MAMA QUILLA | CATÁLOGO
1. O dia dos
cinco orgamos, de Leila Ferraz
O dia dos cinco orgasmos é um resgate do percurso
poético de Leila Ferraz. Recupera poemas das obras já esgotadas Cometas (1977) e Poemas plásticos (1980); do livro escrito a quatro mãos com
Floriano Martins, A mobília violenta do
ar (2020); além de apresentar poemas inéditos escritos ao longo das últimas
décadas. Por fim, o livro traz o ensaio “Introdução ao pensamento mágico
surrealista”, escrito por Leila e publicado na A Phala (1967).
2. Visões
vertiginosas da criação, de/sobre Susana Wald
Susana Wald (Budapeste, 1937)
cresceu na Hungria, de onde conserva algumas memórias de dias agradáveis de
verão e da guerra: cadáveres, ruínas, céus iluminados por luzes de bombardeios,
e uma boneca que a acompanhou ao porão onde se refugiavam. A sobrevivente da
Segunda Guerra escapa da ameaça estalinista aos 12 anos ao emigrar com a
família para Buenos Aires (Wald, 1983). Dedicou-se a vários meios como
cerâmica, escultura, desenho, gravura, pintura de cavalete e mural. Na
Argentina, concluiu o curso de cerâmica decorativa na Escuela Nacional de
Cerámica de Buenos Aires. Trabalhou modelando cerâmica até 1979, produzindo
peças utilitárias, esculturas e murais. Montou ateliê de cerâmica no Chile
(Santiago) e no Canadá (Toronto e Ontário). Susana Wald viveu em várias cidades
pelo mundo, porém, quando interrogada, afirma que sua verdadeira pátria é seu
mundo interior: sua psique, seu inconsciente, morada da sua criatividade. De
modo que não é de se estranhar sua relação com o surrealismo. Sua obra é surrealista
pelo automatismo de sua criação, pela afinidade estética e pelo amor à poesia e
à liberdade. Manteve contato com os surrealistas franceses, realizou diversas
colaborações com vários artistas e, em sua caminhada aos 86 anos, ainda está
com os pés firmes no surrealismo. Essa caminhada teve um companheiro por
décadas: Ludwig Zeller (1927-2019).
3. Fragmentos
de silêncio,
de Elys Regina Zils
Elys Regina Zils (Brasil, 1986). Poeta, artista visual, tradutora.
Doutoranda e Mestre em Estudos da Tradução pela PGET/Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Letras-Língua Espanhola e
Literaturas e Letras-Português também pela UFSC/Florianópolis, Brasil. Se
dedica à Literatura Latino-americana, pesquisando principalmente Vanguardas
Literárias e Artísticas com ênfase em Literatura Surrealista Latino-americana.
Editora da Agulha Revista de Cultura
(2023), revista criada por Floriano Martins. Tradutora, ao lado dele, de sua
trilogia dedicada ao surrealismo, que inclui: Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América, 120 Noites de
Eros – Mulheres surrealistas, e Viagens pelo Surrealismo. Traduziu Os elementos terrestres de Eunice Odio,
pela Sol Negro Edições. Tem sido responsável, parcialmente, pelas traduções de
poetas hispano-americanos para o “Atlas Lírico da América Hispânica”, da
revista Acrobata.
4. Horizonte publicado – Janela
para duas revistas surrealistas [Org. Elys Regina Zils]
O Surrealismo, embora amplamente reconhecido
como um dos movimentos artísticos mais influentes do século XX, teve sua
presença no Brasil frequentemente desconsiderada por críticos e historiadores.
Desse modo, para resgatar essa trajetória pouco explorada, esta publicação
apresenta na íntegra as duas revistas publicadas pelo grupo surrealista São
Paulo/Fortaleza (1990-1999), além de incluir uma nota de Floriano Martins,
integrante do grupo, que oferece um relato pessoal sobre esse período.
5. Música
Imaginária, de Floriano Martins
Este livro, como um território invisível e
intangível, nos convida a atravessar o limiar entre o real e o imaginário, um
convite para ouvir as melodias que nascem no silêncio da alma. Música
Imaginária é muito mais do que um simples projeto artístico: é um devaneio
poético, uma sinfonia de imagens gráficas que esboçam músicas que nunca
existiram, e que, talvez, nunca existirão – mas que se fazem sentir em cada
verso, em cada linha. Floriano Martins, incansável na arte de surpreender,
apresenta um universo possível em meio ao impossível, onde a poesia, a música e
as artes visuais se entrelaçam como sonoridades que ecoam de um horizonte
indefinido.
6. O
erotismo na poesia brasileira – antologia poética (Org. Elys Regina Zils
& Floriano Martins)
O livro reúne uma seleção singular de poemas que
desvelam as múltiplas faces do desejo, do prazer e da transcendência através da
poesia erótica brasileira. Da sutileza dos versos de Gilka Machado à
intensidade visceral de Hilda Hilst, passando pela ousadia de Cassandra Rios e
pela delicadeza metafísica de Dora Ferreira da Silva, esta antologia transita
entre séculos e estilos, capturando a essência do erotismo como expressão vital
da existência.
COLEÇÃO TÁBUAS
DA LUA | CATÁLOGO
1. Vozes
do Surrealismo,
de Claudio Willer (Org. Floriano Martins & Elys Regina Zils)
Este livro é uma reunião dos ensaios de Claudio Willer (1940-2023)
publicados na Agulha Revista de Cultura,
da qual ele foi coeditor no período de 2000 a 2009. É também nossa homenagem a
um dos mais relevantes pensadores brasileiros, cuja vida foi dedicada em grande
parte ao estudo do Surrealismo, não tendo, no entanto, jamais reunido seus
estudos em um livro. Estendemos aqui nosso agradecimento ao Marcelo Willer,
primo e herdeiro, assim como ao Roberto Bicelli, amigo, pela generosidade do
contato.
2. Circo
Cyclame, teatro
Automático, de Zuca Sardan e Floriano Martins
Zuca Sardan, de Hamburgo, e Floriano Martins, de Fortaleza,
uniram-se virtualmente para criar Circo
Cyclame, uma peça de teatro satírica onde realidade e ficção se confundem.
Combinando surrealismo, teatro do absurdo e pastiche pop, os autores, que nunca
se encontraram pessoalmente, mostram uma sintonia artística única. Com humor
ácido e crítica irreverente, a obra é um convite a um espetáculo literário sem
limites, onde as palavras de dois poetas se fundem em uma só voz. Um deleite
para quem aprecia o inesperado e o nonsense.
3. Lábios
do abismo,
de Maria Lúcia Dal Farra e
Floriano Martins
Neste livro de poemas, escrito a quatro mãos, somos convidados a
explorar a intrincada relação entre o passado, o presente e o futuro, revelando
a fragilidade da memória e a efemeridade do instante, enquanto o futuro parece
uma ideia esquecida, quase um ente fantasmagórico. Cada poema é uma viagem
introspectiva que nos convida a reconhecer e a reimaginar as camadas do nosso
ser, entre a luz e a sombra, a saudade e o desejo.
4. Um novo continente – Poesia e Surrealismo na
América, de Floriano Martins
Primeiro título de A bússola do acaso – Trilogia do Surrealismo, este volume percorre
de modo precursor a totalidade do continente americano, desbravando suas
terras, celebrando a memória, desvendando instâncias esquecidas ou
desconhecidas, registrando depoimentos e entrevistas com os surrealistas vivos
mais destacados, percorrendo, no tempo e no espaço, uma vastidão territorial
que envolve todos os países em seus quatro idiomas: português, espanhol, inglês
e francês. Como destaca Marco Lucchesi em um de seus epílogos, seu autor,
Floriano Martins, diante de um repertório vasto, difícil e inacabado, elaborou
uma articulação ousada e bem-sucedida entre partes consideradas dispersas e
intrafegáveis. Atesta ainda que o mapeamento de que se ocupa este livro é preciso
e marcado de potencialidades. É plenamente possível afirmar que este livro como
que inaugura a percepção do Surrealismo como um movimento que integrou, a seu
modo, as diversas culturas de um continente enorme e indefinível.
5. 120 noites de Eros – Mulheres surrealistas,
de Floriano Marins
Este segundo título de A bússola do acaso – Trilogia do Surrealismo possui a natureza
singular e ousada de reunir retratos de 120 mulheres ligadas ao Surrealismo em
distintas épocas e lugares do mundo. Assim como o volume que lhe antecede é
outra forma de uma mesma viagem, uma cartografia delicada que cobra o valor
exato que cabe às mulheres na formação e desdobramento de um movimento que
também cultuou sua dose, por vezes excessiva, de antinomias e
impenetrabilidades. Como tão bem considera Jacob Klintowitz no epílogo desta
edição, as mulheres surrealistas, sufocadas em vida e desconsideradas por seus
pares após a morte, tinham que reescrever a si mesmas, destruindo o fardo dessa
existência interdita, e é precisamente este o papel que cumpre Floriano Martins
– não apenas na configuração dos retratos, mas igualmente no extenso estudo
introdutório – em uma abordagem criteriosa do que o mesmo crítico chama de
essência de rupturas, ressurreição de linguagens vitimadas, proposição de um
mundo novo após a inevitável destruição. Estamos diante de um painel múltiplo
que redescobre certa pertinência perdida em um dos movimentos mais notáveis da
história de humanidade.
6. As cartas mágicas – Viagens pelo Surrealismo,
de Floriano Martins
O terceiro título de A bússola do acaso – Trilogia do Surrealismo, mais do que a
finalização de uma extraordinária viagem, aponta para um horizonte inesgotável,
tomando por base a efervescência de linguagens e experiências estéticas que se
desdobraram ao longo de todo um século, naqueles vários países do mundo onde o
Surrealismo teve notável influência. Assim como no volume anterior, o cenário é
o mundo inteiro, e tanto investiga antecedentes como evoca as novas fontes de
expressões do movimento, tudo isto na forma igualmente múltipla – assim como a
própria circunstância compreendida – de ensaios, enquetes e diálogos, ligando as
diversas visões que definem o Surrealismo. Considerando o entendimento de
Breton de que certos ambientes, mesmo que não fossem surrealistas, eram como
ímãs fortuitos impregnados de magia e beleza, a ponto de o Surrealismo
reivindicar sua presença no movimento. E foi isto o que fez Floriano Martins,
em boa parte deste livro, ao evocar indícios reveladores.
https://www.mamaquilla.com.br/
Elys Regina Zils: ed.mamaquilla@gmail.com e elysre@gmail.com
Floriano Martins | floriano.agulha@gmail.com
Elys Regina Zils | elysre@gmail.com
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