Originalmente publicada no Caderno 3, do Diário do Nordeste. Fortaleza, 21/11/1998
Há uma sintomática impressão que há mais poetas do que
leitores. Não pelo fato dos poetas continuarem desempregados, sem importância
para uma sociedade que cultua outros valores, mas, e principalmente, porque os
leitores começam a desaparecer. Uma frase rebuscada, uma palavra que não se
escute na televisão e já não há mais leitores, por sua vez, a poesia navega
numa longa estiagem de pouca criatividade ou descoberta. Mas quem se preocupa
com isso? Quem se deteria a ler uma matéria sobre poesia se há os seios de
Carla Perez e da Xuxa para se pensar? É melhor se deleitar na ode dos
simulacros do que na aridez e tragédia dos poetas.
Talvez isso justifique que raros
poetas não permitam a completa extinção da espécie. Floriano Martins é um
desses raros escultores da palavra. Um poeta atento e ético, apegado desde cedo
à leitura; a uma descoberta do mundo pela formalidade e criação da linguagem.
Em seu novo livro Alma em chamas, uma
obra que levou dez anos para ser construída, Floriano revela o zelo com a
linguagem, comportamento típico de um diletante profissional.
A poesia não pode ser
considerada sua morada, pois o poeta vive de aventura, de caminhadas por mundos
recônditos e íntimos. Alma em chamas
revela uma aventura em reconstruir a visceralidade da escrita poética, fugindo
dos temas conjunturais e penetrando em problemas da linguagem e do homem moderno.
E se você leitor conseguiu
atravessar esses íngremes parágrafos, dê chance a você mesmo, leia algo
desinteressante como poesia, como a entrevista que vem logo a seguir. Assim,
quem sabe, a gente passa a deixar de lado tanta coisa que interessa, mas que
não tem a menor importância. [EN]
EN | Você teve desde cedo o contato com os livros e em
seguida o distanciamento da sua geração. Para o exercício do poeta é preciso
esse isolamento do senso comum?
FM | Não
sei se é necessário. Pode-se ter condições benéficas ou não. Tudo depende muito
de que circunstâncias vive a geração. Às vezes, se tem a sorte de viver numa
geração riquíssima e isso pode lhe trazer muitos benefícios, mas também se tem
verdadeiro empastelamentos, momentos de transição, então não há muito o que
oferecer. De qualquer forma as duas coisas são importantes: o distanciamento
teve uma importância pelo fato de ter permitido ler muitos livros e a minha
geração não tinha muito o que oferecer. A minha geração é dos anos 70, no qual
vivíamos toda aquela celeuma em torno da geração mimeógrafo, que é na verdade
um brutal retrocesso. Embora muitos críticos tenham ressaltado aquilo como um
ponto a mais, um momento de salto na literatura, na verdade tudo ficou
empastelado. Passados mais de vinte anos, percebe-se que não ficou nada daquela
geração. Sabe-se que alguns nomes funcionam como falsos mitos, mas em termos de
obra literária não há nada de substancial originado por aquela geração.
EN | No seu caso o distanciamento e a leitura demarcaram
uma trajetória importante para o aparecimento do Floriano poeta. É possível ter
uma ideia de que é feito a textura da poesia. Ou cada poeta tem sua forma, seus
mistérios?
FM | A
poesia é tão diáfana, que talvez a sua substância venha
exatamente dessa diafanidade, quase que invisível, ininteligível,
intocável. Essa é a sua grande substância. Mas é evidente que vem também de
leituras, vem de diálogos com o mundo, de experiências, mas nada que possa
pensar como sendo uma coisa sobre a outra.
EN | No seu livro, Alma em chamas, qual a
substância que o constitui?
FM | O Alma em chamas reúne todo o
desdobramento do fazer poético que aprendi durante esses últimos anos.
Evidentemente essa obra não está aí no sentido de encerrar círculo ou ser
testamento poético ou coisa do gênero. Nesse livro eu jogo todo o manancial de
experiências que colhi durante esses anos, daí o fato de ser um livro não só
extenso, mas complexo na sua tessitura. Apresenta-se como cinco livros
reunidos, mas pode ser lido como um poema único, dividido em cinco capítulos e
cada um abrangendo uma circunstância diferente. Mesmo porque, por traz desses
poemas existem sempre uma preocupação em recuperar a linguagem poética no
sentido de ligação com uma linguagem lírica e uma linguagem trágica, o que, portanto,
nos remete a uma recuperação da linguagem épica.
EN | Quando você atesta que há complexidade inerente na
tessitura desse livro você está se referindo basicamente a que?
FM | Me
refiro àquelas duas coisas indissociáveis na poesia: a forma e o conteúdo. Em Alma em Chamas há uma complexidade
formal, no sentido que o livro trabalha, em um mesmo capítulo, uma série de
ousadias formais. Na mesma composição de capítulo, você tem décimo, tercetos,
sonetos, prosa poética mesclada a diálogos; tem a presença de personagens;
trechos confessionais; trechos líricos; trechos de abordagens trágicas; trechos
que lembram peças de teatro. Aliado a isso, encontra-se também uma complexidade
conteudística, pois, não há nenhuma abordagem circunstancial sobre determinando
assunto e sim todo um encadeamento de situações que querem discutir a dimensão
humana.
EN | O tempo ajudou na arquitetura dessa complexidade,
afinal, foram dez anos mexendo, aprimorando, o fazer poético para que surgisse
o Alma em chamas?
FM | São
acumulações de experiências, mas o livro não é uma coletânea de textos soltos,
escritos ao longo dos anos, como é, por exemplo, a obra Crisantempo, do Haroldo de Campos. Na verdade, foram poemas
pensados em uma trajetória. Os três mais antigos foram publicados porque
surgiram circunstâncias editoriais que permitiram publicações em livretos
individuais [que são os três últimos trechos do livro], mas eles não foram
pensados isoladamente, para posteriormente constituir uma coletânea, uma
miscelânea, que depois de montada você pode desvelar uma poética. Pode-se
perguntar: “por que tanto tempo?” Foi o necessário para se chegar ao término
dessa aventura poética.
EN | Você faz uma crítica veemente à poesia brasileira,
chegando a afirmar que desaprendemos a fazer poesia? Você se refere a uma época
específica ou é uma crítica generalizada?
FM | Abranger
a literatura como um todo seria demasiado extenso. Um dia estava lendo uma
resenha do jornalista Nilton Santos, da Gazeta Mercantil, na qual ele comenta
nove romances que tinham sido publicados nos últimos meses. A razão de juntar
todos os livros numa única resenha, dizia o jornalista, é porque nenhum deles
mereceria uma resenha isolada. Existe tamanha fragilidade na tessitura do
romance que se faz hoje no Brasil que chega a preocupar os críticos e até
jornalistas.
EN | Há alguma explicação para a ausência de criação na
linguagem poética?
FM | A
grosso modo, não nascem bons poetas a cada dia, nós ficamos muito aflitos,
principalmente num final de século que somos tomados por novas formas de
tecnologia. Nos afligimos diante da história como se fôssemos uma parte isolada
da história, quando somos um todo. A história é um tecido único. Assim é
natural que tenhamos períodos de baixa, afinal, não surgiram poetas como Eliot,
Pound, Pessoa, aos montes. Vivemos um período de baixa e não se sabe por quanto
tempo isso dura.
EN | Nessa sociedade que vive sob a égide do sucesso,
parece que o poeta não está mais desempregado, como em outros períodos, mas em
via de extinção?
FM | Vendo
a produção poética pelo ponto de vista da necessidade, diria que o poeta vive
um feliz ostracismo e nunca como uma condenação. Evidentemente que a poesia é
absolutamente desnecessária. Só não sei até que ponto a necessidade pode ser
situada como algo positivo e a desnecessidade como um valor negativo. Acho que
o básico da discussão é saber até que ponto a necessidade é realmente o que
interessa. O poeta terá sempre que ser um arrimo de família, pela simples razão
de que poeta, a partir da descida em sua própria intimidade, sai estabelecendo
elo de ligação com a intimidade de toda a humanidade e é daí que ele pinça as
coisas trágicas. Enfim, as coisas que teriam que ser corrigidas. O poeta de
volta da sua viagem não traz nenhuma boa notícia, por isso nunca é bem
recebido.
EN | Falemos de sua aventura. De um criador que se
define numa aventura estoica, na qual a ambição é o reconhecimento de si mesmo.
Qual o lugar do leitor nessa aventura.
FM | Cabe
ao leitor encontrar um lugar no interior da obra. Aqui voltamos àquela velha
questão: a título de que e para quem se escreve? Em função do leitor, da mídia,
de uma circunstância editorial? O que orienta essa escrita? Acredito que se
escreve em função de duas coisas: da vivência e da escrita.
EN | Tem-se então que acrescentar aí um dado ético
seguido de estético.
FM | O
poeta tem que ter um compromisso declarado com a linguagem. O poeta não pode
usar a poesia em benefício de uma outra situação. Se você pegar qualquer
escrita de um grande poeta, observa-se um diálogo com o mundo, expressado e
determinado a partir de uma linguagem, na qual pode-se observar todas essas
situações reunidas com muita coesão, sem preocupação de natureza moralista,
esteticista, as coisas funcionam como um todo.
1989 A POÉTICA DO PARADOXO [Entrevista concedida a Sérgio Campos]
1996 A FAVOR DO CONTRA [Entrevista concedida a Lira Neto]
1997 O TEATRO E O ATENEU: Breve introdução à poesia de Floriano Martins [Carlos Felipe Moisés]
1998 A MODERNIDADE NÃO É UM CADERNO DE RECEITAS [Entrevista concedida a Rodrigo de Souza Leão]
1998 A NECESSIDADE DA POESIA [Entrevista concedida a Emmanuel Nogueira]
1998 CONTINENTE DE POETAS [Wilson Martins]
1998-2010 FRAGMENTOS ROUBADOS AO TEMPO [Preparado por Márcio Simões]
1999 FLORIANO MARTINS TRAZ POETAS HISPANO-AMERICANOS AO BRASIL [Entrevista concedida a José Castello]
1999 UN LIBRO QUE UNE Y ESCUDRIÑA [Carlos Germán Belli]
2000 OS TORMENTOS DO VERBO E DA IMAGEM NA ESTRUTURA DA ALMA [Eric Ponty]
2002 AS MANIFESTAÇÕES SURREALISTAS NA AMÉRICA LATINA [José Castello]
2002 HUMANISMO POÉTICO [Entrevista concedida a Fabrício Carpinejar]
2002 MÉXICO Y BRASIL BUSCAN ACERCARSE A TRAVÉS DE LA POESÍA CONTEMPORÁNEA [Rodrigo Flores]
2002 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Rodrigo Petronio]
2002 UM OLHAR NA POESIA [Entrevista concedida a Carmen Virginia Carrillo]
2002 VOZES EM CONFLUÊNCIA [Maria Esther Maciel]
2003 O MERGULHO EM TODAS AS ÁGUAS [Entrevista concedida a Rodrigo Petronio]
2003 PALAVRAS PRELIMINARES [Entrevista concedida a Jorge Ariel Madrazo]
2004 SÁBIO IMPREVISTO [Entrevista concedida a Álvaro Alves de Faria]
2004 UMA AGULHA NA REDE DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2005 SOMOS O QUE BUSCAMOS [Entrevista concedida a Ana Marques Gastão]
2005 VERTIGENS DO OLHAR: autorretratos [Floriano Martins por Floriano Martins]
2006 A OUTRA MÁQUINA DO MUNDO [Entrevista concedida a Belkys Arredondo]
2008 FESTA DA MESTIÇAGEM [Entrevista concedida a José Anderson Sandes]
2008 UMA CONVERSA COM O CURADOR DA 8ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ [Entrevista concedida a Lira Neto]
2009 A INOCÊNCIA DE FLORIANO MARTINS. INOCÊNCIA? [Jacob Klintowitz]
2010 ÀS VOLTAS COM O LIVRO-OBJETO E SUAS SOMBRAS [Entrevista concedida a Madeline Millán]
2010 CIBERCULTURA EN TIEMPOS DE ANALFABETISMO GLOBAL [Entrevista concedida a José Ángel Leyva]
2010 NASCENDO TODOS OS DIAS [Entrevista concedida a Manuel Iris]
2010 OPÇÃO PELA DISSIDÊNCIA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2010 TODAS AS COISAS À MINHA VOLTA [Entrevista concedida a Adlin Prieto]
2011 CRÍTICA E RUPTURA: a inocência de pensar de Floriano Martins [Teresa Ferrer Passos]
2011 PARTICIPAÇÃO POÉTICA [Entrevista concedida a Márcio Simões]
2013 QUE HOMEM É ESSE? [Entrevista concedida a Oleg Almeida]
2015 O LUGAR QUASE LASCIVO DE UMA AMBIGUIDADE [Entrevista concedida a Renata Sodré Costa Leite]
2016 AVENTURAS DA POESIA NO TEMPO: o inteiro continente revelado [R. LeontinoFilho]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 01 [Alfonso Peña & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 02 [Omar Castillo & Floriano Martins]
2016 LA INUTILIDAD DE LAS FUENTES, 03 [José Ángel Leyva & Floriano Martins]
2016 LOS NAVEGANTES DE LA PARADOJA [Entrevista concedida a Alfonso Peña]
2016 UM NOVO CONTINENTE [Marco Lucchesi]
2017 À LUZ DO PARADOXO [Entrevista concedida a Leila Ferraz]
2017 FLORIANO MARTINS, POETA E DEMIURGO [Claudio Willer]
2020 | DIÁLOGO CON FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Berta Lucía Estrada]
2020 | FLORIANO MARTINS: Todos somos marginados a la sombra de lo desconocido | [Entrevista concedida a Elys Regina Zils]
2020 UMA CONVERSA COM FLORIANO MARTINS [Entrevista concedida a Anna Apolinário & Demetrios Galvão]
2021 UNA PRESENTACIÓN DE LA OBRA DE FLORIANO MARTINS [José Alcántara Almánzar]
2021 VOCAÇÃO DIALOGANTE [Entrevista concedida a Maria Estela Guedes]
2022 DE ITARARÉ A UMA DEAMBULAÇÃO CONTÍNUA: Conversa com Floriano Martins sobre o Surrealismo no Brasil [Entrevista concedida a Anderson Costa & Elys Regina Zils]
2023 | FLORIANO MARTINS E O MARAVILHOSO TUMULTO DE SUA VIDA | Roda de imprensa, várias vozes
2023 A OUTRA VOZ DO TEMPO: Cronologia de vida e obra [Preparada por Floriano Martins & Márcio Simões]
OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA
El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.
Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.
Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.
O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.
Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.
Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. Caracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.
A inocência de Pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.
Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica. 2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.
Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.
Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.
Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.
Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.
Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.
120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.
TRADUÇÕES
Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.
Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.
Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.
A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.
Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.
III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.
Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.
Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.
Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.
Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.
Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.
Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.
Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.
O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.
A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.
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Agulha Revista de Cultura
Criada por Floriano Martins
Dirigida por Elys Regina Zils
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