Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões
1957 |
Nasce em 30 de junho, em Fortaleza, Ceará. Filho de Floriano José
Martins Benevides e Maria Consuelo Feijó Benevides, recebe o nome de Floriano
Benevides Júnior. |
1970 |
Morte do único irmão, Marcos Vinicius, aos 9 anos de idade. Dessa
época relembra, em entrevista a Wanderson Lima, a caótica biblioteca do pai,
onde iniciou-se leitor: Recordo a
bagunça que era a biblioteca de meu pai, com livros e revistas e jornais de
toda ordem. De poesia, por exemplo, havia apenas o volume dos sonetos de
Shakespeare e um exemplar do Paraíso perdido de Milton. Do ponto de vista literário, fui criado entre romances e
gibis, inclusive as inúmeras adaptações de clássicos da literatura mundial
para o formato fotonovela, bastante comum na época. (dEsEnrEdoS # 8, Teresina/PI, janeiro de 2011). |
1971 |
Escreve uns primeiros contos e ao assiná-los muda o nome para Floriano
Martins, em homenagem a seu pai. |
1975 |
Decide não frequentar mais a escola. Convívio intenso com gente
ligada, principalmente, à música e ao teatro. |
1976 |
Em edição fora de mercado, edita o primeiro livro de poemas, Composição, juntamente com o artista
plástico Alano de Freitas (Edição do Autor, Fortaleza). Vive um romance
tempestuoso que o leva para o interior da Bahia, em um acidentado convívio
com centros espíritas e terreiros de Umbanda. |
1978 |
Retorna a Fortaleza. Morte de sua mãe, aos 51 anos de idade. Casa-se
em maio com Socorro Nunes. Publica Ruínas
de silêncio (poemas), com fotografias de Paulo Aécio (Edição do Autor,
Fortaleza). O livro foi escrito sob o impacto da leitura da autobiografia Memórias do cárcere, de Graciliano
Ramos. |
1979 |
Surge o número único da revista Siriará,
de um grupo homônimo do qual participou e que teve a singularidade de reunir
escritores de várias gerações e tendências na literatura cearense. Publica Nenhuma correnteza inaugura minha sede,
com desenhos de Itamar do Mar (Edição da Universidade Federal de São Carlos,
São Paulo). |
1980 |
Trabalha como desenhista na Imprensa Oficial do Ceará, por um período
de 10 meses. |
1981 |
Morte de seu pai, em setembro, aos 51 anos de idade. Poucos dias
depois nasce sua filha, Flora. Publica Di
versos em versos, com ilustrações de Caú (Edições Lauro Maciel Jr.,
Fortaleza). Ingressa, através de concurso público, no BNH – Banco Nacional da
Habitação. |
1982 |
Publica O amor pelas palavras,
com xilogravura de Norberto Onofrio em sua capa (Editora Trote, Rio de
Janeiro). |
1983 |
Passa a residir em São Paulo. Traduz o livro Altazor, do chileno Vicente Huidobro, em parceria com o poeta
Francisco Carvalho, como exercício de maior aproximação da língua espanhola. |
1985 |
Nasce, em agosto, seu segundo filho, André. |
1986 |
Retorna a Fortaleza. Com a extinção do BNH, é transferido para a CEF –
Caixa Econômica Federal. Abril – Tem início sua participação no SLMG – Suplemento Literário Minas Gerais, sob a direção de
Paschoal Mota, em Belo Horizonte. Ali publica traduções de ensaios, prosa e
poesia de autores como Ernesto Sábado, Georges Bataille, William Blake, Pier
Paolo Pasolini, Octavio Paz, Hans Arp, Vicente Huidobro, Álvaro Mutis, dentre
muitos outros, assim como entrevistas a poetas hispano-americanos e
brasileiros. |
1987 |
Novembro – Publica As contradições
terríveis, plaqueta mesclando poemas e colagens (Edições Lauro Maciel
Jr., Fortaleza). Ao resenhá-la para o jornal Tribuna do Ceará, observa José Alcides Pinto que a poesia de FM possui, sem dúvida, esse ritmo mágico, que
se adivinha através das linhas de composição, como a pauta musical, com
tamanha leveza de forma e montagem dos poemas, logo concluindo que a poesia de Floriano Martins apresenta uma
nova estética da arte, na forma e montagem do poema, com o aproveitamento das
vanguardas –, diga-se, em tempo, um acréscimo – contribuição valiosa,
expressiva, do que existe de mais novo: sintaxe e sintagma, signo e símbolo
se integram para a invenção maior de sua poemática. (suplemento Literarte, Fortaleza, 20/02/1988). Dezembro – Tem início sua participação como tradutor no suplemento Prosa*Verso, sob a coordenação de José
Emílio-Nelson, do jornal Comércio do
Porto, em Portugal. Ali publica traduções de importantes poetas
hispano-americanos (Roberto Juarroz, Vicente Huidobro, César Vallejo, Rosamel
del Valle, Alfredo Silva Estrada, Severo Sarduy, Enrique Molina, José Emílio
Pacheco, Pablo Antonio Cuadra, Oliverio Girondo, Octavio Paz, Eugenio
Montejo, dentre muitos outros). |
1988 |
Agosto – Cria o jornal Resto do
mundo, dedicado à tradução de ensaio e poesia de vários outros idiomas.
Até março de 1990 saem quatro números, incluindo textos de autores como
Carlos Germán Belli, Antonin Artaud, René Char, José Lezama Lima, Javier
Sologuren, Gottfried Benn, Gonzalo Rojas, Xrístos Láskaris, dentre muitos
outros. Em depoimento a Alfonso Peña, Martins esclarece: No início dos ‘80, começo a descobrir a América Hispânica, mundo
inteiramente novo para mim, relatando que O jornal Resto do mundo
surge da necessidade de fundar um espaço especificamente dedicado à difusão
de literaturas desconhecidas no Brasil. O dilema foi o mesmo de sempre, pelo
qual já passamos todos nós, editores em qualquer lugar do mundo. Não havia
suporte financeiro para dar continuidade à aventura editorial. Meus primeiros
contatos com o Surrealismo na América Latina coincidem com este período.
Claro que antes conhecia as residências nerudianas, porém falo aqui de outra dimensão do Surrealismo, mais
profunda (do ponto de vista da linguagem e também do caráter da escrita e de
seu autor) e que possui um tônus distinto do Surrealismo europeu. Na época eu
me correspondia com estudiosos como os espanhóis Jorge Rodríguez Padrón e
Ángel Pariente, e também com o romeno Stefan Baciu. Foram anos de uma
correspondência muito intensa, sobretudo com Rodríguez Padrón. Registrei tudo
isto na forma de entrevistas. (Entrevista constante do livro Conversas, de Alfonso Peña. San José,
Costa Rica, 2014). |
1990 |
22/05 – Nota de imprensa, não assinada, a respeito do jornal Resto do mundo, observa ser
surpreendente a novidade de suas
páginas e, sobretudo, a enorme capacidade de recepção das produções atuais
que, desse modo, mantêm o leitor perfeitamente informado e, por isto,
totalmente partícipe do que ocorre atualmente no mundo. Esse é o signo desta
revista: a modernidade; embora tampouco abandone, e certamente por isso
mesmo, aquilo que Octavio Paz, sempre tão lúcido, denominou a tradição da
vanguarda, como, por exemplo, o melhor
da herança surrealista. (Página
Libre, Lima, Peru, 22/05). |
1991 |
Agosto – Publica Cinzas do sol,
pelo selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). Em entrevista realizada
por Luiz Alberto Machado em 2010, FM assinala que Cinzas do Sol está
pautado por um acidente, ou pelo acaso objetivo. O personagem central do
livro corresponde à minha avó materna. Encontrava-se prostrada à cama, muito
doente, claramente à espera da morte. Diante dela, pensando na intensa
vitalidade com que conduziu seus dias, por muito pouco resisti à vontade de
matá-la. Saí dali e não voltei mais a vê-la. Ao chegar à casa, abri
aleatoriamente as páginas de Le
coupable, do Georges Bataille, e
salta diante de mim a frase: A vida é um efeito de instabilidade, de
desequilíbrio, logo seguida de um não
menos revelador Mas é a fixidez das formas o que a torna possível. A partir de então, eu deixo de ser
apenas um observador e passo a descobrir-me também como personagem de minha
escrita. (O guia de poesia,
02.07.2010). Dezembro – Publica Sábias areias,
pelo selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). Ao resenhá-lo para o
jornal O Escritor, observa José
Alcides Pinto que este livro é um escândalo, no sentido de experiência-limite, em sua vazante de verticalidades e
suntuosos extremos no tratamento com a linguagem. Recorre a uma forma
clássica e às imagens mais subterrâneas (íntimas tão somente dos verdadeiros
iniciados) de uma mística já perdida no tempo, para ‘narrar’ – há um sutil
elemento narrativo que percorre todo o livro, que o torna por inteiro um
único poema, em seus 33 sonetos brancos, sonetos de areia, como bem salienta o autor – um mágico
cenário de circunstâncias e tensas vozes em que se dá um diálogo entre o
homem e sua mãe perdida (“mãe infundada”, “mãe perdendo seus filhos”, “mãe de
todas as noites”, “mãe serena dos relâmpagos”), imagens se desdobrando
vorazmente (São Paulo, abril de 1992). |
1992 |
Integra um grupo surrealista sediado em São Paulo. Julho – Colagens suas participam da mostra “Surrealismo”, realizada no
NAC – Núcleo de Arte Contemporânea, em São Paulo. Setembro – Assina o prólogo de Aluvião
rei, de Sérgio Lima (& etc Edições, Lisboa, Portugal). Neste mesmo
mês aparece a edição de El corazón del
infinito (Tres poetas brasileños) (Cuadernos de Calandrajas, Toledo). O
libreto reúne entrevistas a Sérgio Lima, José Santiago Naud e Sérgio Campos.
A tradução espanhola esteve a cargo do diretor da revista Calandrajas, Jesús Cobo. Logo na
apresentação, observa Martins: à Margem
de um fluxo experimental (concretismo, processos, práxis) que, em torno dos
anos 60, tomaria de assalto as veias pouco abertas (no que pese os esforços
de certa linha modernista) da poesia brasileira, tomava corpo, como é comum a
todos os tempos e lugares, a obra de autores aos quais importava menos a
rigidez acadêmica das escolas literárias do que o movimento em si da poesia,
sua dinâmica incessante. Não duvido em afirmar que em tais atitudes isoladas
[…] radica a expressão maior de nossa
poesia, desde os inícios do modernismo em 1922. (“Diálogos incessantes da
poesia”). |
1993 |
08/05 a 18/07 – Colagens suas integram a mostra “América Latina e o
Surrealismo”, sob a curadoria geral de Heribert Becker, realizada no Museu
Bochum, Colonia, Alemanha. |
1994 |
Publica Tumultúmulos pelo
selo Mundo Manual Edições (Nova Friburgo/RJ). A Dedalus Book publica The myth of the world – Surrealism 2,
antologia reunindo nomes como André Breton, Robert Desnos, Antonin Artaud,
Jacques Prévert, Magloire Saint-Aude, Eugenio Granell, Ghérasim Luca, em um
total de 47 poetas em todo mundo. A edição inclui a íntegra de Cinzas do sol, em tradução de Margaret
Jull Costa (Londres, Inglaterra, com distribuição na Austrália, Canadá e Nova
Zelândia). |
1995 |
18/03 – O suplemento Sábado,
jornal O Povo, em Fortaleza, sob a
direção de Lira Neto, publica a edição especial “Mundo mágico” (inteiramente
dedicada à poesia na América Hispânica, com ensaios, traduções e entrevistas
de Floriano Martins). 17/06 – O mesmo suplemento publica a edição especial “Barrados no
baile”, inteiramente dedicada à poesia brasileira, novamente contando com
ensaios e entrevistas assinados por Floriano Martins. |
1996 |
Decide demitir-se do emprego público, passando a dedicar-se a
atividades culturais (produção, tradução, curadoria etc.). 09/05 a 02/06 – Colagens suas integram a mostra “A imagem da
revelação”, sob a curadoria geral de Sérgio Lima, realizada no Espaço
Expositivo Maria Antonia, em São Paulo, como parte da programação do evento
“Homenagem ao centenário de André Breton”. 13/05 – No âmbito do mesmo evento participa da mesa-redonda “A
linguagem plástica do surrealismo”. |
1997 |
Afasta-se do grupo surrealista. Sobre o tema, comenta em entrevista a
Consuelo Tomás: Como havia nitidamente
uma distorção em relação à leitura do Surrealismo no Brasil, me vinculei a um
grupo surrealista, a partir daí chamando a atenção para os laços de nossa
cultura com o Surrealismo. Sigo firme nisto, mas lembro que minha poesia não
corresponde unicamente àquele universo estético geralmente associado ao Surrealismo.
(Suplemento Talingo, La Prensa, Panamá, maio de 2000). Setembro – Leitura de poemas no Centro Cultural São Paulo, ocasião em
que distribui ao público o libreto Alma
em chamas (36 páginas, em formato CD, Edições Resto do Mundo). |
1998 |
20/05 – Lançamento de Escritura
conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), na livraria Livros
& Letras, em Fortaleza. Em nota de redação do jornal O Estado de S. Paulo, destaca-se que o volume reúne entrevistas do autor com os
principais expoentes da poesia da América Latina contemporânea e propõe, por
meio do diálogo, a aproximação entre esses dois territórios que,
absurdamente, não se reconhecem. O livro encoraja o intercâmbio de culturas e
é fruto do trabalho de mais de uma década do poeta, tradutor e crítico
literário Floriano Martins (suplemento Especial Livros Domingo, São Paulo, 05/07). Em nota de redação da
revista Común Presencia, destaca-se
que as lúcidas perguntas que o autor
formula nos conduzem pelas mais diligentes preocupações referentes à criação
e alcançam um intercâmbio eficaz entre os autores e as línguas, assim
encontrando uma eficaz irradiação do poético (Bogotá, Colômbia, outubro
de 1998). Ao resenhá-lo para o jornal O
Povo, Claudio Willer observa que FM é um
entrevistador com estilo próprio e que sua intenção é, sempre, mostrar a singularidade de cada autor através
de sua própria voz, concluindo que desse
procedimento resultam textos que são quase ensaios em parceria, a quatro
mãos, densos e instigantes, além de informativos; e que apresentam uma
perfeita continuidade com os poemas publicados na sequência de cada uma das
entrevistas (suplemento Vida &
Arte, Fortaleza, 13/08). Ao resenhá-lo para a revista Paréntesis, Miguel Gomes observa: A aparente heterogeneidade deste livro,
mais do que lhe ser contrária, constitui uma de suas qualidades. Graças a
ela, a produção lírica do continente adquire a consistência de um múltiplo
rumor, um encontro animado de vozes cuja energia surge da dissensão e dos
inesgotáveis caminhos que esta abre. “Livro de todos nós”, “palco crepitante
onde a América Latina pratica o fervor de sua palavra poética”, “diálogo de
poetas que tecem um encantamento de fios soltos”: curiosamente, frases como
essas, que Martins emprega na introdução do volume, podem ser retomadas para
valorar com justiça o resultado de seus esforços. (México, dezembro de
1999). 08/07 – Lançamento de Escritura
conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), no Campus Avançado
de Pau dos Ferros, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Agosto – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção
“Memo”, de ensaio e ficção, publica Escrituras
surrealistas (São Paulo). 05/08 – Lançamento de Poemas de
amor, de Federico García Lorca, tradução e prefácio de Floriano Martins,
na livraria Livros & Letras, em Fortaleza. Pela mesma Ediouro (Rio de
Janeiro), neste ano também é publicada a tradução de FM do livro Delito por dançar o chá-chá-chá, de
Guillermo Cabrera Infante. Com a morte do escritor cubano, o jornal português
Diário de Notícias inclui em seu
obituário um depoimento de Martins que diz: Trata-se de um volume de contos que também pode ser tido como uma
trama romanesca, uma vez que os personagens saltam de um conto para outro,
com suas obsessões e a mesma exuberância com que Cabrera sempre tratou a
linguagem. E o ponto em questão, ambíguo sempre, mescla enigma e fracasso.
São componentes estimulantes que requerem do tradutor uma identificação com
esse mundo abissal que habita o romancista cubano. Neste sentido, Guillermo
Cabrera Infante (1929-2005) possui um estilo desafiador, em que o próprio
ambiente linguístico (Caribe) contribui para este mergulho em um mosaico
fascinante e revelador, com sua variedade infinita de modulações. Traduzi-lo,
portanto, engrandece-nos inevitavelmente. (DN, Lisboa, Portugal, 23/02/2005). 17/08 – Lançamento de Escritura
conquistada (Diálogos com poetas latino-americanos), no Parlamundi, em
Brasília. 11/11 – Lançamento de Alma em
chamas, na livraria Livros & Letras, em Fortaleza. Ao resenhá-lo para
o jornal O Povo, Claudio Willer
observa que essa mescla de devaneio
e exatidão, nas palavras do autor, é
opaca pela espessura; sombria pela seriedade; enfática, reiterativa, pela
gravidade do que diz; complexa por ser, entre outras coisas, poesia sobre
poesia, espelhando a erudição do autor. O conjunto de dezenas de trechos,
alternadamente versificados e em prosa, dividido em sete partes, é, na
verdade, um só poema. A família literária à qual pertence é a dos autores, no
século XX, de poemas extensos, que procuraram restaurar a épica e recuperar
um cosmos, uma totalidade. (suplemento Vida & Arte, Fortaleza, 11/11). A este respeito também
escreve o chileno Rolando Toro, ao dizer que o livro põe em relevo as dimensões caóticas e míticas da existência. Seus
poemas são uma permanente criação atual no sentido de Alfredo Auersperg; afundam no tumulto, na
complexidade, no caos criador. Seu projeto poético é subversivo, alheio aos
valores convencionais, ao formalismo e à poesia concreta. Floriano Martins entra com determinação
nas trevas da alma, sem eludir o êxtase de viver ou a devoção pelo sagrado.
(Diario de Los Andes, Trujillo,
Venezuela, 24/09/2000). |
1999 |
23/03 – Profere palestra sobre revistas literárias na América Latina
no seminário “Produção de Revistas”, na livraria Livros & Letras, em
Fortaleza. Junho – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção
“Memo”, de ensaio e ficção, publica Dois
poetas cubanos, ensaios de Jorge Rodríguez Padrón traduzidos por FM (São
Paulo). 11/08 – Leitura dinâmica de O
livro invisível de William Burroughs, colagem de textos de Floriano
Martins e William Burroughs, com a participação de Claudio Willer, Paschoal
da Conceição e Graça Berman, como parte da programação do ciclo de palestras
e leituras dramáticas “Os limites da literatura: autores rebeldes,
excêntricos, marginais, malditos”, no auditório da Biblioteca Mário de
Andrade, em São Paulo. 15/09 – Lançamento do número único de Xilo – Revista de Cultura e Mídia, dirigida por Floriano Martins
e Adriano Espínola, na livraria Ao Livro Técnico, no Centro Dragão do Mar de
Arte e Cultura, em Fortaleza. Outubro – Passa a assinar uma crônica mensal na série “Arte pela arte”
do Jornal da Tarde (São Paulo,
1999-2001). Dezembro – Cria a Agulha Revista
de Cultura. Entrevista a Afonso Machado traz o seguinte depoimento de FM:
a Agulha Revista de Cultura surge em dezembro de |
2000 |
Março – A Fundação Memorial da América Latina, através de sua coleção
“Memo”, de ensaio e ficção, publica Três
entradas para Porto Rico, ensaios de José Luis Vega, com organização,
tradução e prefácio de FM (São Paulo). 10/05 – Profere a conferência “Modernismo na literatura
hispano-americana e o surrealismo na América Latina”, na Universidad de
Panamá, Ciudad Panamá, Panamá. 18/05 – Lançamento de Alberto
Nepomuceno – Em nome da ousadia, biografia do compositor, no Centro
Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza. FM não está presente, em função de
temporada que passa na América Central. Ao resenhá-lo para o jornal O Estado de S. Paulo, João Luiz
Sampaio observa que Martins ressalta
ser necessária uma distinção entre o que era considerado nacionalismo para
Nepomuceno e o significado adquirido pelo termo após a Semana de Arte
Moderna. “O modernismo propõe um nacionalismo regionalizante, folclorizante,
enquanto para Nepomuceno era importante somar as experiências internas e
externas em prol de uma identidade cultural brasileira.” Para que houvesse
esse diálogo, no entanto, era preciso que o Brasil fundasse suas próprias
vozes poéticas, deixando de ser eco daquilo que se passava na Europa, busca
que marcou o trabalho de Alberto Nepomuceno. (Caderno 2/Cultura, São Paulo, 26/11). 20/05 – Lançamento de A nona
geração, de Alfonso Peña (traduzido, prefaciado e editado no Brasil por
Floriano Martins), na Galeria Andrómeda, em San José, Costa Rica. Nota de
imprensa, assinada por Fabio Agrana, destaca que o poeta brasileiro Floriano Martins se queixou do excesso de
formalismo na poesia de seu país e afirmou que se sente como um bicho
estranho por ser um dos poucos no
Brasil que combinam teatro, barroco e surrealismo em seus poemas. Ensaísta e
tradutor, Martins, de 44 anos, aproveitou o encontro que manteve com poetas
panamenhos no final de semana passado para falar de sua poesia, seus projetos
e as correntes literárias que predominam em seu país. FM se encontra no
Panamá realizando um giro de um mês e esta semana se muda por alguns dias
para Costa Rica, onde deve apresentar um livro de contos do autor
costarriquense Alfonso Peña. (Tragaluz,
Panamá, 21/05). 23/05 – Lançamento de Alma em
chamas, incluindo leitura de poemas, realizado no Instituto Tecnológico
de Costa Rica, em Florencia de San Carlos, Costa Rica. 25/05 – Profere a conferência “A modernidade da poesia
hispano-americana”, no Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil,
em San José, Costa Rica. 27/05 – Apresentação do espetáculo “Altares do caos” (poesia, música e
dança), realizado no Museu de Arte Contemporânea, em Ciudad Panamá, Panamá.
Concepção, textos e direção de Floriano Martins. Direção musical de Domingo
Muñóz. Participação do grupo de dança moderna dirigido por Vielka Chú. 25/07 – Lançamento de A nona
geração, de Alfonso Peña (incluindo uma exposição do artista Eduardo
Eloy, que assina capa e ilustrações internas da edição), na Galeria Ignez
Fiúza, em Fortaleza. Integra o grupo de artistas que cria o INGRAV – Instituto da Gravura
do Ceará. |
2001 |
A revista Caras encarta em
uma de suas edições um libreto intitulado A
melhor poesia do mundo (poetas estrangeiros), incluindo poemas de García
Lorca, Shakespeare, Baudelaire, Petrarca e Fernando Pessoa. FM assina a
tradução dos poemas de Lorca. A coleção “Poetas de Orpheu”, da Maneco
Livraria & Editora, publica Extravio
de noites (Caxias do Sul/RS). Janeiro – Cria a Banda Hispânica,
primeiro banco de dados na Internet dedicado exclusivamente à poesia de
língua espanhola. 28/07 – Convidado do Fórum Internacional 2001, da Academia
Guanajuatense de Arte y Cultura, realizado em Guanajuato, México. Setembro – Ediciones Andrómeda publicam Cenizas del sol – poemas y esculturas, de Floriano Martins e
Edgar Zúñiga, em tradução de Benjamin Valdivia e Saul Ibargoyen (espanhol) e
Margaret Jull Costa (inglês) (edição trilíngue, San José, Costa Rica). Dezembro – A Escrituras Editora publica O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina, em
sua coleção Ensaios Transversais. O livro mescla estudo sobre o surrealismo e
antologia poética, reunindo autores de vários países do continente. Ao
resenhá-lo para o Estado de Minas,
observa Maria Esther Maciel que o livro não
vem apenas mapear vozes importantes do surrealismo latino-americano ou
reconstituir, por uma via alternativa, parte da história da poesia moderna
brasileira que a historiografia literária oficial esqueceu, desprezou ou
rasurou, mas também convidar o leitor a exercitar, em meio ao horizonte
dos utensílios, que define o nosso
tempo, os poderes revitalizantes da imaginação (Belo Horizonte,
13/04/2002). Coincide com a poeta brasileira o espanhol J. M. Pérez Corrales,
ao resenhar este livro no jornal El Día,
quando diz tratar-se de uma antologia
fundamental, que afronta com seriedade o controvertido tema da atividade
surrealista sul-americana e que será a partir de agora um ponto de referência
inevitável (embora não nos reste dúvida de que o academicismo universitário o
ignorará por todo o tempo que possa) (suplemento Archipiélago Literario, Tenerife, Ilhas Canárias, 09/07/2002). |
2002 |
Juntamente com Maria Estela Guedes, organiza um número especial da
revista Atalaia Intermundos,
dedicado ao surrealismo. Universidade de Lisboa, Portugal. 03/05 – Lançamento de Alforja –
Revista de Poesía # 19, edição especial dedicada à poesia brasileira
organizada por Floriano Martins, na Casa del Risco, San Ángel, Ciudad de
México. Ao comentar a edição para o jornal El Universal, Rodrigo Flores observa: O editor, ensaísta e poeta Floriano Martins, que reuniu este material
abundante, tanto em extensão como em riqueza artística, apontou que a revista
mostra um exercício de honestidade intelectual e que a soma de vozes que oferece não representa os gostos do
antologista. Em entrevista para o jornal El Universal, Martins, que dirige duas revistas de literatura no Brasil, disse
que o que mais levou em conta ao reunir as vozes que aparecem neste número de
Alforja é que a antologia não fosse apenas uma mostra de versos, mas sim
que tivesse também a visão crítica desses poetas que são também ensaístas ou
editores. Para a elaboração da
antologia, foram consideradas tanto a poesia permitida, aquela que se divulga nos meios de
comunicação, quanto a que pertence ao rio subterrâneo, ao qual são afins muitos poetas marginais: Abrir espaços é o
que faço com as duas revistas que dirijo. Não para buscar concordância. Abrir
espaços para sua discussão. Martins
disse que desta maneira se configurou uma visão aberta e ampla da produção poética do Brasil atual.
(suplemento Cultura, México,
04/05). |
2003 |
Aventura-se por quase dois anos em viagens contínuas a Portugal,
percorrendo várias regiões do país. 11/11 – Profere conferência na Academia Brasileira de Letras sob o
tema “O Surrealismo no Brasil”, como parte do ciclo Vanguardas e
Pós-Modernismo. No ano seguinte a ABL reúne todas as conferências em um
volume duplo intitulado Escolas
literárias no Brasil (Coleção Austregésilo de Athayde, Rio de Janeiro,
2004). |
2004 |
Ediciones B (Santiago, Chile) publicam El bacalao – Diatribas antinerudianas y otros textos, em
compilação de Leonardo Sanhueza, volume crítico sobre Pablo Neruda reunindo
textos de vários autores, dentre eles Vicente Huidobro, Juan Ramón Jiménez,
Octavio Paz, Guillermo Cabrera Infante e Enrique Lihn. A edição inclui um
ensaio de FM. Março – A Editora Gótica (Lisboa, Portugal) publica Nós/Nudos – 25 poemas sobre 25 obras de
Paula Rego, de Ana Marques Gastão, em tradução para o espanhol de FM. Outubro – Convidado da 4ª Feira do Livro no Zócalo, sob o tema “A
cidade um livro aberto”, realizada na Cidade do México, México. |
2005 |
Março – Com a publicação dos livros Homenagem à realidade, de Cruzeiro Seixas e A idade da escrita e outros poemas, de Ana Hatherly – ambos
organizados e prefaciados por FM –, passa a assinar a coordenação editorial
da coleção “Ponte Velha”, da Escrituras Editora, exclusivamente dedicada à
publicação no Brasil de autores de língua portuguesa dos demais países dessa
comunidade linguística. Em entrevista a Edson Cruz, aclara: A “Ponte Velha” surge em 2003, com a
publicação de livros da Ana Marques Gastão e do António Osório. Nestes dois
primeiros títulos ainda nem aparece o nome da coleção. No ano seguinte eu
viajo para Portugal, ali conheço a Ana Marques Gastão e também a Rosa Alice
Branco. É a Rosa Alice quem facilita os contatos com Nuno Júdice e Pedro
Tamem, que são os dois autores seguintes da coleção, ao lado dela própria
(livro este que traz prefácio meu), quando então já aparece pela primeira vez
o nome “Ponte Velha”. Já neste mesmo ano eu assumo, na prática, a coordenação
da coleção, embora ainda apareçam os nomes de António Osório e Carlos Nejar
como coordenadores (somente em 2007 é que ambos são devidamente situados pela
editora como criadores da coleção e não coordenadores). (Blog da Escrituras Editora,
06/08/2009). 09/03 a 09/04 – Assina a curadoria da exposição “Cidades”,
retrospectiva da obra plástica de Hélio Rôla, realizada no Memorial da
Cultura Cearense, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza. 10/03 – A Embaixada da Venezuela no Brasil rende homenagem ao livro Escritura Conquistada (1998) em noite
intitulada “Tributo a Poesía Iberoamerica”, incluindo leitura de poemas
(Brasília). Outubro – Convidado da XII Semana Internacional da Poesia, em Caracas,
Venezuela. Novembro – A editora Letras Contemporâneas (Florianópolis/SC) publica A condição urbana, antologia bilingue
da poesia do venezuelano Juan Calzadilla organizada e traduzida por Floriano
Martins. |
2006 |
Julho – Alforja Arte y Literatura (México) publica Tres estudios para un amor loco, em
tradução de Marta Spagnuolo. No prefácio, José Ángel Leyva observa que o jogo fosforescente, luminoso de seus
versos provoca efeitos múltiplos no espectador-leitor. Com habilidade de
saltimbanco ou domador obriga as imagens a realizar acrobacias conceituais e
emotivas. Dota-as de sensualidade, sujeita-as à gravidade dos corpos para evitar
que se desvaneçam no ar, na incontinência ou no automatismo verbal. O autor
faz jogos, malabarismos em espelhos simbólicos onde se adverte a tradição –
da vanguarda –, seus significados. Huerga & Hierro Editores (Madri, Espanha) publica Antología de poesía brasileña,
organizada por Floriano Martins e José Geraldo Neres, com capa e mostra
gráfica de Hélio Rola. 11/07 – Apresentação de “Teatro impossível” (mostra múltipla de
poemas, canções, fotografias, colagens e vídeos), no Centro Cultural Banco de
Nordeste, em Fortaleza. Matéria do jornal O
povo do mesmo dia traz o seguinte comentário de Floriano Martins: A mostra reflete uma condição mestiça, de
vivência e defesa estética. É esta minha inquietude por abraçar muitas
linguagens, e provocar o limite máximo de suas impossibilidades. (Caderno
Vida & Arte, Fortaleza/CE). Setembro – O Taller Editorial El Pez Soluble (Caracas, Venezuela)
publica, em edição bilíngüe, La noche
impresa en tu piel, em tradução de Marta Spagnuolo. |
2007 |
Ediciones Andrómeda (San José, Costa Rica) publicam Poemas para leer en voz alta, antologia
de Claudio Willer organizada e prefaciada por Floriano Martins, em tradução
de Eva Schnell. O Projeto Dulcineia Catadora (São Paulo) publica Duas mentiras (poesia). No prefácio,
Claudio Willer observa que este livro transmite
a impressão de que seu autor se esconde, ao adotar uma persona feminina. E
mais, de que resolveu promover uma inflexão, mudança radical, se compararmos
este livro com sua produção anterior – por exemplo, Alma em Chamas, seu livro de 1998 – que poderia ser
perfilada ao barroco, ou, antes, a um surrealismo metafísico, além de ser
associada a algumas das grandes construções de fragmentos que, na
modernidade, ocuparam o lugar da epopeia. Aqui, não: o que temos é linguagem
quase sempre direta, fluente, de poucas imagens. No lugar da sugestão
promovida pela imagética de origem simbolista, há descrições, um percurso
minucioso pelas regiões, desvãos e reentrâncias do corpo, por gradações e
nuances do erótico. Tudo muito real, nada mentiroso. Poderia ser um
depoimento, se o autor fosse aquele – aquela, no caso – que fala. Mas não é.
Resta saber se esta é a voz de outro (de outra) ou se sua própria voz é a voz
do outro. Convidado do 1º Festival Internacional de Poesia e da X Feira
Internacional do Livro da República Dominicana, em Santo Domingo. Uma nota de
imprensa, assinada por Alfonso Quiñones, informa que Floriano Martins presenteou a todos com três poemas interessantes que
conseguiram empatia com o público graças à leitura em espanhol realizada por
uma poeta mexicana. Eram poemas bem brasileiros, que falavam de orgasmos e
outras belezas. (DiarioLibre,
01/05). A poeta mexicana a que o jornalista se refere é María Baranda, que
acompanharia Martins em outras leituras em sua estadia na capital dominicana.
Nesta mesma época, o poeta organizou, a pedido da Fundação Biblioteca
Ayacucho, da Venezuela, um volume dedicado à poesia de Carlos Drummond de
Andrade, primeiro título da importante coleção projetado como edição
bilíngue, e que jamais foi publicado por divergências entre a editora
venezuelana e os herdeiros do poeta brasileiro. O extenso estudo introdutório
deste volume foi inserido no livro A
inocência de pensar, que Martins publicaria em 2009. A Fundación Editorial el Perro y la Rana
(Caracas, Venezuela) publica Teatro
imposible, em tradução de Marta Spagnuolo. Em entrevista a
Álvaro Alves de Faria, Martins afirma haver optado por recuperar poemas de alguns de meus livros, ao lado daqueles
publicados apenas em periódicos e a eles acrescentar novos escritos, dando ao
conjunto identidade e estrutura próprias. Teatro Imposible é o
resultado de uma leitura da minha poética situada em um ambiente mais
dramático, dentro de uma vertente teatral que busco cada vez mais
intensamente. (Jornal Rascunho,
Curitiba, 03/2007). 04/09 – Profere a conferência “Surrealismo no Brasil”, no Centro
Universitário Fundação Santo André (São Paulo), da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras. |
2008 |
O projeto Baluerna/Cuadernos del viajero (Cáceres, Espanha) publica Los párpados ardientes del último
relámpago, em tradução de Antonio Sáez Delgado. 08/04 – Profere a conferência “Poemas digitais”, acompanhada de
projeção de imagens de sua obra plástica, no MuBE – Museu Brasileiro da
Escultura (São Paulo). 10/04 – Recebe o Prêmio Antonio Bento 2007, da ABCA – Associação
Brasileira de Críticos de Arte, pela direção da Agulha Revista de Cultura, solenidade realizada em São Paulo. 11/04 – Show musical de lançamento do disco Brincos do mar e o infinito (em parceria com Mário Montaut) e do
livro Duas mentiras (2007), no
espaço Vila Teodoro, em São Paulo. Sobre o disco, nota não-assinada no Diário do Nordeste observa: A poesia de Floriano está embebida pela
musicalidade de Montaut. Uma convivência que permite alguns parceiros extras
entre referências universais, judaicas, flamencas e pops mesclando-se em um
itinerário rumo a um infinito lírico não-piegas e surrealista, que não abre
mão do erotismo e de referências iconoclastas. (Caderno 3, 25/03/2008). Maio – Convidado do 5º Festival Mundial de Poesia – Casa Nacional de
las Letras Andrés Bello (Caracas, Venezuela). As Edições Nephelibata
(Desterro/SC) publicam a novela Sobras
de Deus. Em texto que se manteve inédito, Iosito Aguiar observa que apesar de lidar com loucura, poetas e
impossibilidades vitais, o estilo rico, mas seco e objetivo do autor,
evidencia uma ausência, a ausência da música que, ressaltamos, parece-nos
intencional. A maestria na manipulação imagética, leva-o a prescindir da
intenção melopaica. Sua dicção nos conduz a uma prosa de câmara, acentuando com sua linguagem certo
mal-estar linguístico, presente em Kafka, Artaud e Beckett, como expressão de
um mundo em ruínas onde todos os valores humanos foram ou estão sendo
aniquilados, pois: “Dar pela falta dos tecidos imutáveis de que é feito cada
vida, leva o mesmo e imprevisível tempo que fiá-la”. Lançamento de Un nuevo continente – Antología del surrealismo en la poesía de
nuestra América (Monte Ávila, 2007), em Caracas, Venezuela. Setembro – Convidado do II Festival Internacional de Escritores
“Literatura en el Bravo” (Ciudad Juarez, México). |
2009 |
A Global Editora inclui FM no volume dedicado aos anos 70 em sua
coleção de antologias geracionais intitulada Roteiro da poesia brasileira (15 volumes). Este volume vem
organizado por Afonso Henriques Neto que, acerca da poesia de Martins,
observa que o poeta retoma o contato
com a tradição surrealista, operando uma total abertura da imaginação poética
com extrema vitalidade. Fevereiro – Convidado do V Festival Internacional de Poesia de Granada
(Nicarágua). O projeto jornalístico virtual Via Política (Porto Alegre,
RS), dá início à seção “Sala de retratos”, série de artigos e ensaios de
FM que funcionam como perfis de figuras fundamentais às artes e à cultura em
vários países. Este virá a ser o título do livro que em 2016 editará a Opção
Editora, de São Paulo, coletânea de boa parte do material veiculado por Via Política. Março – A Secretaria de Estado da Cultura da República Dominicana
publica a antologia Máscaras de Orfeo –
Poesía brasileña y dominicana, organizada e prefaciada por Floriano
Martins e Basílio Belliard (Santo Domingo). 20/04 a 03/05 – Convidado da XII Feira Internacional do Livro da
República Dominicana, que teve o Brasil como país convidado de honra (Santo
Domingo). Maio – A Escrituras Editora publica A inocência de pensar. Ao resenhar o livro para o jornal Folha de S. Paulo, Reynaldo Damazio
observa que neste livro o poeta
Floriano Martins reúne ensaios, resenhas e entrevistas que marcam seu esforço
militante em defesa de uma arte encantatória, inspirada, oriunda da
experiência surrealista. Literatura, cultura e artes plásticas são discutidas
com a preocupação de revelar um viés diverso do acadêmico, como na abordagem
do poeta José Santiago Naud, na entrevista com o historiador Sânzio de
Azevedo, ou na lembrança do cronista Milton Dias. Mesmo nos artigos dedicados
a poetas consagrados, como Manuel Bandeira, Carlos Drummond e João Cabral –
ainda que apoiados em bibliografia igualmente consagrada –, o autor tenta
revelar um aspecto menos destacado. A defesa do surrealismo, ainda que às
vezes menos explícita, percorre os textos sobre a arte de Max Ernst, Amadeo
Modigliani e Hans Arp, ou sobre a literatura de Ghérasim Luca, Michel Roure e
Robert Graves. Num trecho de Graves reproduzido no livro talvez esteja a
chave para entender a visão poética de Martins: a função da poesia é a
invocação religiosa da musa; sua utilidade é a mescla de exaltação e de
horror que a sua presença suscita.
Difícil, no entanto, é crer na inocência do pensamento, ainda que
ironicamente. (São Paulo, novembro). Em entrevista a Edson Cruz, o próprio Martins fala sobre este livro,
lembrando que o título é uma bela luz
que me foi dada pela leitura da correspondência entre Guimarães Rosa e Curt
Meyer-Clason. A inocência referida relaciona-se com a alma limpa de vícios e
lugares-comuns. Os temas abordados no livro o são sem conflito canônico, sem
interferência dogmática. Uma leitura despojada de artifícios acadêmicos e que
naturalmente se relaciona com essa condição renascentista tão bem lembrada
por Jacob Klintowitz no prefácio. Os ensaios surgiram em momentos distintos,
como componentes de uma visão de mundo que segue se renovando. (Blog da Escrituras Editora,
06/08/2009). A Apenas Livros (Lisboa, Portugal) publica A alma desfeita em corpo, em sua coleção “Naturarte”. 16/07 – Poemas seus são lidos por Joana Ruas no evento “Noites com
poemas”, realizado na Biblioteca Municipal de Cascais (Portugal). 28/08 a 05/09 – Convidado do Festival Internacional da Cultura (Tunja,
Colômbia), onde apresenta o espetáculo “Poemas digitais”, que mescla poesia,
fotografia, vídeo e música, com a participação especial de Carolina
Calvo-Pérez. 09/12 – O jornal O Povo
informa seu afastamento da curadoria da Bienal Internacional do Livro do
Ceará, cuja segunda edição sob seus cuidados estava prevista para 2010,
reproduzindo parcialmente e-mail recebido pela redação, onde afirma: Sempre foi meu entendimento o de que um
evento como este, não apenas, mas, sobretudo, considerando o fato de que é
possível graças à utilização de recursos públicos, deva ampliar as fontes de
conhecimento da população e não restringir-se a um universo viciado de
ofertas culturais. |
2010 |
Janeiro – Cria o Projeto Editorial Banda Lusófona, banco de dados na
Internet dedicado exclusivamente à poesia de língua portuguesa. Converte a
Banda Hispânica (01/2001) em Projeto Editorial Banda Hispânica, criando ali
uma nova revista, Agulha Hispânica,
em substituição ao projeto anterior da Agulha
Revista de Cultura. Entrevista feita por Wanderson Lima traz comentário
de Martins sobre os projetos citados: A
rigor, a alteração se deu em função de uma necessidade de criar uma
publicação essencialmente direcionada para a cultura de língua espanhola.
Crescemos muito na Agulha Revista de Cultura. De repente, comecei a perceber que eu estava me afastando um pouco
de meu projeto original de intercâmbio e difusão da cultura de língua
espanhola em relação ao Brasil. Foi então uma decisão estratégica aguardar
que a Agulha Revista de Cultura
concluísse da forma mais perfeita possível um ciclo, com seus 70 números
publicados ao longo de 10 anos. […]
Pude então organizar os dois projetos, hoje intitulados Projeto Editorial
Banda Hispânica e Projeto Editorial Banda Lusófona, inserindo no primeiro
deles a edição de uma nova revista, a Agulha Hispânica. Juntamente com ela, criamos a “Coleção
de Areia”, projeto editorial de livros virtuais. Encerramos o primeiro ano de
atividade dessa nova fase com a publicação de seis números da revista e dez
títulos da coleção. (dEsEnrEdoS
# 8, Teresina/PI, janeiro de 2011). Cria o selo ARC Edições, concentrando
nele todos os projetos virtuais. Janeiro a março – Professor convidado no seminário “Correntes de
vanguarda na América Latina”, da Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados
Unidos). 02/03 – Apresentação do vídeo A
efígie suspeita (poesia, fotografia, vídeo e música), no Taft Research
Center, Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados Unidos). Maio – Convidado do 7º Festival Mundial de Poesia – Casa Nacional de
las Letras Andrés Bello, em Caracas, Venezuela. Lançamento de Escritura
conquistada – Conversaciones con poetas de Latinoamérica, edição
ampliada, 2 volumes, publicada pela Fundación Editorial El Perro y La Rana (Caracas, Venezuela). Ao
comentar este livro, Manuel Iris observa que não deixa de ser interessante que seja um poeta de língua portuguesa
quem se lance a esta nada modesta empresa. Conhecedor profundo da poesia
latino-americana, Floriano Martins transita de uma região a outra da língua
espanhola na América, sendo sempre um convidado com o privilégio de quem vê
as coisas de fora: a perspectiva. Em seu país, Brasil, também incluído no
livro que agora trato – inclusão que é em si mesma uma chamada de atenção
para aqueles que ao falar de literatura latino-americana se esquecem de nosso
vizinho lusófono – sua posição histórica e pessoal é distinta, pois essa é a
tradição em que nasceu e se desenvolve. Sua voz ali situada é uma voz que,
embora afastada no exercício de interlocutor, fala desde dentro, dando ao
diálogo igual interesse, porém de outro modo. Setembro – A TV Ceará realiza com Floriano Martins uma das edições de
seu programa Crônicas do Ceará. Outubro – Organiza, juntamente com seu diretor, Eduardo Mosches, a
edição comemorativa dos 25 anos de existência da revista Blanco Móvil, da qual sempre foi efetivo colaborador (“Perguntas
sobre literatura e vida”. Blanco Móvil
# 115-116, México). 21/10 – Lançamento da coleção “O começo da Busca”, que coordena para
as Edições Nephelibata (Florianópolis/SC). Segundo a editora, a coleção procura evidenciar autores e títulos de
literatura de línguas espanhola e portuguesa, dos raros aos jovens autores,
criando no Brasil uma não usual fissura de perspectiva editorial. Os
livros são em edição artesanal e com tiragem limitada. Os primeiros títulos
publicados foram: O portão dourado
(contos de Jacob Klintowitz), O caracol
privado (prosa poética de Aldo Pellegrini) e Autobiografia de um truque (prosa poética de Floriano Martins). Novembro – Afasta-se da coordenação editorial da coleção “Ponte
Velha”, da Escrituras Editora. O poeta, ensaísta e tradutor mexicano Benjamin
Veldivia publica o volume Delante del
fuego, em que reúne suas traduções de poemas de FM (Guanajuato, México) |
2011 |
Durante o período em que esteve à frente da curadoria da Bienal
Internacional do Livro do Ceará, Floriano Martins deixou preparada a edição
de alguns livros que seriam posteriormente publicados pela Secretaria da
Cultura do Ceará: a recuperação de textos sobre a formação do Ceará, do
indigenista Thomaz Pompeu Sobrinho; a obra completa do brasileiro Américo
Facó; a tradução de um volume crítico sobre a mestiçagem na América
Hispânica, do nicaraguense Pablo Antonio Cuadra (tradução em parceria com
Petra Ramos Guarinon); e a tradução de uma antologia de poesia mexicana
organizada por Eduardo Langagne. O grupo mexicano de jazz Luz de Riada grana o CD Cuentos y fábulas, onde inclui uma parceria de FM com um de seus
integrantes, e a voz de FM lendo seu poema “Olhos de Linda Porter” que,
segundo texto no catálogo, assinado por David Cortés, conta a história do homem que, embelezado, submerge na beleza do
olhar desta mulher de todos os tempos, para se dar conta de que esta é sua
perdição e agora, a seu redor, se encontra apenas o vazio. Julho – Tem início em páginas duplas dominicais, no caderno “DC
Ilustrado”, dirigido por Lorenzo Falcão, do Diário de Cuiabá, a série “Invenção do Brasil”, que totaliza 50
entrevistas feitas por FM a brasileiros de diversas áreas culturais. Novembro – viaja ao México e encontra-se com a editora Maria Luisa
Passarge, de La Cabra Ediciones, com quem esboça alguns projetos editoriais,
que incluem a preparação de antologias de poetas da Bolívia, dos Estados
Unidos (parceria com Thomas Rain Crowe) e da Alemanha (parceria com Viviane
de Santana Paulo). Da capital mexicana segue para Oaxaca, sendo hóspede do
casal Ludwig Zeller e Susana Wald. Ali começa a preparação – através de
entrevistas e fotografias de seu acervo – de um livro sobre a pintura de
Susana Wald. |
2012 |
Viaja à Austrália para acompanhar o nascimento de seu segundo neto,
Levi. Dois anos antes havia ali nascido Maya, e entre eles Elise, esta última
em Fortaleza. Em período de quase dois meses que passa em Sidney, escreve um
livro a quatro mãos com o poeta Manuel Iris, mexicano residente nos Estados
Unidos. Duas outras descobertas na criação compartilhada se dão com a
brasileira Viviane de Santana Paulo e a dominicana Farah Hallal. FM também
escreverá poemas a quatro mãos com Vilma Tapia Anaya, da Bolívia, e Beatriz
Bajo, Leila Ferraz e Contador Borges, três brasileiros. Com a criação do selo editorial Sol Negro Edições (Natal, RN) surgem
três novos livros de FM, O livro
invisível de William Burroughs (teatro), Abismanto (poesia, parceria com Viviane de Santana Paulo) e Vicente Huidobro & Hans Arp. III
novelas exemplares & 20 poemas intransigentes (organização, prólogo,
tradução). 25 de junho a 17 de agosto – vernissage de “Na mão de Adão cabem todos
os sonhos”, primeira exposição individual de fotografias de Martins, no
Espaço Cultural Citibank (São Paulo), sob a curadoria do crítico Jacob
Klintowitz. No catálogo da mostra, afirma o curador: Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de
imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus
instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do
pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas
ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a
paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho,
que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao
mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de
automodificação, estas fotografias têm uma inquietante estabilidade. Estas
estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar. Em texto
destinado a constar em catálogo de impossível edição, observa o crítico de
arte Carlos M. Luis: As fotos eróticas
de Floriano Martins constituem, neste sentido, a expressão de uma arte que os
alquimistas praticaram mediante suas permutações. Em seu caso a carnalidade
das imagens nos brindam a chave de uma ars combinatória em vias de se transformar em ars
amatoria, onde as zonas erógenas se
mantêm em contato voluptuoso, ao mesmo tempo em que parecem sussurrar versos
retirados da grande tradição da poesia amorosa de todos os tempos. Maio a julho – três fotografias suas integram uma coletiva do Museu
Itinerante Ultragaz, sob a curadoria de Jacob Klintowitz. Composta por 40
obras de 12 renomados artistas brasileiros e que percorreu várias cidades
brasileiras. Setembro – Tem início em páginas duplas dominicais, no caderno “DC
Ilustrado”, dirigido por Lorenzo Falcão, do Diário de Cuiabá, a série “Invenção da América”, com entrevistas
realizadas por FM a escritores, músicos, pintores, ensaístas de todo o
continente americano. No mesmo período integra o conselho editorial da
revista InComunidade (Portugal),
passando a colaborar assiduamente com a mesma no envio de matérias suas e de
inúmeros outros autores. |
2013 |
Janeiro – A Agulha Revista de
Cultura ressurge, em sua fase II, desta feita com a presença de Márcio
Simões como editor adjunto. Sol Negro Edições publica Sobre surrealismo, ensaios do argentino Aldo Pellegrini, com
organização, tradução e prefácio de FM. Em resenha sobre este livro, destacaria
José Castello: Em um mundo que se torna cada vez mais
incompreensível, a literatura, com seu olhar expandido e sua vivacidade, está
aí para nos ajudar a viver. Ela afirma a importância da imaginação que, em
vez de ser disfarce e cegueira, como muitos ainda pensam, é um instrumento de
ampliação do real. Admite Pellegrini: A importância dada à imaginação, ao mundo fantástico e ao dos sonhos,
pode levar a crer que o surrealismo significava um mundo de evadir-se da vida. Ao contrário, ele diz, o surrealismo enfatizava
a necessidade de penetrar na vida para explorar todas as suas
possibilidades. Necessidade que, muito
além das escolas e dos grupos literários, é cada vez mais forte (O Globo, Rio de Janeiro,
11/02/2015). Fevereiro – Convidado do IX Festival Internacional de Poesia de
Granada (Nicarágua). Junho – Lançamento em São Paulo de Lembrança
de homens que não existiam, série de poemas seus e desenhos de Valdir
Rocha, primeiro livro impresso publicado pela ARC Edições, que até então
vinha publicando apenas títulos virtuais. As Edições Nephelibata (Santa Catarina) publicam o volume duplo Memória de Borges, organizado,
traduzido e prefaciado por FM, que reúne algumas das principais entrevistas
dadas pelo argentino no período de 1964 a 1985. Outubro – Convidado do programa “O que é poesia”, da Casa das Rosas,
curadoria e mediação de Edson Cruz, onde fala sobre poesia, fotografia, vídeo
e música (São Paulo, 26/10). Este ano começam as tratativas que resultarão na criação do CEL-FM
(Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins), pela
Universidade do Estado da Bahia. Em texto que consta do folder informativo do
Centro, lemos: A concepção do Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano
Martins é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem
(GPCSL/CNPq), com sede na UNEB/Campus
VI Caetité - BA. Nasceu da doação de livros pelo editor da Agulha Revista de Cultura, o escritor Floriano
Martins, à UNEB, por intermédio de Maria de Fátima Novaes Pires, uma das
professoras responsáveis pela criação do Grupo de Pesquisa. A sigla CEL-FM
(Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins) é uma justa
homenagem ao doador dos títulos, possibilitando a formação desse projeto. O
objetivo do Centro de Estudos Literários é criar um espaço permanente para
discussão, divulgação e, principalmente, intercâmbio entre Cultura e
Literatura Brasileira (de fortes raízes latinas) com Culturas e Literaturas
produzidas em outras regiões da América Latina. Tem o objetivo de ultrapassar
os estreitos limites da academia e dialogar com práticas e saberes promovidos
em outros ambientes de produção do conhecimento. Essa iniciativa visa a
criação de espaços físicos e simbólicos para um variado acervo cultural, que
possibilitará a interação de discentes da UNEB e demais membros da comunidade
caetiteense. Com o pensamento voltado para a necessária interlocução entre
diferentes visões de mundo, o Centro possibilitará a partilha de experiências
acadêmicas, artísticas e culturais. Realização de alguns projetos comuns envolvendo
fotografias, tais como o libreto virtual O
mundo é o que nos escapa à vista, com a fotógrafa portuguesa Teresa Sá
Couto; o vídeo Interferências, com
Valdir Rocha; e o gibi-vídeo O sonho de
Lozna, com o artista de quadrinhos João Pinheiro. |
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2014 |
ARC Edições inicia o ano com a publicação de dois novos títulos de FM:
Em silêncio e Overnight medley, ambos escritos a quatro mãos, o primeiro em
parceria com a brasileira Viviane de Santana Paulo e o segundo com o mexicano
Manuel Iris, sendo este uma edição trilíngue, com traduções ao espanhol (Juan
Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Ao escrever
sobre Overnight medley, a mexicana
Mónica Morales Rocha abordaria o livro por um ângulo fascinante: Em 1959, Bill Evans escreveu, nas liner
notes de Kind of blue, sobre os riscos da improvisação grupal.
Talvez acima das dificuldades técnicas da criação coletiva espontânea, Evans
pontuava a necessidade humana e social de simpatia entre os participantes, para alcançar um resultado comum. Para o
pianista de New Jersey, essa dificuldade foi belamente resolvida (e de que
maneira!) nas sessões do 2 de março e 22 de abril daquela ano tão afortunado
para o jazz. Em Overnight medley,
os poetas Floriano Martins e Manuel Iris, de algum modo sobre a mesma
proposta de Evans, apresentam ao longo de suas páginas: um libro sobre
jazz que é o próprio jazz. A improvisação, porém também a fusão. Algo
impossível sem a amizade, a sinceridade, o sentido absoluto de doação, de
entrega (México, 2016). Em texto para contracapa do mesmo livro, o músico
brasileiro Jovino Santos Neto destaca que em suas páginas a composição, o improviso encontram o kairos, momento supremo em que ambos se
entrelaçam como o Ouroboros alquímico, em Santa Trindade com o Nada, Som do
Tempo, concluindo que o mistério de
Overnight medley é um show que
deixa um desejo de bis, a memória do sonho onde se aprende a ouvir tudo de
novo como da primeira vez. A Pantemporâneo (São Paulo) publica O sol e as sombras, nova experiência conjunta entre Floriano
Martins e Valdir Rocha, agora reunindo poemas e gravuras em metal. Como
destaca o artista em uma das orelhas do livro, Os presentes poemas de Floriano, comparados com outros de sua obra,
são, ao meu sentir, mais narrativos, soltos e espontâneos. Em resenha sobre este livro, observa o crítico José Castello: Em um poema de
Floriano Martins, “Rastro”, esbarro em um verso que me derruba: Esta é a única obra. Escutem seu nome. O poema está em O sol e as sombras, livro trabalhado em parceria com as mãos vigorosas do artista
Valdir Rocha. As reproduções das gravuras em metal de Valdir são atordoantes
e conferem ainda mais potência à frase que leio. O livro se abre com uma
epígrafe iluminadora do espanhol Francisco de Goya: Na natureza existem
tão poucas cores quanto linhas, só existem o sol e as sombras. Dá-me um
pedaço de carvão e eu te darei o quadro mais belo. Tudo, no livro, conflui para um mergulho radical em si. Tudo
conflui para o verso de Floriano – ele, também, simples e forte. Eu o repito,
para ter certeza de que ele existe: Esta é a única obra. Escutem seu nome. O verso vem em itálico, o que tanto pode
indicar a fala de um personagem obscuro, como uma citação. Mas citação de
quem? Não importa – o verso se fecha em si mesmo e nos sacode. Nos
arrasta. Ele resume, de modo impactante, o segredo da própria criação (O Globo, Rio de Janeiro, 04/03/2015). Fevereiro – Convidado do X Encontro Iberoamericano de Poesia “Carlos
Pellicer” (Villahermosa, Tabasco, México). Sol Negro Edições publica Bronze
no fundo do rio, edição bilíngue de poemas do venezuelano Miguel Márquez,
com tradução e mostra de 31 fotografias em cores de FM. Setembro – Convidado do 4º Salão do Livro de Guarulhos (São Paulo). Na
mesma semana grava, para a TV Cronópios, o vídeo Abismo minucioso, experiência de criação automática, proposto por
Valdir Rocha e dirigido por Pipol. |
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2015 |
ARC Edições dá início à migração de todo o acervo editorial da Agulha Revista de Cultura para novo
endereço. A editora da Universidad Autónoma de la Ciudad de México, acatando
sugestão editorial de Eduardo Mosches, diretor da revista Blanco Móvil, publica Un poco más de surrealismo no hará ningún
daño a la realidade, alentado volume de estudos de FM sobre surrealismo
no continente americano. Impossibilitado de comparecer ao lançamento na
capital mexicana, o autor é representado por Susana Wald, autora da capa do
livro. Publicação de A vida inesperada,
montagem de sua poesia publicada até o momento, incluindo inéditos e livros
publicados apenas no exterior. Sendo livro essencialmente marcado pela
recriação, em texto que assina para suas orelhas, aclara a artista plástica
Glaucia Olinger: Nele não observo
catarse ou êxtase, mas sim emoções recortadas com tranquilidade. Absoluto
controle. No fundo da imaginação existe um poder que abarca moralidade,
beleza e verdade. Floriano Martins nos proporciona não apenas a visão da
grandeza pessoal do poeta que é, mas de algo impessoal e ainda muito maior: a
visão de um ato decisivo de libertação espiritual: a visão da recriação do
homem através da poesia. |
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2016 |
ARC Edições publica novos títulos, dentre os quais se destacam Mar anterior, a poesia completa de
Sérgio Campos; Confissões de um espelho,
poesia e plástica do português Cruzeiro Seixas; e Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América, de Floriano
Martins. Acerca deste último, em resenha publicada no botem surrealista Inforsurr, lemos que se trata certamente um livro importante, mesmo que
às vezes seja um pouco provocativo. Está repleto de visões originais de um
continente que definitivamente deixou de ser periférico à evolução do
surrealismo (Infosurr # 134,
dezembro de 2017). Dentre os livros preparados para a Sol Negro Edições, este
ano é publicado Costumes errantes ou a
redondeza da terra, do argentino Enrique Molina. Este é também o ano em
que tem início uma das aventuras de criação compartilhada mais ousadas na
biografia do poeta, ao lado do também brasileiro Zuca Sardan. Mescla de
teatro, desenho, fotografia e colagem, com uma acentuada voltagem de humor
negro, os dois avançam na direção de uma singular performance satírica. Este ano publicam a trilogia O iluminismo é uma baleia (ARC
Edições). Março – O Museu Municipal de Cartago, Costa Rica, recebe a Exposição
Internacional do Surrealismo, intitulada “As chaves do desejo”. Floriano
Martins dela participa, com obras plásticas e a conferência “O voo das
chaves”, em que estabelece relações entre surrealismo na Europa e na América. |
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2017 |
Novos títulos são publicados pela ARC Edições,
dentre os quais: O retorno das
serpentes, de Péricles Prade; Anatomia
do ócio, de R. Leontino Filho; e um estudo de Floriano Martins dedicado à
escultura de Valdir Rocha: VR e a
persistência do mistério. Encontro com a editora Leda Rita Cintra propicia
a criação da coleção “O amor pelas palavras”, coedição Editora Cintra e ARC
Edições. Incialmente apenas dedicada a livros virtuais, de circulação
exclusiva pela Amazon, em seguida passa a incluir em seu catálogo a
possibilidade de fornecimento de livros impressos. Com mais de 30 títulos publicados, a coleção
inclui títulos como Horizontes
del surrealismo, de Carlos M. Luis; El catedral del desorden, antología poética de Roberto Piva; Intuiciones y obsesiones – Crónicas de una
vida interesante, de Susana Wald; Río
Loa, estación de los sueños, de Ludwig Zeller; e La novena generación, de Alfonso Peña. De autoria de FM se incluem uma antología
de sua poesía, Dos pianos en la
tempestad; um volume de crítica de artes: Susana Wald & La vastedad simbólica; e uma extensa e pioneira
antologia da poesia surrealista em todo o planeta: Viagens do surrealismo I – A criação. A editora Apenas
Livros, de Portugal, publica Espelho
náufrago (poemas). O selo Quaisquer (São Paulo) publica Floriano Martins, poeta e demiurgo,
estudo crítico assinado por Claudio Willer. Livro fundamental para a
compreensão do universo poético de FM, tanto quanto O hábito do abismo, extenso volume preparado e prefaciado por
Márcio Simões, que reúne essencial montante das inúmeras entrevistas dadas
por FM em vários países. Neste mesmo ano tem início as
colaborações de FM com a revista Altazor,
da Fundação Vicente Huidobro, no Chile, que incluem tanto entrevistas a
poetas hispano-americanos, quanto entrevistas e traduções de poetas
brasileiros. |
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2018 |
Agulha Revista de Cultura altera
sua agenda editorial e passa a publicar edições quinzenais monotemáticas. A
revista portuguesa Athena publica,
em outubro, um dossiê intitulado “Surrealismo a palavra mágica do século XX”,
preparado por Floriano Martins, reunindo 20 surrealistas em todo o mundo que
tenham produzido obras tanto na escrita quanto na plástica. ARC Edições
publica, em espanhol, Escritura
conquistada – Poesía hispano-americana, de FM, alentado volume em que
estuda o período das vanguardas em cada um dos países da América Hispânica.
Em uma das orelhas, diz o poeta e crítico mexicano Manuel Iris: Não deixa de ser interessante que seja um
poeta em língua portuguesa quem se lance a esta nada modesta empresa.
Conhecedor profundo da poesia latino-americana, Floriano Martins transita de
um extremo a outro da língua espanhola na América, sendo sempre um convidado
com o privilégio de quem vê as coisas desde fora: a perspectiva. Com a
publicação de Tabula rasa – poemas
escritos a partir de uma série fotográfica de Valdir Rocha –, FM dá por
encerrada sua trajetória criativa em ambiente poético. Começa a revisar sua
poesia completa, contando com a ajuda de R. Leontino Filho, preparando-a para
publicação no ano seguinte. Segue, no entanto, com o trabalho ensaístico,
trabalhando em um extenso volume crítico dedicado ao centenário do
Surrealismo. A Academia Brasileira de Letras, em sua “Série Essencial”,
publica o livro Laudelino Freire,
breve estudo de FM sobre o filólogo e dicionarista. A revista Athena (Portugal) publica o dossiê
“Surrealismo a palavra mágica do século XX”, reunindo poetas e artistas
surrealistas de diversos países do mundo. Escreve o último poema de sua
poesia completa, “Atlas revirado”, com que conclui também a sua criação
poética. 13 de outubro a 03 de novembro de 2018 –
Participa da mostra “Little Shop of Magic, 2”, na Galeria CentreSpace,
Inglaterra. Dentre outros artistas se encontram obras de John Welson, Man
Ray, Michael Richardson, Joan Miró, Janice Hathaway, Pierre André Sauvageot,
Alec Simpson e Russell Gregory. |
2019 |
Em junho viaja para o México, onde participa do evento “DiVerso: Fiesta de la
Diversidad y la Palabra”. A Sol Negro Edições publica Traduções do Universo,
livro que reúne entrevistas, manifestos e ensaios de Vicente Huidobro,
organizado, prefaciado e traduzido por FM. ARC Edições Neônia,
a prosa de Andréia Carvalho Gavita, Em dezembro, a Organização Mundial de Saúde caracterizou a
COVID-19 como uma pandemia. A velocidade assustadora com que o planeta foi
sendo fragmentado e isolado, ao lado da avalanche de contaminações e mortes,
eis algo que não se pode apagar da memória. Durante todo um período de dois
anos, FM ficou em isolamento doméstico, período em que se dedicou à
preparação de sua obra completa, que editaria no ano seguinte, com capa e
reproduções internas da obra da artista Juliana Hoffmann. |
2020 |
No
início do ano, propõe a escritura de poema coletivo que
seria assinado por Anna Apolinário,
Armando Romero, Berta Lucía Estrada, FM, José Ángel Leyva, Omar Castillo e Vanessa Droz,
contando ainda, em sua edição em diversas revistas – em português, francês,
espanhol e inglês –, com a intervenção gráfica de Alfonso Peña e Amirah
Gazel. O poema se intitula As máscaras
do ar. Chega ao final a coleção “O
amor pelas palavras”, coedição Editora Cintra e ARC Edições, com um catálogo
destacado com a publicação de 97 títulos. Ao
lado de Demetrios Galvão, FM cria o projeto Atlas Lírico da América
Hispânica, que circula na revista Acrobata,
dirigida por Galvão. O projeto é um banco de dados com a presença de poetas
dos 19 países hispano-americanos, e a tradução ao português de seus poemas é
assinada por FM e Elys Regina Zils, inicialmente, porém logo convidam também a
venezuelana Gladys Mendía para integrar a equipe. |
2021 |
A poeta, ensaísta e dramaturga colombiana Berta Lucía Estrada começa a
escrever com FM uma série de peças de teatro, que resultariam na publicação
do livro Tríptico da agonia, no
mesmo ano. Os dois não pararam com esse ciclo criativo, logo acrescentando outra
peça, assim como um ensaio sobre Rabelais. FM havia iniciado em 2016 o
emprego da escritura automática a quatro mãos, primeiramente com Zuca Sardan
e agora com Berta Lucía Estrada, uma etapa dramatúrgica em sua vida que deu
maior consistência à sua escrita, tanto da dimensão do humor, quanto em seu
perfil metafísico. No que diz respeito ao poema, as experiências
anteriormente verificadas com Manuel Iris e Viviane de Santana Paulo, foram
ampliadas e vieram livros com Leila Ferraz, Anna Apolinário e Susana Wald.
Experiência exitosa, FM também propôs a Jacob Klintowitz, Berta Lucía Estrada
e César Bisso a escritura a quatro mãos de ensaios. ARC Edições, em parceria com a Sol Negro Edições, publica os livros 100 anos do Livro de Mágoas – releituras
da obra de Florbela Espanca (organizado por Maria Lúcia Dal Farra e
outros), e No ardor dos livros –
Estudos sobre Maria Lúcia Dal Farra (organizado por Fabio Mario da Silva
e outros). |
2022 |
Este ano FM conclui sua trilogia do Surrealismo e, juntamente com Elys
Regina Zils, traduz suas quase mil páginas para o espanhol. Elys substitui
Márcio Simões como editora-assistente da Agulha
Revista de Cultura. Tradutora e pesquisadora do Surrealismo, Elys amplia
sua afinidade com FM, que lhe doa a totalidade de sua biblioteca e, em 2023,
passa para ela a direção geral da revista. Viaja à Bolívia, como convidado de honra da Feira Internacional do
Livro em Santa Cruz de la Sierra. A editora espanhola Vaso Roto Ediciones publica uma antologia bilíngue
intitulada Grandes em Casa, de
poetas vinculados à Casa Cultural de las Américas. No estudo introdutório, sua
organizadora, Elizabeth Quila, observa que em sua poesia FM não evoca, provoca, segundo meu critério,
um olhar até o que costumamos observar sem ver; induz a uma contemplação a
olhos fechados, a esculcar detrás das pálpebras o timão para a viagem final;
incita que os sentidos, em sua caravana monstruosa do circo da vida, se façam
presentes como protagonistas, em sua melhor versão, do último espetáculo. |
2023 |
A revista Acrobata inicia com o ano com a publicação de “FM e o maravilhoso
tumulto de sua vida”, uma extensa enquete ao poeta da qual participaram Berta Lucía Estrada, Elys Regina
Zils, Gabriel Chávez Casazola, Gladys
Mendía, Leontino Filho, Mariana Bredow e Valeria Sandi. ARC Edições,
novamente em parceria com Sol Negro Edições, publica o livro Para uma poética da Utopia, do poeta,
tradutor e ensaísta Carlos Lima. No segundo semestre é criado o
projeto “Rede de Aproximações Líricas”, uma ideia conjunta de FM, Demetrios
Galvão, Elys Regina Zils e Márcio Simões. Segundo o jornalista mexicano
Alejandro Ventura, que publica na revista Acrobata, uma entrevista com seus
criadores: Hoje existe uma iniciativa de grande valor cultural no Brasil
chamada Rede de Aproximações Líricas. Quatro intelectuais, responsáveis pela criação de projetos editoriais com forte ligação
com a cultura da América Latina, decidiram unir forças
em um propósito comum que se soma ao trabalho que realizam há pelo
menos duas décadas, publicando revistas e livros. A mais antiga delas é
a Agulha Revista de Cultura, que também é pioneira,
pelo menos no Brasil, entre os periódicos virtuais dedicados aos estudos
críticos sobre arte e cultura. Logo foi a vez de uma editora bastante
inusitada no país, a Sol Negro Edições, especializada em livros artesanais.
Por fim, outra revista, a Acrobata, que começou como publicação impressa e
logo migrou para o mundo virtual. Falarei com seus editores sobre esta
valiosa união de forças. Posteriormente Gladys Mendía também passa a integrar
a rede que, segundo uma de suas fundadoras, Elys Regina Zils, a criação de um símbolo comum, a rede,
apenas reforça o rigor de nosso trabalho editorial. Estamos juntos, eis o que
estamos dizendo com a rede. Estamos determinados a ampliar um panorama de
difusão sistemática da tradição lírica hispano-americana. Estamos certos de
que esta aventura editorial contará sempre com a preciosa atenção de todos. Em agosto foi convidado do 21º Salão
do Livro do Piauí. Juntamente com Elys Regina Zils
realizou duas grandes mostras de jovens poetas brasileiros para as revistas Esteros (Uruguai) e La Otra (México), que seriam
publicadas no início do ano seguinte. |
1989 A POÉTICA DO PARADOXO [Entrevista concedida a Sérgio Campos]
1996 A FAVOR DO CONTRA [Entrevista concedida a Lira Neto]
1997 O TEATRO E O ATENEU: Breve introdução à poesia de Floriano Martins [Carlos Felipe Moisés]
1998 A MODERNIDADE NÃO É UM CADERNO DE RECEITAS [Entrevista concedida a Rodrigo de Souza Leão]
1998 A NECESSIDADE DA POESIA [Entrevista concedida a Emmanuel Nogueira]
1998 CONTINENTE DE POETAS [Wilson Martins]
1998-2010 FRAGMENTOS ROUBADOS AO TEMPO [Preparado por Márcio Simões]
1999 FLORIANO MARTINS TRAZ POETAS HISPANO-AMERICANOS AO BRASIL [Entrevista concedida a José Castello]
1999 UN LIBRO QUE UNE Y ESCUDRIÑA [Carlos Germán Belli]
2000 OS TORMENTOS DO VERBO E DA IMAGEM NA ESTRUTURA DA ALMA [Eric Ponty]
2002 AS MANIFESTAÇÕES SURREALISTAS NA AMÉRICA LATINA [José Castello]
2002 HUMANISMO POÉTICO [Entrevista concedida a Fabrício Carpinejar]
2002 MÉXICO Y BRASIL BUSCAN ACERCARSE A TRAVÉS DE LA POESÍA CONTEMPORÁNEA [Rodrigo Flores]
2002 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Rodrigo Petronio]
2002 UM OLHAR NA POESIA [Entrevista concedida a Carmen Virginia Carrillo]
2002 VOZES EM CONFLUÊNCIA [Maria Esther Maciel]
2003 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Entrevista concedida a Rodrigo Petronio]
2003 PALAVRAS PRELIMINARES [Entrevista concedida a Jorge Ariel Madrazo]
2004 SÁBIO IMPREVISTO [Entrevista concedida a Álvaro Alves de Faria]
2004 UMA AGULHA NA REDE DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2005 SOMOS O QUE BUSCAMOS [Entrevista concedida a Ana Marques Gastão]
2005 VERTIGENS DO OLHAR: autorretratos [Floriano Martins por Floriano Martins]
2006 A OUTRA MÁQUINA DO MUNDO [Entrevista concedida a Belkys Arredondo]
2008 FESTA DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Anderson Sandes]
2008 UMA CONVERSA COM O CURADOR DA 8ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ [Entrevista concedida a Lira Neto]
2009 A INOCÊNCIA DE FLORIANO MARTINS. INOCÊNCIA? [Jacob Klintowitz]
2010 ÀS VOLTAS COM O LIVRO-OBJETO E SUAS SOMBRAS [Entrevista concedida a Madeline Millán]
2010 CIBERCULTURA EN TIEMPOS DE ANALFABETISMO GLOBAL [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2010 NASCENDO TODOS OS DIAS [Entrevista concedida a Manuel Iris]
2010 OPÇÃO PELA DISSIDÊNCIA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2010 TODAS AS COISAS À MINHA VOLTA [Entrevista concedida a Adlin Prieto]
2011 CRÍTICA E RUPTURA: a inocência de pensar de Floriano Martins [Teresa Ferrer Passos]
2011 PARTICIPAÇÃO POÉTICA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2013 QUE HOMEM É ESSE? [Entrevista concedida a Oleg Almeida]
2015 O LUGAR QUASE LASCIVO DE UMA AMBIGUIDADE [Entrevista concedida a Renata Sodré Costa Leite]
2016 AVENTURAS DA POESIA NO TEMPO: o inteiro continente revelado [R. LeontinoFilho]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 01 [Alfonso Peña & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 02 [Omar Castillo & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 03 [José Ángel Leyva & Floriano Martins]
2016 LOS NAVEGANTES DE LA PARADOJA [Entrevista concedida a Alfonso Peña]
2016 UM NOVO CONTINENTE [Marco Lucchesi]
2017 À LUZ DO PARADOXO [Entrevista concedida a Leila Ferraz]
2017 FLORIANO MARTINS, POETA E DEMIURGO [Claudio Willer]
2020 | DIÁLOGO CON FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Berta Lucía Estrada]
2020 | FLORIANO MARTINS: Todos somos marginados a la sombra de lo desconocido | [Entrevista concedida a Elys Regina Zils]
2020 UMA CONVERSA COM FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Anna Apolinário & Demetrios Galvão]
2021 UNA PRESENTACIÓN DE LA OBRA DE FLORIANO MARTINS [José Alcántara Almánzar]
2021 VOCAÇÃO DIALOGANTE [Entrevista concedida a Maria Estela Guedes]
2022 DE ITARARÉ A UMA DEAMBULAÇÃO CONTÍNUA: Conversa com Floriano Martins sobre o Surrealismo no Brasil [Entrevista concedida a Anderson Costa & Elys Regina Zils]
2023 | FLORIANO MARTINS E O MARAVILHOSO TUMULTO DE SUA VIDA | Roda de imprensa, várias vozes
2023 A OUTRA VOZ DO TEMPO: Cronologia de vida e obra [Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões]
OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA
El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.
Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.
Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.
O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.
Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.
Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. Caracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.
A inocência de Pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.
Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica. 2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.
Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.
Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.
Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.
Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.
Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.
120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.
TRADUÇÕES
Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.
Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.
Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.
A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.
Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.
III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.
Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.
Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.
Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.
Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.
Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.
Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.
Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.
O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.
A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.
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