FM | Atado ao pé do
inevitável, o herói esquece de medir o alcance de seus passos. Sobra um baú de
aluviões desconhecido do destino e a morte jamais inventaria familiaridade
alguma em seu disperso trajeto pelas estrebarias do desastre. O herói come
sozinho a poeira de seus pecaminosos descuidos.
ZS | Vida de Herói é
sempre dificultosa. Arrisca a vida pros bonifrates do futuro se regalaram. Bem
melhor ser o seu biógrafo e exegeta.
FM | Deu trinado no vento.
O fantasma de Irineu engoliu a seco os bagaços da ferrovia aventureira. Seu
Raposo apoquentado alarmou-se ao dar de cara com o mar, pois queria entrar mais
no ninho das aves secas. Se o trem ainda passasse por ali teria avistado outro
galho por onde quem sabe chegar a tempo de evitar a baciada emborcada com a
vacina do tio Rodolfo. Já o biógrafo suspirou feliz renomado pelo desastre.
ZS | Por excesso de
tamanho, o casal de tatussauros não conseguiu lugar no trenzinho caipira.
Tiveram assim os dois paquidermes de nadar no pavoroso temporal e morreram afogados.
Foi a fatal extinção da espécie, de que podemos admirar os ciclópicos
esqueletos, adrede remontados, e que hoje se encontram no Museu do Tatu,
atraindo milhares de turistas pra nossa cidade.
FM | Assim floriram os
jardins do museu com estatuetas de pedras humes que as bacaninhas podiam
recolher para o melhor fraseado de seus abraços úmidos. E outras pedras, em seu
mistério vulcânico, podiam ser evocadas para melhor aceitar o passado dos
amores traídos. Para as noites não há truque melhor do que um bom chá de
mutreta. É tiro e queda. Os incautos heróis proliferam.
ZS | A última bengalada é
sempre a que esbodega a corcova do camelo. Na batalha das Pyrâmides, o cavalo
de Napoleão perdeu uma perna. Mas, mesmo trípode, o fiel bucéfalo seguiu
servindo o famoso herói corso, em suas dúbias empresas. Mais careca que o Faraó
é a bela Nefertite. Mais acesos d'alcatrão, os charutos da Esfinge.
FM | As pernas mais
afoitas se perderam em miragens bem dedilhadas. Os céus viraram lágrimas
acoitando o segredo das virgens mais diletas. A Esfinge tagarelava com o
espelho das águas a noite inteira sem que ninguém lhes escutasse. Um herói a
serviço do clero é como um piano proseado pelo acaso. Deus nos livre, Deus
nos livre, dizem os lábios infelizes.
ZS | O Poeta precisa ter
suas escapatórias prontas, porque Cardeal Sacamuelas está sempre alerta. A arte
de ser cego é saber onde pôr a mão. A arte de ser vivo é a mesma coisa. Quando
Deus dá uma cochilada, o Diabo logo aparece, e vai s'enturmando . "Olá, moçada
boa… aproveitemos um pouco… enquanto o Velho tira uma sesta…"
FM | E assim troava o
baile no porão, regado a ponche de vísceras. Dez mil virgens sucumbiram entre
uma pestana e outra do Cardeal. A história sempre aprumou suas linhas para o
registro das coisas mais torpes. Com o vento amarrado ao leme chegamos primeiro
sem importar que o lugar seja impróprio. Não viram o sapo cotó, que tanto
sonhou ser príncipe? Já quase petrifica no lamaçal, porém não para de sonhar.
ZS | Quem sonha com coroa
acorda careca. Cada um é o filho-da-puta de suas obras. A maioria dos asnos
chega tão depressa, porque fazemos nós próprios metade de suas burradas.
Contentamento vale mais que riqueza. Os pobres fazem os ricos felizes; mas não
há reciprocidade: eis porque os pobres são malvados e os ricos bonzinhos. Nunca
estamos contentes com o que não temos.
FM | Uma herança bem
servida atazana qualquer destino. Dizem que a salafra entra por uma porta e sai
por outra, mas isto sempre me pareceu um adágio encomendado. Quando meninos, os
heróis brincavam todos de cabra-cega, de modo que jamais deram pela entrada e
saída das virtudes e das zombarias.
ZS | Pinta a bengalinha de
branco bot'óclo zescuros… e finge que não vê… assovia La Cumparsita.
Duma herança de pragas e pregos… ninguém escapa… já vem embrulhada nas fraldas.
Melhor seres prudente e econômico. Deves acender uma só ponta do charuto.
Senão… por onde a fumaça vai sair…? Se a Parca cismar de querer te vir visitar,
não a recebas posto a nu… (cuidado com a tesoura…) O Vesúvio, hoje… banca o
bonzinho. (Mas, ora, a Pompéia… gostou…).
FM | Intrigado com essa
avalanche de reticências o Dr. Pastel mandou fechar sua fabriqueta de
dualismos. Segundo ele, em tempos assim é melhor apresentar uma versão única e
bem sentada de cada fraude. Macaco velho não aprende a se coçar e acaba por
morrer à míngua. Vem tangendo pela estrada um cartel de lobos o javali exilado
da fábula. No impuro ouro do horizonte não se avista senão o resfolego da
matilha. Ora pro nomes!
FM | Uma vez a escada
alcançou a cumeeira da casa. Lá do alto divisou os reinos maltratados de
Tordesilhas. Encomendou uma estampa para cada algibeira, um herói oculto em sua
dobra mais íntima, fiando as barbas do Destino sem que ninguém desconfiasse. A
escada assim vaticinava crimes e pecados da realeza. Para o banquete engordava
porcos e faisões. Para o desjejum pequenos golpes bastavam. Importante era não
perder o trunfo, e despistar as vozes com seus trajes de plumas e esporões.
ZS | Sobre o piano, em
pote de jade, a florzinha murcha tossindo… tossindo… pela janela via-se o
Zeplin partindo do jardim botânico apinhado de anães e anões, de anãs e …
anonas, comendo mamões e mamonas. Olhando pro Zeplin, Thales caiu no poço, onde
mora a Verdade. Thales, por ser o mais velho, é dos sete sábios, o de
barbas mais longas. "Anistia!", bradou a multidão subversiva, numa
concordância verbal ideológica. O mundo são cardos…
FM | Calos e mais calos, e
ossos cruzados no fundo do caldo. O Zeplin soçobrava na curva da Hípica. Por
mais perto que chegasse do Palácio da Coisa Pública, ninguém se atrevia a tocá-lo.
Um jogral para os Metralhas, uma túnica de ouro e prata para os Duques de Além
Mar e a touca embevecida de espumante para os súditos de Ali Babão. Thales há
muito não vê graça na prosa dos outros seis anões. Quem antes dera um roçado
pras gueixas e um samburá de lentilhas para o dia da independência, agora mal
se arrisca a sair do poço, contrariado com a afinação do piano real.
ZS | Diabólicas tentações
sofre Thales no poço, enquanto nos luxuosos salões do Palácio da Coisa Pública
segue a farra desbragada ao som da charanga mexicana, em confete e serpentina
num eterno carnaval. De pensar Nabucodonosor caiu de quatro, comeu as
samambaias do balcão, se foi pros jardins, saiu pastando e nunca mais se
levantou. Busolina abre o leque de plumas de avestruz, e o Sol cyclame dá nozes
ao tamanduá.
FM | E a esfinge de dorso
o mais lustroso foi mesmo a escolhida como a Rainha do Canavial. Na cerimônia
os heróis anônimos se aglomeravam como raspas prensadas. As batatas, as
batatas, todos clamavam em uníssono pela doação do prêmio. E quando se
foram dali as bocas satisfeitas, as migalhas da festa voltaram a conspirar
idealizando novos motivos para a queda da realeza.
ZS | Pra queda da realeza,
ninguém melhor que o photógrapho Robespierre, especialista em retratos pra
carteirinha de identidade, 3x4, fundo branco, sem cabeça. Muitos problemas pra
quem quiser mudar o mundo. Não adianta decepar, as cabeças são teimosas, elas
voltam a cavalo, ou de fiacre. E você, leitor amigo, antes que chegue o
Robespierre, esconda sua cabeça por baixo do sofá.
FM | A história é o canto
do cisne das identidades perdidas. Quem veio até aqui à procura de um herói,
vai herdar um solavanco que lhe devolva ao fundo do poço antes dele ser cavado.
A história é o caminho certo para quem quer ficar bem na foto. Robespierre
garante o melhor ângulo e nenhuma cicatriz.
ZS
| (Napoleão entra no palco e nos diz:) Robespierre cortou a cabeça do Rei e os
Sem-Cuecas sobreviventes cortaram a cabeça de Robespierre… Acabou-se a
Revolução, e eu… (empunha a borla da corda) tomo o Poder. Merci. (puxa a borla,
cai a cortina:) FLAAAAAAAAPPPPTTTTT !!!
Na praça onde se
confundem o Teatro e o Palácio da Coisa Pública todas as estátuas acordam
decepadas.
A vida se esforça por
recuperar a normalidade.
FIM
FM | A cortina ainda fechada, o fantasma do
Mafuá recolhia cenas espatifadas do ato anterior com a firme intenção de compor
um manifesto. Por trás do cenário de MDF saltitava a voz em cascata de nossa
heroína em tons indecifráveis entrecortados pelo refrão: "Mais pra cá, meu
nibelungo sagaz…" O público aos poucos ia entrando em cena.
ZS | O nibelungo Bias, é um anão de circo safado.
Diga-se, não é o Circo safado, mas sim o Anão Bias. A heroína Melena se
engana, nem tão sagaz é o Anão, mas tão só madraço. É baleiro de circo,
mas diz que trabalhou pro Fellini na Xinexitá, no filme… "Qual foi
mesmo o filme em que apareces, Bias, será em La Strada?" (Bias, polindo as
unhas:) "Foi no… "E la Nave… Va". [Nota de Rodapé: depois
do naufrágio, aparece um pé de anão, em close.]
FM | Há remotas evidências de que a
verdadeira história não tenha sido de todo falseada. Fala-se em duas cópias
apócrifas (o manuscrito do roteiro e fragmentos de uma fita magnética) que
reproduzem o encontro de Melena de los Males com o nibelungo Bias. Uma delas em
uma sacola na casa de máquinas de um barco do Mariscal Rondônico que sobe e
desce o rio Urupá sem que ninguém possa ao certo localizar-lhe as coordenadas.
Da outra o mais perto que se chegou foi através de rascunhos no diário de um
João Capelinha que mencionava embrulho achado em fundo falso do locobreque
desativado da velha estação de Paranapiacaba. Averiguemos as pistas.
ZS | Urge examinar a caixa preta do locobreque. As
autoridades se preocupam com o tatu do brejo, mas não veem o elefante do Circo
Progresso. Em todo o caso, o Anão tentou se perfilar junto a Melena,
dizendo-lhe que a mineral Cambuquira é melhor que a Caxambu: "A Cambuca
tem bolhas maiores, e é mais barata." "E você, Bias ?..."
"Eu também, Melena… se assim posso dizer, modéstia à parte."
FM | E enquanto se esbaldavam nas bolhas da
Cambuca não deram pelo rapto da caixa-solar das pulgas amestradas. Pela manhã
cedinho uma voz trovejava nos alto-falantes da Praça da Revolução um impensável
pedido de resgate: "Em troca das pulgas alazãs queremos o gavetão de espartilhos
da Melenauta". Todo o circo entrou em polvorosa, e o Anão bradava que era
inútil ceder a qualquer exigência sem que se soubesse a razão da mesma.
ZS | E não cederemos a qualquer exigência, com ou
sem razão, nem que venha Napoleão a cavalo no seu pangaré de três pernas,
jamais entregaremos os espartilhos da Melenauta!…
FM | Em meio a esta querela toda chegava o
diretor, Batuto Valdescópio, disposto a ter avanço nos ensaios daquela noite.
Guardemos nossos improvisos para o próximo ato. Agora quero rever a cena em que
Melenas e Bias escrevem um manifesto ilegível com seus corpos chafurdados no
piano. Quero nuvens e salmões perambulando pelo cenário, e sugestões para o
diálogo.
ZS | (Diz, pro
palhaço Zé Careca, o mago Kefir:)
"Eis de novo o Batuto a tiranizar nossa trupe. Ele quer competir com
o Circo Astral, do Califa Ali Babu, um dos maiores do mundo… Como
poderemos, com nosso camelo capenga e o elefante cego, fazer frente a tal
potência?..." (Ergue o punho Zé Careca, e brada espumente:) "A Força operária!!! A Revoluchão
vem aí !!!" (Kefir, desconfiado) -
"Revoluchão ?... ou... Rebulição?
FM | Enquanto o Anão escalava os seios
montanhosos de sua amada, a orquestra disfarçava os últimos acordes
desafinados. Todos sabiam que o mago Kefir tinha lá seus bons arrazoados, mas é
fato que nessa comarca endiabrada nada se faz sem antes contrair uma boa
dívida. Impagável, como reza a cartilha.
ZS | Os gregos são os grandes mestres de
empurrar os empréstimos com a barriga, e ameaçando s'afundar, levando junto
toda a União Europeia, conseguem seus empréstimos colossais que jamais terão
condições de pagar. Todos sabem que será impossível, mas fingem que não veem.
Herói da multimilenar cultura da astúcia grega, Ulysses é o padroeiro de todos
os caloteiros. Nosso Circo deveria haurir conhecimentos da Grécia Clássica, pra
evitar a iminente falência, face a seus apertos, decorrente da concorrência
desleal do colossal circo Astral, do Califa Ali Babu.
FM | A caminho da Broadway, Dante só pensava
em fugir dali. Sonhava em ser um Ermitão circulando sob os toldos do Grande
Circo Infinito. Estranhamente indiferente às sentenças e epitáfios do inferno,
improvisava retratos de mil faces cegas que doaria ao flagelo de uma humanidade
que jamais soube decifrar a própria agonia. As nuvens mugiam ante a presença de
bússolas parindo agulhas desnorteadas. Ulysses convulsionava a insolência das
previsões. Arrastava consigo mil sombras que jamais o permitiriam retornar a
nenhuma Ítaca. Ali Babu bem sabia que quanto mais dilatasse o ventre de Melena
com seu ninho secreto de pólvora manteria astros e ministros sob uma dieta de
rosas vulcânicas e o lastro de tantas apólices firmadas em nome do punhal e o
crucifixo. Gargalhem os sinos. Aqui é impossível saldar duplicatas.
ZS | Diz Plutone: "Dante contou todos aqueles
horrores do Inferno, porque só viu os fundos, os esgotos sujos, onde trabalham
e sofrem os escravos proletários em sucessivos circos superpostos… Mas a parte
superior, oculta atrás duma selva selvagem, ele não viu, e eu não mostrei: o
Jardim das Delícias dos Pecadores Refinados, os bem aventureiros, eleitos por
mim."
FM | As velas acesas em
cima e em baixo, moedas impressas com duas faces iguais, a série mutilada de
orgasmos que mascarava cada sorriso riscado no rosto de tantas mulheres... Os
mortos não fazem trocadilhos, os santos não sabem pensar, as putas barganham
uma noite melhor para seus clientes... Eu estive ocupado enlaçando as vísceras
de muitos aqui, como se procurasse um plano de fuga deste precipício. A vida
sobra por muitos lados, e nenhuma corresponde a outra. Não deixe de me apertar,
até a última gota. Minha senhora banhada de esperma, eu te confundo com um
espelho embaçado. Não me mostres nunca quem poderias ser.
ZS | Não perca tempo, aproveite
enquanto possa, fume as duas pontas do charuto, a Carpa já espera no umbral da
porta. Finja que não viu, assovie um bolero… Acuérdate de Acapulco… Na
Tevê Maldoror, o vídeo mostra o esôfago do Marquês de Sade, pras famílias
gozarem. Morre, seu safado !… Mas o Marquês é teimoso… se levanta e nos
diz: "Vou dar uns autógrafos em robe-de-chambre, e fular xoxoxanel…
cheguem mais pertinho…
FM | Desde a chegada de
Plutone que o ensaio se tornou um teatro impossível. Soube-se que foi dele a
ideia de vender o locobreque para uma tal funilaria Absurdo sem Pressa. No
acerto com o funileiro Xavantinho exigiu um holograma para que ninguém desse
pela ausência do trenzinho. Há quem diga que o gajo também intermediou cada
noite que o amiudado nibelungo passou com nossa heroína dos trapos falantes.
Batuto toma um café frio coado na cueca do Zé Careca e lhe confessa serem
aqueles seus últimos dias de circo. "Largo mão dessa Passárgada, pois aqui
o rei é a carta mais oculta do baralho".
ZS | O circo é o retrato do mundo, e o mundo é um espelho do circo. Dos Reis
hoje, quase só sobram o de Espadas, o de Copas, o de Paus e o de Ouros. Mas
mesmo estes sofrem pressões e perigos nos maços moscovitas, onde os valetes são
agentes secretos do Kremlim. O Coringa caiu da mesa e sumiu. Face às novas ameaças,
os 22 Grandes Arcanos do Tarot se fecharam em copas, numa reunião a maço
fechado.
FM | Do mormaço eu quero um toldo. Da quitanda eu quero um gume. Dos três
reis desengonçados quero o mais impiedoso que fez sopa do valete. O mundo é uma
carta fora do baralho. Um dia as cobras fumavam um taludo brown por trás de
seus devotados monóculos, tão majestosas em pijamas algumas delas. Numa caçamba
bem planejada elas planavam sobre o oco labirinto dos 22 Grandes Pirados. Uma
que outra até já esquecera onde deixaram Plutone e Melena de los Males. Terá
sido uma tapera ou quem sabe um riachão. Desse mundo tão pequeno só restou
ingratidão. Quanto circo derramado dentro do meu guardanapo.
ZS | Eis o segredo desvendado: o guardanapo do Batuto é a lona do
circo. O crocodilo Carranca é o maior chorão de sua espécie. Colossal
público lota o Circo todas as noites, pra ver o Carranca chorar. Carranca, duma só dentada,
arrancou a perna do Bedel Bartolo e comeu. E depois de comer… em vez de chorar…
sorriu satisfeito. O público, sentindo-se fraudado, vaiou enfurecido. Batuto
suspirou ressentido: "Nunca mais serei diretor de circo!… Caia o Sol no
paiol, caia a Lua na gaveta… pouco se me dá!… Nunca mais serei diretor de
circo!!!… Nunca mais…
FM | O público esvazia a cena e permanece o mesmo eco encardido:
Pouco se me dá! Pouco se me dá!…
ZS | Entra o anão Bias, vai
ao canto do palco caído, puxa o badalo da corda, cai acortina:
[Teatro experimental
que andam a escrever Zuca Sardan e Floriano Martins, a quatro mãos salpicadas
de humor © 2015.]
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