segunda-feira, 2 de maio de 2016

THOMAS RAIN CROWE | Philipn Lamantia: xamã do Surreal


Philip Lamantia nasceu de pais imigrantes sicilianos em San Francisco no ano de 1927. Seu pai era representante comercial no velho Embarcadero. Ele começou a escrever poesia no ensino fundamental e foi mais tarde inspirado pelas pinturas de Miro e Dali no Museu de Arte de San Francisco. Após ser expulso por "delinquência intelectual" aos dezesseis anos, ele largou a escola de segundo grau e partiu para New York, onde viveu por vários anos e onde se associou a André Breton e outros artistas europeus exilados tais como Max Ernst e Yves Tanguy. Durante estes anos trabalhou como editor assistente da revista View e seus poemas foram publicados tanto em View quanto em publicações como Hemispheres, que estava sendo publicada por outro Francês desterrado, Yvan Goll. Em 1943, quando Lamantia tinha apenas quinze anos, Breton o anunciava publicamente como sendo "uma voz que surge apenas uma vez em cem anos." Em 1946, aos dezenove anos, seu primeiro livro de poemas Erotic Poems foi publicado por Bern Porter Books em Berkeley, California, seguido por duas coletâneas (Narcotica e Ekstasis) publicadas em 1959 pela Auerhahn Press. Um prodígio literário cujos poemas sondavam os mundos do subconsciente e dos sonhos, seu amor pelo Surrealismo teve uma maior influência nos Beatnicks e em outros poetas americanos. Em 7 de março de 2005 ele morreu de insuficiência cardíaca em seu apartamento de North Beach, San Francisco aos setenta e sete anos.
Após a segunda grande guerra, Lamantia viajou pelo mundo, vivendo por períodos de tempo no México, Marrocos e Europa. Durante a década de 1950 ele viveu, de quando em quando, com povos nativos nos EUA e no México, enquanto participava dos rituais de ingestão de peiote dos índios Washo em Nevada. Durante estes anos iniciais, ele investigava assuntos tais como astronomia, filosofia, história, jazz, pintura, ornitologia e egiptologia, tornando-se não apenas um conhecedor, mas eminentemente instruído nestes assuntos e em outros. Durante estes anos fez parte da cena literária boêmia em San Francisco e estava frequentemente junto com os Beats. Começou a publicar livros de poesia durante os anos 1960 tais como Destroyed Works Touch of the Marvelous.
"Nos anos 1950, Philip estava escrevendo uma poesia surrealista de fluxo de consciência e teve uma enorme influência sobre Allen Ginsberg. Antes disso, Ginsberg escrevia preferencialmente uma poesia convencional. Foi Philip quem o direcionou para a escritura surrealista", disse o poeta e editor da City Lights Books, Lawrence Ferlinghetti num tributo a Lamantia numa edição de março de San Francisco Chronicle. Outro membro do panteão beat, Michael McClure, no mesmo artigo, disse de Lamantia: "Ele era altamente original. Era excitante ficar em volta dele. Todo o mundo se sentaria em volta e o escutaria a noite toda. O fluxo de sua imaginação era uma coisa bonita."
Fui apresentado a Philip Lamantia trinta anos atrás nas ruas de North Beach, San Francisco, por Shig Murao que era, então, gerente da Livraria City Lights e era provavelmente melhor conhecido por seu papel no julgamento da obscenidade de Howl que aconteceu nos últimos anos da década de 1950. Mesmo então, nos anos quarenta, Lamantia era como que uma lenda - devido parcialmente às suas associações pessoais com os famosos surrealistas franceses e sua história reclusa, mas principalmente por sua poesia surrealista sublime ainda que insensível que chegou à atenção de alguns com a publicação de seu primeiro livro na idade precoce de dezenove anos. Lembro-me de noitadas no apartamento de Lamantia em North Beach durante a década de 1970 na companhia do jovem rimbaudiano Ken Wainio e do Ginsberguiano Neeli Cherkovski e também das longas discussões que se desenrolam em toda parte desde a profecia Hopi até os antigos hieróglifos egípcios passando pela revolução social. Lamantia era uma fonte enciclopédica, de fato um manancial de coisas míticas, místicas, históricas e literárias. Sua mente, até mesmo quando estava quieta (o que não era constante), era uma presença poderosa.
Uns vinte anos mais cedo (nos anos 1950) Lamantia tinha sido o legítimo porta-voz surrealista do Movimento Beat. Seu trabalho ganhou destaque e foi apresentado na coletânea The New American Poetry, de Donald Allen, a coleção que pôs os Beats no mapa literário americano, e na verdade, mudou o curso e a cara da poesia americana, senão talvez as literaturas internacionais, para sempre. Para aqueles que o conheciam, Lamantia é conhecido não meramente por suas associações com os escritores beats, mas por seu trabalho, com louvores e alta exaltação vindos de vozes canônicas como as de Kenneth Rexroth, Yvan Goll, Allen Ginsberg e mais proeminentemente a de Andre Breton. Ou, como Ken Wainio orgulhava-se de dizer durante os anos 1970s, “Philip Lamantia é o único verdadeiro poeta americano surrealista”. Em abril de 1999, Philip Lamantia e eu fomos reunidos numa conversa que, de muitos modos, começou quando ela tinha sido deixada de lado vinte cinco anos atrás, comigo fazendo minhas simples questões e Philip respondendo como um manancial fluente de um discurso de livre associação.

TRC Voltemos àquelas conversas que lembro dos anos 1970 em seu apartamento em North Beach e tuas falas sobre antigas tradições e culturas - os Hopi, Egito antes de Cristo, e coisas afins. Que tipo de influência têm tido estes teus particulares interesses em tua obra - que, no teu caso, começaram muito cedo?

PL Ótimo! Fomos direto ao cerne da questão logo na primeira tentativa. Esta é uma boa questão. Podemos cobrir quase tudo ao falar apenas sobre ela.
Tudo isso se centra na ideia e na realidade do "sagrado." O surrealismo começa com o sagrado. E para mim "o sagrado" começa/começou com minhas primeiras leituras de livros como The Temple of Man. Este livro vai além das simples histórias da antiga cultura egípcia e inclue alguns dos mais profundos textos alquímicos escritos nos tempos modernos. Mais tarde, passei um ano estudando na Espanha com um professor que me ensinou geometria pitagórica durante os anos quando parei de escrever, essencialmente,a fim de estudar esta escola da arte sagrada da matemática-que era naquele tempo passada de professor a aluno apenas por iniciação.
Ao ler outros pensadores importantes e afins como de Rougemont - que, como o autor de livros tais como Love in the Western World, é no meu entender um dos mais importantes pensadores do século 20, fui apresentado à relação entre o esotérico e o exotérico. Tornei-me íntimo de lugares como o Grande Templo em Luxor e da escritura hermenêutica na entrada do templo, que já é em 1800 A.C. era um tipo de escritura considerada como "sagrada". Exotérica. Nestas escrituras hermenêuticas havia significativamente uma porta existente para o sagrado.
Como humanos, estamos constantemente procurando exteriormente por evidências do sagrado. Estou agora convencido, todavia, de que o universo está dentro de nós! Não temos necessidade de ir para o espaço para encontrar os segredos dos universos. Nos primeiros anos da infância todo conhecimento é congênito, acredito, e é tudo recuperável!
E então há [William] Blake… A outra fonte (ou fonte para "o Outro," se preferires), que eu li aos quatorze anos. E Poe! Imagino que foram Blake e Poe que me conduziram diretamente ao Surrealismo.

TRC Sim, gostaria de saber onde o Surrealismo encaixa-se em teu interesse e estudo do misticismo, de antigas culturas e sabedoria arcana. E, em particular, tua associação pessoal com outros surrealistas franceses.

PL Como eu disse, o Surrealismo começa com o sagrado. E a premissa de que cada poeta individual, ou pintor, procura o "velocino de ouro" em si mesmo. Este ponto é crucial para se entender o Surrealismo quando ele aparecia em Paris por volta de 1910 nos fraques de poetas finisseculares como Saint-Paul Roux, que era conhecido como "Le Magnifique!" e depois com os escritos de Apollinaire sobre o modernismo. Apollinaire escreveu sobre o "novo espírito na poesia", com ênfase na palavra "espírito".
O movimento surrealista francês foi criado e sustentado pela interação entre artistas e escritores nos cafés. E isto continuou por anos, com, como eu digo, a atividade do movimento sendo efetuada através de constante contato dia-a-dia entre artistas.
Então, com Breton e seu Manifesto, o advento de Dada, a conexão do grupo surrealista com Hegel, e o abraçar da alquimia e o que se referia a algo como “as ciências condenadas”, essa coisa toda se apossou de uma persona muito mais social e política.
Enquanto, bem no início, havia um real interesse no "Sub-Mundo" via Rimbaud e Dante, por exemplo, poetas como Kathleen Raine mais tarde optaram por uma rota não-demoníaca que, como ela disse, não era um risco para o puro processo surrealista - um processo de escritura que focava sobre os estágios de despertar e sono que ocorrem nos pontos de movimento para dentro e para fora do sono. Estas pontes, estes interstícios foram considerados chaves, senão cruciais, para o processo de escritura e foram catalisadores para o advento da escritura automática que apareceu por volta de 1919. Estas assim chamadas "pontes" tinham sido definidas bem antes por Poe em seu ensaio "Between Waking and Sleeping." Eu agora me refiro a este estado de consciência-inconsciência como "estando na zona". Isto equivale ao mesmo tempo à escritura e à experimentação a partir de um tipo de estado de transe acordado, um lugar de onde muitos dos maiores escritos proféticos do mundo têm vindo - escritos dos velhos profetas bíblicos, O Cântico dos cânticos, e assim por diante.

TRC E qual era tua conexão com este grupo na França durante a primeira metade do século (XX)?

PL Eu era o único poeta surrealista de minha geração, especialmente com conexões diretas com Breton e os Franceses. Breton foi meu primeiro interpretador. Eu o conheci primeiro aos dezesseis anos em New York através de uma serie de encontros combinados. Nós nos encontraríamos e falaríamos sobre meu trabalho e as ideias e o trabalho de vários escritores e artistas na França, ou sobre o Surrealismo em geral. Tenho que dizer que Breton, contrariamente aos rumores e insinuações, foi uma das pessoas mais civilizadas que conheci. Minhas experiências com ele foram sempre desta natureza positiva e inclusive nosso último encontro - que foi um encontro casual em 1944, de novo em New York, e que está documentado em meu poema "Poem For Andre Breton" que apareceu em meu livro Bed of Sphinxes publicado por City Lights. Nesse encontro casual, Breton estava com Tanguy, que de todos os artistas visuais era o mais importante para mim, tão logo eu fui muito influenciado por pintores e músicos.

TRC Na cabeça de muitas pessoas você está associado com o movimento Beat neste país-através de conexões tais como a Gallery Six reading, a antologia The New American Poetry, de Don Allen, e mais recentemente com coisas como tua inclusão no repertório do CD Howls, Raps, and Roars. De que maneira esta associação se adapta a você, especialmente à luz de tuas conexões e afinidades com os surrealistas franceses?

PL Em relação à coisa toda Beat, eu a vejo como uma questão de karma, realmente. Ou, temporal neste caso. Eu estava lá e "sobre o palco" como se costumou dizer. Mas então, nos anos quarentas e no início dos cinqüentas, era realmente em torno da música! Como eu estava sempre acompanhado de músicos a maior parte do tempo. A terminologia referente a "hipsters" era sobre estas pessoas que sempre apareciam com músicos, e queriam ser músicos. "Wannabees" (Os que querem ser). Aposto que são assim chamados agora.
O primeiro poeta que conheci foi Allen Ginsberg, então através dele, outros como Kerouac, que conheci em 1950 quando eu tinha vinte anos. Ele era mais velho - cinco anos mais velho, eu acho. Mas os Beats nunca pensaram de si mesmos como "hip" nos primeiros anos antes que On the Road fizesse Kerouac famoso e toda a cena estivesse mudada. De fato, a coisa toda de Kerouac era sobre a presença "beatífica" no mundo. Isto é diferente de "beatitudes" tal como são encontradas na Bíblia. É mais o exotérico. Sobre a abertura para o divino.
Nesses primeiros anos, não havia escritores estabelecidos no "Movimento". Suponho que o escritor mais reverenciado e celebrado conectado com a cena Beat era Kenneth Rexroth, que era dificilmente uma unanimidade naquele tempo! Com sua política de inclinação de esquerda e tudo. Eu o encontrei durante esses anos, e pensava nele sempre como alguém com uma cabeça interessante e que era uma figura interessante. Foi através de Rexroth e seu intenso interesse em ecologia e natureza que eu, também, me tornei conscientemente interessado nestas coisas - embora eu já tivesse me tornado interessado em natureza e ecologia quando garoto quando ia com meu tio em caminhadas e excursões para as montanhas de Santa Cruz. Caí de amor pelas grandes porções de sequoias e madronas, e pelas associações dos americanos nativos com estes lugares, que constituíram a base tanto para viagens que mais tarde eu faria para o México, o Sudoeste, quanto para meu trabalho com os índios Washo e Cora.
Eu estava trabalhando por uma boa parte daquele tempo com a revista View em New York. Suponho que no total foram de cinco a dez anos. Assim, havia uma conexão mais formal com as coisas literárias através de minha associação com View, que era realmente apenas um emprego para mim naqueles anos e não tinha nenhuma influência, realmente, em meu envolvimento quer com os movimentos Beat ou Surrealista.
Assim, era, e como eu digo, era bastante karma - estar lá em New York e depois em San Francisco como parte "da cena".

TRC Teu trabalho tem também sido vinculado ao movimento surrealista americano baseado em Chicago, que, como eu o entendo, não tem elos com o grupo francês. Qual era, ou é, a natureza de teu envolvimento com o grupo americano e suas atividades e publicações?

PL Os membros do grupo surrealista americano eram uma geração mais jovem que a minha, a maioria deles nasceu por volta de 1948 e aquela geração. Não houve nunca ninguém na América para mim, literariamente falando, o que é a razão pela qual eu gravitava para o que estava acontecendo na França. Mas o movimento surrealista americano foi estabelecido por volta de 1963 por Franklin Rosemont e seus amigos como uma resposta direta à Guerra do Vietnã. De muitos modos foi uma declaração contra a guerra. Eu tinha ido para o exílio na Europa nesse tempo antecipando-me à guerra do Vietnã. Só retornei da Europa por volta de 1970, e não fui contatado pelos surrealistas americanos antes de 1972. Eles estavam interessados em publicar minha obra em suas várias publicações. Contribuí para suas publicações por muitos anos. Agora suponho que há uma década ou quase desde que tive uma participação direta em algo que eles publicaram. Mesmo assim, estou ainda em contato com alguns surrealistas americanos pelos quais tenho uma grande relação de respeito - poetas como Will Alexander, por exemplo.

TRC Teu livro de poemas seletos Bed of Sphinxes cobre tua obra de 1943 a 1993. Estou imaginando se, ao longo desta metade de século e através pelo menos quatro ou cinco diferentes fases ou períodos em tua escritura, tu podes citar para nós um nexo, um ponto de convergência, onde todos estes períodos e obra se interconectariam. Há um fio comum, uma direção comum? Penso no poema "Still Poem 9" (1959) que foi publicado na antologia de Donald Allen, como algo de um credo, aludindo fortemente a uma metafórica “busca do Graal” do tipo que tu podes ter seguido por todo o percurso de tua vida e carreira e que estaria também conectado com tuas viagens para os planaltos escarpados Hopi, as Américas do Sul e Central, África, Egito, Grécia…

PL Sim, de fato tu não és a primeira pessoa a sugerir este tipo de analogia para o poema "Still Poem 9" - e é uma boa analogia, penso como se eu gostasse da associação com a busca do Graal. Esse poema foi escrito em 1959 e ainda estou à procura do Graal.

TRC Cobrimos uma boa parte de terra até aqui, mas gostaria que terminássemos discutindo "Ex Cathedra", um poema que aparece lá pelo fim de Bed of Sphinxes. Devo dizer que penso que a última linha neste poema é uma das maiores últimas linhas:
"On that day black holes of thought radiate the wind's lost word,/this death that is not death: that day is magic is love".
Como este poema e particularmente esta última linha refletem sobre o que entendo serem os interesses totalmente renovados recentemente sobre tua parte no Catolicismo e na Cristandade?

PL Bem, antes de tudo, deixa me dizer que possuo uma imensa dívida de gratidão para com Nancy Peters, sem a qual este livro não iria nem poderia ter sido feito. Duvido se eu teria sido capaz de publicar este livro sem sua assistência. Ela é uma brilhante editora de livros, e não sou capaz de enfatizar isto o bastante.
"Ex Cathedra" foi de fato escrito por volta de 1989, mas dirige-se, como tu sugeres, a um renovado interesse nisto, mas, neste caso, negativamente. Na linha diretamente antes da que mencionas lê-se:
"The absolute pulverization of all the churches will be the grace of/love's freedom!"
Preciso dizer mais?
Isto tudo volta para o começo de nossa conversa e para o assunto das "ciências condenadas" e os problemas que os surrealistas encararam desde cedo. De fato, um deles, e não mencionarei seu nome, disse-me recentemente a respeito deste poema: "Em tempos passados, eles teriam te queimado por teres escrito este poema!" Assim, encontrei meu caminho de volta à "igreja exotérica" tal como eu falei mais cedo. Continuo tanto procurando por alternativas para abrir-me ao divino, quanto procurando pelo "Graal"-que ainda hei de encontrar.

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Aline Daka é artista visual, ilustradora e quadrinista. Formada em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS com passagem pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em Portugal. É ilustradora da (n.t.) Revista Literária em Tradução, curadora do Suplemento de Arte e atualmente publica em parceria com Vicente Pietroforte a HQ Eunice mora no penúltimo andar na página web da Pararraios Comics.



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Organização a cargo de Floriano Martins © 2016 ARC Edições
Artista convidado | Aline Daka
Tradução ao português por Eclair Antonio Almeida Filho
Imagens © Acervo Resto do Mundo
Esta edição integra o projeto de séries especiais da Agulha Revista de Cultura, assim estruturado:

S1 | PRIMEIRA ANTOLOGIA ARC FASE I (1999-2009)
S2 | VIAGENS DO SURREALISMO
S3 | O RIO DA MEMÓRIA

A Agulha Revista de Cultura teve em sua primeira fase a coordenação editorial de Floriano Martins e Claudio Willer, tendo sido hospedada no portal Jornal de Poesia. No biênio 2010-2011 restringiu seu ambiente ao mundo de língua espanhola, sob o título de Agulha Hispânica, sob a coordenação editorial apenas de Floriano Martins. Desde 2012 retoma seu projeto original, desta vez sob a coordenação editorial de Floriano Martins e Márcio Simões.

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