quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

2023 | A OUTRA VOZ DO TEMPO | Cronologia de vida e obra 1957-2023

Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões

 

1957

Nasce em 30 de junho, em Fortaleza, Ceará. Filho de Floriano José Martins Benevides e Maria Consuelo Feijó Benevides, recebe o nome de Floriano Benevides Júnior.

 

1970

Morte do único irmão, Marcos Vinicius, aos 9 anos de idade. Dessa época relembra, em entrevista a Wanderson Lima, a caótica biblioteca do pai, onde iniciou-se leitor: Recordo a bagunça que era a biblioteca de meu pai, com livros e revistas e jornais de toda ordem. De poesia, por exemplo, havia apenas o volume dos sonetos de Shakespeare e um exemplar do Paraíso perdido de Milton. Do ponto de vista literário, fui criado entre romances e gibis, inclusive as inúmeras adaptações de clássicos da literatura mundial para o formato fotonovela, bastante comum na época. (dEsEnrEdoS # 8, Teresina/PI, janeiro de 2011).

 

1971

Escreve uns primeiros contos e ao assiná-los muda o nome para Floriano Martins, em homenagem a seu pai.

 

1975

Decide não frequentar mais a escola. Convívio intenso com gente ligada, principalmente, à música e ao teatro.

 

1976

Em edição fora de mercado, edita o primeiro livro de poemas, Composição, juntamente com o artista plástico Alano de Freitas (Edição do Autor, Fortaleza). Vive um romance tempestuoso que o leva para o interior da Bahia, em um acidentado convívio com centros espíritas e terreiros de Umbanda.

 

1978

Retorna a Fortaleza. Morte de sua mãe, aos 51 anos de idade. Casa-se em maio com Socorro Nunes. Publica Ruínas de silêncio (poemas), com fotografias de Paulo Aécio (Edição do Autor, Fortaleza). O livro foi escrito sob o impacto da leitura da autobiografia Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos.

 

1979

Surge o número único da revista Siriará, de um grupo homônimo do qual participou e que teve a singularidade de reunir escritores de várias gerações e tendências na literatura cearense. Publica Nenhuma correnteza inaugura minha sede, com desenhos de Itamar do Mar (Edição da Universidade Federal de São Carlos, São Paulo).

 

1980

Trabalha como desenhista na Imprensa Oficial do Ceará, por um período de 10 meses.

 

1981

Morte de seu pai, em setembro, aos 51 anos de idade. Poucos dias depois nasce sua filha, Flora. Publica Di versos em versos, com ilustrações de Caú (Edições Lauro Maciel Jr., Fortaleza). Ingressa, através de concurso público, no BNH – Banco Nacional da Habitação.

 

1982

Publica O amor pelas palavras, com xilogravura de Norberto Onofrio em sua capa (Editora Trote, Rio de Janeiro).

 

1983

Passa a residir em São Paulo. Traduz o livro Altazor, do chileno Vicente Huidobro, em parceria com o poeta Francisco Carvalho, como exercício de maior aproximação da língua espanhola.

 

1985

Nasce, em agosto, seu segundo filho, André.

 

1986

Retorna a Fortaleza. Com a extinção do BNH, é transferido para a CEF – Caixa Econômica Federal.

Abril – Tem início sua participação no SLMG – Suplemento Literário Minas Gerais, sob a direção de Paschoal Mota, em Belo Horizonte. Ali publica traduções de ensaios, prosa e poesia de autores como Ernesto Sábado, Georges Bataille, William Blake, Pier Paolo Pasolini, Octavio Paz, Hans Arp, Vicente Huidobro, Álvaro Mutis, dentre muitos outros, assim como entrevistas a poetas hispano-americanos e brasileiros.

 

1987

Novembro – Publica As contradições terríveis, plaqueta mesclando poemas e colagens (Edições Lauro Maciel Jr., Fortaleza). Ao resenhá-la para o jornal Tribuna do Ceará, observa José Alcides Pinto que a poesia de FM possui, sem dúvida, esse ritmo mágico, que se adivinha através das linhas de composição, como a pauta musical, com tamanha leveza de forma e montagem dos poemas, logo concluindo que a poesia de Floriano Martins apresenta uma nova estética da arte, na forma e montagem do poema, com o aproveitamento das vanguardas –, diga-se, em tempo, um acréscimo – contribuição valiosa, expressiva, do que existe de mais novo: sintaxe e sintagma, signo e símbolo se integram para a invenção maior de sua poemática. (suplemento Literarte, Fortaleza, 20/02/1988).

Dezembro – Tem início sua participação como tradutor no suplemento Prosa*Verso, sob a coordenação de José Emílio-Nelson, do jornal Comércio do Porto, em Portugal. Ali publica traduções de importantes poetas hispano-americanos (Roberto Juarroz, Vicente Huidobro, César Vallejo, Rosamel del Valle, Alfredo Silva Estrada, Severo Sarduy, Enrique Molina, José Emílio Pacheco, Pablo Antonio Cuadra, Oliverio Girondo, Octavio Paz, Eugenio Montejo, dentre muitos outros).

 

1988

Agosto – Cria o jornal Resto do mundo, dedicado à tradução de ensaio e poesia de vários outros idiomas. Até março de 1990 saem quatro números, incluindo textos de autores como Carlos Germán Belli, Antonin Artaud, René Char, José Lezama Lima, Javier Sologuren, Gottfried Benn, Gonzalo Rojas, Xrístos Láskaris, dentre muitos outros. Em depoimento a Alfonso Peña, Martins esclarece: No início dos ‘80, começo a descobrir a América Hispânica, mundo inteiramente novo para mim, relatando que O jornal Resto do mundo surge da necessidade de fundar um espaço especificamente dedicado à difusão de literaturas desconhecidas no Brasil. O dilema foi o mesmo de sempre, pelo qual já passamos todos nós, editores em qualquer lugar do mundo. Não havia suporte financeiro para dar continuidade à aventura editorial. Meus primeiros contatos com o Surrealismo na América Latina coincidem com este período. Claro que antes conhecia as residências nerudianas, porém falo aqui de outra dimensão do Surrealismo, mais profunda (do ponto de vista da linguagem e também do caráter da escrita e de seu autor) e que possui um tônus distinto do Surrealismo europeu. Na época eu me correspondia com estudiosos como os espanhóis Jorge Rodríguez Padrón e Ángel Pariente, e também com o romeno Stefan Baciu. Foram anos de uma correspondência muito intensa, sobretudo com Rodríguez Padrón. Registrei tudo isto na forma de entrevistas. (Entrevista constante do livro Conversas, de Alfonso Peña. San José, Costa Rica, 2014).

 

1990

22/05 – Nota de imprensa, não assinada, a respeito do jornal Resto do mundo, observa ser surpreendente a novidade de suas páginas e, sobretudo, a enorme capacidade de recepção das produções atuais que, desse modo, mantêm o leitor perfeitamente informado e, por isto, totalmente partícipe do que ocorre atualmente no mundo. Esse é o signo desta revista: a modernidade; embora tampouco abandone, e certamente por isso mesmo, aquilo que Octavio Paz, sempre tão lúcido, denominou a tradição da vanguarda, como, por exemplo, o melhor da herança surrealista. (Página Libre, Lima, Peru, 22/05).

 

1991

Agosto – Publica Cinzas do sol, pelo selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). Em entrevista realizada por Luiz Alberto Machado em 2010, FM assinala que Cinzas do Sol está pautado por um acidente, ou pelo acaso objetivo. O personagem central do livro corresponde à minha avó materna. Encontrava-se prostrada à cama, muito doente, claramente à espera da morte. Diante dela, pensando na intensa vitalidade com que conduziu seus dias, por muito pouco resisti à vontade de matá-la. Saí dali e não voltei mais a vê-la. Ao chegar à casa, abri aleatoriamente as páginas de Le coupable, do Georges Bataille, e salta diante de mim a frase: A vida é um efeito de instabilidade, de desequilíbrio, logo seguida de um não menos revelador Mas é a fixidez das formas o que a torna possível. A partir de então, eu deixo de ser apenas um observador e passo a descobrir-me também como personagem de minha escrita. (O guia de poesia, 02.07.2010).

Dezembro – Publica Sábias areias, pelo selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). Ao resenhá-lo para o jornal O Escritor, observa José Alcides Pinto que este livro é um escândalo, no sentido de experiência-limite, em sua vazante de verticalidades e suntuosos extremos no tratamento com a linguagem. Recorre a uma forma clássica e às imagens mais subterrâneas (íntimas tão somente dos verdadeiros iniciados) de uma mística já perdida no tempo, para ‘narrar’ – há um sutil elemento narrativo que percorre todo o livro, que o torna por inteiro um único poema, em seus 33 sonetos brancos, sonetos de areia, como bem salienta o autor – um mágico cenário de circunstâncias e tensas vozes em que se dá um diálogo entre o homem e sua mãe perdida (“mãe infundada”, “mãe perdendo seus filhos”, “mãe de todas as noites”, “mãe serena dos relâmpagos”), imagens se desdobrando vorazmente (São Paulo, abril de 1992).

 

1992

Integra um grupo surrealista sediado em São Paulo.

Julho – Colagens suas participam da mostra “Surrealismo”, realizada no NAC – Núcleo de Arte Contemporânea, em São Paulo.

Setembro – Assina o prólogo de Aluvião rei, de Sérgio Lima (& etc Edições, Lisboa, Portugal). Neste mesmo mês aparece a edição de El corazón del infinito (Tres poetas brasileños) (Cuadernos de Calandrajas, Toledo). O libreto reúne entrevistas a Sérgio Lima, José Santiago Naud e Sérgio Campos. A tradução espanhola esteve a cargo do diretor da revista Calandrajas, Jesús Cobo. Logo na apresentação, observa Martins: à Margem de um fluxo experimental (concretismo, processos, práxis) que, em torno dos anos 60, tomaria de assalto as veias pouco abertas (no que pese os esforços de certa linha modernista) da poesia brasileira, tomava corpo, como é comum a todos os tempos e lugares, a obra de autores aos quais importava menos a rigidez acadêmica das escolas literárias do que o movimento em si da poesia, sua dinâmica incessante. Não duvido em afirmar que em tais atitudes isoladas […] radica a expressão maior de nossa poesia, desde os inícios do modernismo em 1922. (“Diálogos incessantes da poesia”).

 

1993

08/05 a 18/07 – Colagens suas integram a mostra “América Latina e o Surrealismo”, sob a curadoria geral de Heribert Becker, realizada no Museu Bochum, Colonia, Alemanha.

 

1994

Publica Tumultúmulos pelo selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). A Dedalus Book publica The myth of the world – Surrealism 2, antologia reunindo nomes como André Breton, Robert Desnos, Antonin Artaud, Jacques Prévert, Magloire Saint-Aude, Eugenio Granell, Ghérasim Luca, em um total de 47 poetas em todo mundo. A edição inclui a íntegra de Cinzas do sol, em tradução de Margaret Jull Costa (Londres, Inglaterra, com distribuição na Austrália, Canadá e Nova Zelândia).

 

1995

18/03 – O suplemento Sábado, jornal O Povo, em Fortaleza, sob a direção de Lira Neto, publica a edição especial “Mundo mágico” (inteiramente dedicada à poesia na América Hispânica, com ensaios, traduções e entrevistas de Floriano Martins).

17/06 – O mesmo suplemento publica a edição especial “Barrados no baile”, inteiramente dedicada à poesia brasileira, novamente contando com ensaios e entrevistas assinados por Floriano Martins.

 

1996

Decide demitir-se do emprego público, passando a dedicar-se a atividades culturais (produção, tradução, curadoria etc.).

09/05 a 02/06 – Colagens suas integram a mostra “A imagem da revelação”, sob a curadoria geral de Sérgio Lima, realizada no Espaço Expositivo Maria Antonia, em São Paulo, como parte da programação do evento “Homenagem ao centenário de André Breton”.

13/05 – No âmbito do mesmo evento participa da mesa-redonda “A linguagem plástica do surrealismo”.

 

1997

Afasta-se do grupo surrealista. Sobre o tema, comenta em entrevista a Consuelo Tomás: Como havia nitidamente uma distorção em relação à leitura do Surrealismo no Brasil, me vinculei a um grupo surrealista, a partir daí chamando a atenção para os laços de nossa cultura com o Surrealismo. Sigo firme nisto, mas lembro que minha poesia não corresponde unicamente àquele universo estético geralmente associado ao Surrealismo. (Suplemento Talingo, La Prensa, Panamá, maio de 2000).

Setembro – Leitura de poemas no Centro Cultural São Paulo, ocasião em que distribui ao público o libreto Alma em chamas (36 páginas, em formato CD, Edições Resto do Mundo).

 

1998

20/05 – Lançamento de Escritura conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), na livraria Livros & Letras, em Fortaleza. Em nota de redação do jornal O Estado de S. Paulo, destaca-se que o volume reúne entrevistas do autor com os principais expoentes da poesia da América Latina contemporânea e propõe, por meio do diálogo, a aproximação entre esses dois territórios que, absurdamente, não se reconhecem. O livro encoraja o intercâmbio de culturas e é fruto do trabalho de mais de uma década do poeta, tradutor e crítico literário Floriano Martins (suplemento Especial Livros Domingo, São Paulo, 05/07). Em nota de redação da revista Común Presencia, destaca-se que as lúcidas perguntas que o autor formula nos conduzem pelas mais diligentes preocupações referentes à criação e alcançam um intercâmbio eficaz entre os autores e as línguas, assim encontrando uma eficaz irradiação do poético (Bogotá, Colômbia, outubro de 1998). Ao resenhá-lo para o jornal O Povo, Claudio Willer observa que FM é um entrevistador com estilo próprio e que sua intenção é, sempre, mostrar a singularidade de cada autor através de sua própria voz, concluindo que desse procedimento resultam textos que são quase ensaios em parceria, a quatro mãos, densos e instigantes, além de informativos; e que apresentam uma perfeita continuidade com os poemas publicados na sequência de cada uma das entrevistas (suplemento Vida & Arte, Fortaleza, 13/08). Ao resenhá-lo para a revista Paréntesis, Miguel Gomes observa: A aparente heterogeneidade deste livro, mais do que lhe ser contrária, constitui uma de suas qualidades. Graças a ela, a produção lírica do continente adquire a consistência de um múltiplo rumor, um encontro animado de vozes cuja energia surge da dissensão e dos inesgotáveis caminhos que esta abre. “Livro de todos nós”, “palco crepitante onde a América Latina pratica o fervor de sua palavra poética”, “diálogo de poetas que tecem um encantamento de fios soltos”: curiosamente, frases como essas, que Martins emprega na introdução do volume, podem ser retomadas para valorar com justiça o resultado de seus esforços. (México, dezembro de 1999).

08/07 – Lançamento de Escritura conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), no Campus Avançado de Pau dos Ferros, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Agosto – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção “Memo”, de ensaio e ficção, publica Escrituras surrealistas (São Paulo).

05/08 – Lançamento de Poemas de amor, de Federico García Lorca, tradução e prefácio de Floriano Martins, na livraria Livros & Letras, em Fortaleza. Pela mesma Ediouro (Rio de Janeiro), neste ano também é publicada a tradução de FM do livro Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Com a morte do escritor cubano, o jornal português Diário de Notícias inclui em seu obituário um depoimento de Martins que diz: Trata-se de um volume de contos que também pode ser tido como uma trama romanesca, uma vez que os personagens saltam de um conto para outro, com suas obsessões e a mesma exuberância com que Cabrera sempre tratou a linguagem. E o ponto em questão, ambíguo sempre, mescla enigma e fracasso. São componentes estimulantes que requerem do tradutor uma identificação com esse mundo abissal que habita o romancista cubano. Neste sentido, Guillermo Cabrera Infante (1929-2005) possui um estilo desafiador, em que o próprio ambiente linguístico (Caribe) contribui para este mergulho em um mosaico fascinante e revelador, com sua variedade infinita de modulações. Traduzi-lo, portanto, engrandece-nos inevitavelmente. (DN, Lisboa, Portugal, 23/02/2005).

17/08 – Lançamento de Escritura conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), no Parlamundi, em Brasília.

11/11 – Lançamento de Alma em chamas, na livraria Livros & Letras, em Fortaleza. Ao resenhá-lo para o jornal O Povo, Claudio Willer observa que essa mescla de devaneio e exatidão, nas palavras do autor, é opaca pela espessura; sombria pela seriedade; enfática, reiterativa, pela gravidade do que diz; complexa por ser, entre outras coisas, poesia sobre poesia, espelhando a erudição do autor. O conjunto de dezenas de trechos, alternadamente versificados e em prosa, dividido em sete partes, é, na verdade, um só poema. A família literária à qual pertence é a dos autores, no século XX, de poemas extensos, que procuraram restaurar a épica e recuperar um cosmos, uma totalidade. (suplemento Vida & Arte, Fortaleza, 11/11). A este respeito também escreve o chileno Rolando Toro, ao dizer que o livro põe em relevo as dimensões caóticas e míticas da existência. Seus poemas são uma permanente criação atual no sentido de Alfredo Auersperg; afundam no tumulto, na complexidade, no caos criador. Seu projeto poético é subversivo, alheio aos valores convencionais, ao formalismo e à poesia concreta. Floriano Martins entra com determinação nas trevas da alma, sem eludir o êxtase de viver ou a devoção pelo sagrado. (Diario de Los Andes, Trujillo, Venezuela, 24/09/2000).

 

1999

23/03 – Profere palestra sobre revistas literárias na América Latina no seminário “Produção de Revistas”, na livraria Livros & Letras, em Fortaleza.

Junho – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção “Memo”, de ensaio e ficção, publica Dois poetas cubanos, ensaios de Jorge Rodríguez Padrón traduzidos por FM (São Paulo).

11/08 – Leitura dinâmica de O livro invisível de William Burroughs, colagem de textos de Floriano Martins e William Burroughs, com a participação de Claudio Willer, Paschoal da Conceição e Graça Berman, como parte da programação do ciclo de palestras e leituras dramáticas “Os limites da literatura: autores rebeldes, excêntricos, marginais, malditos”, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

15/09 – Lançamento do número único de Xilo – Revista de Cultura e Mídia, dirigida por Floriano Martins e Adriano Espínola, na livraria Ao Livro Técnico, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.

Outubro – Passa a assinar uma crônica mensal na série “Arte pela arte” do Jornal da Tarde (São Paulo, 1999-2001).

Dezembro – Cria a Agulha Revista de Cultura. Entrevista a Afonso Machado traz o seguinte depoimento de FM: a Agulha Revista de Cultura surge em dezembro de 1999. A partir de agosto do ano seguinte assume comigo a direção o Claudio Willer. Naquela ocasião publicamos uma edição especial, com a nova estrutura da revista, reunindo o que de melhor havíamos publicado até então. Este passa a ser o novo número inaugural da revista. Na ocasião, o editorial observava o seguinte: Em um país onde cresce com profusão a navegação na Internet, sendo patente o desdobrado índice de investimento de capital estrangeiro em tal atividade, Agulha preocupa-se quando menos em conciliar meio e mensagem. É sua clara intenção veicular um tratamento de matérias que não incorra no desgaste abusivo, banal e recorrente que hoje define genericamente o que se convencionou chamar de jornalismo cultural. (Rio de Janeiro, 07/2008).

 

2000

Março – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção “Memo”, de ensaio e ficção, publica Três entradas para Porto Rico, ensaios de José Luis Vega, com organização, tradução e prefácio de FM (São Paulo).

10/05 – Profere a conferência “Modernismo na literatura hispano-americana e o surrealismo na América Latina”, na Universidad de Panamá, Ciudad Panamá, Panamá.

18/05 – Lançamento de Alberto Nepomuceno – Em nome da ousadia, biografia do compositor, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza. FM não está presente, em função de temporada que passa na América Central. Ao resenhá-lo para o jornal O Estado de S. Paulo, João Luiz Sampaio observa que Martins ressalta ser necessária uma distinção entre o que era considerado nacionalismo para Nepomuceno e o significado adquirido pelo termo após a Semana de Arte Moderna. “O modernismo propõe um nacionalismo regionalizante, folclorizante, enquanto para Nepomuceno era importante somar as experiências internas e externas em prol de uma identidade cultural brasileira.” Para que houvesse esse diálogo, no entanto, era preciso que o Brasil fundasse suas próprias vozes poéticas, deixando de ser eco daquilo que se passava na Europa, busca que marcou o trabalho de Alberto Nepomuceno. (Caderno 2/Cultura, São Paulo, 26/11).

20/05 – Lançamento de A nona geração, de Alfonso Peña (traduzido, prefaciado e editado no Brasil por Floriano Martins), na Galeria Andrómeda, em San José, Costa Rica. Nota de imprensa, assinada por Fabio Agrana, destaca que o poeta brasileiro Floriano Martins se queixou do excesso de formalismo na poesia de seu país e afirmou que se sente como um bicho estranho por ser um dos poucos no Brasil que combinam teatro, barroco e surrealismo em seus poemas. Ensaísta e tradutor, Martins, de 44 anos, aproveitou o encontro que manteve com poetas panamenhos no final de semana passado para falar de sua poesia, seus projetos e as correntes literárias que predominam em seu país. FM se encontra no Panamá realizando um giro de um mês e esta semana se muda por alguns dias para Costa Rica, onde deve apresentar um livro de contos do autor costarriquense Alfonso Peña. (Tragaluz, Panamá, 21/05).

23/05 – Lançamento de Alma em chamas, incluindo leitura de poemas, realizado no Instituto Tecnológico de Costa Rica, em Florencia de San Carlos, Costa Rica.

25/05 – Profere a conferência “A modernidade da poesia hispano-americana”, no Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil, em San José, Costa Rica.

27/05 – Apresentação do espetáculo “Altares do caos” (poesia, música e dança), realizado no Museu de Arte Contemporânea, em Ciudad Panamá, Panamá. Concepção, textos e direção de Floriano Martins. Direção musical de Domingo Muñóz. Participação do grupo de dança moderna dirigido por Vielka Chú.

25/07 – Lançamento de A nona geração, de Alfonso Peña (incluindo uma exposição do artista Eduardo Eloy, que assina capa e ilustrações internas da edição), na Galeria Ignez Fiúza, em Fortaleza.

Integra o grupo de artistas que cria o INGRAV – Instituto da Gravura do Ceará.

 

2001

A revista Caras encarta em uma de suas edições um libreto intitulado A melhor poesia do mundo (poetas estrangeiros), incluindo poemas de García Lorca, Shakespeare, Baudelaire, Petrarca e Fernando Pessoa. FM assina a tradução dos poemas de Lorca. A coleção “Poetas de Orpheu”, da Maneco Livraria & Editora, publica Extravio de noites (Caxias do Sul/RS).

Janeiro – Cria a Banda Hispânica, primeiro banco de dados na Internet dedicado exclusivamente à poesia de língua espanhola.

28/07 – Convidado do Fórum Internacional 2001, da Academia Guanajuatense de Arte y Cultura, realizado em Guanajuato, México.

17 a 19/08 – Convidado do Colóquio Internacional “O surrealismo: atualidade e subversão”, realizado na Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, em Araraquara, São Paulo.

Setembro – Ediciones Andrómeda publicam Cenizas del sol – poemas y esculturas, de Floriano Martins e Edgar Zúñiga, em tradução de Benjamin Valdivia e Saul Ibargoyen (espanhol) e Margaret Jull Costa (inglês) (edição trilíngue, San José, Costa Rica).

Dezembro – A Escrituras Editora publica O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina, em sua coleção Ensaios Transversais. O livro mescla estudo sobre o surrealismo e antologia poética, reunindo autores de vários países do continente. Ao resenhá-lo para o Estado de Minas, observa Maria Esther Maciel que o livro não vem apenas mapear vozes importantes do surrealismo latino-americano ou reconstituir, por uma via alternativa, parte da história da poesia moderna brasileira que a historiografia literária oficial esqueceu, desprezou ou rasurou, mas também convidar o leitor a exercitar, em meio ao horizonte dos utensílios, que define o nosso tempo, os poderes revitalizantes da imaginação (Belo Horizonte, 13/04/2002). Coincide com a poeta brasileira o espanhol J. M. Pérez Corrales, ao resenhar este livro no jornal El Día, quando diz tratar-se de uma antologia fundamental, que afronta com seriedade o controvertido tema da atividade surrealista sul-americana e que será a partir de agora um ponto de referência inevitável (embora não nos reste dúvida de que o academicismo universitário o ignorará por todo o tempo que possa) (suplemento Archipiélago Literario, Tenerife, Ilhas Canárias, 09/07/2002).

 

2002

Juntamente com Maria Estela Guedes, organiza um número especial da revista Atalaia Intermundos, dedicado ao surrealismo. Universidade de Lisboa, Portugal.

03/05 – Lançamento de Alforja – Revista de Poesía # 19, edição especial dedicada à poesia brasileira organizada por Floriano Martins, na Casa del Risco, San Ángel, Ciudad de México. Ao comentar a edição para o jornal El Universal, Rodrigo Flores observa: O editor, ensaísta e poeta Floriano Martins, que reuniu este material abundante, tanto em extensão como em riqueza artística, apontou que a revista mostra um exercício de honestidade intelectual e que a soma de vozes que oferece não representa os gostos do antologista. Em entrevista para o jornal El Universal, Martins, que dirige duas revistas de literatura no Brasil, disse que o que mais levou em conta ao reunir as vozes que aparecem neste número de Alforja é que a antologia não fosse apenas uma mostra de versos, mas sim que tivesse também a visão crítica desses poetas que são também ensaístas ou editores. Para a elaboração da antologia, foram consideradas tanto a poesia permitida, aquela que se divulga nos meios de comunicação, quanto a que pertence ao rio subterrâneo, ao qual são afins muitos poetas marginais: Abrir espaços é o que faço com as duas revistas que dirijo. Não para buscar concordância. Abrir espaços para sua discussão. Martins disse que desta maneira se configurou uma visão aberta e ampla da produção poética do Brasil atual. (suplemento Cultura, México, 04/05).

 

2003

Aventura-se por quase dois anos em viagens contínuas a Portugal, percorrendo várias regiões do país.

11/11 – Profere conferência na Academia Brasileira de Letras sob o tema “O Surrealismo no Brasil”, como parte do ciclo Vanguardas e Pós-Modernismo. No ano seguinte a ABL reúne todas as conferências em um volume duplo intitulado Escolas literárias no Brasil (Coleção Austregésilo de Athayde, Rio de Janeiro, 2004).

 

2004

Ediciones B (Santiago, Chile) publicam El bacalao – Diatribas antinerudianas y otros textos, em compilação de Leonardo Sanhueza, volume crítico sobre Pablo Neruda reunindo textos de vários autores, dentre eles Vicente Huidobro, Juan Ramón Jiménez, Octavio Paz, Guillermo Cabrera Infante e Enrique Lihn. A edição inclui um ensaio de FM.

Março – A Editora Gótica (Lisboa, Portugal) publica Nós/Nudos – 25 poemas sobre 25 obras de Paula Rego, de Ana Marques Gastão, em tradução para o espanhol de FM.

11 a 28/03 – Convidado do 1º Festival Mundial de Poesia, organizado pelo Conselho Nacional da Cultura, em Caracas, Venezuela.

Outubro – Convidado da 4ª Feira do Livro no Zócalo, sob o tema “A cidade um livro aberto”, realizada na Cidade do México, México.

 

2005

Março – Com a publicação dos livros Homenagem à realidade, de Cruzeiro Seixas e A idade da escrita e outros poemas, de Ana Hatherly – ambos organizados e prefaciados por FM –, passa a assinar a coordenação editorial da coleção “Ponte Velha”, da Escrituras Editora, exclusivamente dedicada à publicação no Brasil de autores de língua portuguesa dos demais países dessa comunidade linguística. Em entrevista a Edson Cruz, aclara: A “Ponte Velha” surge em 2003, com a publicação de livros da Ana Marques Gastão e do António Osório. Nestes dois primeiros títulos ainda nem aparece o nome da coleção. No ano seguinte eu viajo para Portugal, ali conheço a Ana Marques Gastão e também a Rosa Alice Branco. É a Rosa Alice quem facilita os contatos com Nuno Júdice e Pedro Tamem, que são os dois autores seguintes da coleção, ao lado dela própria (livro este que traz prefácio meu), quando então já aparece pela primeira vez o nome “Ponte Velha”. Já neste mesmo ano eu assumo, na prática, a coordenação da coleção, embora ainda apareçam os nomes de António Osório e Carlos Nejar como coordenadores (somente em 2007 é que ambos são devidamente situados pela editora como criadores da coleção e não coordenadores). (Blog da Escrituras Editora, 06/08/2009).

09/03 a 09/04 – Assina a curadoria da exposição “Cidades”, retrospectiva da obra plástica de Hélio Rôla, realizada no Memorial da Cultura Cearense, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza.

10/03 – A Embaixada da Venezuela no Brasil rende homenagem ao livro Escritura Conquistada (1998) em noite intitulada “Tributo a Poesía Iberoamerica”, incluindo leitura de poemas (Brasília).

Outubro – Convidado da XII Semana Internacional da Poesia, em Caracas, Venezuela.

18 a 24/10 – Convidado do ChilePoesía – Festival Mundial de Poesia, em Santiago, Chile.

Novembro – A editora Letras Contemporâneas (Florianópolis/SC) publica A condição urbana, antologia bilingue da poesia do venezuelano Juan Calzadilla organizada e traduzida por Floriano Martins.

 

2006

Julho – Alforja Arte y Literatura (México) publica Tres estudios para un amor loco, em tradução de Marta Spagnuolo. No prefácio, José Ángel Leyva observa que o jogo fosforescente, luminoso de seus versos provoca efeitos múltiplos no espectador-leitor. Com habilidade de saltimbanco ou domador obriga as imagens a realizar acrobacias conceituais e emotivas. Dota-as de sensualidade, sujeita-as à gravidade dos corpos para evitar que se desvaneçam no ar, na incontinência ou no automatismo verbal. O autor faz jogos, malabarismos em espelhos simbólicos onde se adverte a tradição – da vanguarda –, seus significados.

Huerga & Hierro Editores (Madri, Espanha) publica Antología de poesía brasileña, organizada por Floriano Martins e José Geraldo Neres, com capa e mostra gráfica de Hélio Rola.

11/07 – Apresentação de “Teatro impossível” (mostra múltipla de poemas, canções, fotografias, colagens e vídeos), no Centro Cultural Banco de Nordeste, em Fortaleza. Matéria do jornal O povo do mesmo dia traz o seguinte comentário de Floriano Martins: A mostra reflete uma condição mestiça, de vivência e defesa estética. É esta minha inquietude por abraçar muitas linguagens, e provocar o limite máximo de suas impossibilidades. (Caderno Vida & Arte, Fortaleza/CE).

Setembro – O Taller Editorial El Pez Soluble (Caracas, Venezuela) publica, em edição bilíngüe, La noche impresa en tu piel, em tradução de Marta Spagnuolo.

16 a 24/09 – Coordena os painéis do Fórum de Integração Sul-Americana da LiterAmérica – Feira Sul-Americana do Livro, Governo do Mato Grosso, em Cuiabá. Em entrevista concedida a Lorenzo Falcão, observa: Insisto em preferir falar em diálogo e não em integração. Os ganhos em tal relação se verificam dos dois lados e é importante ter sensibilidade para livrar-se do sentimento danoso de arrogância que sempre adotamos em relação aos vizinhos. A contribuição maior que se pode dar reside justamente na escolha dos convidados, buscando nomes que não se sustentem apenas no prestígio – cujo prestígio seja uma decorrência do trabalho – e que disponham de condições de articular desdobramentos, porque nada se resolverá através unicamente do Fórum ou de qualquer outra ação isolada. Não há uma mágica possível para fomentar esse diálogo de maneira substanciosa e duradoura. Ter na LiterAmérica poetas e narradores que desempenham alguma função crítica, jornalística e editorial, por exemplo, é já um parâmetro inicial para se propor uma consequência do diálogo, inventariando planos de produção e difusão da produção cultural em toda a América do Sul. Evidente que todo evento requer as suas figuras circenses, as vedetes com seu ego cintilante, porém me parece que se deva apostar a menor quantidade possível de fichas em tal artifício. Convidar editores e adidos culturais, por exemplo, para verificar perspectivas de convênios editoriais, é outro aspecto a requerer definição. (Overmundo, Cuiabá, Mato Grosso, 19/03).

27 a 29/09 – Convidado do I Colóquio de Estudos Literários Contemporâneos, do Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.

02 a 06/10 – Convidado do V Festival Internacional de Poesia de El Salvador, realizado pela Fundação de Poetas de El Salvador, em San Salvador.

02 a 11/11 – Convidado do III Congresso de Poesia Canária “La Laguna en Poesía”, em Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha.

 

2007

Ediciones Andrómeda (San José, Costa Rica) publicam Poemas para leer en voz alta, antologia de Claudio Willer organizada e prefaciada por Floriano Martins, em tradução de Eva Schnell. O Projeto Dulcineia Catadora (São Paulo) publica Duas mentiras (poesia). No prefácio, Claudio Willer observa que este livro transmite a impressão de que seu autor se esconde, ao adotar uma persona feminina. E mais, de que resolveu promover uma inflexão, mudança radical, se compararmos este livro com sua produção anterior – por exemplo, Alma em Chamas, seu livro de 1998 – que poderia ser perfilada ao barroco, ou, antes, a um surrealismo metafísico, além de ser associada a algumas das grandes construções de fragmentos que, na modernidade, ocuparam o lugar da epopeia. Aqui, não: o que temos é linguagem quase sempre direta, fluente, de poucas imagens. No lugar da sugestão promovida pela imagética de origem simbolista, há descrições, um percurso minucioso pelas regiões, desvãos e reentrâncias do corpo, por gradações e nuances do erótico. Tudo muito real, nada mentiroso. Poderia ser um depoimento, se o autor fosse aquele – aquela, no caso – que fala. Mas não é. Resta saber se esta é a voz de outro (de outra) ou se sua própria voz é a voz do outro.

Convidado do 1º Festival Internacional de Poesia e da X Feira Internacional do Livro da República Dominicana, em Santo Domingo. Uma nota de imprensa, assinada por Alfonso Quiñones, informa que Floriano Martins presenteou a todos com três poemas interessantes que conseguiram empatia com o público graças à leitura em espanhol realizada por uma poeta mexicana. Eram poemas bem brasileiros, que falavam de orgasmos e outras belezas. (DiarioLibre, 01/05). A poeta mexicana a que o jornalista se refere é María Baranda, que acompanharia Martins em outras leituras em sua estadia na capital dominicana. Nesta mesma época, o poeta organizou, a pedido da Fundação Biblioteca Ayacucho, da Venezuela, um volume dedicado à poesia de Carlos Drummond de Andrade, primeiro título da importante coleção projetado como edição bilíngue, e que jamais foi publicado por divergências entre a editora venezuelana e os herdeiros do poeta brasileiro. O extenso estudo introdutório deste volume foi inserido no livro A inocência de pensar, que Martins publicaria em 2009.

A Fundación Editorial el Perro y la Rana (Caracas, Venezuela) publica Teatro imposible, em tradução de Marta Spagnuolo. Em entrevista a Álvaro Alves de Faria, Martins afirma haver optado por recuperar poemas de alguns de meus livros, ao lado daqueles publicados apenas em periódicos e a eles acrescentar novos escritos, dando ao conjunto identidade e estrutura próprias. Teatro Imposible é o resultado de uma leitura da minha poética situada em um ambiente mais dramático, dentro de uma vertente teatral que busco cada vez mais intensamente. (Jornal Rascunho, Curitiba, 03/2007).

04/09 – Profere a conferência “Surrealismo no Brasil”, no Centro Universitário Fundação Santo André (São Paulo), da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

27 a 30/09 – Convidado da FLIPORTO, Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas, em Pernambuco. Para esta ocasião prepara (organização, tradução e apresentação), com Lucila Nogueira, o livro Mundo mágico: Colômbia – Poesia colombiana no século XX, antologia que reúne as 40 vozes mais expressivas da lírica colombiana (Edições Bagaço, Recife/PE).

27 a 29/11 – Assina a curadoria do “I Encontro de Agentes Culturais Latino-americanos” (reunião de trabalho com agentes do Brasil, Colômbia, Chile, Cuba, México, Peru, República Dominicana e Venezuela), no Teatro José de Alencar, em Fortaleza. Nota de imprensa assinada pela redação do Diário do Nordeste, resume que: segundo Floriano Martins, o objetivo do encontro é trocar experiências que possam servir de base para uma política do livro e da leitura que não esteja voltada apenas para o lado comercial. “Com isto, não estamos deixando o mercado de lado. Mas a ideia é que deixemos de ser comandados pelo mercado editorial e sejamos guiados pela cultura”, explicou. (Caderno 3, Fortaleza, 27/11).

 

2008

O projeto Baluerna/Cuadernos del viajero (Cáceres, Espanha) publica Los párpados ardientes del último relámpago, em tradução de Antonio Sáez Delgado.

08/04 – Profere a conferência “Poemas digitais”, acompanhada de projeção de imagens de sua obra plástica, no MuBE – Museu Brasileiro da Escultura (São Paulo).

10/04 – Recebe o Prêmio Antonio Bento 2007, da ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte, pela direção da Agulha Revista de Cultura, solenidade realizada em São Paulo.

11/04 – Show musical de lançamento do disco Brincos do mar e o infinito (em parceria com Mário Montaut) e do livro Duas mentiras (2007), no espaço Vila Teodoro, em São Paulo. Sobre o disco, nota não-assinada no Diário do Nordeste observa: A poesia de Floriano está embebida pela musicalidade de Montaut. Uma convivência que permite alguns parceiros extras entre referências universais, judaicas, flamencas e pops mesclando-se em um itinerário rumo a um infinito lírico não-piegas e surrealista, que não abre mão do erotismo e de referências iconoclastas. (Caderno 3, 25/03/2008).

Maio – Convidado do 5º Festival Mundial de Poesia – Casa Nacional de las Letras Andrés Bello (Caracas, Venezuela). As Edições Nephelibata (Desterro/SC) publicam a novela Sobras de Deus. Em texto que se manteve inédito, Iosito Aguiar observa que apesar de lidar com loucura, poetas e impossibilidades vitais, o estilo rico, mas seco e objetivo do autor, evidencia uma ausência, a ausência da música que, ressaltamos, parece-nos intencional. A maestria na manipulação imagética, leva-o a prescindir da intenção melopaica. Sua dicção nos conduz a uma prosa de câmara, acentuando com sua linguagem certo mal-estar linguístico, presente em Kafka, Artaud e Beckett, como expressão de um mundo em ruínas onde todos os valores humanos foram ou estão sendo aniquilados, pois: “Dar pela falta dos tecidos imutáveis de que é feito cada vida, leva o mesmo e imprevisível tempo que fiá-la”.

Lançamento de Un nuevo continente – Antología del surrealismo en la poesía de nuestra América (Monte Ávila, 2007), em Caracas, Venezuela.

Setembro – Convidado do II Festival Internacional de Escritores “Literatura en el Bravo” (Ciudad Juarez, México).

12 a 21/11 – Assina a curadoria geral da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará, sob o tema “A aventura cultural da mestiçagem”, evento realizado no Centro de Convenções, em Fortaleza. Em nota de imprensa assinada pela redação do jornal boliviano El Día, o escritor Gary Daher destaca que o curador é o primeiro nome que nos chega ao pensar nas atividades literárias de todo o Brasil. Sua atuação o há transformado no procurador cultural por excelência, colocando-se seu nome entre os principais gestores culturais do mundo latino-americano. (El Día, Bolívia, 30/11).

 

2009

A Global Editora inclui FM no volume dedicado aos anos 70 em sua coleção de antologias geracionais intitulada Roteiro da poesia brasileira (15 volumes). Este volume vem organizado por Afonso Henriques Neto que, acerca da poesia de Martins, observa que o poeta retoma o contato com a tradição surrealista, operando uma total abertura da imaginação poética com extrema vitalidade.

Fevereiro – Convidado do V Festival Internacional de Poesia de Granada (Nicarágua). O projeto jornalístico virtual Via Política (Porto Alegre, RS), dá início à seção “Sala de retratos”, série de artigos e ensaios de FM que funcionam como perfis de figuras fundamentais às artes e à cultura em vários países. Este virá a ser o título do livro que em 2016 editará a Opção Editora, de São Paulo, coletânea de boa parte do material veiculado por Via Política.

02 a 11/02 – Integra o quadro de jurados do Prêmio Casa das Américas, realizado em Cienfuegos e Havana (Cuba).

Março – A Secretaria de Estado da Cultura da República Dominicana publica a antologia Máscaras de Orfeo – Poesía brasileña y dominicana, organizada e prefaciada por Floriano Martins e Basílio Belliard (Santo Domingo).

20/04 a 03/05 – Convidado da XII Feira Internacional do Livro da República Dominicana, que teve o Brasil como país convidado de honra (Santo Domingo).

Maio – A Escrituras Editora publica A inocência de pensar. Ao resenhar o livro para o jornal Folha de S. Paulo, Reynaldo Damazio observa que neste livro o poeta Floriano Martins reúne ensaios, resenhas e entrevistas que marcam seu esforço militante em defesa de uma arte encantatória, inspirada, oriunda da experiência surrealista. Literatura, cultura e artes plásticas são discutidas com a preocupação de revelar um viés diverso do acadêmico, como na abordagem do poeta José Santiago Naud, na entrevista com o historiador Sânzio de Azevedo, ou na lembrança do cronista Milton Dias. Mesmo nos artigos dedicados a poetas consagrados, como Manuel Bandeira, Carlos Drummond e João Cabral – ainda que apoiados em bibliografia igualmente consagrada –, o autor tenta revelar um aspecto menos destacado. A defesa do surrealismo, ainda que às vezes menos explícita, percorre os textos sobre a arte de Max Ernst, Amadeo Modigliani e Hans Arp, ou sobre a literatura de Ghérasim Luca, Michel Roure e Robert Graves. Num trecho de Graves reproduzido no livro talvez esteja a chave para entender a visão poética de Martins: a função da poesia é a invocação religiosa da musa; sua utilidade é a mescla de exaltação e de horror que a sua presença suscita. Difícil, no entanto, é crer na inocência do pensamento, ainda que ironicamente. (São Paulo, novembro).

Em entrevista a Edson Cruz, o próprio Martins fala sobre este livro, lembrando que o título é uma bela luz que me foi dada pela leitura da correspondência entre Guimarães Rosa e Curt Meyer-Clason. A inocência referida relaciona-se com a alma limpa de vícios e lugares-comuns. Os temas abordados no livro o são sem conflito canônico, sem interferência dogmática. Uma leitura despojada de artifícios acadêmicos e que naturalmente se relaciona com essa condição renascentista tão bem lembrada por Jacob Klintowitz no prefácio. Os ensaios surgiram em momentos distintos, como componentes de uma visão de mundo que segue se renovando. (Blog da Escrituras Editora, 06/08/2009).

A Apenas Livros (Lisboa, Portugal) publica A alma desfeita em corpo, em sua coleção “Naturarte”.

02 a 23/07 – Fotografias suas integram a I Mostra Internacional de Poesia Visual e Experimental (Caracas, Venezuela), realizada na Escola de Artes Plásticas Armando Reverón.

16/07 – Poemas seus são lidos por Joana Ruas no evento “Noites com poemas”, realizado na Biblioteca Municipal de Cascais (Portugal).

28/08 a 05/09 – Convidado do Festival Internacional da Cultura (Tunja, Colômbia), onde apresenta o espetáculo “Poemas digitais”, que mescla poesia, fotografia, vídeo e música, com a participação especial de Carolina Calvo-Pérez.

09 a 17/10 – Convidado do Foro Ibero-americano sobre Bibliodiversidade e do III Salão do Livro Ibero-americano de Huelva (Espanha). Nesta ocasião é feito o lançamento do livro Fuego en las cartas, edição bilíngue em tradução da mexicana Blanca Luz Pulido (Colección Palabra Ibérica, Punta Úmbria), em que Martins lê poemas do livro ao lado da poeta mexicana Marianne Toussaint Ochoa. O livro, contudo, não havia ficado pronto, sendo reapresentado na edição do ano seguinte do mesmo evento.

01 a 04/12 – Assina, juntamente com Norberto Codina, a curadoria do evento “Fundação Casa das Américas – 50 anos de cultura e revolução”, realizado em Fortaleza, na Casa José de Alencar.

09/12 – O jornal O Povo informa seu afastamento da curadoria da Bienal Internacional do Livro do Ceará, cuja segunda edição sob seus cuidados estava prevista para 2010, reproduzindo parcialmente e-mail recebido pela redação, onde afirma: Sempre foi meu entendimento o de que um evento como este, não apenas, mas, sobretudo, considerando o fato de que é possível graças à utilização de recursos públicos, deva ampliar as fontes de conhecimento da população e não restringir-se a um universo viciado de ofertas culturais.

 

2010

Janeiro – Cria o Projeto Editorial Banda Lusófona, banco de dados na Internet dedicado exclusivamente à poesia de língua portuguesa. Converte a Banda Hispânica (01/2001) em Projeto Editorial Banda Hispânica, criando ali uma nova revista, Agulha Hispânica, em substituição ao projeto anterior da Agulha Revista de Cultura. Entrevista feita por Wanderson Lima traz comentário de Martins sobre os projetos citados: A rigor, a alteração se deu em função de uma necessidade de criar uma publicação essencialmente direcionada para a cultura de língua espanhola. Crescemos muito na Agulha Revista de Cultura. De repente, comecei a perceber que eu estava me afastando um pouco de meu projeto original de intercâmbio e difusão da cultura de língua espanhola em relação ao Brasil. Foi então uma decisão estratégica aguardar que a Agulha Revista de Cultura concluísse da forma mais perfeita possível um ciclo, com seus 70 números publicados ao longo de 10 anos. […] Pude então organizar os dois projetos, hoje intitulados Projeto Editorial Banda Hispânica e Projeto Editorial Banda Lusófona, inserindo no primeiro deles a edição de uma nova revista, a Agulha Hispânica. Juntamente com ela, criamos a “Coleção de Areia”, projeto editorial de livros virtuais. Encerramos o primeiro ano de atividade dessa nova fase com a publicação de seis números da revista e dez títulos da coleção. (dEsEnrEdoS # 8, Teresina/PI, janeiro de 2011). Cria o selo ARC Edições, concentrando nele todos os projetos virtuais.

Janeiro a março – Professor convidado no seminário “Correntes de vanguarda na América Latina”, da Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados Unidos).

02/03 – Apresentação do vídeo A efígie suspeita (poesia, fotografia, vídeo e música), no Taft Research Center, Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados Unidos).

Maio – Convidado do 7º Festival Mundial de Poesia – Casa Nacional de las Letras Andrés Bello, em Caracas, Venezuela. Lançamento de Escritura conquistada – Conversaciones con poetas de Latinoamérica, edição ampliada, 2 volumes, publicada pela Fundación Editorial El Perro y La Rana (Caracas, Venezuela). Ao comentar este livro, Manuel Iris observa que não deixa de ser interessante que seja um poeta de língua portuguesa quem se lance a esta nada modesta empresa. Conhecedor profundo da poesia latino-americana, Floriano Martins transita de uma região a outra da língua espanhola na América, sendo sempre um convidado com o privilégio de quem vê as coisas de fora: a perspectiva. Em seu país, Brasil, também incluído no livro que agora trato – inclusão que é em si mesma uma chamada de atenção para aqueles que ao falar de literatura latino-americana se esquecem de nosso vizinho lusófono – sua posição histórica e pessoal é distinta, pois essa é a tradição em que nasceu e se desenvolve. Sua voz ali situada é uma voz que, embora afastada no exercício de interlocutor, fala desde dentro, dando ao diálogo igual interesse, porém de outro modo.

Setembro – A TV Ceará realiza com Floriano Martins uma das edições de seu programa Crônicas do Ceará.

09 a 17/10 – Convidado do 2º Foro Ibero-americano sobre Bibliodiversidade e do IV Salão do Livro Ibero-americano de Huelva (Espanha).

Outubro – Organiza, juntamente com seu diretor, Eduardo Mosches, a edição comemorativa dos 25 anos de existência da revista Blanco Móvil, da qual sempre foi efetivo colaborador (“Perguntas sobre literatura e vida”. Blanco Móvil # 115-116, México).

21/10 – Lançamento da coleção “O começo da Busca”, que coordena para as Edições Nephelibata (Florianópolis/SC). Segundo a editora, a coleção procura evidenciar autores e títulos de literatura de línguas espanhola e portuguesa, dos raros aos jovens autores, criando no Brasil uma não usual fissura de perspectiva editorial. Os livros são em edição artesanal e com tiragem limitada. Os primeiros títulos publicados foram: O portão dourado (contos de Jacob Klintowitz), O caracol privado (prosa poética de Aldo Pellegrini) e Autobiografia de um truque (prosa poética de Floriano Martins).

Novembro – Afasta-se da coordenação editorial da coleção “Ponte Velha”, da Escrituras Editora. O poeta, ensaísta e tradutor mexicano Benjamin Veldivia publica o volume Delante del fuego, em que reúne suas traduções de poemas de FM (Guanajuato, México)

 

2011

Durante o período em que esteve à frente da curadoria da Bienal Internacional do Livro do Ceará, Floriano Martins deixou preparada a edição de alguns livros que seriam posteriormente publicados pela Secretaria da Cultura do Ceará: a recuperação de textos sobre a formação do Ceará, do indigenista Thomaz Pompeu Sobrinho; a obra completa do brasileiro Américo Facó; a tradução de um volume crítico sobre a mestiçagem na América Hispânica, do nicaraguense Pablo Antonio Cuadra (tradução em parceria com Petra Ramos Guarinon); e a tradução de uma antologia de poesia mexicana organizada por Eduardo Langagne.

O grupo mexicano de jazz Luz de Riada grana o CD Cuentos y fábulas, onde inclui uma parceria de FM com um de seus integrantes, e a voz de FM lendo seu poema “Olhos de Linda Porter” que, segundo texto no catálogo, assinado por David Cortés, conta a história do homem que, embelezado, submerge na beleza do olhar desta mulher de todos os tempos, para se dar conta de que esta é sua perdição e agora, a seu redor, se encontra apenas o vazio.

Julho – Tem início em páginas duplas dominicais, no caderno “DC Ilustrado”, dirigido por Lorenzo Falcão, do Diário de Cuiabá, a série “Invenção do Brasil”, que totaliza 50 entrevistas feitas por FM a brasileiros de diversas áreas culturais.

Novembro – viaja ao México e encontra-se com a editora Maria Luisa Passarge, de La Cabra Ediciones, com quem esboça alguns projetos editoriais, que incluem a preparação de antologias de poetas da Bolívia, dos Estados Unidos (parceria com Thomas Rain Crowe) e da Alemanha (parceria com Viviane de Santana Paulo). Da capital mexicana segue para Oaxaca, sendo hóspede do casal Ludwig Zeller e Susana Wald. Ali começa a preparação – através de entrevistas e fotografias de seu acervo – de um livro sobre a pintura de Susana Wald.

 

2012

Viaja à Austrália para acompanhar o nascimento de seu segundo neto, Levi. Dois anos antes havia ali nascido Maya, e entre eles Elise, esta última em Fortaleza. Em período de quase dois meses que passa em Sidney, escreve um livro a quatro mãos com o poeta Manuel Iris, mexicano residente nos Estados Unidos. Duas outras descobertas na criação compartilhada se dão com a brasileira Viviane de Santana Paulo e a dominicana Farah Hallal. FM também escreverá poemas a quatro mãos com Vilma Tapia Anaya, da Bolívia, e Beatriz Bajo, Leila Ferraz e Contador Borges, três brasileiros.

Com a criação do selo editorial Sol Negro Edições (Natal, RN) surgem três novos livros de FM, O livro invisível de William Burroughs (teatro), Abismanto (poesia, parceria com Viviane de Santana Paulo) e Vicente Huidobro & Hans Arp. III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes (organização, prólogo, tradução).

25 de junho a 17 de agosto – vernissage de “Na mão de Adão cabem todos os sonhos”, primeira exposição individual de fotografias de Martins, no Espaço Cultural Citibank (São Paulo), sob a curadoria do crítico Jacob Klintowitz. No catálogo da mostra, afirma o curador: Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de automodificação, estas fotografias têm uma inquietante estabilidade. Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar. Em texto destinado a constar em catálogo de impossível edição, observa o crítico de arte Carlos M. Luis: As fotos eróticas de Floriano Martins constituem, neste sentido, a expressão de uma arte que os alquimistas praticaram mediante suas permutações. Em seu caso a carnalidade das imagens nos brindam a chave de uma ars combinatória em vias de se transformar em ars amatoria, onde as zonas erógenas se mantêm em contato voluptuoso, ao mesmo tempo em que parecem sussurrar versos retirados da grande tradição da poesia amorosa de todos os tempos.

Maio a julho – três fotografias suas integram uma coletiva do Museu Itinerante Ultragaz, sob a curadoria de Jacob Klintowitz. Composta por 40 obras de 12 renomados artistas brasileiros e que percorreu várias cidades brasileiras.

Setembro – Tem início em páginas duplas dominicais, no caderno “DC Ilustrado”, dirigido por Lorenzo Falcão, do Diário de Cuiabá, a série “Invenção da América”, com entrevistas realizadas por FM a escritores, músicos, pintores, ensaístas de todo o continente americano. No mesmo período integra o conselho editorial da revista InComunidade (Portugal), passando a colaborar assiduamente com a mesma no envio de matérias suas e de inúmeros outros autores.

 

2013

Janeiro – A Agulha Revista de Cultura ressurge, em sua fase II, desta feita com a presença de Márcio Simões como editor adjunto. Sol Negro Edições publica Sobre surrealismo, ensaios do argentino Aldo Pellegrini, com organização, tradução e prefácio de FM. Em resenha sobre este livro, destacaria José Castello: Em um mundo que se torna cada vez mais incompreensível, a literatura, com seu olhar expandido e sua vivacidade, está aí para nos ajudar a viver. Ela afirma a importância da imaginação que, em vez de ser disfarce e cegueira, como muitos ainda pensam, é um instrumento de ampliação do real. Admite Pellegrini: A importância dada à imaginação, ao mundo fantástico e ao dos sonhos, pode levar a crer que o surrealismo significava um mundo de evadir-se da vida. Ao contrário, ele diz, o surrealismo enfatizava a necessidade de penetrar na vida para explorar todas as suas possibilidades. Necessidade que, muito além das escolas e dos grupos literários, é cada vez mais forte (O Globo, Rio de Janeiro, 11/02/2015). 

Fevereiro – Convidado do IX Festival Internacional de Poesia de Granada (Nicarágua).

Junho – Lançamento em São Paulo de Lembrança de homens que não existiam, série de poemas seus e desenhos de Valdir Rocha, primeiro livro impresso publicado pela ARC Edições, que até então vinha publicando apenas títulos virtuais.

As Edições Nephelibata (Santa Catarina) publicam o volume duplo Memória de Borges, organizado, traduzido e prefaciado por FM, que reúne algumas das principais entrevistas dadas pelo argentino no período de 1964 a 1985.

Outubro – Convidado do programa “O que é poesia”, da Casa das Rosas, curadoria e mediação de Edson Cruz, onde fala sobre poesia, fotografia, vídeo e música (São Paulo, 26/10).

Este ano começam as tratativas que resultarão na criação do CEL-FM (Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins), pela Universidade do Estado da Bahia. Em texto que consta do folder informativo do Centro, lemos: A concepção do Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem (GPCSL/CNPq), com sede na UNEB/Campus VI Caetité - BA. Nasceu da doação de livros pelo editor da Agulha Revista de Cultura, o escritor Floriano Martins, à UNEB, por intermédio de Maria de Fátima Novaes Pires, uma das professoras responsáveis pela criação do Grupo de Pesquisa. A sigla CEL-FM (Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins) é uma justa homenagem ao doador dos títulos, possibilitando a formação desse projeto. O objetivo do Centro de Estudos Literários é criar um espaço permanente para discussão, divulgação e, principalmente, intercâmbio entre Cultura e Literatura Brasileira (de fortes raízes latinas) com Culturas e Literaturas produzidas em outras regiões da América Latina. Tem o objetivo de ultrapassar os estreitos limites da academia e dialogar com práticas e saberes promovidos em outros ambientes de produção do conhecimento. Essa iniciativa visa a criação de espaços físicos e simbólicos para um variado acervo cultural, que possibilitará a interação de discentes da UNEB e demais membros da comunidade caetiteense. Com o pensamento voltado para a necessária interlocução entre diferentes visões de mundo, o Centro possibilitará a partilha de experiências acadêmicas, artísticas e culturais.

Realização de alguns projetos comuns envolvendo fotografias, tais como o libreto virtual O mundo é o que nos escapa à vista, com a fotógrafa portuguesa Teresa Sá Couto; o vídeo Interferências, com Valdir Rocha; e o gibi-vídeo O sonho de Lozna, com o artista de quadrinhos João Pinheiro.

 

 

2014

ARC Edições inicia o ano com a publicação de dois novos títulos de FM: Em silêncio e Overnight medley, ambos escritos a quatro mãos, o primeiro em parceria com a brasileira Viviane de Santana Paulo e o segundo com o mexicano Manuel Iris, sendo este uma edição trilíngue, com traduções ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Ao escrever sobre Overnight medley, a mexicana Mónica Morales Rocha abordaria o livro por um ângulo fascinante: Em 1959, Bill Evans escreveu, nas liner notes de Kind of blue, sobre os riscos da improvisação grupal. Talvez acima das dificuldades técnicas da criação coletiva espontânea, Evans pontuava a necessidade humana e social de simpatia entre os participantes, para alcançar um resultado comum. Para o pianista de New Jersey, essa dificuldade foi belamente resolvida (e de que maneira!) nas sessões do 2 de março e 22 de abril daquela ano tão afortunado para o jazz. Em Overnight medley, os poetas Floriano Martins e Manuel Iris, de algum modo sobre a mesma proposta de Evans, apresentam ao longo de suas páginas: um libro sobre jazz que é o próprio jazz. A improvisação, porém também a fusão. Algo impossível sem a amizade, a sinceridade, o sentido absoluto de doação, de entrega (México, 2016). Em texto para contracapa do mesmo livro, o músico brasileiro Jovino Santos Neto destaca que em suas páginas a composição, o improviso encontram o kairos, momento supremo em que ambos se entrelaçam como o Ouroboros alquímico, em Santa Trindade com o Nada, Som do Tempo, concluindo que o mistério de Overnight medley é um show que deixa um desejo de bis, a memória do sonho onde se aprende a ouvir tudo de novo como da primeira vez.

A Pantemporâneo (São Paulo) publica O sol e as sombras, nova experiência conjunta entre Floriano Martins e Valdir Rocha, agora reunindo poemas e gravuras em metal. Como destaca o artista em uma das orelhas do livro, Os presentes poemas de Floriano, comparados com outros de sua obra, são, ao meu sentir, mais narrativos, soltos e espontâneos. Em resenha sobre este livro, observa o crítico José Castello: Em um poema de Floriano Martins, “Rastro”, esbarro em um verso que me derruba: Esta é a única obra. Escutem seu nome. O poema está em O sol e as sombras, livro trabalhado em parceria com as mãos vigorosas do artista Valdir Rocha. As reproduções das gravuras em metal de Valdir são atordoantes e conferem ainda mais potência à frase que leio. O livro se abre com uma epígrafe iluminadora do espanhol Francisco de Goya: Na natureza existem tão poucas cores quanto linhas, só existem o sol e as sombras. Dá-me um pedaço de carvão e eu te darei o quadro mais belo. Tudo, no livro, conflui para um mergulho radical em si. Tudo conflui para o verso de Floriano – ele, também, simples e forte. Eu o repito, para ter certeza de que ele existe: Esta é a única obra. Escutem seu nome. O verso vem em itálico, o que tanto pode indicar a fala de um personagem obscuro, como uma citação. Mas citação de quem? Não importa – o verso se fecha em si mesmo e nos sacode. Nos arrasta. Ele resume, de modo impactante, o segredo da própria criação (O Globo, Rio de Janeiro, 04/03/2015).

Fevereiro – Convidado do X Encontro Iberoamericano de Poesia “Carlos Pellicer” (Villahermosa, Tabasco, México).

Sol Negro Edições publica Bronze no fundo do rio, edição bilíngue de poemas do venezuelano Miguel Márquez, com tradução e mostra de 31 fotografias em cores de FM.

Setembro – Convidado do 4º Salão do Livro de Guarulhos (São Paulo). Na mesma semana grava, para a TV Cronópios, o vídeo Abismo minucioso, experiência de criação automática, proposto por Valdir Rocha e dirigido por Pipol.

 

 

2015

ARC Edições dá início à migração de todo o acervo editorial da Agulha Revista de Cultura para novo endereço. A editora da Universidad Autónoma de la Ciudad de México, acatando sugestão editorial de Eduardo Mosches, diretor da revista Blanco Móvil, publica Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidade, alentado volume de estudos de FM sobre surrealismo no continente americano. Impossibilitado de comparecer ao lançamento na capital mexicana, o autor é representado por Susana Wald, autora da capa do livro.

Publicação de A vida inesperada, montagem de sua poesia publicada até o momento, incluindo inéditos e livros publicados apenas no exterior. Sendo livro essencialmente marcado pela recriação, em texto que assina para suas orelhas, aclara a artista plástica Glaucia Olinger: Nele não observo catarse ou êxtase, mas sim emoções recortadas com tranquilidade. Absoluto controle. No fundo da imaginação existe um poder que abarca moralidade, beleza e verdade. Floriano Martins nos proporciona não apenas a visão da grandeza pessoal do poeta que é, mas de algo impessoal e ainda muito maior: a visão de um ato decisivo de libertação espiritual: a visão da recriação do homem através da poesia.

 

 

2016

ARC Edições publica novos títulos, dentre os quais se destacam Mar anterior, a poesia completa de Sérgio Campos; Confissões de um espelho, poesia e plástica do português Cruzeiro Seixas; e Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América, de Floriano Martins. Acerca deste último, em resenha publicada no botem surrealista Inforsurr, lemos que se trata certamente um livro importante, mesmo que às vezes seja um pouco provocativo. Está repleto de visões originais de um continente que definitivamente deixou de ser periférico à evolução do surrealismo (Infosurr # 134, dezembro de 2017). Dentre os livros preparados para a Sol Negro Edições, este ano é publicado Costumes errantes ou a redondeza da terra, do argentino Enrique Molina. Este é também o ano em que tem início uma das aventuras de criação compartilhada mais ousadas na biografia do poeta, ao lado do também brasileiro Zuca Sardan. Mescla de teatro, desenho, fotografia e colagem, com uma acentuada voltagem de humor negro, os dois avançam na direção de uma singular performance satírica. Este ano publicam a trilogia O iluminismo é uma baleia (ARC Edições).

Março – O Museu Municipal de Cartago, Costa Rica, recebe a Exposição Internacional do Surrealismo, intitulada “As chaves do desejo”. Floriano Martins dela participa, com obras plásticas e a conferência “O voo das chaves”, em que estabelece relações entre surrealismo na Europa e na América.

 

 

2017

Novos títulos são publicados pela ARC Edições, dentre os quais: O retorno das serpentes, de Péricles Prade; Anatomia do ócio, de R. Leontino Filho; e um estudo de Floriano Martins dedicado à escultura de Valdir Rocha: VR e a persistência do mistério.

Encontro com a editora Leda Rita Cintra propicia a criação da coleção “O amor pelas palavras”, coedição Editora Cintra e ARC Edições. Incialmente apenas dedicada a livros virtuais, de circulação exclusiva pela Amazon, em seguida passa a incluir em seu catálogo a possibilidade de fornecimento de livros impressos. Com mais de 30 títulos publicados, a coleção inclui títulos como Horizontes del surrealismo, de Carlos M. Luis; El catedral del desorden, antología poética de Roberto Piva; Intuiciones y obsesiones – Crónicas de una vida interesante, de Susana Wald; Río Loa, estación de los sueños, de Ludwig Zeller; e La novena generación, de Alfonso Peña. De autoria de FM se incluem uma antología de sua poesía, Dos pianos en la tempestad; um volume de crítica de artes: Susana Wald & La vastedad simbólica; e uma extensa e pioneira antologia da poesia surrealista em todo o planeta: Viagens do surrealismo I – A criação.

A editora Apenas Livros, de Portugal, publica Espelho náufrago (poemas). O selo Quaisquer (São Paulo) publica Floriano Martins, poeta e demiurgo, estudo crítico assinado por Claudio Willer. Livro fundamental para a compreensão do universo poético de FM, tanto quanto O hábito do abismo, extenso volume preparado e prefaciado por Márcio Simões, que reúne essencial montante das inúmeras entrevistas dadas por FM em vários países.

Neste mesmo ano tem início as colaborações de FM com a revista Altazor, da Fundação Vicente Huidobro, no Chile, que incluem tanto entrevistas a poetas hispano-americanos, quanto entrevistas e traduções de poetas brasileiros.

 

 

2018

Agulha Revista de Cultura altera sua agenda editorial e passa a publicar edições quinzenais monotemáticas. A revista portuguesa Athena publica, em outubro, um dossiê intitulado “Surrealismo a palavra mágica do século XX”, preparado por Floriano Martins, reunindo 20 surrealistas em todo o mundo que tenham produzido obras tanto na escrita quanto na plástica. ARC Edições publica, em espanhol, Escritura conquistada – Poesía hispano-americana, de FM, alentado volume em que estuda o período das vanguardas em cada um dos países da América Hispânica. Em uma das orelhas, diz o poeta e crítico mexicano Manuel Iris: Não deixa de ser interessante que seja um poeta em língua portuguesa quem se lance a esta nada modesta empresa. Conhecedor profundo da poesia latino-americana, Floriano Martins transita de um extremo a outro da língua espanhola na América, sendo sempre um convidado com o privilégio de quem vê as coisas desde fora: a perspectiva. Com a publicação de Tabula rasa – poemas escritos a partir de uma série fotográfica de Valdir Rocha –, FM dá por encerrada sua trajetória criativa em ambiente poético. Começa a revisar sua poesia completa, contando com a ajuda de R. Leontino Filho, preparando-a para publicação no ano seguinte. Segue, no entanto, com o trabalho ensaístico, trabalhando em um extenso volume crítico dedicado ao centenário do Surrealismo. A Academia Brasileira de Letras, em sua “Série Essencial”, publica o livro Laudelino Freire, breve estudo de FM sobre o filólogo e dicionarista. A revista Athena (Portugal) publica o dossiê “Surrealismo a palavra mágica do século XX”, reunindo poetas e artistas surrealistas de diversos países do mundo. Escreve o último poema de sua poesia completa, “Atlas revirado”, com que conclui também a sua criação poética.

13 de outubro a 03 de novembro de 2018 – Participa da mostra “Little Shop of Magic, 2”, na Galeria CentreSpace, Inglaterra. Dentre outros artistas se encontram obras de John Welson, Man Ray, Michael Richardson, Joan Miró, Janice Hathaway, Pierre André Sauvageot, Alec Simpson e Russell Gregory.

 

2019

Em junho viaja para o México, onde participa do evento “DiVerso: Fiesta de la Diversidad y la Palabra.

A Sol Negro Edições publica Traduções do Universo, livro que reúne entrevistas, manifestos e ensaios de Vicente Huidobro, organizado, prefaciado e traduzido por FM.

ARC Edições Neônia, a prosa de Andréia Carvalho Gavita,

Em dezembro, a Organização Mundial de Saúde caracterizou a COVID-19 como uma pandemia. A velocidade assustadora com que o planeta foi sendo fragmentado e isolado, ao lado da avalanche de contaminações e mortes, eis algo que não se pode apagar da memória. Durante todo um período de dois anos, FM ficou em isolamento doméstico, período em que se dedicou à preparação de sua obra completa, que editaria no ano seguinte, com capa e reproduções internas da obra da artista Juliana Hoffmann.

 

2020

No início do ano, propõe a escritura de poema coletivo que seria assinado por Anna Apolinário, Armando Romero, Berta Lucía Estrada, FM, José Ángel Leyva, Omar Castillo e Vanessa Droz, contando ainda, em sua edição em diversas revistas – em português, francês, espanhol e inglês –, com a intervenção gráfica de Alfonso Peña e Amirah Gazel. O poema se intitula As máscaras do ar.

Chega ao final a coleção “O amor pelas palavras”, coedição Editora Cintra e ARC Edições, com um catálogo destacado com a publicação de 97 títulos. Ao lado de Demetrios Galvão, FM cria o projeto Atlas Lírico da América Hispânica, que circula na revista Acrobata, dirigida por Galvão. O projeto é um banco de dados com a presença de poetas dos 19 países hispano-americanos, e a tradução ao português de seus poemas é assinada por FM e Elys Regina Zils, inicialmente, porém logo convidam também a venezuelana Gladys Mendía para integrar a equipe.

 

2021

A poeta, ensaísta e dramaturga colombiana Berta Lucía Estrada começa a escrever com FM uma série de peças de teatro, que resultariam na publicação do livro Tríptico da agonia, no mesmo ano. Os dois não pararam com esse ciclo criativo, logo acrescentando outra peça, assim como um ensaio sobre Rabelais. FM havia iniciado em 2016 o emprego da escritura automática a quatro mãos, primeiramente com Zuca Sardan e agora com Berta Lucía Estrada, uma etapa dramatúrgica em sua vida que deu maior consistência à sua escrita, tanto da dimensão do humor, quanto em seu perfil metafísico. No que diz respeito ao poema, as experiências anteriormente verificadas com Manuel Iris e Viviane de Santana Paulo, foram ampliadas e vieram livros com Leila Ferraz, Anna Apolinário e Susana Wald. Experiência exitosa, FM também propôs a Jacob Klintowitz, Berta Lucía Estrada e César Bisso a escritura a quatro mãos de ensaios.

ARC Edições, em parceria com a Sol Negro Edições, publica os livros 100 anos do Livro de Mágoas – releituras da obra de Florbela Espanca (organizado por Maria Lúcia Dal Farra e outros), e No ardor dos livros – Estudos sobre Maria Lúcia Dal Farra (organizado por Fabio Mario da Silva e outros).

 

2022

Este ano FM conclui sua trilogia do Surrealismo e, juntamente com Elys Regina Zils, traduz suas quase mil páginas para o espanhol. Elys substitui Márcio Simões como editora-assistente da Agulha Revista de Cultura. Tradutora e pesquisadora do Surrealismo, Elys amplia sua afinidade com FM, que lhe doa a totalidade de sua biblioteca e, em 2023, passa para ela a direção geral da revista.

Viaja à Bolívia, como convidado de honra da Feira Internacional do Livro em Santa Cruz de la Sierra.

A editora espanhola Vaso Roto Ediciones publica uma antologia bilíngue intitulada Grandes em Casa, de poetas vinculados à Casa Cultural de las Américas. No estudo introdutório, sua organizadora, Elizabeth Quila, observa que em sua poesia FM não evoca, provoca, segundo meu critério, um olhar até o que costumamos observar sem ver; induz a uma contemplação a olhos fechados, a esculcar detrás das pálpebras o timão para a viagem final; incita que os sentidos, em sua caravana monstruosa do circo da vida, se façam presentes como protagonistas, em sua melhor versão, do último espetáculo.

 

2023

A revista Acrobata inicia com o ano com a publicação de “FM e o maravilhoso tumulto de sua vida”, uma extensa enquete ao poeta da qual participaram Berta Lucía Estrada, Elys Regina Zils, Gabriel Chávez Casazola, Gladys Mendía, Leontino Filho, Mariana Bredow e Valeria Sandi.

ARC Edições, novamente em parceria com Sol Negro Edições, publica o livro Para uma poética da Utopia, do poeta, tradutor e ensaísta Carlos Lima.

No segundo semestre é criado o projeto “Rede de Aproximações Líricas”, uma ideia conjunta de FM, Demetrios Galvão, Elys Regina Zils e Márcio Simões. Segundo o jornalista mexicano Alejandro Ventura, que publica na revista Acrobata, uma entrevista com seus criadores: Hoje existe uma iniciativa de grande valor cultural no Brasil chamada Rede de Aproximações Líricas. Quatro intelectuais, responsáveis ​​pela criação de projetos editoriais com forte ligação com a cultura da América Latina, decidiram unir forças em um propósito comum que se soma ao trabalho que realizam há pelo menos duas décadas, publicando revistas e livros. A mais antiga delas é a Agulha Revista de Cultura, que também é pioneira, pelo menos no Brasil, entre os periódicos virtuais dedicados aos estudos críticos sobre arte e cultura. Logo foi a vez de uma editora bastante inusitada no país, a Sol Negro Edições, especializada em livros artesanais. Por fim, outra revista, a Acrobata, que começou como publicação impressa e logo migrou para o mundo virtual. Falarei com seus editores sobre esta valiosa união de forças. Posteriormente Gladys Mendía também passa a integrar a rede que, segundo uma de suas fundadoras, Elys Regina Zils, a criação de um símbolo comum, a rede, apenas reforça o rigor de nosso trabalho editorial. Estamos juntos, eis o que estamos dizendo com a rede. Estamos determinados a ampliar um panorama de difusão sistemática da tradição lírica hispano-americana. Estamos certos de que esta aventura editorial contará sempre com a preciosa atenção de todos.

Em agosto foi convidado do 21º Salão do Livro do Piauí.

Juntamente com Elys Regina Zils realizou duas grandes mostras de jovens poetas brasileiros para as revistas Esteros (Uruguai) e La Otra (México), que seriam publicadas no início do ano seguinte.

 


 

1989 A POÉTICA DO PARADOXO [Entrevista concedida a Sérgio Campos]

1996 A FAVOR DO CONTRA [Entrevista concedida a Lira Neto]

1997 O TEATRO E O ATENEU: Breve introdução à poesia de Floriano Martins [Carlos Felipe Moisés]

1998 A MODERNIDADE NÃO É UM CADERNO DE RECEITAS [Entrevista concedida a Rodrigo de Souza Leão]

1998 A NECESSIDADE DA POESIA [Entrevista concedida a Emmanuel Nogueira]

1998 CONTINENTE DE POETAS [Wilson Martins]

1998-2010 FRAGMENTOS ROUBADOS AO TEMPO [Preparado por Márcio Simões]

1999 FLORIANO MARTINS TRAZ POETAS HISPANO-AMERICANOS AO BRASIL [Entrevista concedida a José Castello]

1999 UN LIBRO QUE UNE Y ESCUDRIÑA [Carlos Germán Belli]

2000 OS TORMENTOS DO VERBO E DA IMAGEM NA ESTRUTURA DA ALMA [Eric Ponty]

2002 AS MANIFESTAÇÕES SURREALISTAS NA AMÉRICA LATINA [José Castello]

2002 HUMANISMO POÉTICO [Entrevista concedida a Fabrício Carpinejar]

2002 MÉXICO Y BRASIL BUSCAN ACERCARSE A TRAVÉS DE LA POESÍA CONTEMPORÁNEA [Rodrigo Flores]

2002 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Rodrigo Petronio]

2002 UM OLHAR NA POESIA [Entrevista concedida a Carmen Virginia Carrillo]

2002 VOZES EM CONFLUÊNCIA [Maria Esther Maciel]

2003 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Entrevista concedida a Rodrigo Petronio]

2003 PALAVRAS PRELIMINARES [Entrevista concedida a Jorge Ariel Madrazo]

2004 SÁBIO IMPREVISTO [Entrevista concedida a Álvaro Alves de Faria]

2004 UMA AGULHA NA REDE DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]

2005 SOMOS O QUE BUSCAMOS [Entrevista concedida a Ana Marques Gastão]

2005 VERTIGENS DO OLHAR: autorretratos [Floriano Martins por Floriano Martins]

2006 A OUTRA MÁQUINA DO MUNDO [Entrevista concedida a Belkys Arredondo]

2008 FESTA DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Anderson Sandes]

2008 UMA CONVERSA COM O CURADOR DA 8ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ [Entrevista concedida a Lira Neto]

2009 A INOCÊNCIA DE FLORIANO MARTINS. INOCÊNCIA? [Jacob Klintowitz]

2010 ÀS VOLTAS COM O LIVRO-OBJETO E SUAS SOMBRAS [Entrevista concedida a Madeline Millán]

2010 CIBERCULTURA EN TIEMPOS DE ANALFABETISMO GLOBAL [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]

2010 NASCENDO TODOS OS DIAS [Entrevista concedida a Manuel Iris]

2010 OPÇÃO PELA DISSIDÊNCIA [Entrevista concedida a Márcio Simões]

2010 TODAS AS COISAS À MINHA VOLTA [Entrevista concedida a Adlin Prieto]

2011 CRÍTICA E RUPTURA: a inocência de pensar de Floriano Martins [Teresa Ferrer Passos]

2011 PARTICIPAÇÃO POÉTICA [Entrevista concedida a Márcio Simões]

2013 QUE HOMEM É ESSE? [Entrevista concedida a Oleg Almeida]

2015 O LUGAR QUASE LASCIVO DE UMA AMBIGUIDADE [Entrevista concedida a Renata Sodré Costa Leite]

2016 AVENTURAS DA POESIA NO TEMPO: o inteiro continente revelado [R. LeontinoFilho]

2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 01 [Alfonso Peña & Floriano Martins]

2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 02 [Omar Castillo & Floriano Martins]

2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 03 [José Ángel Leyva & Floriano Martins]

2016 LOS NAVEGANTES DE LA PARADOJA [Entrevista concedida a Alfonso Peña]

2016 UM NOVO CONTINENTE [Marco Lucchesi]

2017 À LUZ DO PARADOXO [Entrevista concedida a Leila Ferraz]

2017 FLORIANO MARTINS, POETA E DEMIURGO [Claudio Willer]

2020 | DIÁLOGO CON FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Berta Lucía Estrada]

2020 | FLORIANO MARTINS: Todos somos marginados a la sombra de lo desconocido | [Entrevista concedida a Elys Regina Zils]

2020 UMA CONVERSA COM FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Anna Apolinário & Demetrios Galvão]

2021 UNA PRESENTACIÓN DE LA OBRA DE FLORIANO MARTINS [José Alcántara Almánzar]

2021 VOCAÇÃO DIALOGANTE [Entrevista concedida a Maria Estela Guedes]

2022 DE ITARARÉ A UMA DEAMBULAÇÃO CONTÍNUA: Conversa com Floriano Martins sobre o Surrealismo no Brasil [Entrevista concedida a Anderson Costa & Elys Regina Zils]

2023 | FLORIANO MARTINS E O MARAVILHOSO TUMULTO DE SUA VIDA | Roda de imprensa, várias vozes

2023 A OUTRA VOZ DO TEMPO: Cronologia de vida e obra [Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões]


 


OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA

 

El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.

Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.

Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.

Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.

O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra AméricaCaracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.

A inocência de Pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.

Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.

Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.

Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.

Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.

Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.

Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.

120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.

 

TRADUÇÕES

 

Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.

A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.

Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.

III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.

Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.

Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.

Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.

Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.

Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.

Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.

Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.

O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.

A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.

 

 

 

 

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