segunda-feira, 29 de julho de 2019

SETE VISÕES SUBMERSAS – ENQUETE SOBRE SURREALISMO | NELSON DE PAULA | NICOLAU SAIÃO | ZUCA SARDAN


1 | A um século de depuração do Surrealismo, registrada sua rejeição a ser confundido com uma escola ou apenas mais um ismo, é impossível descartar a propriedade estética de qualquer obra de criação. Qual o teu entendimento de um ideal estético do Surrealismo?

NELSON DE PAULA | A libertação do sonho, permitindo que todas as realidades possíveis, no sentindo quântico, possam mesmo viabilizar-se.

NICOLAU SAIÃO | Em primeiro lugar quero referir que as tuas perguntas são muito suscitadoras de uma excitante reflexão sobre o Surrealismo e a sua presença actual, que se sucede a uma anterior, no mundo e na sociedade que nele se contém.
Dito isto, vamos a el grano, como dizem os nuestros hermanos.
Claro que é impossível descartar o que referes. Em certas circunstâncias porque isso, a propriedade estética, se impõe como uma das defesas possíveis do autor contra as miseráveis condições que a sociedade – no caso português dominada por políticos hipócritas, corruptos medularmente dum ponto de vista ético e autoritários, por espantalhos letrados e por operadores sem espinha dorsal da cena artística (críticos sem estatura ou estipendiados pelo poder mas dispondo de possibilidades com que descriminam quem bem querem) – lhes coloca em cima da cabeça civil ou artística. No caso do Surrealismo isso é mais do que evidente. Em Portugal, onde o desejo de extinguir a proposta surrealista (a real, não a protagonizada por imitadores ou oportunistas que vêem no seu duvidoso e peculiar “surrealismo” a possibilidade de irem singrando nas suas pequenas jogadas) é uma constante, a alta qualidade das obras surreais limita a possibilidade de essa gente defenestrar os seus cultivadores. Ou de lançarem a confusão sobre eles. O ideal estético do Surrealismo está pois intimamente ligado à sua condição de grande aventura, é o penhor de que vale não só pelo que propõe mas também pelo que produz ou produziu. É um fruto salubre que coloca no lugar mais alto e põe no sítio mais luminoso as vivências que o certificam e configuram. 
Por outras palavras, é o que leva ao ponto supremo a mensagem surreal sem possibilidades de equívoco.

ZUCA SARDAN | O ideal estético do Surrealismo deve ser uma LIBERTAÇÃO DOS IDEAIS globalizantes filosóficos, religiosos, políticos, psicanalíticos, sociais, fascistas, marxistas, idealistas, materialistas, maternalistas, paternalistas, niilistas, anarquistas, positivistas, ambientalistas, céticos, práticos, puritanos e libertinos.

2 | As clássicas expulsões de surrealistas levadas a termo na formação original parisiense foram de natureza comportamental. A má qualidade de uma obra jamais foi aspecto que chegou a julgamento. Mesmo hoje, embora as expulsões não sejam mais um fato corrente, surrealistas quando comentam seus pares, o fazem considerando simpatias e adesões, o que acentua a existência de uma confraria. Até que ponto esse clube de amigos distorce o entendimento que se poderia ter da mais relevante revolução cultural do século XX?

NELSON DE PAULA | Por mais que tenha seu apelo até místico, desconfio das confrarias. Por que esconder as chaves do Paraíso? Acredito sim no magnetismo que une os polos semelhantes e repele os polos inversos.

NICOLAU SAIÃO | Parece-me que a resposta óbvia será esta: nos seus tempos iniciais (que alguns, senão muitos, os que sobre ele se debruçam ou peroram, tentam situar como primeiros e únicos para lhe extinguirem o futuro) a arrancada surrealista viveu numa sociedade dominada por dois eixos: o reaccionário ou mesmo ultramontano e o comunista de timbre estalinista, ainda mais violento do que o outro pela impostura que lhe estava intimamente ligada. Foi natural que os membros do Movimento se confrontassem entre si, pois se dum lado estava a agremiação burguesa com todas as suas seduções (carreira, tiques místico-metafísicos, temores e tentações classistas) do outro estava, orientado pela agit-prop, o activismo totalitário, a hipocrisia militante, a brutalidade dos fascismos de Estado que era próprio – e nunca deixou de ser – desse marxismo-leninismo que se encenava como amigo da humanidade quando apenas visava dominá-la. Isso criou um ambiente de quase suspeição entre os operadores surreais, o que levava a que o aspecto qualitativo das obras fosse frequentemente ladeado. Mas, importante, porque os que viviam a surreal aventura de viver eram em geral autores de qualidade, o que permitia o festejo da maior parte das obras postas sobre a mesa.
Dito isto, importa referir que havia nessa altura uma razão válida para se agir assim. Bem diferente do que veio a seguir, em que certos indivíduos, ou colectivos, agem apenas motivados por simpatias espúrias, geralmente, de coleguismo profissional ou compadrio político. Para melhor me fazer entender, ponhamos o meu caso pessoal, para exemplificar: certos indivíduos, ligados a certos colectivos, que num contacto inicial tinham para mim atitudes de forte deferência ou apreço pelas minhas obras, quando pelo andar dos tempos verificaram que eu era libertário, com rejeição do post-estalinismo e do politicamente correcto que eles vivenciam (apoio ao islamismo tout court e “compreensão” do terrorismo corânico, propaganda intensa do fascismo vermelho, desculpabilização de corruptos “de esquerda” etc.) ou passaram a evitar-me, quando não o deixarem de me falar ou, mesmo, caluniam-me “discretamente” junto de certos sectores ou certos órgãos. Mesmo que alguns, mais cínicos ou descaradamente espantalhos, se pretendam acratas – e que eu caracterizo como acratas de aviário, na verdade reais compagnons de route de trosquistas aprés la lettre obscenamente tipificados.
Como não ficar, assim, o jogo falseado por essas formaçõezinhas, verdadeiras confrarias de interesses sordidamente oportunistas, geralmente medíocres por razões de formatação ora universitariante ora de ignorância pedante?

ZUCA SARDAN | Sem essa nossa confraria, a opinião bem pensante e todos os devotos dos ideais acima descritos aproveitariam a deixa pra enterrar definitivamente o Surrealismo… deixando  de relíquia apenas o surrealismo francês, de 1924 a 1939, o que autenticaria que eles são corretos, e podem assim tranquilamente descartar toda a atual atividade surrealista como tão só alienada e irrelevante.

3 | Revistas surrealistas – antes apenas impressas, hoje também virtuais e com extensa recuperação dos primórdios dessa atividade em edições fac-similadas e em formato pdf – formam um acervo incomparável frente a qualquer outro movimento, escola ou vanguarda ao longo dos séculos. Defendo que as mais valiosas são aquelas que jamais refutaram outras perspectivas de vida e obra, alheias e/ou complementares do Surrealismo. Tais revistas são, a meu ver, o espaço entranhável de uma contra ortodoxia, pleno exercício de generosidade e compartilhamento de mundos dispersos. No entanto, temos ainda, declarada ou não, imensa rejeição do Surrealismo justamente por seu princípio ortodoxo. Como separar aqui joio & trigo?

NELSON DE PAULA | Pelo cheiro, nada como ser absolutamente natural e confiar no faro. Haverá erro? Provavelmente, mas devem ser encarados como aprendizado. Além disso, é difícil definir o que é realmente um erro. A grandeza da alma permite incorporar um enorme peso ontológico.

NICOLAU SAIÃO | Muita água – e nem sempre límpida e potável – passou sob as pontes, desde que em França e depois pelo mundo em geral, o sentir surreal se cifrou em grupos mais ou menos organizados para lançarem nas ruas o clarão terreno que o surrealismo é. Pelos documentos que esses grupos deixaram se verifica sem razão para dúvida que foi sempre muito largo o crédito dado pelos surrealistas a autores que se diriam de fora, mas que tinham neles e nos seus produtos o magma que o surrealismo entendia forjador de maravilhamento e lucidez.
 A rejeição que certos operadores afivelam sobre o surrealismo ou mesmo o contraria acontece porque uns não são capazes, por temperamento ou carácter, de o entender, outros porque o entendem demasiado bem. Ou seja, porque conferem que as propostas surreais se chocam com os seus intentos de dominação intelectual, fideísta ou política.
O trigo e o joio creio que se separam naturalmente. Eu aqui deixaria o velho apólogo: pelos frutos os conhecereis. Não podemos esquecer este dado de base. Em Portugal, por exemplo, o mundo universitário em que se estabelecem as elites e os konzerns de acção intelectual estão na quase totalidade capturados pelos operadores de tendência post-estalinista, gramsciana, maoista e trotskista, ou “socialista” sedenta de poder, tendo agendas bem definidas de supressão da verdade prática para que o seu domínio se imponha. Do outro lado, bastante mais diminuídos de poder, estão os avatares do fideísmo, cuja actuação nem preciso classificar…
Isto faz com que o politicamente correcto, o fascismo destes tempos pós-modernos, tenha um imperativo enorme e que falseia a realidade-surrealidade que é própria do surrealismo.

ZUCA SARDAN | Não há como separar o joio do trigo. Sejam os surrealistas ortodoxos ou os compartilhantes, jamais escaparemos da guilhotina moral da maioria silenciosa… os ortodoxos guilhotinados darão à plateia distinta uma discreto alívio… e os compartilhantes… lhes provocarão uma… furtiva lacrima

4 | Duas denominações sempre me chamaram a atenção, dentro do ambiente surrealista, não porque me pareçam inapropriadas, mas antes pela partição que levam entre si de elogio e rejeição: movimento surrealista e civilização surrealista. Até onde tais denominações se distinguem e o que representam a ponto de parecerem antípodas?

NELSON DE PAULA | Não gosto de nenhuma das duas – soa como “que reunião mais surrealista". O conceito de movimento ainda tem uma lógica interna razoável, embora queira transmitir uma ideia de coesão universal, um pouco estranha. Já "civilização surrealista” é bizarro, algo como Flash Gordon no mundo dos ogros. Herdamos uma crença inabalável na força da dialética, capaz de criar ondas que geram refluxos. Acho que a Inteligência pode sim gerar uma reação quântica, congregando diferentes fontes individuais, por compartilhamento e por cumplicidade – mas, o “controle” disso pertence a criaturas multidimensionais. Talvez sejamos leitores desses movimentos. Ou meteorologistas, tentando prever a chegada de furacões futuros, a partir de mapas de deslocamentos passados.

NICOLAU SAIÃO | Isto anda tudo ligado, como diz a frase dum poeta luso. A civilização surrealista está pois gravemente ferida pela cada vez mais difícil acção de exercer a postura surrealista. Muitas vezes publicitam-se autores surrealistas, geralmente mortos, ao mesmo tempo que se entravam ou mesmo se discriminam surrealistas vivos. O truque é entendível: visam transformar o surrealismo em algo de histórico mas sem poder actuante aqui e agora. E isso é feito mesmo por publicações que aparentemente equacionam o surrealismo. Tal dever-se-á à necessidade que os detentores dessas publicações têm de efectivar os seus maiores ou menores percursos universitariantes ou académicos – e por isso necessitarem de não espantar a caça de quem (neles) manda – e, também, de serem agradáveis aos grupos políticos que vêem o surrealismo como potencial inimigo e com quem no fundo eles estão, ainda que disfarçadamente. Como pode pois haver civilização surrealista num mundo dominado pela hipocrisia politicamente correcta e pelo capitalismo selvagem que sobreveio ao capitalismo de Estado?

ZUCA SARDAN | Creio por mim ser Movimento Surrealista a melhor denominação. A palavra Movimento está associada à palavra Revolta. E a palavra Civilização está associada a uma separação dos civilizados de um lado, e os selvagens do outro. Ora, o Surrealismo é essencialmente selvagem, dadas suas raízes fincadas no inconsciente (não pode ser analisado cientificamente, mas, sim, vivido diretamente), e nos mitos, na magia, arte primitiva e totemismo.

5 | É comum evocar-se no Surrealismo sua potência imaginativa e seu caráter experimental, a rigor aspectos complementares. No entanto, na inquestionável impossibilidade de uma renovação perene no ambiente da criação artística, em muitos casos, o que se verifica no Surrealismo são uma repetição de recursos, modos de ser e truques de linguagem. Como lidar com essas oscilações tão comuns a qualquer território criativo?

NELSON DE PAULA | Há uma tênue linha, marcada pela obstinação e pela inquietude. O erótico é um maravilhoso exemplo disso: os orgasmos são sempre os mesmos? O que os diferencia? Aliás, por que acontecem? O objeto do desejo uma vez alcançado, pode ou não permitir o desfrute. Assim é a materialização da criação artística. Obviamente há o perigo do auto-enlevo – mas, que mal há nisso?

NICOLAU SAIÃO | É preciso saber ver claro e desmascarar sem temor esses copiadores infrenes, na verdade autênticos plagiadores do que outros outrora conquistaram com dificuldade e esforço pessoal. Não se ter timidez de colocar no lugar cimeiro que lhe é próprio todos os autores que se mostrem vivificadores do surrealismo, avatares e irmãos dos que, vindos ao século, antes, por razões naturais, forjaram obras com originalidade. Sendo, como dizia Péret, “navegadores sem norte e sem estrela através das tempestades”.

ZUCA SARDAN | É preciso nunca ficar satisfeito com os bons resultados. Quando se fica muito satisfeito… começa a repetição sem prazer. A repetição do prazer é o gozo da repetição… Só o gozo e o prazer renovam e divinizam a repetição.

6 | Aldo Pellegrini é um dos raros estudiosos do Surrealismo que tratou especificamente de seu ambiente poético. Em uma bibliografia surrealista, a tônica reforça a relevância da imagem plástica. Tal adjetivo sempre me pareceu uma falha crítica, porque a essência renovadora, já no princípio do século XX, diz respeito à imagem em si e suas múltiplas perspectivas. Esta é uma das inúmeras adulterações dos princípios surrealistas ou sequer entre eles pouco se percebeu a inexistência de uma distinção – exceto meramente técnica – entre imagem plástica e poética?

NELSON DE PAULA | Não tenho preferência entre a palavra, o traço ou o pixel. Poderia ter, não muda nada. A conexão entre o suporte e a criação, é uma escolha. Que dizer do cinema, dos videos, do teatro? Imagem, enquanto mensageira do sonho, pode usar diferentes meios de transporte. E a telepatia? Como se enquadra? O cenário muitas vezes tem uma predominância tão forte no surrealismo, que passa a ser o eixo da arquitetura artística. Voltando à questão técnica, talvez por isso tanto se utilizou as bruscas alterações de contexto, para produzir peças impactantes. Aí sim, prefiro pensar que a dialética tem um dedinho conduzindo o enredo.

NICOLAU SAIÃO | A poesia é de ordem totalmente diferente da pintura e vice-versa. Fazer uma pintura que tenta ser o reflexo da poesia, ou o seu contrário, é quebrar gravemente e ingloriamente o que é dos foros respectivos da poesia e da pintura.
Cada uma tem o seu continente e o seu terreno de acção. Claro que o autor que é simultaneamente pintor e poeta age duma forma específica, que sabe descortinar o que é dum campo e de outro.
   Não se ter isto em consideração é o que faz a mediocridade de tanto autor “surrealista” (entre nós temos diversos exemplos desses “apepinadores coimbrões”), cozinheiros sem fulgor de ruins aperitivos e pitanças…

ZUCA SARDAN | A imagem poética é criada com ritmo e palavras que evocam – sem descrever – o mistério do tema. A imagem plástica, evoca, por linhas e cores algo que vai além da apresentação gráfica do tema: o mistério.

7 | Em seu surgimento, as expectativas sociais do Surrealismo giravam em torno do que então se apresentava como ações revolucionárias, em especial o que tomava por base as proposições de Marx e Freud. Octavio Paz chegou a declarar que o século XX seria lembrado como o século de Freud e do Surrealismo. Ao eliminar Marx de suas profecias esqueceu-se – isto se de fato se trata de esquecimento – que o mercado derrotaria, para dizer o mínimo, todas as pretensões revolucionárias, sem deixar de fora as duas destacadas pelo mexicano. Como avaliar o tema em nossa época? Diante de um virulento absolutismo do mercado, o que houve com as forças deflagradas por Freud, Marx e o Surrealismo?

NELSON DE PAULA | A mecânica quântica fez ver que as forças dialéticas não eram tão soberanas. Infelizmente não conseguimos desenvolver uma teoria política quântica, ou uma mecânica social quântica. Não acho que a bomba de nêutrons seja um simples traque. Os pacotes de energia liberados pelo pensamento marxista (e muito mais pela engenhosa leitura de Engels) e freudiano. Jung semeou os próximos séculos com constelações de cantinhos, onde deliciosas guloseimas estão guardadas. Uma hora explode, o buraco negro engole tudo, vira supernova do outro lado. Bum!!!!

NICOLAU SAIÃO | Nos tempos de Breton a chamada revolução não era de todo revolução, essa era uma palavra garatujada para justificar o exercer de uma captura total dos ritmos societários pelo comunismo estalinista e pela ditadura sem freio dos marxianos enfeudados a Moscou. No nosso tempo, em que os post-estalinistas fazem coro, discreto, com os postulados islamitas “moderados” e “compreendem” as razões de uma brutalidade jihadista, a outra face do dado é ocupada pelo capitalismo privado, sempre hábil para manipular todos os mercados incluindo o da arte.
As forças deflagradas por essa trindade a que aludes estão pois condicionadas pela actual sociedade e seus meios de manobra, sendo que a lição de Freud foi capturada pelos turiferários da sociedade de consumo, o marxismo ser uma múmia sem salubridade e o surrealismo – quando verdadeiro e força vital – um cavalheiro a vigiar de perto e a palmatoar quando se mostra vicejante e forjador de muitas e variadas iluminações e descobertas para se destroçarem as feras que por aí cirandam com descarada ou camuflada violência.
É pois necessário que sejamos justificadamente ardilosos, visando escapar às armadilhas que todos os dias se abrem aos nossos pés!

ZUCA SARDAN | A Freud o que é de Freud e a Marx o que é de Marx. Freud já está sendo comercializado, em romances e filmes pra dar um ar de seriedade científica à sacanagem fina para o grande público. E o Marx?… Ora, agora que o Comunismo soviético perdeu o prestígio após a queda do Muro de Berlin, pois… o Marx passa a ser bom rapaz nas Universidades norte-americanas e europeias. O Comércio, porém, desconfia da rentabilidade do Surrealismo. Não somos aproveitáveis. Nem sequer pra fazer sacos plásticos que, após utilizados no comércio, ainda servirão de comida pra… Baleia do Iluminismo.

Nelson de Paula | Nicolau Saião | Zuca Sardan

*****

EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO 1919-2019
Artista convidada: Marcelle Ferron (Canadá, 1924- 2001)


Agulha Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número 139 | Agosto de 2019
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
ARC Edições © 2019



Nenhum comentário:

Postar um comentário