∞ editorial | As tendas expostas do Século XXI
02 | Ser artista muitas vezes é percorrer caminhos áridos, no sentido de que a Arte nem sempre tem o reconhecimento que acreditamos merecer. Mas por que mesmo assim poetas escrevem? Por que artistas visuais continuam a desenhar e pintar? ¿E os diferentes artistas a produzirem suas artes?
Não se
trata de retomar nenhum ideal romântico, investigando o que faz um artista
diferente. Inclusive porque o surrealismo, ao recuperar Lautreamont, já bradou
aos quatro cantos do globo que a poesia deve ser feita por todos.
Complemento com outra citação de Stekel, que com chave de ouro afirma: Ocurre
que al soñar, todos los seres humanos son poetas. Ainda, em outro momento, Stekel afirma que Todos os poetas revelan en
sus sueños, con mayor o menor claridad, la gran misión histórica (como la
secreta manía de grandeza de los neuróticos).
Muitos
artistas se promovem a merced de subterfúgios políticos e sociais, erguendo
importantes bandeiras. O problema que nem sempre abraçam essas causas de
coração e criticar suas artes torna-se um ataque a essas bandeiras. Por outra
lado, essa mecânica não é regra e muitos artistas são autênticos trabalhadores
da revolução. Mas será que todo artista quer mudar o mundo? É para isso que
fazem sua arte? A verdade é que a arte costuma ser vista como ameaça a governos
ditatoriais e fascistas. Realidades que ameaçam a dignidade e Direitos Humanos
amordaçam o espirito. Arthur Rimbaud
estava certo ao dizer que é preciso mudar a vida? Será o artista então
porta-voz do espirito humano?
03 | Julia Margaret Cameron (Índia, 1815-1879). Um dos melhores
exemplos de acaso objetivo encontramos na biografia desta fotógrafa, a quem sua
filha lhe presenteia uma câmara quando Julia completa 48 anos. Era a sua
primeira máquina e até o momento ela não havia despertado o mínimo interesse
pela fotografia. Curioso prenúncio de sua filha, o fato é que sua imediata
dedicação, ajudada por um amigo, a levou rapidamente ao domínio do processo do
colódio úmido – clássico processo fotográfico que se encontra nos primórdios da
fotografia –, começando assim a sua carreira fotográfica. De imediato, ela transformou
um galinheiro em improvisado laboratório e em estúdios algumas dependências da
sua casa. O resultado dessa sua identificação foi a criação de um estilo muito
próprio baseado em longos tempos de exposição, na falta de nitidez provocada
por um rápido desfoque, assim como na supressão de detalhes, nas manchas
provocadas pelo modo irregular de como aplicava o colódio úmido e na utilização
do simbolismo da iluminação. Caracterizou-se então pela escolha de trabalhar
com retratos – em especial os retratos de mulheres – e as cenas alegóricas, o
que a situa como uma precursora da recriação de cenas vivas aplicadas à
fotografia. Acerca de seu trabalho ela mesma diria: Eu ansiava por prender toda a beleza
que viesse até mim, e por fim o desejo foi satisfeito. Nossa homenagem a essa
brilhante fotógrafa, que é nossa artista convidada.
Os editores
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ARC224-01-00 ADRIANO CORRALES ARIAS | El arte de Latinoamérica en el Siglo XXI en sus implicaciones socioculturales
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/adriano-corrales-arias-el-arte-de.html
ARC224-02-00 AIMEÉ G. BOLAÑOS | Solombra na luz de Paul Ricoeur
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/aimee-g-bolanos-solombra-na-luz-de-paul.html
BERTA LUCÍA ESTRADA | Migración y cultura
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/berta-lucia-estrada-migracion-y-cultura.html
CÉSAR BISSO | Los desafíos del artista durante el siglo XXI
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/cesar-bisso-los-desafios-del-artista.html
JOHN WELSON | Art In The 21st Century
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/john-welson-art-in-21st-century.html
MARIA LÚCIA DAL FARRA | Matsi, el té de mi guru
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/maria-lucia-dal-farra-matsi-el-te-de-mi.html
MARIO MENDICUTI ABARCA | La poesía de la revista Mandrágora
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/mario-mendicuti-abarca-la-poesia-de-la.html
NICOLAU SAIÃO | Deus e os seus áulicos – Uns breves apontamentos sobre “Religião”
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/nicolau-saiao-deus-e-os-seus-aulicos.html
PAULA WINKLER | La globalización y la construcción social de la apariencia: una lógica del sujeto (como) objeto
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/paula-winkler-la-globalizacion-y-la.html
PAULINA JUSZKO | Literatura, poesía y humor
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2023/02/agulha-revista-de-cultura-224-fevereiro.html
Agulha Revista de Cultura
Número 224 | fevereiro de 2023
Artista convidado: Julia Margaret Cameron (Índia, 1815-1879)
editor | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editora | ELYS REGINA ZILS | elysre@gmail.com
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