1 | A um século
de depuração do Surrealismo, registrada sua rejeição a ser confundido com uma escola
ou apenas mais um ismo, é impossível descartar a propriedade estética de qualquer
obra de criação. Qual o teu entendimento de um ideal estético do Surrealismo?
NELSON DE PAULA
| A libertação do sonho, permitindo que todas as realidades possíveis, no sentindo
quântico, possam mesmo viabilizar-se.
NICOLAU SAIÃO | Em primeiro lugar quero
referir que as tuas perguntas são muito suscitadoras de uma excitante reflexão sobre
o Surrealismo e a sua presença actual, que se sucede a uma anterior, no mundo e
na sociedade que nele se contém.
Dito isto, vamos a el grano, como dizem os nuestros
hermanos.
Claro que é impossível descartar o que referes. Em
certas circunstâncias porque isso, a propriedade estética, se impõe como uma das
defesas possíveis do autor contra as miseráveis condições que a sociedade – no caso
português dominada por políticos hipócritas, corruptos medularmente dum ponto de
vista ético e autoritários, por espantalhos
letrados e por operadores sem espinha dorsal da cena artística (críticos sem
estatura ou estipendiados pelo poder mas dispondo de possibilidades com que descriminam
quem bem querem) – lhes coloca em cima da cabeça civil ou artística. No caso do
Surrealismo isso é mais do que evidente. Em Portugal, onde o desejo de extinguir
a proposta surrealista (a real, não a protagonizada por imitadores ou oportunistas
que vêem no seu duvidoso e peculiar “surrealismo” a possibilidade de irem singrando
nas suas pequenas jogadas) é uma constante, a alta qualidade das obras surreais
limita a possibilidade de essa gente defenestrar os seus cultivadores. Ou de lançarem
a confusão sobre eles. O ideal estético do Surrealismo está pois intimamente ligado
à sua condição de grande aventura, é o
penhor de que vale não só pelo que propõe mas também pelo que produz ou produziu.
É um fruto salubre que coloca no lugar mais alto e põe no sítio mais luminoso as
vivências que o certificam e configuram.
Por outras palavras, é o que leva ao ponto supremo
a mensagem surreal sem possibilidades de equívoco.
ZUCA SARDAN | O ideal estético do Surrealismo deve
ser uma LIBERTAÇÃO DOS IDEAIS globalizantes filosóficos, religiosos, políticos,
psicanalíticos, sociais, fascistas, marxistas, idealistas, materialistas, maternalistas,
paternalistas, niilistas, anarquistas, positivistas, ambientalistas, céticos, práticos,
puritanos e libertinos.
2 | As clássicas
expulsões de surrealistas levadas a termo na formação original parisiense foram
de natureza comportamental. A má qualidade de uma obra jamais foi aspecto que chegou
a julgamento. Mesmo hoje, embora as expulsões não sejam mais um fato corrente, surrealistas
quando comentam seus pares, o fazem considerando simpatias e adesões, o que acentua
a existência de uma confraria. Até que ponto esse clube de amigos distorce o entendimento
que se poderia ter da mais relevante revolução cultural do século XX?
NELSON DE PAULA
| Por mais que tenha seu apelo até místico, desconfio das confrarias. Por que
esconder as chaves do Paraíso? Acredito sim no magnetismo que une os polos semelhantes
e repele os polos inversos.
NICOLAU SAIÃO | Parece-me que a resposta
óbvia será esta: nos seus tempos iniciais (que alguns, senão muitos, os que sobre
ele se debruçam ou peroram, tentam situar como primeiros e únicos para lhe extinguirem
o futuro) a arrancada surrealista viveu numa sociedade dominada por dois eixos:
o reaccionário ou mesmo ultramontano e o comunista de timbre estalinista, ainda
mais violento do que o outro pela impostura que lhe estava intimamente ligada. Foi
natural que os membros do Movimento se confrontassem entre si, pois se dum lado
estava a agremiação burguesa com todas as suas seduções (carreira, tiques místico-metafísicos,
temores e tentações classistas) do outro estava, orientado pela agit-prop, o activismo totalitário, a hipocrisia
militante, a brutalidade dos fascismos de Estado que era próprio – e nunca deixou
de ser – desse marxismo-leninismo que se encenava como amigo da humanidade quando
apenas visava dominá-la. Isso criou um ambiente de quase suspeição entre os operadores
surreais, o que levava a que o aspecto qualitativo das obras fosse frequentemente
ladeado. Mas, importante, porque os que viviam a surreal aventura de viver eram
em geral autores de qualidade, o que permitia o festejo da maior parte das obras
postas sobre a mesa.
Dito isto, importa referir que havia nessa altura
uma razão válida para se agir assim. Bem diferente do que veio a seguir, em que
certos indivíduos, ou colectivos, agem apenas motivados por simpatias espúrias,
geralmente, de coleguismo profissional ou compadrio político. Para melhor me fazer
entender, ponhamos o meu caso pessoal, para exemplificar: certos indivíduos, ligados
a certos colectivos, que num contacto inicial tinham para mim atitudes de forte
deferência ou apreço pelas minhas obras, quando pelo andar dos tempos verificaram
que eu era libertário, com rejeição do post-estalinismo e do politicamente correcto
que eles vivenciam (apoio ao islamismo tout
court e “compreensão” do terrorismo corânico, propaganda intensa do fascismo
vermelho, desculpabilização de corruptos “de esquerda” etc.) ou passaram a evitar-me,
quando não o deixarem de me falar ou, mesmo, caluniam-me “discretamente” junto de
certos sectores ou certos órgãos. Mesmo que alguns, mais cínicos ou descaradamente
espantalhos, se pretendam acratas – e
que eu caracterizo como acratas de aviário,
na verdade reais compagnons de route de
trosquistas aprés la lettre obscenamente
tipificados.
Como não ficar, assim, o jogo falseado por essas
formaçõezinhas, verdadeiras confrarias de interesses sordidamente oportunistas,
geralmente medíocres por razões de formatação ora universitariante ora de ignorância
pedante?
ZUCA SARDAN | Sem essa nossa
confraria, a opinião bem pensante e todos os devotos dos ideais acima descritos
aproveitariam a deixa pra enterrar definitivamente o Surrealismo… deixando de relíquia apenas o surrealismo francês, de 1924
a 1939, o que autenticaria que eles são corretos, e podem assim tranquilamente descartar
toda a atual atividade surrealista como tão só alienada e irrelevante.
3 | Revistas surrealistas
– antes apenas impressas, hoje também virtuais e com extensa recuperação dos primórdios
dessa atividade em edições fac-similadas e em formato pdf – formam um acervo incomparável
frente a qualquer outro movimento, escola ou vanguarda ao longo dos séculos. Defendo
que as mais valiosas são aquelas que jamais refutaram outras perspectivas de vida
e obra, alheias e/ou complementares do Surrealismo. Tais revistas são, a meu ver,
o espaço entranhável de uma contra ortodoxia, pleno exercício de generosidade e
compartilhamento de mundos dispersos. No entanto, temos ainda, declarada ou não,
imensa rejeição do Surrealismo justamente por seu princípio ortodoxo. Como separar
aqui joio & trigo?
NELSON DE PAULA
| Pelo cheiro, nada como ser absolutamente natural e confiar no faro. Haverá
erro? Provavelmente, mas devem ser encarados como aprendizado. Além disso, é difícil
definir o que é realmente um erro. A grandeza da alma permite incorporar um enorme
peso ontológico.
NICOLAU SAIÃO | Muita água – e nem sempre
límpida e potável – passou sob as pontes, desde que em França e depois pelo mundo
em geral, o sentir surreal se cifrou em grupos mais ou menos organizados para lançarem
nas ruas o clarão terreno que o surrealismo
é. Pelos documentos que esses grupos deixaram se verifica sem razão para dúvida
que foi sempre muito largo o crédito dado pelos surrealistas a autores que se diriam
de fora, mas que tinham neles e nos seus
produtos o magma que o surrealismo entendia forjador de maravilhamento e lucidez.
A rejeição
que certos operadores afivelam sobre o surrealismo ou mesmo o contraria acontece
porque uns não são capazes, por temperamento ou carácter, de o entender, outros
porque o entendem demasiado bem. Ou seja,
porque conferem que as propostas surreais se chocam com os seus intentos de dominação
intelectual, fideísta ou política.
O trigo e o joio creio que se separam naturalmente.
Eu aqui deixaria o velho apólogo: pelos frutos os conhecereis. Não podemos esquecer
este dado de base. Em Portugal, por exemplo, o mundo universitário em que se estabelecem
as elites e os konzerns de acção intelectual
estão na quase totalidade capturados pelos operadores de tendência post-estalinista,
gramsciana, maoista e trotskista, ou “socialista” sedenta de poder, tendo agendas
bem definidas de supressão da verdade prática para que o seu domínio se imponha.
Do outro lado, bastante mais diminuídos de poder, estão os avatares do fideísmo,
cuja actuação nem preciso classificar…
Isto faz com que o politicamente correcto, o fascismo
destes tempos pós-modernos, tenha um imperativo enorme e que falseia a realidade-surrealidade
que é própria do surrealismo.
ZUCA SARDAN | Não há como
separar o joio do trigo. Sejam os surrealistas ortodoxos ou os compartilhantes,
jamais escaparemos da guilhotina moral da maioria silenciosa… os ortodoxos guilhotinados
darão à plateia distinta uma discreto alívio… e os compartilhantes… lhes provocarão
uma… furtiva lacrima…
4 | Duas denominações
sempre me chamaram a atenção, dentro do ambiente surrealista, não porque me pareçam
inapropriadas, mas antes pela partição que levam entre si de elogio e rejeição:
movimento surrealista e civilização surrealista. Até onde tais denominações se distinguem
e o que representam a ponto de parecerem antípodas?
NELSON DE PAULA
| Não gosto de nenhuma das duas – soa como “que reunião mais surrealista".
O conceito de movimento ainda tem uma lógica interna razoável, embora queira transmitir
uma ideia de coesão universal, um pouco estranha. Já "civilização surrealista”
é bizarro, algo como Flash Gordon no mundo dos ogros. Herdamos uma crença inabalável
na força da dialética, capaz de criar ondas que geram refluxos. Acho que a Inteligência
pode sim gerar uma reação quântica, congregando diferentes fontes individuais, por
compartilhamento e por cumplicidade – mas, o “controle”
disso pertence a criaturas multidimensionais. Talvez sejamos leitores desses movimentos.
Ou meteorologistas, tentando prever a chegada de furacões futuros, a partir de mapas
de deslocamentos passados.
NICOLAU SAIÃO | Isto anda tudo ligado,
como diz a frase dum poeta luso. A civilização surrealista está pois gravemente
ferida pela cada vez mais difícil acção de exercer a postura surrealista. Muitas
vezes publicitam-se autores surrealistas, geralmente mortos, ao mesmo tempo que
se entravam ou mesmo se discriminam surrealistas vivos. O truque é entendível: visam
transformar o surrealismo em algo de histórico mas sem poder actuante aqui e agora. E isso é feito mesmo por publicações
que aparentemente equacionam o surrealismo. Tal dever-se-á à necessidade que os
detentores dessas publicações têm de efectivar os seus maiores ou menores percursos
universitariantes ou académicos – e por isso necessitarem de não espantar a caça de quem (neles) manda
– e, também, de serem agradáveis aos grupos políticos que vêem o surrealismo como
potencial inimigo e com quem no fundo eles estão, ainda que disfarçadamente. Como
pode pois haver civilização surrealista num mundo dominado pela hipocrisia politicamente
correcta e pelo capitalismo selvagem que sobreveio ao capitalismo de Estado?
ZUCA SARDAN | Creio por mim
ser Movimento Surrealista a melhor denominação. A palavra Movimento está associada
à palavra Revolta. E a palavra Civilização está associada a uma separação dos civilizados
de um lado, e os selvagens do outro. Ora, o Surrealismo é essencialmente selvagem,
dadas suas raízes fincadas no inconsciente (não pode ser analisado cientificamente,
mas, sim, vivido diretamente), e nos mitos, na magia, arte primitiva e totemismo.
5 | É comum evocar-se
no Surrealismo sua potência imaginativa e seu caráter experimental, a rigor aspectos
complementares. No entanto, na inquestionável impossibilidade de uma renovação perene
no ambiente da criação artística, em muitos casos, o que se verifica no Surrealismo
são uma repetição de recursos, modos de ser e truques de linguagem. Como lidar com
essas oscilações tão comuns a qualquer território criativo?
NELSON DE PAULA
| Há uma tênue linha, marcada pela obstinação e pela inquietude. O erótico
é um maravilhoso exemplo disso: os orgasmos são sempre os mesmos? O que os diferencia?
Aliás, por que acontecem? O objeto do desejo uma vez alcançado, pode ou não permitir
o desfrute. Assim é a materialização da criação artística. Obviamente há o perigo
do auto-enlevo – mas, que mal
há nisso?
NICOLAU SAIÃO | É preciso saber ver claro
e desmascarar sem temor esses copiadores infrenes, na verdade autênticos plagiadores
do que outros outrora conquistaram com dificuldade e esforço pessoal. Não se ter
timidez de colocar no lugar cimeiro que lhe é próprio todos os autores que se mostrem
vivificadores do surrealismo, avatares e irmãos dos que, vindos ao século, antes,
por razões naturais, forjaram obras com originalidade. Sendo, como dizia Péret,
“navegadores sem norte e sem estrela através
das tempestades”.
ZUCA SARDAN | É preciso nunca
ficar satisfeito com os bons resultados. Quando se fica muito satisfeito… começa
a repetição sem prazer. A repetição do prazer é o gozo da repetição… Só o gozo e
o prazer renovam e divinizam a repetição.
6 | Aldo Pellegrini
é um dos raros estudiosos do Surrealismo que tratou especificamente de seu ambiente
poético. Em uma bibliografia surrealista, a tônica reforça a relevância da imagem
plástica. Tal adjetivo sempre me pareceu uma falha crítica, porque a essência renovadora,
já no princípio do século XX, diz respeito à imagem em si e suas múltiplas perspectivas.
Esta é uma das inúmeras adulterações dos princípios surrealistas ou sequer entre
eles pouco se percebeu a inexistência de uma distinção – exceto meramente técnica
– entre imagem plástica e poética?
NELSON DE PAULA
| Não tenho preferência entre a palavra, o traço ou o pixel. Poderia ter, não
muda nada. A conexão entre o suporte e a criação, é uma escolha. Que dizer do cinema,
dos videos, do teatro? Imagem, enquanto mensageira do sonho, pode usar diferentes
meios de transporte. E a telepatia? Como se enquadra? O cenário muitas vezes tem
uma predominância tão forte no surrealismo, que passa a ser o eixo da arquitetura
artística. Voltando à questão técnica, talvez por isso tanto se utilizou as bruscas
alterações de contexto, para produzir peças impactantes. Aí sim, prefiro pensar
que a dialética tem um dedinho conduzindo o enredo.
NICOLAU SAIÃO | A poesia é de ordem totalmente
diferente da pintura e vice-versa. Fazer uma pintura que tenta ser o reflexo da
poesia, ou o seu contrário, é quebrar gravemente e ingloriamente o que é dos foros
respectivos da poesia e da pintura.
Cada uma tem o seu continente e o seu terreno de
acção. Claro que o autor que é simultaneamente pintor e poeta age duma forma específica,
que sabe descortinar o que é dum campo e de outro.
Não se ter isto em consideração é o que faz a
mediocridade de tanto autor “surrealista” (entre nós temos diversos exemplos desses
“apepinadores coimbrões”), cozinheiros sem fulgor de ruins aperitivos e pitanças…
ZUCA SARDAN | A imagem poética é criada com ritmo
e palavras que evocam – sem descrever – o mistério do tema. A imagem plástica, evoca,
por linhas e cores algo que vai além da apresentação gráfica do tema: o mistério.
7 | Em seu surgimento,
as expectativas sociais do Surrealismo giravam em torno do que então se apresentava
como ações revolucionárias, em especial o que tomava por base as proposições de
Marx e Freud. Octavio Paz chegou a declarar que o século XX seria lembrado como
o século de Freud e do Surrealismo. Ao eliminar Marx de suas profecias esqueceu-se
– isto se de fato se trata de esquecimento – que o mercado derrotaria, para dizer
o mínimo, todas as pretensões revolucionárias, sem deixar de fora as duas destacadas
pelo mexicano. Como avaliar o tema em nossa época? Diante de um virulento absolutismo
do mercado, o que houve com as forças deflagradas por Freud, Marx e o Surrealismo?
NELSON DE PAULA
| A mecânica quântica fez ver que as forças dialéticas não eram tão soberanas.
Infelizmente não conseguimos desenvolver uma teoria política quântica, ou uma mecânica
social quântica. Não acho que a bomba de nêutrons seja um simples traque. Os pacotes
de energia liberados pelo pensamento marxista (e muito mais pela engenhosa leitura
de Engels) e freudiano. Jung semeou os próximos séculos com constelações de cantinhos,
onde deliciosas guloseimas estão guardadas. Uma hora explode, o buraco negro engole
tudo, vira supernova do outro lado. Bum!!!!
NICOLAU SAIÃO | Nos tempos de Breton a
chamada revolução não era de todo revolução, essa era uma palavra garatujada para
justificar o exercer de uma captura total dos ritmos societários pelo comunismo
estalinista e pela ditadura sem freio dos marxianos enfeudados a Moscou. No nosso
tempo, em que os post-estalinistas fazem coro, discreto, com os postulados islamitas
“moderados” e “compreendem” as razões de uma brutalidade jihadista, a outra face
do dado é ocupada pelo capitalismo privado, sempre hábil para manipular todos os
mercados incluindo o da arte.
As forças deflagradas por essa trindade a que aludes
estão pois condicionadas pela actual sociedade e seus meios de manobra, sendo que
a lição de Freud foi capturada pelos turiferários da sociedade de consumo, o marxismo
ser uma múmia sem salubridade e o surrealismo – quando verdadeiro e força vital
– um cavalheiro a vigiar de perto e a palmatoar quando se mostra vicejante e forjador
de muitas e variadas iluminações e descobertas para se destroçarem as feras que
por aí cirandam com descarada ou camuflada violência.
É pois necessário que sejamos justificadamente ardilosos,
visando escapar às armadilhas que todos os dias se abrem aos nossos pés!
ZUCA SARDAN | A Freud o
que é de Freud e a Marx o que é de Marx. Freud já está sendo comercializado, em
romances e filmes pra dar um ar de seriedade científica à sacanagem fina para o
grande público. E o Marx?… Ora, agora que o Comunismo soviético perdeu o prestígio
após a queda do Muro de Berlin, pois… o Marx passa a ser bom rapaz nas Universidades
norte-americanas e europeias. O Comércio, porém, desconfia da rentabilidade do Surrealismo.
Não somos aproveitáveis. Nem sequer pra fazer sacos plásticos que, após utilizados
no comércio, ainda servirão de comida pra… Baleia do Iluminismo.
*****
EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO
DO SURREALISMO 1919-2019
Artista
convidada: Marcelle Ferron (Canadá, 1924- 2001)
Agulha Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número 139 | Agosto de 2019
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO
MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
ARC Edições © 2019
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