essa idéia. Como se estivéssemos sempre reeducando velhas imagens, para que não deixem nunca de ser o que são. Corpos desnudos sobre a pedra quente. Formas pintadas que vão perdendo seus ângulos. Quantas vezes a aparência joga conosco para que creiamos no princípio aleatório que nos legitima! Tudo o que vemos se deforma, em nome do desejo ou da memória.
Ouçam os nossos nomes. As pedras com que vamos clareando a noite. As expressões que caminham para o tumulto de seus propósitos. O verbo se desmembrando em novas obsessões. Por onde passamos muitas coisas mais e mais se parecem com nossas sombras. Contudo, não há absurdo maior do que a semelhança. Há que descrever o abismo antes que se desfaça de suas partes mais fecundas. Pintar-lhe o retrato incansavelmente para que não se sinta sozinho. Evitar ao instinto a sensação de abandono.
Repetir os elementos para que se movam e não apodreçam. Para que não esqueçam os nomes perdidos ou suas pernas ou suas línguas. Para que os rostos apagados não sejam motivos de recuo. Não há outra maneira de entrar em casa e ali existir. Assim é que saímos por toda a parte a preparar a refeição de outros duplos e sombras que se reúnem em volta da mesma pedra. Assim revisamos intimamente os capítulos que devem ser reescritos, as vinhetas inúmeras que não devem cessar seu testemunho.
Assim o livro não se esgota nem o abismo chega ao fim.

Abraxas
OIGAN NUESTROS NOMBRES
Juan BustillosEs posible que muchos nombres se hayan perdido porque no había como atenderlos cuando fueron evocados. Muchos hasta ahora tal vez desconozcan donde se encuentran. La manera con que sus voces se contorsionan duele en lo íntimo de la noche. Allí buscamos otro nombre para cada cosa perdida. El dolor realimenta sus súplicas, sin embargo nada evita que sean tratados con intolerable distancia. Siempre olvidamos que es justamente donde los hechos se repiten que preservamos nuestra esencia. Como las voces dentro de cada nombre perdido, el sufrimiento que ellas llevan consigo y se repite como un lenguaje que se desmorona incansablemente.
Todo aquello que deletreamos con todo el espíritu, mientras lo presente a veces apenas se desgasta en nuestras manos, todo esto que llamamos creación, no contradice esa idea. Como si estuviésemos siempre reeducando viejas imágenes, para que no dejen nunca de ser lo que son. Cuerpos desnudos sobre la piedra caliente. Formas pintadas que van perdiendo sus ángulos. Cuántas veces la apariencia juega con nosotros para que creamos en el principio aleatorio que nos legitima! Todo lo que vemos se deforma, en nombre del deseo o de la memoria.
Oigan nuestros nombres. Las piedras con que vamos clareando la noche. Las expresiones que caminan hacia el tumulto de sus propósitos. El verbo desmembrándose en nuevas obsesiones. Por donde pasamos muchas cosas más y más son parecidas a nuestras sombras. Con todo, no hay absurdo mayor que la semejanza. Hay que describir el abismo antes que se deshaga de sus partes más fecundas. Pintarle el retrato incansablemente para que no se sienta solo. Evitar al instinto la sensación de abandono.
Repetir los elementos para que se muevan y no se pudran. Para que no olviden los nombres perdidos o sus piernas o sus lenguas. Para que los rostros apagados no sean motivo de retroceso. No hay otra manera de entrar en casa y allí existir. Así es que salimos por todas partes a preparar el alimento de otros dobles y sombras que se reúnen en torno de la misma piedra. Así revisamos íntimamente los capítulos que deben ser reescritos, las innumerables viñetas que no deben cesar su testimonio.
Así el libro no se agota ni el abismo llega al fin.

Abraxas

[traducción: Gladys Mendía]


ÍNDICE

01. Alicia Dujovne Ortiz: Maradona e Eva Perón [duas entrevistas]. Betty Milan
02. El ángel plácido de Manuel Mora Serrano: una valoración de lo popular dominicano. Roberto Fernández Valledor | [seguido de] El Cofresì de Roberto Fernández Valledor y mi Cofresì en Samaná. Manuel Mora Serrano
03. El Nadaísmo, así pasen cincuenta años. Armando Romero
04. El ocaso de otros dioses. Juan Rearte y los últimos 55 minutos de la mañana. Martín Palacio Gamboa
05. El poema o extraño territorio dialéctico del ser. Ana Franco Ortuño
06. Enrique Molina: Poesía, amor y libertad [entrevista]. Lía Rosa Gálvez
07. Franz Tamayo, el insigne poeta boliviano. Víctor Montoya
08. José Ángel Leyva e a herança dos possíveis. Joana Ruas
09. Juan Gelman: “La poesía es un árbol sin hojas que da sombra” [entrevista]. Margarito Cuellar
10. O olhar de Jorge Gaitán Durán: aproximação ao interior de Bolero de G e outros textos inéditos. Nelson González Leal

Artista convidadoJuan Bustillos o el veredicto del fuego. Javier Méndez-Vedia



Maio de 2010
Fortaleza, Ceará | Brasil

sexta-feira, 27 de março de 2015

Agulha Hispânica # 04 | Editorial

EM VOLTA DA MESMA PEDRA
Sila ChantoÉ possível que muitos nomes tenham se perdido porque não havia como atender quando foram evocados. Muitos até agora talvez desconheçam onde se encontram. A maneira com que suas vozes se contorcem dói no íntimo da noite. Ali buscamos um outro nome para cada coisa perdida. A dor realimenta suas preces, porém nada evita que sejam tratados com intolerável distância. Sempre esquecemos que é justamente onde os fatos se repetem que preservamos nossa essência. Como as vozes dentro de cada nome perdido, o sofrimento que elas levam consigo e se repete como uma linguagem que desaba incansavelmente.
Tudo aquilo que soletramos com todo o espírito, enquanto o presente por vezes apenas se desgasta em nossas mãos, tudo isto a que chamamos criação, não contraria essa ideia. Como se estivéssemos sempre reeducando velhas imagens, para que não deixem nunca de ser o que são. Corpos desnudos sobre a pedra quente. Formas pintadas que vão perdendo seus ângulos. Quantas vezes a aparência joga conosco para que creiamos no princípio aleatório que nos legitima! Tudo o que vemos se deforma, em nome do desejo ou da memória.
Ouçam os nossos nomes. As pedras com que vamos clareando a noite. As expressões que caminham para o tumulto de seus propósitos. O verbo se desmembrando em novas obsessões. Por onde passamos muitas coisas mais e mais se parecem com nossas sombras. Contudo, não há absurdo maior do que a semelhança. Há que descrever o abismo antes que se desfaça de suas partes mais fecundas. Pintar-lhe o retrato incansavelmente para que não se sinta sozinho. Evitar ao instinto a sensação de abandono.
Repetir os elementos para que se movam e não apodreçam. Para que não esqueçam os nomes perdidos ou suas pernas ou suas línguas. Para que os rostos apagados não sejam motivos de recuo. Não há outra maneira de entrar em casa e ali existir. Assim é que saímos por toda a parte a preparar a refeição de outros duplos e sombras que se reúnem em volta da mesma pedra. Assim revisamos intimamente os capítulos que devem ser reescritos, as vinhetas inúmeras que não devem cessar seu testemunho.
Assim o livro não se esgota nem o abismo chega ao fim.

Abraxas
EN TORNO DE LA MISMA PIEDRA
Sila ChantoEs posible que muchos nombres se hayan perdido porque no había como atenderlos cuando fueron evocados. Muchos hasta ahora tal vez desconozcan donde se encuentran. La manera con que sus voces se contorsionan duele en lo íntimo de la noche. Allí buscamos otro nombre para cada cosa perdida. El dolor realimenta sus súplicas, sin embargo nada evita que sean tratados con intolerable distancia. Siempre olvidamos que es justamente donde los hechos se repiten que preservamos nuestra esencia. Como las voces dentro de cada nombre perdido, el sufrimiento que ellas llevan consigo y se repite como un lenguaje que se desmorona incansablemente.
Todo aquello que deletreamos con todo el espíritu, mientras lo presente a veces apenas se desgasta en nuestras manos, todo esto que llamamos creación, no contradice esa idea. Como si estuviésemos siempre reeducando viejas imágenes, para que no dejen nunca de ser lo que son. Cuerpos desnudos sobre la piedra caliente. Formas pintadas que van perdiendo sus ángulos. Cuántas veces la apariencia juega con nosotros para que creamos en el principio aleatorio que nos legitima! Todo lo que vemos se deforma, en nombre del deseo o de la memoria.
Oigan nuestros nombres. Las piedras con que vamos clareando la noche. Las expresiones que caminan hacia el tumulto de sus propósitos. El verbo desmembrándose en nuevas obsesiones. Por donde pasamos muchas cosas más y más son parecidas a nuestras sombras. Con todo, no hay absurdo mayor que la semejanza. Hay que describir el abismo antes que se deshaga de sus partes más fecundas. Pintarle el retrato incansablemente para que no se sienta solo. Evitar al instinto la sensación de abandono.
Repetir los elementos para que se muevan y no se pudran. Para que no olviden los nombres perdidos o sus piernas o sus lenguas. Para que los rostros apagados no sean motivo de retroceso. No hay otra manera de entrar en casa y allí existir. Así es que salimos por todas partes a preparar el alimento de otros dobles y sombras que se reúnen en torno de la misma piedra. Así revisamos íntimamente los capítulos que deben ser reescritos, las innumerables viñetas que no deben cesar su testimonio.
Así el libro no se agota ni el abismo llega al fin.

Abraxas

[traducción: Gladys Mendía]


ÍNDICE

01. 25 años de Blanco Móvil | Eduardo Mosches & José Ángel Leyva
02. Blanca Elena Paz y sus recuerdos de amor y de muerte | Willy O. Muñoz
03. El ars ethica de Rafael Cadenas | Ana Nuño
04. Humberto Mata: la Biblioteca Ayacucho constituye el libro de la unión | María Ramírez Delgado
05. Julio Cortázar y Latinoamérica: "debemos luchar contra el chovinismo" | Viviana Marcela Iriart
06. La imagen del pez en la poesía de René Rodríguez Soriano | David Cortés Cabán
07. Leer o releer La hoja roja de Miguel Delibes | Ricardo Llopesa
08. Matices en la imagen electrónica | Hernán Ortega Parada
09. Naciendo todos los días: diálogo con Floriano Martins | Manuel Iris
10. Sandra Mihanovich: la leyenda | Viviana Marcela Iriart

Artista convidada
Sila Chanto y su vigilia de múltiples espejos | Alfonso Peña




Julho de 2010
Fortaleza, Ceará | Brasil

Agulha Hispânica # 05 | Editorial

BREVES ANOTACIONES SOBRE LIBROS Y LIBROS [1]

Ramón OviedoEn general, el espacio de discusión sobre el mercado del libro debe agrupar categorías como pequeño y gran mercado, así como mercado local, nacional e internacional. Una vez observado como mercadería, el libro se iguala a cualquier otro objeto de consumo. Por lo tanto, entre otras cosas, desaparece la lógica que enlaza autor y lector, y asume el comando de las acciones otra lógica que rige las relaciones entre productor y consumidor. El autor del libro pasa a importar únicamente por el resultado de las ventas o su perspectiva más inmediata. Este mercado, igual que cualquier otro, tiene sus propias leyes, y la cultura, entendida como un principio de contenidos que expresan la grandeza de un pueblo, no tiene poder de voto en sus estadísticas, no influye en las directrices comerciales. Evidentemente que muchos aspectos pueden ser manifestados de manera distinta al tratamiento que se tiene de la mercadería en otros mercados. Pero nada define mejor una mesa de reuniones que la estimación de ventas y la eficacia de sus mecanismos. Y como en todo mercado, una de las estrategias de gran eficiencia es la homogeneización del producto.
No se dice aquí nada de nuevo, pero es bueno recordarlo, porque en general los escritores, sobre todo los escritores que no venden o simplemente no consiguen editoriales para sus libros, reclaman acerca de la voracidad mercantil de los editores. Estos escritores, en el caso de que pasaran a ser editores, seguramente actuarían de la misma manera que hoy condenan. Otros dos aspectos curiosos se ven en las categorías que antes mencioné. En primer lugar, hay un abismo casi infranqueable entre el pequeño y el gran mercado del libro. Por una serie de factores, que abarcan temas como impuestos, marketing, distribución, pequeñas editoriales están como condenadas a mantener esta situación, cuando mucho llegando a la categoría intermediaria. Por otro lado, la internacionalización del mercado del libro no actúa en favor de su correspondiente local. Ejemplo de esto es que las grandes editoriales internacionales –basta pensar hoy en el caso de la invasión española al mercado latinoamericano– no acostumbran a internacionalizar su catálogo, limitando a la plaza local a los autores editados por ellas en cada país. Así es que un autor brasileño editado en el Brasil por Planeta o un argentino editado en la Argentina por Alfaguara raramente alcanza una distribución internacional de su libro. Los libros verdaderamente internacionalizados lo son obedeciendo a otra lógica; una lógica en la que, cada vez más, prima la homogeneización. Como cierta vez afirmó un editor brasileño, el futuro (hoy ya un presente avasallador) del mercado del libro no contempla la edición del libro de calidad. ¿Pero qué viene a ser un libro de calidad?
En primer lugar, el término tiene que ser entendido como un principio. No se trata de decir que actualmente en las librerías no hay libros de calidad. Tampoco se puede pensar que todos aquellos autores que no encuentran lugar en el mercado son víctimas de una circunstancia impiadosa. Y no hay que olvidar, por último, que estamos hablando aquí de literatura; es decir, que no corresponde discutir otras ofertas del mercado, tales como libros didácticos o religiosos. El libro de calidad atiende a un principio de sensibilidad estética, que evalúa sus características literarias, aunque ello exija un poco más de inversión durante su aclimatación al mercado. Evidentemente, esto huye de la zona de interés de cualquier mercado, donde impera la estrategia de reducción de costos con el fin de obtener mayor rendimiento. Todo lo que contradiga tal lógica es inaceptable. Así que el autor de calidad, por principio, no tendrá jamás una oportunidad. Otro aspecto que el gran mercado descarta por completo es la perspectiva de niveles de venta distintos de acuerdo con la naturaleza de la oferta. Podemos pensar rápidamente aquí, en términos de géneros literarios, que la poesía venderá siempre menos que la novela, y ésta más que el teatro, lo que no significa decir que sean irrisorias las estadísticas de venta de poesía y obras de teatro. Lo que pasa es que ya se estableció un círculo vicioso, de prejuicios e incompetencia empresarial – en este caso por parte de pequeños editores que no hacen más que soñar con el día en que serán grandes editores, y entre tanto adoptan, estúpidamente, la misma lógica del gran mercado. Los pequeños editores podrían ser los que se distingan por la edición del libro de calidad, invirtiendo en difusión, buscando sociedad institucional (incluyendo radio y televisión), e inclusive desarrollando proyectos internacionales a mitad de costo. Pero infelizmente son raros los que actúan en esta dirección. Y el gran mercado agradece que su competencia sea tan insignificante.
Agréguese a todo esto otro factor: el comportamiento del autor frente a los aspectos aquí anotados. Sigo hablando en términos de principio, lo que significa decir que las excepciones no se ausentan de mi perspectiva. Al contrario, hacen lo que siempre hicieron: confirman la regla. En general los escritores están perdidos, buscando a toda costa agradar a este mercado que lo exprime de todas las maneras. Conozco buenos poetas que dejaron de lado su poesía y pasaron a escribir una narrativa inconsecuente, casi siempre mediocre, con la expectativa de encontrar así editorial. Y no olvidemos, además, al montar este cubo mágico de las relaciones entre componentes del mercado editorial, la presencia de los media, que astutamente saben erradicar lo que antes conocíamos como crítica literaria, dejando el libro a merced de breves comentarios que en muchos casos no pasan de un lenguaje de release. Evidentemente, trato de dibujar este cuadro, no para desestimular la discusión, sino como un alerta de que tendrá que ser otra la estrategia de enfrentamiento del tema. Antes de avanzar en algunos aspectos que considero pertinentes, quiero citar aquí una conferencia de un editor brasileño, pronunciada en 2007, pero que permanece actual:

Quiero hacer libros. Estoy dispuesto hasta a sufrir algún perjuicio, pero necesito estar en el mercado. ¿Y qué es lo que yo, tan chiquitito, hago para llegar hasta una persona importante de una gran red? Primero, el tipo me va a tener cuatro horas sentado, esperando. Después me va a mirar, les va a echar un vistazo a mis libros y a decir: “Quiero este”. “Ah, ¿por qué usted quiere ese?” Y él: “Porque me gustó la tapa” Le pregunto si no quiere oír algo sobre ese libro. “No.” Él no tiene tiempo para escucharme. Eso es decepcionante, me frustra mucho. No acompaño más a mi gerente a la hora de vender un libro. Porque mi gerente me decía: “Vamos juntos, para que tú hables del libro, tú hablas mejor que yo”. Es un desastre. Porque yo hablo mejor que él, sí, pero el tipo que está del otro lado no me quiere escuchar. Él no tiene tiempo. […] Entonces usted tiene que tener una tapa vendedora. Y una solapa vendedora, con pocas palabras –porque él tampoco tiene tiempo para leer la solapa. Y tiene que tener una contratapa que diga: “¡Pa, qué libro!”. Y no puede tener sólo un título: tiene que tener título y subtítulo.
[…]
Otra cosa: reunión de consejo de una gran editorial. Usted está allí, entusiasmado con un libro: “Tiene una alta calidad literaria”. Oh, ¿alta calidad literaria? El director financiero, con la calculadora en la mano, dice: “Bueno, bueno, ¿y anduvo bien afuera? Entró en la lista del New York Times?” No, ¿y eso qué tiene que ver? La biografía de Darwin que yo edité nunca entró en listas de afuera y vendió 50 mil ejemplares en el Brasil. La niña que robaba libros [2] es un fenómeno brasileño. El monje y el ejecutivo [3] sólo vende en el Brasil. Su autor, en los Estados Unidos, es un payaso. Nadie lo toma en serio. En Brasil, es fantástico. Él debe pensar: “Chico, esos brasileños son formidables”. Porque allá, en los Estados Unidos, él no es nadie. Da conferencias por dos mil dólares. Pero le pagan 150 mil para que venga acá. Brasil es realmente un país fantástico. [4]

Ramón OviedoNótese que en 2007 todavía no habíamos entrado con esa voracidad hoy existente en la relación entre cine y novela, en rigor una eficiente sociedad comercial que ha sido responsable de esa homogeneización tanto de la literatura como del cine. De cualquier manera, vale aquí observar que la exposición que cité no es de un autor sino de un editor. O sea, dentro del propio mercado es posible encontrar una lectura correcta de sus fallas, justamente hecha por alguien que se siente indignado ante la degradación intelectual, el empobrecimiento de la literatura y la profunda falta de respeto por el lector. Por lo tanto, si estamos interesados en discutir sobre el libro de calidad en América del Sur o abordar el nivel de integración cultural entre nuestros países a partir de la literatura, tendrá necesariamente que ser otro el ángulo de observación.
Como bien sabemos no hay sistematización en aquello que se podría llamar integración cultural en América Latina. Las pocas acciones registradas en este sentido son casuales y raramente encuentran apoyo o son frutos de alguna iniciativa del medio institucional. Recuerdo que todavía en los años 80, cuando yo empezaba a preparar las entrevistas que compondrían el libro Escritura Conquistada, en la correspondencia que mantuve con varios poetas de toda la América Hispana, siempre que tocábamos en este hiato existente entre nosotros, había una observación que se repetía: la inacción de las misiones diplomáticas de nuestros países en el sentido de propiciar un intercambio de bienes culturales. Poetas como Javier Sologuren, Juan Liscano, Fernando Charry Lara, tenían siempre la misma crítica en relación al abismo cultural que se verificaba entre Perú, Venezuela, Colombia y Brasil. Lo mismo acontecía en relación con los demás países. Alguien posiblemente debe apuntar una excepción, la de Hilda Scarabótolo de Codina y las ediciones tan bien cuidadas, de autores brasileños, publicados en Lima a través del Centro de Estudios Brasileiros. Otro ejemplo, absolutamente aislado, hasta por su gigantismo y amplio radio de acción, es el de la Fundación Biblioteca Ayacucho, en Venezuela. ¿Algo más? Vamos al mercado privado. ¿Hay algún caso de colecciones específicas de literatura argentina, literatura chilena, literatura paraguaya? Autores nuestros son publicados en nuestros países sólo esporádicamente. Casi siempre como reflejo de un prestigio internacional alcanzado por sus obras. Trágicamente, concluimos que no estamos interesados en nosotros mismos. Ahora, inmenso y sin fondo es el mapa de las oportunidades perdidas. Uno de esos casos curiosos es el de la revista Poesia Sempre, de la Fundación Biblioteca Nacional, en Brasil. Publicación de lujo, esta revista circula semestralmente hace 17 años, siempre dirigida por destacados poetas brasileños. Y su característica editorial es dedicar cada número a un país. No obstante, en sus más de 30 números publicados hasta ahora, sólo dos tradiciones líricas latinoamericanas fueron contempladas: México y Perú. En la edición dedicada al Perú, el entonces editor Marco Lucchesi observa, en sus palabras iniciales:

Algunos puentes desafían la distancia Brasil-Perú, como las ediciones de Ciro Alegría, Scorza, Llosa, Mariátegui, además de la antología El río hablador, de Everardo Norões, marca reciente en ese diálogo que se mantiene vivo, y hace muchos años, gracias también a la inspiración de Floriano Martins, con su pasaporte poético latino, que no teme aduanas de carácter ideológico. A él cupo la tarea de preparar una selección de la poesía contemporánea del Perú. La elección demuestra al mismo tiempo la maestría del recorte y la finura de la traducción. Empezando por el diálogo provocador entre Carlos Germán Belli, Hildebrando Pérez Grande, Pedro Granados y Rossella di Paolo, que prepara al lector para la antología. [5]

En el diálogo al que se refiere Marco Lucchesi, traté de indagar acerca de la ausencia de un estrechamiento de relaciones entre las literaturas brasileña y peruana, ocasión en que Carlos Germán Belli mencionó “una efímera aproximación, como fue el programa editorial que, gracias a los esfuerzos de la escritora Vera Pedrosa, agregada cultural brasileña en los años 1970, y de la escritora Hilda Scarabótolo de Codina, residente en Lima y funcionaria de la embajada brasileña, fue llevado a cabo con gran brillo y rigor académico hasta superar una centena de títulos.” Belli observa también que “en la mayor parte de los casos eran muestras antológicas de poetas brasileños de todos los tiempos, traducidos por autores peruanos”. [6] Todo un proyecto de enorme e indiscutible excelencia, pero aislado en el tiempo. Lo que persiste es el descuido ante lo que debería ser una preocupación permanente de conocimiento mutuo y correspondencia entre esas literaturas. Quiero aquí reproducir las palabras con que Hildebrando Pérez Grande finaliza su participación en este mismo diálogo. Dice él:

Pienso que debemos estimular los encuentros, los estudios, las traducciones. Hay que fomentar una política editorial que nos permita difundir de manera masiva nuestras mejores obras y profundizar el conocimiento de nosotros mismos. Académicamente, puedo decir que en la Universidad Nacional Mayor de San Marcos son dictados, pues están en nuestro plan de estudios, dos cursos de literatura brasileña durante cada año académico. Los jóvenes estudiantes de nuestra universidad conocen tanto la poesía como la narrativa brasileña. Y en los Talleres Literarios de San Marcos y en la Ruiz de Montoya, nuestros jóvenes creadores se familiarizan con la mejor porción de la literatura brasileña. Hay que estimular la lectura y la traducción y la difusión de nuestras literaturas en cada uno de nuestros países. [7]

En 2007, estuve al frente de un proyecto-piloto que titulamos “I Encuentro de Agentes Culturales – América Hispana”, promovido por la Secretaría de Cultura del Estado de Ceará. La idea era crear un foro de discusión sobre la estructura y el contenido de la próxima edición de la Bienal Internacional del Libro de Ceará, evento cuya curaduría estaría a mi cargo. Durante una semana, en Fortaleza, nos reunimos en un teatro con representantes elegidos por nosotros de países como Colombia, Perú, México, Venezuela, Chile y República Dominicana. Un segundo encuentro tuvo lugar, ya en 2008, dentro del propio espacio de la Bienal. El tema central de nuestras conversaciones giró en torno del comportamiento de las ferias internacionales de libros, en nuestros países, en lo tocante al libro y al escritor. Las exposiciones apuntaban todas a una misma dirección. La invitada colombiana, Amparo Osorio, directora de la Editorial Común Presencia, observó que:

Ramón Oviedo“Es lamentable que las ferias del libro no estén orientadas a una difusión de la literatura propiamente dicha. Son empresas con interés económico, lo cual las torna excluyentes de valiosas literaturas y cómplices económicas de las grandes editoriales actualmente dedicadas a la publicación de obras banales”. […] “Esto nos lleva a pensar en la urgencia de adelantar negociaciones entre escritores, editores y ferias a fin de pactar una cuota importante de lectura y formación, que precisamente distinga a esa cultura del espectáculo en que se convirtieron estos eventos.” [8]

A partir de este foro, ampliando la red de representantes en todos los países hispanoamericanos, como así también incluyendo a España y los países de lengua portuguesa en todo el mundo, en 2008 fue montada, en Ceará, nordeste del Brasil, una primera feria del libro que buscaba equilibrar las fuerzas hasta aquí mencionadas, sin descuidar el área comercial, pero sin perjudicar la exposición de libros de calidad. También se proponía objetivar un espacio más amplio de reflexión en torno a la literatura y sus mecanismos, no convirtiendo el ambiente de la feria en un mero escenario de espectáculos. El propio anuncio de la Bienal ya dejaba bien clara su pauta de nuevas propuestas:

El tema de la 8ª Bienal Internacional del Libro de Ceará es “La aventura cultural del mestizaje”, el cual abarca dos comunidades lingüísticas: la portuguesa y la española, con sus manifestaciones artísticas y culturales, totalizando 30 países situados en cuatro continentes: África, América, Asia y Europa. Tal abarcamiento desplaza el foco habitual de las programaciones literarias de otros eventos similares, concentrándose aquí en mostrar la multiplicidad de culturas y la condición mestiza de sus raíces. […] Motivada por el tema central, la programación de la 8ª Bienal Internacional del Libro de Ceará estará comprometida con la integración de las culturas abarcadas, reconociendo sus hábitos, costumbres y literatura, y con la democratización y la movilización del acceso universal al libro, a la lectura y a la producción literaria. Se realizarán actividades basadas en la promoción y generación de conocimientos destinados al público. […] Las sesiones literarias incluyen conferencias, debates, lecturas de poemas, encuentros especiales, lanzamientos de libros. Esta agenda fue configurada, a su vez, a partir del tema central. Los debates contemplarán asuntos como producción y circulación de revistas y suplementos literarios, casas de cultura, política cultural de los centros de estudios brasileños en América Hispana, movimientos contraculturales, circuito editorial universitario, encuentros internacionales de escritores, entre otros. Las conferencias tratarán aspectos ligados a los fundamentos del mestizaje, periodismo cultural y obras literarias, considerando particularidades regionales y continentales de los países involucrados. […]Habrá además una integración entre segmentos de la creación artística, producción cultural y medios de comunicación, desarrollándose en una serie de salas permanentes que, en el correr de 10 días de realización de la 8ª Bienal Internacional del Libro de Ceará, permitirá la convivencia entre público, escritores, artistas y productores culturales. […] Otro rasgo diferenciador es la creación de un espacio titulado “Isla de los Continentes”, cuya área de 234m² se destina a recibir editoriales extranjeras que, en general, no disponen de condiciones para participar de eventos internacionales. 

El periodista Lira Neto – hoy un destacado nombre en el ambiente cultural del Brasil, gracias a las biografías que escribió de personajes fundamentales de nuestra cultura – tuvo a su cargo la entrevista que funcionaría como carta de principios de la Bienal. Conversamos abiertamente sobre las nuevas propuestas y sobre lo que yo consideraba una serie de desgastes en el formato de las ferias del libro en el país. En cierto momento, Lira Neto preguntó acerca del agotamiento de las sesiones literarias, oportunidad en que hice la siguiente aclaración:

Creo que hay un desequilibrio entre las razones culturales y las de mercado que actúan en eventos de esta naturaleza. Mayor acento en el área de mercado redunda en demasiada dependencia de sus cotizaciones y propagandas en los media. Estos aspectos pueden, en general, asumir una connotación negativa en un ambiente cultural fragilizado como el que tenemos hoy en Brasil. Puedo ser acusado de eufemismo, pero intento aquí sólo evitar caer en su revés, el sentido catastrófico derrotista. El hecho es que es preciso evitar simplificaciones y reiteraciones temáticas en el formato de las sesiones literarias, inclusive calificando al mediador de las mesas de manera que no permita que las explicaciones de los invitados caigan en el vacío, y que, en cambio, logre que los encuentros produzcan tanto un enriquecimiento crítico en el público como perspectivas de asociación entre las partes implicadas. Puedo dar aquí dos ejemplos, referentes a mesas de debate: una de ellas reúne directores de los más actuantes Centros de Estudios Brasileños existentes en América Hispana, lo que nos permitirá una evaluación del comportamiento de Itamaraty y su política cultural en lo atinente a la integración continental; otra mesa, con doble jornada, reúne algunas de las principales editoriales universitarias del país, ocasión en que abordará aspectos como planeamiento editorial y distribución. Las propias sesiones de lectura de poemas serán más abarcadoras, permitiendo a los poetas comentar sobre su poesía y responder preguntas del mediador y del público. En fin, se trata de dar más sustancia al evento. [9]

Estadísticas de presencia de público y acompañamiento de registro de prensa atestiguan en favor de un éxito en la realización de esta Bienal, aunque algunas de las propuestas de cambio no hayan obtenido el resultado deseado. Hoy me parece que es natural que así haya ocurrido, considerando la alta apuesta de revitalización del modelo en curso. Sin embargo, observo con curiosidad que ciertos vicios son más persistentes que otros. En este caso la gran contrariedad, sobre todo por parte de la prensa – lo que vuelve el aspecto aún más curioso – era la de que estábamos haciendo una Bienal sin nombres conocidos. Ahí se cuestiona la función del Estado al promover un evento de esta naturaleza, que no debe ser la de acomodarse al terreno establecido sino tratar de innovar en ofertas de calidad. Se evidencia también la preocupación única de la prensa por la transmisión fácil de material ya ampliamente identificado por su cliente, el público consumidor de los media. No hay cómo salir del inmovilismo cultural de esta manera. Muy por el contrario, actuando así la tendencia será – y ya vemos esto de forma que asusta– volverse cada vez más rehén de ese mecanismo, haciendo concesiones en el sentido de una homogeneización y consecuente empobrecimiento de los bienes culturales. Según la idea de la curaduría de la Bienal, el Gobierno del Estado debería avanzar en otras actividades, sobre todo en el intervalo existente entre esos eventos, sea a través de la realización de pequeños eventos o de la creación de un sello editorial. En 2009 se tuvo la oportunidad de llevar a Fortaleza parte sustanciosa del directorio de la Fundación Casa de las Américas, en ocasión de los 50 años de existencia de la misma. También se creó una colección de libros, en la cual se editaron libros del nicaragüense Pablo Antonio Cuadra, del argentino Juan Gelman y una antología de poesía mexicana – lo que apuntaba a una gran novedad: la de que el Estado podría crear una política cultural de aproximación concreta con la América Hispana. Una nueva Bienal fue proyectada para 2010 y una vez más fui invitado para ser su curador. Sin embargo, durante su preparación se repetía con insistencia, ahora ya internamente, en el propio ambiente institucional, que la Bienal debería promover aquellos nombres más destacados en los medios, volviendo a prevalecer una política de espectáculo. Lamentando que no fuese posible dar continuidad al proyecto original, consideré adecuado apartarme de la curaduría.
Ramón OviedoTrato de persistir de otras maneras en esta obsesión por un diálogo abierto entre nuestras culturas. Vale aquí mencionar que históricamente la gran vanguardia en este sentido de integración siempre estuvo en las manos de los directores de revistas, sobre todo aquellas no institucionales. En general poetas, los mismos que también se encuentran al frente en la coordinación de los festivales internacionales de poesía que hoy son parte de la agenda cultural de varios países, excepto Brasil, donde se prefirió el modelo que se llama Fiesta Literaria, en rigor un escenario más de espectáculos realizados en función del mercado del libro. Esta extraña relación entre libro y autor en el Brasil tiene una singularidad impresionante. En mi país el lanzamiento de libros es un evento únicamente comercial, del cual el autor participa solamente para autografiar los libros vendidos. Esta prioridad comercial asume tal proporción que el espacio común para el lanzamiento de un libro, que sería una librería, puede ser sustituido fácilmente por bares o clubes sociales.
Retomando el tema de la circulación, en este momento se encuentra en proceso de creación, entre varios países hispano-americanos, una Red de Festivales Internacionales de Poesía, lo que puede ser visto como un puente de flujo abierto, espacio de crítica y autocrítica que permita los ajustes indispensables al modelo actual de actuación de esos eventos. Ya se puede hablar hoy de adhesión de un nuevo instrumento de difusión de bienes culturales que es la Internet, por la creación de bancos de consulta y de revistas con pauta expresiva. Mi contribución en este campo se dio desde el principio, con la creación de Agulha – Revista de Cultura, publicación que circuló durante 10 años y alcanzó el número de 70 ediciones. En el último editorial, hicimos la siguiente observación:

Agulha realizó, en sus 10 anos de aventura editorial, el proyecto que motivó su existencia: transformarse en una mesa de debate de los principales temas que ocupan a la cultura y las artes en nuestro tiempo. Cuando surgimos, no existía ese espacio en la prensa del Brasil. Virtual o impresa, esta permanece casi del todo naufragada en las aguas del entretenimiento, sin ofrecer al público un espacio de reflexión, conocimiento, multiplicidad, y priorizando, en cambio, la información de carácter comercial. En general, la prensa trata a su público como mero cliente: es una lástima que el área del llamado periodismo cultural haya adoptado esa fórmula. […] A lo largo de esta década y de estos 70 números publicados, abordando los más diversos temas, Agulha fue una verdadera práctica de política cultural en un país más afecto a la intriga cultural. Trascendió la simple publicación de sus números: sus editores fueron invitados a eventos literarios en diversos países; definió contratos editoriales, ya en el área de poesía, ya en ensayo o traducción; formó asociaciones con grupos editoriales también en el ámbito internacional; amplió el espacio de difusión de innumerables revistas, inclusive con un intercambio de ediciones especiales dedicadas a algunos países. […] La trayectoria de vida de Agulha está marcada por ese sentido singular de conquista y exploración. No cortejamos el túmulo de la gloria. Nos arriesgamos siempre a difundir nombres de poca circulación u olvidados, siempre que no faltara consistencia a su trabajo. Creamos una Galería de Revistas, espacio único en la prensa, tanto virtual como impresa, para la difusión y la presentación crítica de publicaciones similares. En cada edición presentamos un promedio de 50 obras del que llamamos “artista invitado”, buscando nombres, entre consagrados e incluso hasta inéditos, en casi 20 países. [10]

Pocos meses después, en enero de 2010, la revista resurge en un nuevo formato, ahora con el nombre de Agulha Hispânica, integrando el Proyecto Editorial Banda Hispânica, que se dedica exclusivamente a la difusión de obras, ideas, autores de lengua española. Se trata de una apuesta por la concentración, defensa abierta de algo esencial e indispensable: que América Latina, a partir de su cultura, alcance lo que en el ámbito político jamás fue posible; que demostremos que aún es posible librarnos del perjuicio que nos fue impuesto por esa condición insular a la cual nuestras sociedades se acomodaron. De cualquier manera, aquí todavía estamos tratando de aspectos aislados, que exigen sistematización y ampliación constante. Es en esta dirección, no obstante, que parece posible rever perspectivas para el libro de calidad en nuestro continente. Particularmente no tengo talento para optimismos aleatorios, así que me mantengo en el carácter de un pesimista productivo. Una mirada general a lo que se llama mercado del libro en América del Sur en los últimos tiempos ya nos pone bastante sobre aviso acerca de los caminos que deben ser evitados. Un gran centro editor como es Venezuela, por ejemplo, incurre en un error brutal que es el de la politización del mercado. Así es como hay un abismo impresionante entre autores, editores, libreros, propiciados por un cisma ideológico, que opera en el sentido más amplio de desperdicio de oportunidades, e incluso de depredación de un patrimonio cultural adquirido y respetado internacionalmente. En los demás países sudamericanos, según pude constatar gracias a consultas que hice a amigos escritores, la situación se remite a los obstáculos habituales del mercado del libro, factores estructurales pertinentes a cada sociedad. Bajos niveles de educación pública, falencia o inexistencia de programas de lectura, etc. Todos estos factores hoy enormemente agravados por la invasión del mercado español. A este respecto quiero mencionar una segunda exposición del mismo editor brasileño ya aquí citado:

Ramón Oviedo

Los españoles tienen un proyecto estratégico. Cuando terminó la dictadura de Franco, España comenzó a crecer, se redemocratizó. Aún está creciendo. Mientras tanto, en Italia, se concretó la “Operación Manos Limpias”. Mucha gente presa: políticos, empresarios, sindicalistas. La Mafia, entonces, salió de Italia y se fue a España. España recibió dinero proveniente del crimen, que fue lavado y se “blanqueó”. Allí, los antiguos mafiosos se volvieron empresarios encorbatados. España, hoy, es un país rico. Y su proyecto estratégico es nada más y nada menos que reconquistar América. Antes, ellos nunca habían prestado atención al Brasil porque, aquí, se habla otra lengua. Pero ahora descubrieron que se puede ganar mucho dinero entre los brasileños. Y están llegando. […] Ya compraron prácticamente todas las editoriales de libros didácticos del Brasil. Y están comprando otras. […] Todo está a la venta. Si no fue vendido es porque todavía no apareció la propuesta irrecusable. […] Están entrando en la telefonía celular. En los diarios, en las revistas, en las gráficas, en los libros didácticos, en las editoriales. Están llegando con hambre y con dinero. ¿Quién va a resistir? ¿Y qué puede ocurrir con nosotros, los editores supuestamente independientes, editores por accidente o por gusto? [11]

Creo que tenemos aquí un conjunto de aspectos que exige reflexión sistemática, algo que el espacio de esta conferencia no contempla. De cualquier forma, entendamos esta noche, como una señal de alerta, que agravamos aún más el cuadro, ya bastante complejo y amenazante, si persistimos en entreverar sus componentes como si las derivaciones del tema fueran ajenas al orden interno de esos componentes. En general, hay un desfase entre la gravedad del problema y su percepción. Los autores, sobre todo, tienen un compromiso de denuncia, de combate en la forma de exposición de sus experiencias, de voz que se manifieste en busca de una honestidad intelectual. Pero naturalmente no recrimino a aquellos que quieren el espectáculo fácil de sus dotes literarias. Sólo sepamos que se trata de otra gente. O que yo soy la otra gente.

Abraxas

[traducción: Marta Spagnuolo]


NOTAS
01. Ponencia preparada para la 15ª Feria Internacional del Libro de Perú. Lima, julio de 2010. Traducción al español de Marta Spagnuolo.
02. La niña que robaba libros (The book thief). Markus Zusak (australiano). Editora Intrínseca. 2007.
03. El monje y el ejecutivo. Una história sobre la esencia del liderazgoJames Hunter. Rio de Janeiro. Editora Sextante. 2004.
04. Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial. Jornal Rascunho. Paraná, dezembro de 2007.
05. Marco Lucchesi. “Palavras iniciais”. Poesia Sempre # 28. Rio de Janeiro, 2008.
06. Carlos Germán Belli. “Poesia peruana no século XX”. Poesia Sempre # 28. Rio de Janeiro, 2008.
07. Hildebrando Pérez Grande. “Poesia peruana no século XX”. Poesia Sempre # 28. Rio de Janeiro, 2008.
08. Amparo Osorio. Depoimento dado quando de sua presença no “I Encontro de Agentes Culturais – América Hispânica”. Teatro José de Alencar. Fortaleza, novembro de 2007.
09. Lira Neto. “Uma conversa com o curador da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará – Floriano Martins”. Material de imprensa. Fortaleza, junho de 2008.
10. “Último editorial”. Agulha – Revista de Cultura # 70. São Paulo, Fortaleza. Outubro de 2009.
11. Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial. Jornal Rascunho. Paraná, dezembro de 2007.
 
ÍNDICE

01. Armando Romero y el tiempo en la esfera quemante del Nadaísmo (entrevista). Floriano Martins
02. Edwin Madrid y su itinerario: Quito-La Habana-Madrid (o apuntes de un scholarsencillo para un presunto viaje al centro de la tierra). Jesús David Curbelo
03. El fervor humano de Freddy Gatón Arce. Manuel Mora Serrano
04. Esculturas de Javier Marín. Susana Wald
05. Gregory Rabassa: traduzir é uma arte (entrevista). Betty Milan
06. La poesía de Pablo Antonio Cuadra. Ricardo Llopesa
07. A las vueltas con el libro-objeto y sus sombras: diálogos con Mónica GonzálezMario Dux Castel y Floriano Martins (entrevistas). Madeline Millán
08. Poética de espíritu: la poesía impecable de María Ángeles Chavarría. Ricardo Llopesa
09. Saúl Pérez Gadea y la dispersión de la escritura urbana en Homo-ciudad - Una anticipación de la retórica beatnik en el Río de la Plata. Martin Palacio Gamboa
10. Una revolución llamada Malena Muyala (entrevista). Viviana Marcela Iriart

Artista convidado
Ramón Oviedo: un icono del arte caribeño (entrevista). Miguel Ángel Muñoz

Ramón Oviedo


Setembro de 2010
Fortaleza, Ceará | Brasil