Na curta passagem desse
conto, a descrição bucólica de um sítio “ameno e encantador” logo cede espaço
às agruras da escravidão. Esse conto é da lavra do escritor João Antônio dos
Santos Gumes, nascido em 10 de maio de 1858, na cidade de Caetité, no alto
sertão da Bahia. [1] O seu legado, que abrange formas diversas de criação
cultural, nos persuadem a observá-lo como um intelectual engajado, muito
crítico das coisas de seu tempo, a exemplo da instituição
escravista. [2] Para Gumes, a
permanência daquela “velha e apodrecida instituição” (1888) representava um
entrave às nobres aspirações de soberania e de civilidade que deveriam envolver
o Brasil.
Referia-se à escravidão como “um
cancro roedor da humanidade” (GUMES, 1874), uma prova evidente da subordinação
do Brasil ao jugo estrangeiro ou (mais precisamente) ao “jugo tirano dos
lusitanos”. Para ele, a escravidão havia sido obra da “Nação Portuguesa”, e a
sua continuidade na conjuntura posterior a 1822, somente confirmaria a “nossa”
subserviência colonial. A essas conclusões, presentes nos seus escritos
juvenis, somaram-se outras. Em 1913, publicou matéria no jornal A Penna, assinalando novamente críticas
às “raízes históricas” do Brasil, apontadas como grandes vilãs do “actual
estado de cousas”:
Desde os tempos coloniaes duas classes muito distinctas entre si
educam-se pessimamente para legar-nos este actual estado de cousas. Uma - a do
senhor - habituou-se a mandar e a colher resultados óptimos do trabalho da
outra, - a do escravo, - a mais numerosa e que constituía a verdadeira força, o
capital productor.
[3]
A postura progressista e
crítica de Gumes pode ser explicada por uma formação intelectual privilegiada,
promovida desde muito cedo no espaço doméstico. A atuação de seu pai como professor e proprietário de uma Escola
Particular de Primeiras Letras, em meados do século XIX, informa um meio
familiar culto, agindo como “uma instância
formadora e socializadora relevante no processo de participação de Gumes na
cultura escrita” (REIS, 2010). Soma-se a isso uma particularidade importante:
os personagens de Gumes poderiam ser contemporâneos a si, haja vista que o
autor trata da escravidão em sua própria conjuntura. Sendo assim, aqueles
sujeitos criados em sua narrativa ficcional poderiam “compartilhar a mesma
semântica da história” (ALBUQUERQUE JÚNIOR,
2009). Esse aspecto nos leva a considerar, no trato crítico da literatura de
Gumes, as noções de espaço de experiência e horizonte de expectativa,
assinaladas por Reinhart Koselleck (2006).
Neste artigo, procedo a
exame de configurações narrativas presentes nos escritos de João Gumes, que
recorre sucessivas vezes a eventos históricos para temas de trabalho. Parte-se
aqui do suposto de que os homens constroem mundos significativos por meio da
linguagem, “essa testemunha ancestral da própria história” (SALIBA, 1996),
atentando-se para o fato de que o ato de “aproximar-se do mundo pela linguagem
não é típico das humanidades, mas da situação humana em geral” (GADAMER, 1975).
Seguindo por essas linhas interpretativas, apresento brevemente dois escritos
de João Gumes: o conto Uma insurreição de
negros: Pequeno Esboço da Escravidam do Brazil, de 1874, dedicado “Aos
Protectores da Liberdade pelo autor”, e a comédia-drama A Abolição, dividida em um prólogo, escrito em 1876, e três atos,
concluídos em 1888. [4] Sobre o estilo
de escrita desses trabalhos, a professora de Filologia Românica Conceição Reis
(2004, grifos meus) nos diz:
O autor põe em confronto
diversos materiais linguísticos, que vai testando, pondo em prática mecanismos
de recusa, substituição, acrescento, deslocamento, até encontrar ou não aqueles
que melhor designam as suas representações da realidade [...] O drama Abolição
[é classificado como] ‘textos não
passados a limpo’ [...] o prólogo do
drama Abolição, [é um] texto que traz marcas das várias fases do
trabalho de sua construção. [...] são
cheios de hesitações, de correções que testemunham a dinâmica de espírito
do autor no processo de gênese da obra.
Essas obras são aqui analisadas tendo em vista as
semânticas temporais desenvolvidas por Reinhart Koselleck (2006). No exame
dessas fontes, no sentido “do que o texto diz (mais ou menos completamente) e
aquilo a que se refere” (MARTINS, 2010), busquei observar a historicidade do
autor e obra, e as interfaces presentes em seus textos. Há, no conjunto de sua
obra, elementos de
um pensamento histórico permeado por noções setecentistas e oitocentistas:
desde uma noção da história/passado como “mestra da vida”, que lega um exemplo
ético ao presente; até às noções tributárias de uma concepção de tempo, que se
manifesta para além de uma relação
passado e presente. As obras de Gumes, em questão, revelam uma postura otimista
diante do futuro, sugerem um horizonte de
expectativa (no sentido de um futuro aberto). Como homem de seu tempo,
informado por um letramento excepcional para as suas condições regionais, Gumes
se unira às fileiras daqueles que acreditavam na “marcha da humanidade rumo ao
progresso”. Para tanto, configurava narrativas ficcionais a partir de eventos
contemporâneos a si, revestindo-os de arguta crítica política, social e de
costumes:
Faz parte das novas experiências do século XVIII, quando a
história foi levada a um novo conceito reflexivo, que também as paredes
divisórias entre os campos do historiador e do poeta se tornassem osmoticamente
permeáveis. Do poeta, sobretudo
do romancista, passou-se a exigir que, se
quisesse convencer e impressionar, ele deveria dar a palavra à realidade
histórica. (KOSELLECK, 2006, grifos meus)
Vejamos as obras de J.
Gumes em questão.
No conto Uma insurreição de negros (1874),
acompanhamos a saga de duas famílias antagonistas, cujos membros são os
personagens centrais da trama: de um lado, uma família senhorial, impiedosa e
cruel; de outro, a família do escravo Jorge, sempre acossada pelas injustiças e
crueldades daquela. O enredo é pautado pela luta corajosa de Jorge, um “mulato,
alto e belo”, que lidera uma revolta contra os seus senhores. Após o relato de
frequentes abusos senhoriais, sobretudo com a descrição detalhada de penosas
cenas de açoites desferidas por feitor contra Jorge e seu pai (o “velho Adão”),
o autor nos conduz ao clímax da história: os escravos insurgentes ateiam fogo
ao “palacete/palácio” (Casa-Grande), eliminando de uma só feita quase toda a família senhorial. Daquela, salvara-se
tão somente Júlia, a filha mais jovem, descrita como o “anjo tutelar dos
infelizes”. No desfecho do conto, somos conduzidos à outra temporalidade: já se
haviam passado vinte anos da revolta, e a antiga fazenda era agora habitada por
Jorge e sua mulher, vivendo em condição muito remediada “porque sempre honrado”,
mas livre do “jugo escravista”. Na última linha do conto, lemos uma menção à
famosa frase de Maquiavel, escrita em latim: “Finis coronavit [coronat]
opus”.
Passados dois anos desse
conto, em 1876 mais precisamente, Gumes iniciou a escrita da comédia-drama A Abolição, concluindo-a em 1888. O
enredo dessa nova história, concentrada nas décadas finais da escravidão, trata
inicialmente da venda de escravos do sertão da Bahia para São Paulo, e logo evidencia
uma possível repercussão do regime de trabalho escravo de fazendas paulistas
entre moradores do sertão: “O escravo é uma machina e basta que trabalhe três
anos em S. Paulo para que dê um lucro espantoso [...] Oh! É admirável o tino
dos paulistas!” (1876).
Essa comédia-drama traz em seu prólogo a ação
do comerciante de escravo, Antero, negociando os escravos Francisco e Ursina
para São Paulo. Nos três atos seguintes, entram em cena escravos, senhores e
senhoras (alguns adeptos da causa abolicionista), buscando reverter situações
do comércio interno de escravos que condicionaram a vida de todos os
personagens da trama. João
Gumes dá voz, sobretudo, a Francisco, já na condição de ex-escravo, como um atuante
advogado que, ao retornar ao sertão, expõe sua postura abolicionista (ou “propagandista”)
aliada à bandeira progressista, como se observa nesta passagem:
Um só momento não deixarei de pensar no
meu ideal, Capitão. Jurei à minha consciência combater até o último reduto a
infame instituição e espero em Deus que irei até o fim; mas, depois que cheguei
à minha terra, compreendi que outra campanha deve ser levantada aqui e que,
ainda empreendida já, só conseguiremos resultados proveitosos depois de
passarmos por grandes dificuldades. Devemos trabalhar pelo soerguimento e dignificação
do trabalho.
No momento em que escreveu
o conto Uma Insurreição de Negros e
iniciou a comédia-drama A Abolição,
Gumes lecionava como mestre-escola em ricas fazendas de Palmas de Monte Alto,
localidade próxima a Caetité. Escravos nascidos naquele sertão, assim como
aqueles das demais províncias do Norte, amargavam com a devastadora ação de
comerciantes de escravos, que os compravam a preços muito elevados para suprir
demandas de mão de obra nas províncias do Sul. Gumes
certamente presenciou por ali a ação deletéria para a vida escrava provocada
pelas frequentes negociações. Famílias inteiras desintegradas, assassinato de
condutores, administradores e mesmo de senhores, diante do pavor crescente das
temíveis “matas do café”. E não se tratava de um receio infundado: as “fazendas
do Sul”, como aquelas de Rio Claro (SP), eram evitadas a todo custo por
migrantes e imigrantes, e para lá foram comercializados muitos escravos das
províncias Norte.
As obras em destaque
trazem indícios dos modos como Gumes buscou recriar a sociedade escravista de
seu tempo, sobretudo pelo crivo de sua própria experiência. Seu plano narrativo
apresenta similaridades com a sua época: o escravo apresenta-se na condição de
vítima e/ou de herói, lembrando os consagrados romances indianistas de José de
Alencar, Iracema (1865) e o Guarani (1857). Gumes denota a influência dessas
leituras e, mesmo sendo um homem pouco dado a viagens - não conheceu nem mesmo
a famosa “Cidade da Bahia”-, acompanhou muitas das dinâmicas da vida social,
política, econômica e cultural do Brasil e do mundo por meio de leituras e de
um rico convívio social.
Diante daquela conjuntura, Gumes reconfigurava, em bases
ficcionais, circunstâncias e episódios históricos, lançando mão de formas
narrativas vigentes na cultura de sua época. Com isso, pretendo assinalar que
as suas histórias e personagens não saíram de um espaço vazio, tal qual a
imagem de um mágico retirando coelhos de uma cartola: os eventos que se
interseccionam na sua narrativa são eventos de natureza histórica, mesmo que a
sua atitude não seja propriamente a atitude de um historiador. Claro está que
os seus textos prestam-se a bom escrutínio crítico de interessados por indícios
de representações da vida social e de formas narrativas do passado.
Gumes expressava, ao
longo de sua obra, uma visão de mundo articulada àquela dos chamados
“escritores cidadãos” ou “mosqueteiros intelectuais”, tal como se verifica na
passagem seguinte de N. Sevcenko (2003, grifos nossos):
Arrojados num processo de transformação
social de grandes proporções, do qual eles próprios eram fruto na maior parte
das vezes, os intelectuais brasileiros voltaram-se para o fluxo cultural
europeu como a verdadeira, única e definitiva tábua de salvação, capaz de selar a sorte de um
passado vazio de possibilidades, e de
abrir um mundo novo, liberal,
democrático, progressista, abundante
e de perspectivas ilimitadas [cuja]
palavra de ordem consistia [em] condenar a sociedade ‘fossilizada’ do Império e
pregar as grandes reformas redentoras: ‘a abolição’, ‘a república’, ‘a
democracia’. O engajamento se torna a condição ética do homem de letras. [5]
Gumes, escritor e
romancista, acionava duas importantes condições de expressão da linguagem: o
tempo e o espaço. Reinhart Koselleck (2006) nos diz que o plano da linguagem
referencia a realidade: “[...] ela [a linguagem] nos faz lembrar a força
peculiar às palavras, sem as quais o fazer e o sofrer humanos não se
experimentam nem tampouco se transmitem.” Ângela de Castro Gomes (2008),
consoante com essa perspectiva, nos diz: “Palavras, conceitos e realidade social são matérias
primas do trabalho do historiador”, e, de fato, não cessamos de buscar
fundamentos para conectar expressões da vida social. O exercício crítico da
obra de Gumes passa pela análise de situações históricas do seu tempo; meio
elementar para possíveis aproximações de visões de mundo que partilhava e
projetava. Nesse sentido, o inquérito histórico extrapola os limites do texto em si, saindo de sua base ficcional,
para sondar contextos nos quais autor e obra se inseriam.
Pode-se inferir que
havia entre Gumes e os seus personagens uma correspondência temporal, ou seja,
partilhavam de uma mesma semântica da história, como nos diria Koselleck
(2006). No estilo narrativo de Gumes, há passagens para as falas dos
personagens e de um narrador, incumbido de emitir juízos contrários à
escravidão:
Quando será livre o Brasil?! Oxalá que a
Providência nos prodigalizasse essa dita! O grito de independência dado no
Ipiranga não nos livrou ainda do jugo estrangeiro [...] Escravidão! A quem
devemos esse nome no Brasil!? Aos Europeus. E para que eles introduziram esse
cancro no Brasil?! Para que nas eras vindouras, sacudindo-nos o jugo da Nação
Portuguesa, ficássemos ainda dependentes. E qualifica-se isso de civilização!
Não. A civilização, consta nessas palavras: não façamos a outrem o que não
quisermos que se nos faça. (GUMES, 1874)
Um dos
aspectos que se observa em romances de época, como no conjunto da obra de
Machado de Assis, é o interesse em detalhar cenários e simbologias do
comportamento social, elegendo episódios ou situações históricas como
referentes. Em certas obras, alguns personagens são colhidos de experiências
pessoais dos próprios romancistas. Dentre eles, quero lembrar o romance Bugrinha (1922), de Júlio Afrânio
Peixoto (1876-1947), que apresenta como um de seus personagens um rico
minerador da vila de Lençóis, na Chapada Diamantina. Esse personagem tem a
função (na história) de lamentar a crise da exploração diamantífera em Lençóis;
uma crise também verificável na documentação oitocentista daquela região.
Os atuais estudos
historiográficos sobre estes sertões vêm entabulando importante diálogo com certa
produção literária, seja para aproximarem-se de contextos sociais e culturais,
seja para analisarem a produção deste ou daquele escritor. Esses novos
trabalhos são hoje responsáveis por ultrapassar fronteiras historiográficas que
elegeram na Bahia as plantations como
lócus privilegiado de análise,
legando aos sertões uma fisionomia de lugar “apartado, distante e isolado”.
Nesse sentido, esses novos estudos estão atentos às produções de Paul Ricœur
(1994) e de Michel de Certeau (1982), que consideram a produção do conhecimento
histórico como tributário da pesquisa (pertinência empírica) e de uma escrita
que se assenta em métodos (prática) e na elaboração discursiva (a escrita). Uma
escrita ciente de que “as formas literárias afetam o nosso modo de escrever
história” (DAVIS, 2000) e mais, uma escrita que “deixa transparecer ao máximo
suas regras para que se visualize afinal, que por trás delas, é o presente que conta, não o passado”
(SALIBA, 1996).
No contexto
da afirmação de que “toda história é narrativa”, Ricœur (1994) tencionava
refazer o caminho da sensibilidade, da estética, da imaginação e da
inteligibilidade inerentes ao conhecimento histórico. Em Tempo e Narrativa (1994), afirma que a escrita da história não
dispensa a interpretação, a imaginação, a estética, mas que mantém um
compromisso com uma verdade (supostamente uma verdade de referência), apoiada
em comprovações, em informações verificáveis, partilhando procedimentos comuns
ao ofício. Uma escrita da história que assume contornos inscritos
historicamente, muito próxima às conformações da arte, conforme assinala Maria
Odila L. S. Dias (2002, p. 202, grifos meus):
Quem
aprofunda bem essa atitude hermenêutica é o filósofo Georg Gadamer, para o qual
o conhecimento histórico tende mais para
a arte do que para a ciência. O tema foi retomado por Paul Ricœur. Literatura e história se aproximariam
não pela forma ou pela fantasia, mas por causa da natureza do próprio
conhecimento. O conhecimento das humanidades é tributário da imaginação, assim como a interpretação se configura
como um processo criativo similar ao dos poetas, dos pintores e de qualquer
grande escritor.
Gumes, apesar de pouco
conhecido entre nós, parece-me um valoroso escritor de seu tempo. A sua
incisiva denúncia da instituição escravista, associando-a a incivilidades
urdidas em um Brasil que insistia em não mudar, parece não distar-se tanto
(nesses termos) de agendas políticas atuais, cujas “bandeiras” revelam ainda
(!) combates a arcaísmos, também atávicos. “Caminhando contra o vento”, podemos
tentar uma imagem mais alentadora de um certo futuro, que parece nos avizinhar
com jeito de pouca felicidade. Uma imagem alentadora talvez repousasse naquele
“sítio ameno e encantador”, do conto de Gumes, ou no “pequeno principado de
clima ameno e agradável”, da novela satírica de Hoffman, O pequeno Zacarias (1820).
NOTAS
1.
“João Antônio dos Santos Gumes nasceu no
dia 10 de maio de 1858. Era filho do professor que lhe era homônimo, João
Antônio dos Santos Gumes. Não tendo condições materiais de, como os filhos das
famílias abastadas, encetar estudos fora da cidade, já aos dezoito anos consagrou-se
aos labores do magistério primário (foi professor de meninos ricos, lecionando
na fazenda Lagoa do Morro, do capitão Bernardo Pereira Pinto e, mais tarde, na
fazenda Barriguda, de João de Farias) e à profissão de rábula, encargos que
desempenhou com a proficiência que todos lhe reconhecem.”
2.
Obras de Gumes: O Sampauleiro:
Romance de Costumes Sertanejos (I – 1917/1922 e II - 1929/1932); Os Analphabetos (1928); Pelo Sertão (1913-14); Vida Campestre: narrativas dos costumes e hábitos dos lavradores do Alto Sertão
Sul da Bahia (1926); Seraphina (188?); a comédia-drama A Abolição (1889). Os manuscritos Sorte Grande e Mourama estão sem datas, os fólios estão danificados. Destaco
ainda o Intriga doméstica - farsa,
com observação da professora Belma Gumes, a quem devo uma leitura criteriosa
deste artigo: “Numa página, João Gumes se refere à Intriga doméstica como
“farça”, na página seguinte, como “comedia”. No final, diz o autor: “Remodelada
pelo auctor em principio de agosto de 1917.” Os seus romances seguiram o padrão
de sua época, foram publicados em folhetim.
3. GUMES,
João. Programa. A Penna, Caetité, Anno II, n. 29, p. 1, 19 fev. 1913.
4,
REIS, 2004, grifos meus: “Descrição da versão: Texto
em versão única, manuscrito autógrafo, completo, com 609 linhas. Texto em 10
fólios, dividido em doze cenas, com a numeração em algarismos arábicos. Mancha
escrita em pena de aço de cor azul, lançada da primeira à última linha da
pauta, entre as margens direita e esquerda do papel pautado azul, ao centro,
presença da marca d’água em formato de uma flor e abaixo a palavra Dracones. Os fólios, sem numeração,
foram costurados compondo um livro. A capa traz o título Abolição e a indicação Comedia em
1 prólogo e 3 actos por João Gumes. Apesar da letra bem traçada, o
texto não [foi] passado a limpo.”
5. Em
artigo anterior (PIRES, 2011), emprego o conceito “escritor-cidadão”,
desenvolvido pelo historiador N. Sevcenko, especialmente no seu livro Literatura como missão (2003), para
discutir a atuação de Gumes.
***
Maria de Fátima Novaes Pires. Historiadora. Professora do Departamento de História (Graduação e Pós-Graduação) da Universidade Federal da Bahia/FFCH. Autora de artigos e livros, dentre os quais O crime na cor (2003) e Fios da vida (2009). Dedica-se especialmente às áreas de Teoria da História e História da Historiografia, Escravidão e Pós-Escravidão no Brasil. Página ilustrada com obras de Zuca Sardan (Brasil), artista convidado desta edição de ARC.
Maria de Fátima Novaes Pires. Historiadora. Professora do Departamento de História (Graduação e Pós-Graduação) da Universidade Federal da Bahia/FFCH. Autora de artigos e livros, dentre os quais O crime na cor (2003) e Fios da vida (2009). Dedica-se especialmente às áreas de Teoria da História e História da Historiografia, Escravidão e Pós-Escravidão no Brasil. Página ilustrada com obras de Zuca Sardan (Brasil), artista convidado desta edição de ARC.
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