Quando a ditadura da razão se torna enfim insuportável, os românticos alemães
tratam de revalorizar a importância do irracional na arte e na vida – surge o sturm
und drang (tempestade e ímpeto) em meados do século XVIII, antessala do romantismo
definitivo, a aceitar no homem o elemento demoníaco, ou seja, aquele que não pode
ser explicado por qualquer racionalidade teórica. Destacam-se Novalis, Schlegel
e Hölderlin na alusão a esse estado poético puro, incursionando a busca da poesia
através do pensamento filosófico, o que também haveriam de fazer William Blake,
Coleridge e Wordsworth na Inglaterra. Essa mudança de voltagem, esse curto-circuito
vem surtir efeito no século XIX com os chamados poetas malditos, vagabundos da imaginação
com suas ousadias existenciais em que os conceitos passam à ação poética. Na França,
são referência os nomes de Gerard de Nerval, Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud,
Paul Verlaine, que marcam o início da poesia moderna.
Trata-se de uma percepção especial que navega em direção a uma obscuridade
mágica, um exílio de si mesmo a deambular assombrado entre céu e inferno, ao mesmo
tempo que uma fascinação pela magia da linguagem. Costuma-se dizer que, se os românticos
especularam, os malditos rondaram o abismo, unindo-os uma vontade de mudar
a vida através da poesia, seu projeto existencial era poetizar o mundo. Essa reação
anti-cartesiana exalta a imaginação e o enigma, desprezando o senso comum e a banalidade
hipócrita da sociedade. No começo do século XX, a crise do positivismo, a primeira
guerra mundial e o surgimento da psicanálise se conjugam para levar a uma nova discussão
dos valores fundadores do ser. O binarismo ruína x substituição conduzirá à revolta,
à insubordinação, ao niilismo, ao excesso na vida como na morte. A definição estética
dessa crise ficará conhecida pelo nome de Vanguarda, Dada, Surrealismo.
Costuma-se dizer que o suíço Arthur Cravan foi o precursor do Dada. E como
o Surrealismo é uma dissidência dadaísta, igualmente o seu antecipador. Isso porque
a mentalidade das vanguardas ficou presa à elaboração de manifestos, como o do futurismo
(1909) por exemplo; daí a dificuldade em se compreender que um movimento/escola
literária possa surgir pelo caminho natural da obra e do exemplo. Prefere-se, assim,
repetir que Cravan pavimentou o caminho de Tristan Tzara no Cabaret Voltaire, do
que admitir simplesmente que o Dadaísmo na verdade surgiu com ele. “A glória é um
escândalo”, proclamava, “eu não desejo ser civilizado”. Seus contemporâneos nunca
se cansaram de descrever sua personalidade e o seu comportamento, como Blaise Cendrars,
Marcel Duchamp, Francis Picabia; sua pessoa ocupou exaustivamente a mente de seus
inimigos André Gide, Robert Delaunay, Guillaume Apollinaire e Marie Laurencin, que
reclamavam das páginas da revista que ele criara, a Maintenant, onde publicava
seus poemas e artigos sob vários pseudônimos, e que é anterior à 391 e outras publicações
dadaístas do período anterior à primeira guerra.
Na verdade Arthur Cravan é o pseudônimo de Fabian Avenarius Lloyd, nascido
em Lausanne, em 1887 e filho de ingleses; conheceu os Estados Unidos, Berlim e quando
se transfere a Paris passa a usar esse nome, entre outros que utiliza em sua revista
que teve a duração de cinco números, no período de 1913 a 1915 e na qual escreveu
haver bebido com seu tio Oscar Wilde a 23 de março de 1913 – como se sabe, o escritor
inglês morrera em 1900. Segundo seus amigos, conhecer Arthur Cravan seria o equivalente
a encontrar Poe ou Maupassant, Verlaine ou Musset, Whitman ou Swinburne; era descrito
como uma alta forma de gênio com tendência às formas de transgressão. Costuma-se
datar sua morte ao final de 1918, presumidamente afogado no golfo do México, mas
não há disso qualquer certeza, havendo inclusive quem afirme ter estado circulando
na Europa até os anos 20. Segundo André Breton, a vida de Cravan é o melhor barômetro
para medir o impacto da vanguarda entre 1912/1917.
Maintenant era completamente constituída de textos de Arthur Cravan,
sob vários pseudônimos. A revista refletia sua personalidade polêmica; o primeiro
número data de abril de 1912 e dá como endereço “Rue Saint-Jacques 67 – Paris, trazendo
o nome do diretor, o preço e o sumário com “assuntos diversos”,”documentos inéditos
sobre Oscar Wilde” e um poema assinado pelo seu pseudônimo principal, Arthur Cravan.
Nele, o poeta fala do oceano, berço dos transatlânticos, da indústria, dos raios
ultravioletas, do telefone, da modernidade; das turbinas do navio da Companhia Inglesa,
da instalação da eletricidade nas cabines, do poder do frio como sensação física,
do comércio, dos steamers, da sua primeira locomotiva em marcha aventureira
nas florestas inexploradas do Canadá.
Curiosamente essa mesma temática seria utilizada em verso livre futurista
pelos poetas portugueses Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, em seus poemas
Ode Marítima e Manucure, ambos dedicados a Santa-Rita Pintor, publicados
no número 2 da revista Orpheu que inaugura o modernismo em Portugal, do qual se
haveria de comentar: “existe surrealismo e futurismo em Portugal! Só que lá eles
se chamam Modernismo.” Santa-Rita Pintor era o pseudônimo de Guilherme Augusto Cau
da Costa de Santa Rita (1890/1918), artista plástico formado pela Escola Superior
de Belas Artes de Lisboa, que fixou residência em Paris no ano de 1910, passando
a conviver com artistas como Picasso, Marinetti e Max Jacob e os círculos ligados
à vanguarda. Por causa de suas ideias monárquicas perde a sua bolsa de estudos e
em 19l4 retorna a Portugal trazendo as novas ideias estéticas de seu tempo e propondo-se
a editar, com procuração do autor, os manifestos de Marinetti. Ele participou do
mencionado número 2 da revista Orpheu com quatro trabalhos e foi responsável pela
edição do primeiro e único número da Portugal Futurista; consta não haver sido muito
apreciado pelo pintor Amadeo de Souza-Cardozo e pelo citado Mário de Sá-Carneiro
que o transforma no personagem Gervásio Vila-Nova no romance A Confissão de Lúcio
e em sua correspondência a Fernando Pessoa revela pânico de que Santa-Rita viesse
a assenhorear-se da “Orpheu”, suspensa por falta de recursos. Quando a morte o encontra,
aos vinte e nove anos, em 1918 – mesmo ano do desaparecimento de Amadeo de Souza
Cardoso – verifica-se que o verdadeiro introdutor do futurismo em Portugal deixara
a sua obra quase toda destruída.
Voltando à revista Maintenant de Arthur Cravan, é desde esse primeiro
número que ele demonstra,por sua vez, sua adesão ao futurismo, sob a rubrica “assuntos
diversos” e faz um retrato textual de Oscar Wilde que assina como W. Cooper. A revista
tem ainda duas publicidades e o impressor: Paul Birault, rue Tardieu 4, Paris. O
segundo número data de julho de 1913; traz um texto sobre André Gide assinado por
Cravan, a Parte II dos “Documentos inéditos sobre Oscar Wilde” (assinados por W.
Cooper) e dois poemas: o primeiro, “As palavras”, assinado por Edouard Archinard
e o outro, “Hie!”, também por Arthur Cravan. É neste poema que vamos encontrar novamente,
agora de modo mais nítido, uma conexão com a poesia de Fernando Pessoa:
Eu queria estar em Viena e em Calcutá,
tomar todos os trens e todos os navios
.............................................................
Eu sou todas as coisas, todos os homens
e todos os animais
.................................................................
Quisera poder deixar
Minha funesta pluralidade !
O terceiro número data de outubro/novembro de 1913 e a ficha técnica informa
um novo endereço: “Avenue de l’Observatoire, 29”; a revista passa a custar o dobro
do preço. Surgem “Dois retratos inéditos de Oscar Wilde”, mas desta vez assinados
por E. La jeunesse: o artigo “Oscar Wilde está vivo” é assinado pelo pseudônimo
Arthur Cravan. O quarto número, de caráter especial, data de março/abril de 1914.
Nela consta o artigo “Exposição dos Independentes”, estas bastante criticadas por
Cravan. Nele, já se encontra o anúncio do número 4 da revista, onde afirma que “será
feita uma crítica terrível de todos os livros, revistas ou manuscritos enviados
a Robert Miradique, novo pseudônimo escolhido por Fabian Lloyd, no caso, Arthur
Cravan. Além da secção crítica, também anuncia o prosopoema “Poeta ou boxeador -
ou a Alma no século XX”, o “conto em verso” intitulado “Alfred”, ambos sem alusão
ao autor, observando-se aí a característica da fusão dos gêneros em plena função.
E mais: “O apartamento de Oscar Wilde” e “A Valsa de Dikie Kid”, estes assinados
por Cravan. É também nesse número que o poeta avisa que Maintenant pode ser
encontrada em oito diferentes livrarias e galerias de Paris, além de Toulouse, Praga
e Nova York.
No entanto, ao sair em março/abril de 1915, o sumário inclui apenas o pré-falado
prosopoema, a secção de crítica de Robert Miradique e “PFF” de Marie Lowilska, onde
afirma que todo grande artista tem o sentido da provocação. Na secção de crítica,
o pseudônimo Robert Miradique comunica que, não havendo recebido livros de autores,
remete ao próximo número a crônica prometida sobre os que fazem arte. O “prosopoema”,
como Cravan já descrevera, começa como um conto até se transformar em verso, novamente
retoma a narrativa para em seguida concluir-se como poema. Ao todo foram na revista
cinco pseudônimos de Fabian Lloyd: Arthur Cravan, W. Cooper, Edouard Archinard,
Robert Miradique, Marie Lowitska.
Em carta de março de 1912 à sua mãe, Arthur Cravan/Fabien Loyd lhe dissera
estar pronto a tudo para se fazer conhecido; a esse tempo o primeiro número de Maintenant
também estava pronto para sair; Cravan tem por estratégia se fazer passar por morto
e publicar um livro como obra póstuma. Os dadaístas de Paris também recorrerão ao
escândalo para se fazer conhecer: Francis Picabia utilizará a primeira página da
“Comoedia” como porta-voz de suas ideias e já os futuristas faziam suas leituras
públicas de manifestos. As conferências de Cravan, em Paris, contudo, buscavam a
provocação pela provocação e esta foi a sua marca. Ele dá duas palestras no fim
de 1913 e outra em julho de 1914. Agradava-lhe a ideia defendida por Marinetti em
outubro de 1908 quando, antes de criar a Poesia por 6 anos, conclui que uma
revista não era suficiente: era preciso ir à rua e tomar de assalto os teatros na
luta artística. A terceira conferência de Cravan foi noticiada como um espetáculo
onde haveria também boxe e dança, mas não aconteceu; a quarta foi a 5 de julho de
1914 e sobre ela o número do dia seguinte de Paris Midi escreveu haver Cravan falado,
dançado e lutado boxe; feito igualmente o elogio dos esportistas (segundo ele superiores
aos artistas), dos homossexuais, dos loucos, dos ladrões do Louvre.
Era comum o surgimento de revistas naquela época em Paris: a anarquista L’Actio
d’Art, adeptos de Nietzsche e inimigos da “vida estúpida”; Vers et Prose,
de Paul Fort, Les soirées de Paris, de Apollinaire. Habitualmente elas comunicavam
a ideologia de um grupo, não de um autor apenas. À exceção de Ernest La Jeunesse
(tradutor francês de “Salomé” de Oscar Wilde-1907), todos os colaboradores da Maintenant
saíram da pena de Fabian Lloyd/Arthur Cravan. Ele publicará nela quatro poemas,
três textos sobre Oscar Wilde, a crítica de arte que o levaria aos tribunais, notícias
e anúncios publicitários – a revista era vendida por Cravan em um pequeno automóvel,
pelas ruas de Paris.
No poema “As palavras”, ele se mostra ainda impregnado do pensamento simbolista
que respeitava Mallarmé e Baudelaire; foi assinado por Edouard Achinard: curiosamente
existiu um pintor com esse nome morto na Primeira Guerra (1914-1918). “Sifflet”,
publicado em 1912, exprime a atração do poeta pelo mundo do futuro e corresponde
à estética, portanto, do movimento futurista: é um hino à vitalidade, ao transatlântico,
à locomotiva, ao mundo da máquina, à modernidade, isso feito antes de Picabia e
Duchamp; “Hie” retoma essa temática, assim como a da pluralidade delirante. Em “poéte
et boxeur”, existe a mistura de confissão e vida imaginária, de realidade e ficção,
o paroxismo da fusão do presente, do passado e do futuro.
Há em Cravan uma natureza satânica que o faz herdeiro da linhagem do Baudelaire
das “Flores do Mal” e de Rimbaud – e a revista que criou revela a evolução do poeta
simbolista ao violento polemista que nada temia. Mas é interessante observar, no
âmbito dos estudos literários, que a sua pseudonímia é entendida pelos críticos
universalmente como um jogo estético que, vindo dos românticos, vai revelar na revista
Maintenant as marcas e a atmosfera do que fora o dadaísmo no início dos anos
20. Com uma temporada em Barcelona e outra em Nova York, o poeta é considerado desaparecido
no golfo do México, país de onde não parecia querer se afastar para residir com
a esposa grávida Mina Loy em Buenos Aires. Desaparecido no outono de 1918, deixa
uma filha, Fabienne Benedict; a relação da viúva com a família de Cravan não será
o que se pode chamar de satisfatória.
Publicações na França, Inglaterra e Itália consideram-no suicida, como Jacques
Rigaut e Jacques Vaché. Seu desaparecimento não cessa de suscitar fabulações, ato
poético de infinitas versões. Comenta-se que estaria sendo procurado pelas autoridades
americanas por causa de suas atividades pacifistas; que teria comprado um barco
para vir com um marinheiro até a América do Sul; que não chegou a ser prisioneiro
do governo norte-americano. Teria ele se feito passar por morto como em seu projeto
de juventude? Em seu livro recente “Arthur Cravan não morreu afogado”, publicado
pelas Edições Grasset & Fasquelle (2006), o romancista e crítico de arte francês
Philipe Dagen ficcionaliza as suas memórias em trajeto múltiplo, intenso e desordenado,
na ânsia de escapar de si mesmo que faz reinventar uma vida verdadeira e secreta,
o diário de um fantasma.
Inventado no outono de 1910, seu pseudônimo durou oito anos. Foi adepto do
pensamento do seu tio Oscar Wilde de que a vida imita a arte mais do que a arte
imita a vida: porque a vida é a melhor discípula da arte – ela traduz em ação o
que no poeta foi sonho ou imaginação; daí que os verdadeiros discípulos de um artista
não são os imitadores do seu trabalho, mas aqueles que pouco a pouco se parecem
com suas obras. Cravan colocou todo o seu gênio em sua vida, transgressora como
a de Rimbaud, Genet, Jarry, Nerval, Ducasse, Vaché, Rigaut. Sem sistematizar teoricamente
qualquer manifesto dada, foi o seu precursor ou mesmo o artista que o inaugurou.
Pois sua identidade patronímica Fabien Lloyd ele retirou em favor de um para-self
ou alter idem, uma nova realidade biográfica que tornou precária a primeira.
“Oscar Wilde está vivo” ele escrevera em Maintenant. E ele, quanto
tempo efetivamente viveu, apesar de haverem determinado seu desaparecimento oficial
em 1918? Teria escapado do casamento, da personagem, assumido uma nova profissão,
um novo passaporte? Não fora ele mesmo que falara “eu tenho vinte países em minha
memória e as cores de cem cidades em minha alma”? Imaginou-se que voltasse, em um
survival e afterlife; na década de 20 do século XX surgiu um Dorian
Hope comercializando manuscritos de Oscar Wilde falsificados; também um Sebastian
Hope oferecera material semelhante passando-se por representante dos tradutores
oficiais. Em 1922 um senhor Figgis encontrou o Dorian Hope vestido como um russo;
como ele também se apresentava como André Gide, este suspeitou tratar-se de Fabian/Cravan.
Vivian Holland escrevera ao Figgis em 1955: “estou interessada no que você sabe
sobre Dorian Hope. Eu sempre achei que ele fosse meu primeiro primo Fabian Lloyd.
O Dorian vem de Dorian Gray e o Hope de Adrian Hope, da nossa família. Ele também
se chamava Arthur Cravan e editou uma revista dadaísta de curta duração”.
Sob o nome de B. Holland, Cravan obteve muitos livros e cartas em Londres
e livreiros da província, desaparecendo até que ninguém ouviu mais falar dele. Em
1957, um bibliófilo chamado Herbert Boyce Satcher lembrou que Dorian Hope era o
nome usado por um poeta estranho que conhecera em Nova York, no ano de 1919: ele
estava usando o nome de James M. Hayes, mas deixou um cartão com o nome de Dorian
Hope, que deveria ser usado no caso de querer comunicar-se com ele. O amigo que
o encaminhara a Hope/Hayes o descrevera como a mais alta forma do gênio. Satcher
recebeu dele oito cartas, entre 1919 e 1920 – nunca mais o viu outra vez. Nada prova
que Cravan/Fabian tenha sido Dorian Hope, mas a julgar pelas suspeitas, ele ainda
estava mesmo em circulação em 1920. Em 1959, Guillot de Saix, difusor de Wilde,
declarou que ele encontrara o “falsário” Arthur Cravan nos anos 30 em Paris e que
ele continuava forjando manuscritos de Wilde para Charles Carrington, editor que
é também mencionado como um dos contatos de Dorian Hope.
Não se prendeu a um nome, uma só identidade, uma só profissão, um só país.
Mergulhou na outridade de que falaram Rimbaud e Sá-Carneiro, quis ser outro,
ser muitos outros, para além do carimbo burocrático dos cartórios de registro civil,
para além da fidelidade traumática ao espelho-máscara da pretensa coerência identitária.
Para além da mediocridade, da banalidade, da repetição de uma vida automática e
da bobagem institucionalizada: viva a pseudonímia dadaísta de Arthur Cravan.
*****
Lucila Nogueira (Brasil,1950). Poeta, ensaísta, contista, tradutora.
Tem dezessete livros de poesia editados e diversos artigos de crítica literária
em revistas do Brasil e Portugal. Publicou
os ensaios A Lenda de Fernando Pessoa (2003) e Ideologia e Forma
Literária em Carlos Drummond de Andrade (2002, 3ª ed.). Conferência apresentada na VIII Semana de Culturas Francófonas da UFPE/V
Festival Recifense de Literatura – A palavra e a Voz, em agosto de 2007. Contato: lucnog2@yahoo.com. Página ilustrada com
obras de Francis Picabia (França, 1879-1953).
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