Era um domingo ensolarado em novembro de 1977. Eu e meu amigo de infância
Jacinto olhamos para o portão fechado à nossa frente, ali na Rua Vitor Guisard,
no Bairro Jabour, perto de Senador Camará, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Eu perguntei
a ele:
— Será que eu toco a campainha?
Ele me garantiu que ali mesmo, naquela casa por detrás do muro alto, morava o Hermeto
Pascoal. Ele havia chegado de São Paulo há um ano. Sem mais titubear, apertei o
botão.
Eu estava ali por curiosidade
pura. Recém-chegado há duas semanas de Montreal, no Canadá, onde eu tinha passado
3 anos estudando biologia e tocando música, eu agora me encontrava de volta ao meu
bairro de nascença, Realengo, ali pertinho do Jabour, a caminho de um curso de pós-graduação
na Amazônia. Minha curiosidade era grande. Em 1967, aos 13 anos, eu vibrei com Edu
Lobo e sua linda composição “Ponteio” que venceu o festival da Record, sem me dar
conta que aquela flauta que parecia um pássaro cantando por detrás das vozes era
tocada por um albino baixinho sem pescoço, escondido detrás dos outros instrumentos.
Eu havia lido uma reportagem da revista O Bondinho de 1972, antes de ir estudar
fora, com uma matéria sobre aquela figura exótica e quixotesca mesmo antes de ouvir
sua música, o que só veio a acontecer em 1973, no Teatro Fonte da Saudade, na Lagoa.
Assisti a outro show do Hermeto no Museu de Arte Moderna do Rio em 1975, enquanto
passava férias e mais uma vez, saí de lá maravilhado com o som, mas confuso por
não saber colocar o que eu tinha ouvido dentro de nenhuma categoria conhecida. De
volta ao Canadá, conheci outras facetas do trabalho do Hermeto nas gravações que
ele fez com Airto Moreira e Flora Purim. Por isso, de volta ao Brasil, em 1977,
eu me encontrava ali, prestes a tocar a campainha da casa dele, e meio nervoso,
sem saber o que lhe dizer.
Juntei a coragem e apertei
o botão. Dona Ilza Pascoal, esposa do Hermeto e mãe de seus seis filhos, abriu o
portão:
— Pois não… Eu gaguejei:
— O-O-O Hermeto está? Eu
sou músico e gostaria de conhecê-lo. Ela me conduziu até a sala, e de repente eu
me vi sozinho ali, sentado no sofá, enquanto Hermeto Pascoal, de short e sem camisa,
estava tocando num piano elétrico com fones de ouvido, seus olhinhos fechados. Tudo
que eu ouvia era o batucar das teclas. Uns 20 minutos se passaram, o que me pareceu
uma eternidade. Eu já estava pensando como ia sair de fininho, sem que ele notasse,
quando ele abriu os olhos, sorriu e me cumprimentou:
— Tudo bem? Comecei a me
apresentar. Tudo o que eu queria era lhe dizer da minha admiração pelo seu trabalho.
Falei do grupo com quem eu tinha tocado piano no Canadá, Mélange, e disse que estava
ali no Rio de passagem, a caminho de um curso de pós-graduação na Amazônia. Será
que o Hermeto conheceria um lugar para se tocar um pouco, onde rolava uma jam session?
Eu mostrei a ele uma fita cassette do Mélange, e ele me mostrou uma do novo disco
dele, o “Missa dos Escravos”. Tocou a faixa-título, com o som dos porcos e aqueles
acordes muito estranhos para mim. Ele então me perguntou:
— Você sabe ler partituras,
acordes cifrados? Eu menti:
— Ah, sim, claro…
— Olha, eu tenho um Grupo,
e estou querendo tocar mais flauta e saxofone, precisava de um pianista para essa
sexta-feira para um show no Morro da Urca, você toparia fazer comigo?
Isso não era bem o que eu
esperava, pois eu nunca pensei que ele fosse me convidar para tocar. Eu retruquei
que não poderia assumir nenhum compromisso, devido ao meu curso, tinha uma prova
para a bolsa de estudos em 2 semanas, etc… Ele disse:
— Escuta, se você quiser tocar, pode ser sem nenhum
compromisso, me avise quando tiver que ir para a escola e fica tudo bem. Ele então
puxou uma folha de papel com uns acordes escritos. Lembro claramente do tema, “Campinas”,
uma linda balada que ele havia composto há pouco tempo. Ele me pediu para sentar
ao piano elétrico e tocar os acordes. E ali mesmo, sem saber formar nem a metade
deles, ambos nos certificamos que eu realmente não lia nada. Minha experiência musical
incluía umas aulas de piano que eu tive com a Dona Jupyra quando tinha 12 anos,
mas desde então, tudo que eu tocava era de ouvido, músicas copiadas do rádio ou
de discos, e minhas composições, que eu tocava de cor. Hermeto deu um sorriso matreiro,
e disse:
— É, acho que você precisa
ensaiar um pouco… pode vir aqui amanhã de tarde? Os meninos do Grupo vêm ensaiar,
e você vai aprender com eles. E lá fui eu pra casa, sem saber direito onde tinha
amarrado meu burro. Claro que eu não poderia entrar de novo num conjunto musical,
tinha outros planos traçados, uma vida dedicada à pesquisa científica dentro da
biologia, onde a música figurava apenas como um hobby, uma distração. Eu havia provado
de um pouco da vida de músico no Canadá, e não achava que meu caminho era viver
dentro dos ambientes enfumaçados dos clubes, tocando para gente que não estava lá
para ouvir música. E agora estava dividido, porque dentro de mim, algo queria muito
mesmo tocar, aprender e compartilhar aquele som.
Segunda-feira, 14h, lá estava
eu de volta ao Jabour. Conheci Itiberê Zwarg, baixista e Peninha, baterista. Hermeto
me apresentou a eles e começamos a ensaiar, uma variedade de temas: um baião, um
frevo, aquela balada que eu não conseguia tocar. Lá pelo meio da tarde apareceu
um percussionista que se chamava Pelé. Ele havia conhecido o Hermeto durante a gravação
do disco “Orós” do Fagner, e foi convidado para aparecer no ensaio. Hermeto disse
a ele:
— Campeão, esse negócio de
ser Pelé não dá, você vai se chamar Pernambuco. Pelé/Pernambuco havia trazido um
berimbau e umas tumbadoras, mas o Hermeto, que sempre chamava todos de “Campeão”,
disse:
— Olha, vende esses negócios,
porque você vai ser um percussionista diferente. Nada de tumbadora ou berimbau,
já tem muita gente tocando isso. Amanhã você vai no Mercado de Madureira e arranja
uns chocalhos de bode, umas conchas e umas panelas. Vamos criar uns instrumentos
novos.
E assim a semana passou,
o Grupo ensaiando, tocando o mesmo tema 20, 30 vezes. Eu, meio apressado, achava
que estava bom, que poderíamos ensaiar outros temas, ou então improvisar, que era
o que eu no fundo queria, mas o Hermeto insistia que ainda tinha muito o que melhorar.
No segundo dia de ensaio apareceu o Cacau, saxofonista e flautista que tocava com
o Grupo há algum tempo. Eu nunca tinha tocado num grupo assim antes, em que as partes
eram definidas e ensaiadas múltiplas vezes, enquanto o Campeão (nós o tratávamos
pelo mesmo nome que ele nos tratava) mudava uma nota aqui, uma batida ali, e todos
reescreviam suas partes na hora. Muitas vezes apenas a “cozinha” (piano, baixo e
bateria) ensaiava o tema inteiro, sem os sopros. Eu, que havia me acostumado a tocar
sempre com outros músicos cobrindo meus erros, de repente passei a me sentir muito
vulnerável. Nesta nova situação musical, o baterista nunca marcava o tempo; ele
tocava de uma forma mais livre, colorindo as frases, o que me deixava meio inseguro,
sem entender direito como fazer com todas essas vozes coexistindo. Hermeto assumia
o piano e tocava, às vezes improvisando durante 15 ou 20 minutos com a banda, o
que me deixava louco de vontade de imitá-lo. Um dia perguntei a ele:
— Você pode me ensinar técnica,
exercícios para tocar assim rápido e limpo? Ele sorriu:
— Não, técnica não existe
separada da música. Esses temas que vocês estão ensaiando exigem técnica, e por
isso temos que repetir muitas vezes, para que a mente e as mãos possam aprender
naturalmente. Mas se você quiser estudar apenas a técnica, você vai virar um robô,
tocando um monte de escalas e frases feitas de forma automática.
Por fim chegou a tal sexta-feira.
O show era na Concha Verde, que era um anfiteatro ao ar livre no alto do Morro da
Urca. Para chegar lá era preciso tomar o bondinho do Pão de Açúcar, o cartão postal
mais conhecido do Rio de Janeiro. Eu cheguei lá cedo, muito feliz em ver o local
apinhado de gente, com pessoas encarapitadas em cima das árvores para ficar mais
perto do palco. Eu nunca tinha participado como músico de um evento assim, e estava
ansioso para mostrar tudo aquilo que havíamos ensaiado durante a semana. Peguntei
ao Hermeto qual seria a primeira música da noite, e ele respondeu:
— Não sei, vamos entrar no
palco e criar um lance. Eu fiquei confuso:
— Como assim? E os temas
que a banda ensaiou esses dias todos?
— Hoje e agora não é uma
boa hora para aqueles temas. Vamos tocar outros. E de repente lá estávamos nós no
palco, criando levadas, improvisos e solos que nunca tinham acontecido antes. Outros
músicos apareceram: Mauro Senise, José Carlos Bigorna, Márcio Montarroyos, de repente
havia um naipe de sopros no palco tocando coisas que eu nunca havia ouvido. Numa
certa hora Hermeto me manda entrar no palco e fazer um solo de clavinete, um teclado
com cordas. E eu perguntei:
— Que tipo de solo você quer
que eu faça? Meio soul, funk, rock?
— Nada disso – quebre tudo,
toque o que você sentir na hora. Eu fui, sem saber direito o que era “quebrar tudo”
e assim que eu comecei a tocar, ele parou a banda inteira e todos saíram do palco,
me deixando sozinho com centenas de pessoas ouvindo. Foi ali naquele momento que
eu me dei conta que uma transformação estava acontecendo, uma coisa meio misteriosa
que eu não conseguia entender, mas que era uma delícia. Claro que ter as pessoas
aplaudindo era bom, mas a satisfação maior era a de encontrar naquele momento uma
resposta intuitiva em mim para um desafio que envolvia a mente, o corpo e o coração,
tudo junto. Toquei sem pensar em frases pré-construídas, de uma forma tal que os
espaços entre as notas se tornaram tão ou mais importantes que as notas.
Ao final do concerto, todos
estávamos exaustos e felizes, e o Hermeto me perguntou:
— Claro, adorei…
— Bicho, se você quiser,
sábado que vem temos um outro show em São Paulo. Quer fazer? E eu, já imaginando
o que poderia acontecer, respondi:
— Eu gostaria, Campeão, mas
nesse dia eu tenho que fazer a prova para minha bolsa de estudos aqui no Rio, dura
o dia todo…
— Que horas é a prova?
— das 7 às 16h.
— Pronto! Nosso show é às
21h em S. Paulo. Você faz sua prova, pega a Ponte Aérea e chega lá no Ginásio da
Portuguesa a tempo, vamos te esperar… tem uma passagem te esperando no aeroporto.
E como tinha de ser, eu fiz
a prova no Rio, e peguei o avião pra Sampa e um táxi para o local do show. Cheguei
na Portuguesa e estava acontecendo um tipo de festival, a Clementina de Jesus e
Xangô da Mangueira estavam cantando, e lá atrás do palco, o Hermeto e o resto da
banda. Fiquei feliz de rever o pessoal, e o Hermeto me cumprimentou:
— Está pronto?
— Estou, Campeão.
— Então vamos nessa. O concerto
foi totalmente diferente do que aconteceu no Rio, o público em São Paulo ouvia de
uma forma muito diferente. Foi a primeira vez na vida em que eu percebi que cada
nota que eu tocava ressoava em alguém lá na platéia, e voltava para mim com uma
vibração. Tudo o que a banda tocava era amplificado não pelos alto-falantes, mas
pelo povo que estava ali bebendo daquele som. E eu vi como o Hermeto se alimentava
daquela vibração. Naquela época ele tocava uma flauta com captador e uma caixa de
efeitos que ele podia manipular, achando sons de microfonia e distorções, que antes
só com Jimi Hendrix eu havia ouvido. Ali, naquele momento, eu entendi o porquê do
apelido de “Bruxo” que o Hermeto tinha. A flauta era uma varinha de condão, e ele
a usava de uma forma natural, sem maneirismos, tocando e apontando para o amplificador,
usando a microfonia como uma melodia. Ouvi naquele concerto outros temas que nunca
havia conhecido, inclusive a linda “Aquela Valsa”, que o Mauro Senise tocou de sax
soprano. Eu não toquei o piano o tempo todo; várias vezes o Hermeto corria e me
enxotava do teclado, dizendo:
— Vá pegar uma percussão
e fique ali ao lado do Pernambuco, mas sempre de olho em mim. Eu ia, e enquanto
tocava um triângulo ou caxixis, observava como ele era capaz de pegar um certo ritmo
ou estilo e injetar uma coisa nova, uma nova tonalidade, até que a maré se estabilizava
outra vez, e ele me dava um sinal para retornar:
— Agora fique tocando assim,
mas não deixe a peteca cair de novo!
Eu, que nem sabia que a peteca
tinha caído, achava que estava tudo bem, mas ele estava ouvindo tudo, e com firmeza
e carinho, corrigia meus muitos erros e comentava depois:
— Olha, eu às vezes grito
e pareço meio grosseiro no palco, mas o som está rolando, e o som é sagrado. Não
ache que eu estou com raiva, estou cuidando do som. A maneira carinhosa com que
ele tratava todos do Grupo deixava isso bem claro, mas ele nunca deixava passar
um segundo em que as peças daquele quebra-cabeça complexo estivessem fora do lugar,
sem que ele interviesse para ajustar um ou outro detalhe.
Em São Paulo, passei a conhecer
o lado estradeiro do Hermeto. Em casa no Jabour, ele nunca saía, ficava em casa
vendo futebol e tocando, mas nas viagens ele se tornava aquele personagem que os
índios americanos chamam de “Coiote”, o brincalhão esperto, o coringa multicolorido
que desafia, desacata e desafia tudo que estivesse na frente do Som. Na manhã seguinte
ao show da Portuguesa, eu fui ao seu quarto de hotel e ele me disse:
— Ouça esse choro lindo que
eu escrevi: e tocou sentado na cama um chorinho de 3 partes no sax soprano, e eu
pensando: Como nunca ouvi esse choro antes? Ao fim, ele disse:
— Escrevi nada, inventei
isso agora mesmo, improvisei a música inteira. Isso para mim passou a definir a
essência Hermética. O improviso tão estruturado que parece escrito, e a escrita
tão fluida que parece fluir da chama do improviso free.
Outra coisa que me atraiu
muito no Hermeto era a fibra nordestina. Como neto de sergipano, cresci ouvindo
o linguajar e a maneira nordestina de pensar, falar e agir, e o Hermeto representava
o arquétipo do “cabra da peste”, o vaqueiro do agreste que dribla o clima, a distância,
as limitações físicas e tudo o mais que vier ao encontro da sua rota traçada pelo
destino. Hermeto me lembrava um peão montado num cavalo chucro, correndo no meio
da caatinga espinhosa atrás da rês desgarrada da melodia, usando a rede da harmonia
e o tropel da zabumba para alcançar seu objetivo.
Com o fim do ano de 1977,
tudo aconteceu ao mesmo tempo para mim: a descoberta de um universo musical de cuja
existência eu nem suspeitava, junto com a aprovação para o curso de mestrado em
ecologia no Instituto de Pesquisas da Amazônia. Uma escolha devia ser feita, e logo.
Uma trilha que se bifurca
na mata, sem sinais ou setas apontando o caminho certo. Deveria eu seguir os estudos
iniciados, explorando com a mente as muitas conexões entre a natureza e os seres
vivos, ou pular de cabeça nesta aventura de músico, aprendiz do feiticeiro com varinha
de condão de prata, e muitos truques escondidos na cartola branda da sua cabeleira?
Foram umas semanas de muita reflexão e insegurança. Aos poucos me dei conta que
naquele momento eu era um passageiro na estação ferroviária, vendo dois trens passando,
aparentemente indo em direções contrárias. E ali naquele instante, pude entrever
o espaço entre os vagões, como uma janela entreaberta. Essa era minha chance de
saltar, confiar na intuição e encarar o desafio da música, sobre a qual eu sabia
nada ou quase nada, deixando a linha reta da ciência, uma estrada asfaltada onde
eu sabia como avançar, pela corrente do rio da música, cheia de surpresas, com suas
enchentes e secas. Nadar ou afundar…
Tive o apoio fundamental
de meus pais, que nunca se opuseram à minha decisão. Lembro claramente quando disse
a meu pai que iria recusar a bolsa do INPA para ficar morando em Realengo, ensaiando
todos os dias com uma trupe mambembe. Ele me disse calmamente:
— A vida é sua, tome sua
decisão e siga em frente. Só não me venha dizer daqui a seis meses que quer ser
biólogo outra vez, certo?
E esse foi o começo de um
novo capítulo, um aprendizado que me pediu quinze anos de minha vida, e que me deu
em troca a chave do Universo da Música.
ACAMPAMENTO MUSICAL
JOVINO SANTOS NETO (Brasil, 1954). Músico, compositor, arranjador,
editor.
*****
Organização a
cargo de Floriano Martins © 2017 ARC Edições
Artista convidado
| Farnese de Andrade (Brasil, 1926-1996)
Imagens © Acervo
Resto do Mundo / Acervo particular Jorge Mello
Agradecimentos
especiais a Jovino Santos Neto
Esta edição
integra o projeto de séries especiais da Agulha Revista de Cultura, assim
estruturado:
1 PRIMEIRA ANTOLOGIA
ARC FASE I (1999-2009)
2 VIAGENS DO
SURREALISMO, I
3 O RIO DA MEMÓRIA,
I
4 VANGUARDAS
NO SÉCULO XX
5 VOZES POÉTICAS
6 PROJETO EDITORIAL
BANDA HISPÂNICA
7 VIAGENS DO
SURREALISMO, II
8 O RIO DA MEMÓRIA,
II
9 ACAMPAMENTO
MUSICAL
A Agulha Revista
de Cultura teve em sua primeira fase a coordenação editorial de Floriano Martins
e Claudio Willer, tendo sido hospedada no portal Jornal de Poesia. No biênio 2010-2011
restringiu seu ambiente ao mundo de língua espanhola, sob o título de Agulha Hispânica,
sob a coordenação editorial apenas de Floriano Martins. Desde 2012 retoma seu projeto
original, desta vez sob a coordenação editorial de Floriano Martins e Márcio Simões.
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