Texto lido no Centro Cultural São Paulo, em 1997, antecedendo uma leitura de poemas de Floriano Martins
Para muita gente,
poesia não se explica, poesia existe para ser lida, ouvida, cantada, e tem a
finalidade de emocionar, comover as pessoas. Para os adeptos dessa concepção,
explicar, analisar ou interpretar seria perda de tempo. Pior, seria um desvio,
uma distorção: ao tentar explicar o poema, eu corro o risco de bloquear minha
capacidade de comoção, reduzo-me à fria racionalidade e me faço impermeável à
poesia.
Esta é uma crença antiga e parte da convicção de que a linguagem poética é
a linguagem da vibração e do entusiasmo, não a do arrazoado lógico-explicativo.
O poeta, por algum meio misterioso, que desconhecemos, injeta no seu poema uma
carga intensa de entusiasmo; ao ler, ao ouvir ou cantar o poema, nos deixamos
contagiar por entusiasmo equivalente e nos entusiasmamos também, desde que não
tenhamos a pretensão de explicar, porque se isso acontecer não haverá
entusiasmo algum, nem no poema nem em nós.
Esta é de fato uma concepção muito antiga. No Íon, Platão afirma que o
entusiasmo está na origem da poesia. E o que vem a ser, afinal, entusiasmo? A palavra é formada do
sufixo in, que indica movimento para
dentro, e teos, raiz que significa deus. Estar entusiasmado quer dizer,
então, estar com um deus dentro. Mas
não precisamos, nem devemos, eu acho, tomá-lo ao pé da letra. Podemos ver aí
uma metáfora.
Entusiasmo seria aquele estado de espírito, quase sempre súbito e
passageiro (quando não induzido artificialmente), graças ao qual nos elevamos
ou temos a ilusão de nos elevar acima da banalidade do cotidiano. Quando nos
entusiasmamos, nossa percepção se torna mais ágil e aguçada, nossos horizontes
se ampliam a dimensões insuspeitadas, a realidade como um todo se ilumina – ou pelo
menos assim nos parece, no breve instante que dura o entusiasmo. Mas logo
depois voltamos à mesmice do dia a dia.
Sugiro recuar um pouco às fontes dessa concepção. Os gregos antigos
mantinham, na Acrópole, um teatro dedicado a Dioniso, onde as pessoas se
reuniam para experimentar coletivamente o entusiasmo poético: cantos em louvor
e celebração da vida intensa e absoluta, expressa em poesia. Mas os mesmos
gregos tinham também, fora da Acrópole, o ateneu, casa de estudo, onde público
e poetas se reuniam não para a celebração, mas para a explicação, a compreensão
da poesia.
Teatro e Ateneu correspondem, portanto, a dois caminhos possíveis de
convívio com a poesia, que os atenienses nos legaram: a celebração dionisíaca e
o estudo. E esses dois caminhos continuam a ser percorridos até hoje,
alternando-se ao longo da história a predominância e a hegemonia de um ou
outro, sendo que a adoção radical e ortodoxa do primeiro implica a exclusão do
segundo, e vice-versa.
Mas não estou interessado nos gregos antigos, e sim em nós mesmos, na nossa
época. Estou interessado em saber como procedemos nós, hoje, em relação à
poesia. Neste nosso tempo, qual dos dois caminhos antigos prevalece? Por
exemplo, este espaço que hoje ocupamos aqui, esta noite, no Centro Cultural São
Paulo, está mais para o teatro ou mais para o ateneu? Estamos aqui reunidos
para ouvir nossos poetas e para celebrar poesia, nesta espécie de êxtase breve,
embora intenso, proporcionado pelo poema? Ou estamos aqui para estudar poesia,
para aplicar ao poema nosso esforço racional-explicativo?
Pois bem, não tenho a pretensão de responder à pergunta. E também não estou
interessado na questão, em si, da oposição milenar entre o Teatro e o Ateneu.
Se comecei tocando neste ponto é porque aí reside, a meu ver, a questão
fundamental levantada pela poesia de Floriano Martins.
Uma das marcas fortes dessa poesia é a sua fogosidade, a linguagem
concebida como jorro impetuoso, fluxo abundante sobretudo de imagens e
associações livres. Ou seja, Floriano Martins nos coloca diante do entusiasmo
de que eu vinha falando. Se o leitor não estiver premeditadamente à procura de
significados lógicos, é provável que se deixe contagiar pela estranha vibração
da espécie de magma verbal que forma os seus poemas e sinta, de alguma forma, a
intensidade das sensações que sua linguagem vai criando e arrastando e
recriando, nesse mesmo arrastar interminável.
Vejamos um exemplo, o fragmento n° 3 do longo poema, intitulado Telas no porão, da coletanea Aula de Pintura:
De que são tuas palavras recortadas em tábuas? De que é tua
língua que chove e molha-me os olhos que te buscam? De que são tuas páginas
escritas enquanto chove e parece ser noite? De que são os monstros talhados por
teu silêncio? De que é a realidade? De que são a pele, o fósforo da imagem, o
material de perdas, as falsas pistas, o golpe errante, o rol de súplicas da
linguagem para que a imitemos até que não mais se reconheça em si? De que é tua
herança entre traças? De que são tuas folhas em repouso? De
que é a realidade? De que são os livros que nos deixam fora de tudo? De que é a
volúpia que toca teu seio e derrama-se por toda a noite? De que são os números
de tua desordem? De que é o esplendor de tua memória, incubo ridente em sua
dança? De que são teus poemas extintos, tuas sombras raptadas, os diálogos
entre fantasmas, as baladas do peregrino, teus jogos que supomos inevitáveis,
tuas falhas plenas? De que é mesmo a realidade?
Não temos a menor dificuldade em imaginar um poema como este lido ou
declamado ou cantado, em louvor de Dioniso, no teatro da velha Acrópole, talvez
por um coral vibrante, uma ou outra voz destacada, ponteando aqui e ali, quem
sabe com acompanhamento de música e dança. Mas não nos deixemos iludir. Isso
que chamei de jorro impetuoso ou magma verbal, na poesia de Floriano Martins,
não tem nada de espontâneo, nada da voz inspirada que fosse vertendo para o
papel, sem pensar, o fluxo incontrolado de seus versos e imagens. Se prestarmos
atenção, veremos que tudo aí obedece a um secreto ritual, tudo aí decorre de
uma série de expedientes técnicos, premeditados e altamente elaborados.
Primeiro, o tom interrogativo, que se mantém, sistematicamente, do início
ao fim da composição. A cada pergunta (são quinze ao todo), a suspensão
interrogativa só faz crescer e nada parece sequer sugerir a possibilidade de
resposta. Repare-se também na sábia alternância entre perguntas breves, que
ocupam um só verso, ou menos, e perguntas desdobradas, que se estendem por
três, quatro ou mais versos, imprimindo ao andamento do poema uma modulação
estudadamente variada e não determinada pelo acaso. Repare-se, finalmente, na
articulação lógica representada pela reiteração da pergunta Que é a realidade?, que surge no oitavo
verso, é retomada simetricamente, sem alterações, no verso décimo sexto, e
retorna, como síntese aglutinadora, no último verso, com o acréscimo irônico de
uma só palavra: Que é mesmo a realidade?
Isto significa que, no caso de Floriano, entusiasmo não é sinônimo de
inconsciência. Ao contrário, convive com a mais extrema lucidez e parece estar
à procura exatamente da máxima consciência possível. Analisemos este aparente
paradoxo.
Segundo a lenda, o entusiasmo, a intensidade das emoções e o furor
dionisíaco do canto nos levariam a anular a consciência individual, levando-nos
a mergulhar numa espécie de placenta geral, o inconsciente coletivo; nossa alma
perderia seus contornos e limites imediatos, para vibrar em uníssono com a
vibração exterior dos movimentos da natureza. Isto é o que diz a lenda, mas não
é o que nos mostra a poesia de Floriano Martins, onde entusiasmo e consciência,
emoção e razão coexistem, em instigante e paradoxal conluio. Conclusão, o teatro de Floriano guarda o seu tanto de
ateneu: um se alimenta do outro.
A prova disso (prova, aqui em itálico, com um sentido
ostensivamente irônico), é que um dos temas prediletos de Floriano é a própria
poesia. O poeta constantemente se interroga (e nos interroga) pelo sentido da
poesia. Que é a poesia? Para que serve? Que é o poeta? São perguntas que se
repõem, repetidas vezes, em seus poemas, indicando sempre dúvida, incerteza,
inquietação, e necessidade de seguir interrogando, a fim de definir o fazer
poético, situá-lo, antes de cumprir seus desígnios. Na Acrópole antiga, o poeta
não parava para indagar a respeito da condição de poeta, porque naquela altura ninguém tinha dúvida
sobre o papel da poesia no mundo. Mas no moderno teatro-ateneu suscitado por Floriano, essa
certeza se dissolveu e o poeta já não sabe, ninguém sabe, com segurança, qual é
o papel, qual é a função da poesia.
Por isso Floriano desfia sua inquietação a respeito, tentando sempre
redefinir, para os tempos de hoje, essa função:
O poeta é exigido por uma
angústia vital: aquela do desenlace em si de
uma nova transparência a partir de toda a opacidade de sua vida. Tudo nele
busca o desespero iluminado das formas, sua convulsão precipitada sobre a
beleza das imagens aterradoras. Refere-se o poeta sempre ao outro que ainda não
conseguiram tocar suas débeis figuras. Indigente do instante e do conhecimento
do mistério, concebe para si a tarefa de escrever um livro impossível: o da
personificação da morte. Dissolve-se na matéria de suas metáforas, misturado à
visão do livro findo inacabado. Com
quem se parece o pobre poeta senão com Deus?
Para concluir- se não, esta apresentação se estende para muito além do
razoável- gostaria de destacar mais uma característica marcante da poesia de Floriano:
sua ambição extrema, não propriamente estética, mas filosófica e em certo
sentido ética. A poesia de Floriano Martins não está voltada para as
circunstâncias, não é limitada pelos eventos históricos, não se restringe ao
impulso confessional ou biográfico. Sua ambição aponta para as grandes
generalizações: o Homem, o Mundo, o Ser. O esvaziamento do sentido da poesia e
do poeta, no mundo moderno, não representa, para Floriano, uma questão
meramente técnica ou estética. O poeta nos lembra que, neste nosso mundo, não é
propriamente a poesia mas a própria vida que perdeu ou corre o risco de perder
o sentido; não é o poeta que alimenta dúvidas sobre seu lugar e função no
mundo, mas é o próprio ser humano que já não sabe definir o que é ser humano.
É disso, é dessa angústia radical que trata a poesia de Floriano Martins.
Ao buscar um sentido para a poesia, o poeta busca, na verdade, um sentido para
a condição humana em geral, inconformado com a letargia e a desumanização que
vêm tomando conta do nosso dia a dia e dos nossos horizontes.
E esse sentido só poderá ser encontrado- esta me parece a meta proposta por
Floriano- através da poesia. Por isso o poeta afirma que nosso século é uma perda de sentido; mais adiante pergunta: O que vai nos restando então?, e em
seguida responde: Um exercício de
elipses, um diálogo com o vazio. Por isso, também, Floriano diz:
Caímos dentro de nós, sombrias fezes de
nossa súplicas, dor de cordas entrelaçadas ligando um vazio a outro, terraço de
palavras que não lhe alcançam o piso, rio de disfarces, vidro em sua água
distorcida, areia que não mais revela seus rostos ao fogo, pulmão suspenso nos
galhos da inquietude, todas as noites parecem estar aqui, açoitadas pelo
relógio da dor, pendulares inquéritos do verso que nos debulha, até aqui
viemos.
E o poeta remata, no final do belíssimo poema Altares do Caos:
Em que tempo ocorre o verso?
De onde provém todo o mal da poesia? Olha a sombra, olha a dor, vê que nos
assombra seu ardor. Furtivas serpentes da imagem, o milharal de suas luas. Se
não tiramos do nada não é criação, disse-me a disforme criatura que há semanas
pousava aos fundos de uma taberna, nu ardendo em frio. Não passa de débil
visagem a arte hoje aceita, vertigem do duplo, delírio do outro anunciado. Para
livrar-se de tal magia há apenas que criar.
1989 A POÉTICA DO PARADOXO [Entrevista concedida a Sérgio Campos]
1996 A FAVOR DO CONTRA [Entrevista concedida a Lira Neto]
1997 O TEATRO E O ATENEU: Breve introdução à poesia de Floriano Martins [Carlos Felipe Moisés]
1998 A MODERNIDADE NÃO É UM CADERNO DE RECEITAS [Entrevista concedida a Rodrigo de Souza Leão]
1998 A NECESSIDADE DA POESIA [Entrevista concedida a Emmanuel Nogueira]
1998 CONTINENTE DE POETAS [Wilson Martins]
1998-2010 FRAGMENTOS ROUBADOS AO TEMPO [Preparado por Márcio Simões]
1999 FLORIANO MARTINS TRAZ POETAS HISPANO-AMERICANOS AO BRASIL [Entrevista concedida a José Castello]
1999 UN LIBRO QUE UNE Y ESCUDRIÑA [Carlos Germán Belli]
2000 OS TORMENTOS DO VERBO E DA IMAGEM NA ESTRUTURA DA ALMA [Eric Ponty]
2002 AS MANIFESTAÇÕES SURREALISTAS NA AMÉRICA LATINA [José Castello]
2002 HUMANISMO POÉTICO [Entrevista concedida a Fabrício Carpinejar]
2002 MÉXICO Y BRASIL BUSCAN ACERCARSE A TRAVÉS DE LA POESÍA CONTEMPORÁNEA [Rodrigo Flores]
2002 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Rodrigo Petronio]
2002 UM OLHAR NA POESIA [Entrevista concedida a Carmen Virginia Carrillo]
2002 VOZES EM CONFLUÊNCIA [Maria Esther Maciel]
2003 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Entrevista concedida a Rodrigo Petronio]
2003 PALAVRAS PRELIMINARES [Entrevista concedida a Jorge Ariel Madrazo]
2004 SÁBIO IMPREVISTO [Entrevista concedida a Álvaro Alves de Faria]
2004 UMA AGULHA NA REDE DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2005 SOMOS O QUE BUSCAMOS [Entrevista concedida a Ana Marques Gastão]
2005 VERTIGENS DO OLHAR: autorretratos [Floriano Martins por Floriano Martins]
2006 A OUTRA MÁQUINA DO MUNDO [Entrevista concedida a Belkys Arredondo]
2008 FESTA DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Anderson Sandes]
2008 UMA CONVERSA COM O CURADOR DA 8ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ [Entrevista concedida a Lira Neto]
2009 A INOCÊNCIA DE FLORIANO MARTINS. INOCÊNCIA? [Jacob Klintowitz]
2010 ÀS VOLTAS COM O LIVRO-OBJETO E SUAS SOMBRAS [Entrevista concedida a Madeline Millán]
2010 CIBERCULTURA EN TIEMPOS DE ANALFABETISMO GLOBAL [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2010 NASCENDO TODOS OS DIAS [Entrevista concedida a Manuel Iris]
2010 OPÇÃO PELA DISSIDÊNCIA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2010 TODAS AS COISAS À MINHA VOLTA [Entrevista concedida a Adlin Prieto]
2011 CRÍTICA E RUPTURA: a inocência de pensar de Floriano Martins [Teresa Ferrer Passos]
2011 PARTICIPAÇÃO POÉTICA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2013 QUE HOMEM É ESSE? [Entrevista concedida a Oleg Almeida]
2015 O LUGAR QUASE LASCIVO DE UMA AMBIGUIDADE [Entrevista concedida a Renata Sodré Costa Leite]
2016 AVENTURAS DA POESIA NO TEMPO: o inteiro continente revelado [R. LeontinoFilho]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 01 [Alfonso Peña & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 02 [Omar Castillo & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 03 [José Ángel Leyva & Floriano Martins]
2016 LOS NAVEGANTES DE LA PARADOJA [Entrevista concedida a Alfonso Peña]
2016 UM NOVO CONTINENTE [Marco Lucchesi]
2017 À LUZ DO PARADOXO [Entrevista concedida a Leila Ferraz]
2017 FLORIANO MARTINS, POETA E DEMIURGO [Claudio Willer]
2020 | DIÁLOGO CON FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Berta Lucía Estrada]
2020 | FLORIANO MARTINS: Todos somos marginados a la sombra de lo desconocido | [Entrevista concedida a Elys Regina Zils]
2020 UMA CONVERSA COM FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Anna Apolinário & Demetrios Galvão]
2021 UNA PRESENTACIÓN DE LA OBRA DE FLORIANO MARTINS [José Alcántara Almánzar]
2021 VOCAÇÃO DIALOGANTE [Entrevista concedida a Maria Estela Guedes]
2022 DE ITARARÉ A UMA DEAMBULAÇÃO CONTÍNUA: Conversa com Floriano Martins sobre o Surrealismo no Brasil [Entrevista concedida a Anderson Costa & Elys Regina Zils]
2023 | FLORIANO MARTINS E O MARAVILHOSO TUMULTO DE SUA VIDA | Roda de imprensa, várias vozes
2023 A OUTRA VOZ DO TEMPO: Cronologia de vida e obra [Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões]
OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA
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Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.
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Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.
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Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
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Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.
Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.
120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.
TRADUÇÕES
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Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.
Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.
A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.
Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.
III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.
Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.
Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.
Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.
Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.
Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.
Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.
Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.
O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.
A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.
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Agulha Revista de Cultura
Criada por Floriano Martins
Dirigida por Elys Regina Zils
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/
1999-2024
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