O
Brasil da música de concerto, em termos de criação, é pouco ou mal representado
nos grandes festivais de música contemporânea, no repertório das grandes orquestras,
nos grandes teatros de ópera, nas temporadas musicais das principais salas. Mas
nosso país, nessa esfera, ostenta uma produção de qualidade indiscutível, podendo
ombrear-se com o que de melhor se produziu em música por nossos vizinhos continentais,
fazendo face também a uma parte expressiva da produção europeia, que representa
o melhor da música ocidental.
A
primeira grande figura da criação musical brasileira foi José Maurício Nunes Garcia
(1767-1830). O padre carioca, que galgou o status de mestre-capela e foi prestigiado
por D. João VI, quando este chegou ao Brasil em 1808, compôs um conjunto respeitável
de peças sacras, no qual se destacam grandes Missas e um célebre Réquiem, de força
dramática invulgar. Sua linguagem é a do Rococó musical, isto é, a música que se
produziu no início do Classicismo. De sua produção sinfônica, fora do âmbito litúrgico,
destacam-se a Abertura em Ré e a Abertura Zemira, onde identificamos o estilo galante
e eventuais semelhanças com obras de Haydn, Mozart e até mesmo Rossini, que historicamente
se situa em período concomitante e posterior.
Seis
anos após a morte de José Maurício, nasce em Belém do Pará Antônio Carlos Gomes
(1836-1896), o maior compositor das Américas no século 19. Figura ímpar de operista,
Carlos Gomes é natural de Campinas, onde fêz estudos de piano e produziu suas primeiras
composições. Adolescente, foi para São Paulo, onde se apresentou com o irmão (violinista)
em recitais estudantis. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1859, matriculando-se
no Conservatório Imperial de Música, onde foi aluno de Francisco Manuel da Silva,
o autor do Hino Nacional Brasileiro. Carlos Gomes compôs em 1960 a modinha Quem
Sabe, uma de suas raras obras com texto em português. No Rio, ele estreou sua primeira
ópera – A noite no Castelo – com texto
de Antônio Feliciano de Castilho, escrevendo em seguida Joana de Flandres, com libreto
de Salvador de Mendonça. Este trabalho lhe valeu uma bolsa de estudos na Europa,
concedida por D. Pedro II. Gomes foi estudar em Milão, onde se tornou aluno de Lauro
Rossi no Conservatório local e mais tarde se formou em Composição e Regência. Entre
1865 e 1868, ele escreveu sua ópera mais famosa, Il Guarany, com libreto em italiano de Antonio Scalvini baseado no romance
de José de Alencar. A ópera estreou em 1870, no Scala de Milão, e correu mundo,
tornando o seu autor uma celebridade. No mesmo ano, Il Guarany foi encenado no Teatro Lírico do Rio de Janeiro com a presença
do compositor. Gomes retornou a Milão e casou-se com Adelina Peri, compondo em seguida
a ópera Fosca que também estreou no La Scala,
sendo mal recebida por crítica e público. Hoje, muitos consideram Fosca sua obra-prima.
Seguem-se as óperas Salvator Rosa (estreada em Gênova, em 1874) e Maria Tudor (Scala
de Milão, 1879). Voltando ao Brasil e dividindo seu tempo entre o seu país e a Europa,
Gomes estreou no Teatro Lírico do Rio a ópera Lo Schiavo, em 1889, dedicando-a à Princesa Isabel. No ano seguinte,
ele voltou ao La Scala para mais uma estréia:
a ópera Condor, com libreto de Mario Canti. Em 1892, para celebrar o quarto centenário
do Descobrimento da América, Gomes apresenta no Teatro Lírico do Rio de Janeiro
o oratório Colombo, sua última obra. Convidado a dirigir o Conservatório que leva
o seu nome, em Belém, ele morre aos 60 anos na capital paraense.
No
Brasil e no mundo, suas óperas voltaram à cena incontáveis vezes, embora atualmente
em menor frequência internacional. Editadas pela Ricordi de Milão, suas partituras
percorreram os mais prestigiosos teatros líricos. Na metade do século 20, partituras
e partes de orquestras, todas manuscritas, já estavam em frangalhos. Felizmente,
a partir da década de 1980, já estando o compositor em domínio público, órgãos oficiais
da Cultura, no governo brasileiro, patrocinaram edições computadorizadas de seus
principais trabalhos.
Das
encenações contemporâneas das principais óperas de Carlos Gomes, vale o registro
da montagem de Il Guarany, em 1996, na
Ópera de Washington, dirigida por Werner Herzog e regida por John Neschling, tendo
Plácido Domingo no papel principal.
Em
plena metade do século 19, nasce em Niterói o compositor Leopoldo Miguez (1850-1902),
filho de espanhol e brasileira. Miguez foi para a Espanha aos dois anos de idade
e, aos sete, transferiu-se para o Porto, onde se educou e adquiriu seus primeiros
conhecimentos musicais, no violino e na composição. Regressando ao Brasil aos 21
anos, trabalhou como comerciante, casou-se e, finalmente, em 1878, pôde abrir as
portas para a música, associando-se a Arthur Napoleão. Ambos fundaram a Casa Arthur
Napoleão & Miguez (pianos, instrumentos, partituras) que, em pouco tempo, se
tornou o mais importante estabelecimento do gênero no Rio de Janeiro do século 19.
Em 1882, aos 32 anos, Miguez passou a se dedicar exclusivamente à música e à composição:
viajou para a Europa, levando uma carta de recomendação do Imperador Pedro II para
Ambroise Thomas, no Conservatório de Paris, mas passou a residir em Bruxelas. Dois
anos depois, regressou ao Rio de Janeiro, onde se tornou um ardoroso defensor da
linguagem wagneriana, característica que observamos na parte central do seu belíssimo
Noturno para piano. Outro expoente da sua produção camerística é a extensa Sonata
para violino e piano, que – paradoxalmente – nos remete à célebre Sonata de César
Franck para a mesma formação instrumental. O paradoxo reside no fato de Miguez defender
os ideais estéticos de Wagner, Liszt e Berlioz, em relação à música dramática e
programática, em contraposição ao formalismo neoclássico de Brahms e César Franck.
E é justamente a postura neoclássica, através da estrutura da forma sonata, ampliada
e engrandecida pelos compositores românticos, o ponto forte dessa obra-prima escrita
por ele para violino e piano. Miguez integrou a comissão que transformou o antigo
Conservatório Imperial no Instituto Nacional de Música – atual Escola de Música
da Universidade Federal do Rio de Janeiro – tendo sido o seu primeiro diretor. Foi
o autor do Hino à República, com texto de Medeiros e Albuquerque, sem dúvida um
dos mais belos exemplares do gênero.
Nascido
em Fortaleza, Alberto Nepomuceno (1864-1920) é outro grande compositor brasileiro
desse período. Educou-se no Recife e já tinha completado 20 anos de idade quando
se fixou no Rio de Janeiro. Em 1897, Nepomuceno divulga suas primeiras composições
e consegue – com o apoio de famílias ilustres – viajar para a Europa, fixando-se
inicialmente em Roma, onde estuda piano e harmonia na Academia Santa Cecília. Em
1890, já em tempos republicanos, obtém do governo brasileiro um bolsa de estudos
que lhe permitiu prolongar sua estada europeia, passando a estudar Composição em
Berlin, com Heinrich von Herzogenberg, amigo de Brahms. Numa visita a Viena, Nepomuceno
conhece a pianista Walborg Bang, ex-aluna de Grieg, com quem ele se casa e viaja
para a Noruega em 1893. Depois de uma profícua passagem por Paris, onde assiste
à estréia mundial do L’après midi d’um faune, de Debussy, Nepomuceno regressa
ao Brasil em 1895, iniciando uma veemente campanha pela adoção do canto em português,
na música de concerto, quando todos os compositores preferiam utilizar o italiano
e o francês em sua produção vocal. Em 1897, Nepomuceno apresenta em primeira audição
no Rio suas principais obras orquestrais: a Série Brasileira (Alvorada na serra,
Intermédio, A sesta na rede e Batuque), a Suite Antiga (para cordas) – anteriormente
executada pela Filarmônica de Berlin – e a schumanniana Sinfonia em Sol Menor, uma
das obras-primas do romantismo brasileiro. Por duas vezes, Nepomuceno foi diretor
do Instituto Nacional de Música, modernizando a estrutura curricular e a bibliografia
adotada por esta instituição. Um mês antes de sua morte, em 1920, Richard Strauss
rege no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o prelúdio de O Garatuja, sua ópera inacabada, prestigiando esse compositor cearense
que ganhou o mundo e construiu os pilares do nacionalismo musical em nosso país.
Figura
importante na criação musical brasileira na virada do século 19 para o século 20,
o carioca Francisco Braga (1868-1945) galgou o mundo, apesar de sua infância extremamente
humilde. Estudou no Asilo de Meninos Desvalidos do Rio de Janeiro, e no Conservatório
Imperial de Música recebeu de Carlos Mesquita os primeiros ensinamentos de harmonia
e contraponto, formando-se também em clarineta com Antônio Luís de Moura. Em fevereiro
de 1890, Braga, pouco antes de completar 22 anos, foi estudar Composição em Paris
com bolsa do governo brasileiro. Entre 25 candidatos, passou em primeiro lugar no
difícil exame de habilitação ao Conservatoire,
passando a estudar por quatro anos com Jules Massenet. Compôs cerca de 30 obras
durante seu curso de Composição. Viajou em seguida para Viena e Dresden, visitando
Bayreuth em 1896, para assistir à Tetralogia, de Richard Wagner. Entre 1898 e 1899,
Braga compôs sua ópera Jupira, tentando encená-la em vão num grande teatro de ópera
europeu. A estreia acabou acontecendo em 1900, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
De
volta ao Rio, Braga tornou-se professor de Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição
no Instituto Nacional de Música, enriquecendo o corpo docente da instituição e transmitindo
a seus alunos os ensinamentos que recebeu de Massenet no Conservatório de Paris.
Em 1906, ele compôs o Hino à Bandeira, com texto de Olavo Bilac, que – tal como
o Hino à República de Leopoldo Miguez – possui qualidade musical indiscutível. Seus
três poemas sinfônicos – Cauchemar (1895), Marabá (1898) e Insônia (1908) integram
o repertório das grandes orquestras, tendo sido o último deles programado no concerto
inaugural do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 14 de julho de 1909. É, porém,
seu Episódio Sinfônico (1898), na minha opinião, sua mais bela página orquestral,
com forte influência wagneriana nos grupetos que lembram as progressões de Liebestod, em Tristão e Isolda. Apesar de
citar o folclore brasileiro no seu Divertimento para piano solo (Sambam as abelhas nos manacás, nas jasmineiras e nos cambucás), Francisco Braga
não foi uma figura central no processo de consolidação do nacionalismo brasileiro
em música.
Entre
os precursores do nacionalismo em nosso país, que viria a se afirmar mais tarde
na figura telúrica de Heitor Villa-Lobos, são apontados vários compositores que
eventualmente escreveram breves esboços de influência nacional. Entre eles está
o paranaense Brasílio Itiberê da Cunha (1846-1913), autor de A Sertaneja, peça pianística
que cita um tema folclórico brasileiro entre arroubos virtuosísticos dignos de um
Franz Liszt que, aliás, ao que se conta tradicionalmente, foi um dos intérpretes
da obra. O paulista Alexandre Levy (1864-1892), que viveu apenas 28 anos, foi mais
enfático, pois é o autor de pelo menos três obras que nos remetem ao nosso populário:
Variações sobre um tema brasileiro (para orquestra), Tango brasileiro (para piano
solo) e, sobretudo, a Suite Brasileira, peça sinfônica que abriga um elogiado Samba,
entre seus quatro movimentos. Mas foi Alberto Nepomuceno, sem dúvida, o maior farol
a iluminar a trilha para o nosso nacionalismo em música.
Expoente
da música erudita brasileira de todas as épocas, o carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
– além de afirmar o Nacionalismo – consolidou o Modernismo musical em nosso país.
Estudou violoncelo e violão, quando jovem, e frequentou os grupos de chorões do
Rio de Janeiro, identificando-se desde cedo com a cultura popular. Teve aulas de
Harmonia com Frederico Nascimento no Instituto Nacional de Música, mas não conseguiu
se adaptar ao currículo acadêmico da instituição. Villa participou da Semana de
Arte Moderna de São Paulo, em 1922, e pouco depois viajou para Paris, para onde
voltou algumas vezes sob os auspícios da família Guinle. Motivado por seu temperamento
impetuoso e sua paixão pela música, escreveu mais de mil peças, entre as quais seguramente
podemos identificar uma centena de obras-primas. Sua coleção pianística A Prole
do Bebê (em dois volumes) recebeu rapidamente reconhecimento internacional, graças
a Arthur Rubinstein, que incluiu no seu repertório o volume 1, divulgando essa coletânea
em recitais ao redor do mundo. Seus Estudos e Prelúdios para Violão se inscrevem
entre o que de melhor se compôs para o instrumento na literatura do século 20, enquanto
a série de Bachianas Brasileiras – mesclando as formas e o estilo de Bach com material
sonoro brasileiro – revelaram nove obras primas, com diversas formações instrumentais.
As mais conhecidas e gravadas foram as Bachianas número 1 (para conjunto de violoncelos)
e número 5 (para soprano e conjunto de violoncelos, com textos de Dora Vasconcelos
e Manuel Bandeira). As Bachianas número 4 – para orquestra – também são festejadas
mundialmente: recentemente, no seu concerto de Ano Novo (2020-2021), a Filarmônica
de Berlim, sob a regência de Kirill Petrenko, seu novo titular, ofereceu uma admirável
execução dessa obra. A performance está gravada em vídeo no Youtube, no canal da
Filarmônica, para quem quiser conhecer. Por outro lado, a série de Choros (também
com as mais diversas formações instrumentais) é considerada por muitos como o ápice
da produção villalobiana. Enquanto Villa revelou uma certa influência da música
francesa em peças instrumentais (como as Sonatas para Violino e Piano ou o Quarteto
Simbólico), ele expressou a exuberância do folclore brasileiro em seus amplos matizes,
das canções do Guia Prático e das Cirandas, para piano, às peças corais de influência
afro, como Xangô e Estrela é Lua Nova, chegando ainda à temática indígena em várias
produções, como a peça coral Canide Iune e a exuberante cantata profana Mandú Çarará.
Da sua extensa produção pianística, vale lembrar As Três Marias, Rudepoema, New
York Skyline, Valsa da Dor, o Ciclo Brasileiro (que inclui Impressões Seresteiras,
Festa no Sertão, Dança do Índio Branco e Plantio do Caboclo), entre muitas outras
obras. O Quinteto em Forma de Choros – para flauta, oboé, clarineta, trompa e fagote
– não tem paralelo nessa formação instrumental entre a produção da primeira metade
do século 20 em continente americano. Além de 16 quartetos de cordas, Villa escreveu
numerosas canções (voz e piano), algumas delas – como Melodia Sentimental e Cair
da Tarde – retiradas da sua gigantesca Floresta do Amazonas, peça sinfônico-coral
que ele compôs para a trilha sonora do filme Green Mansions. Em música dramática,
sua principal criação foi a ópera Yerma, a partir da peça de Federico Garcia Lorca.
Na
qualidade de educador, Villa-Lobos teve como seu principal assistente – no comando
da educação musical no Estado do Rio de Janeiro – José Vieira Brandão (1911-2002),
ele próprio um excelente compositor.
Contemporâneo
de Heitor Villa-Lobos, Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948), carioca de origem espanhola,
foi figura de destaque na consolidação do nacionalismo musical brasileiro. Ingressou
em 1917 no Instituto Nacional de Música, onde estudou harmonia, contraponto, fuga
e composição com Francisco Braga, Henrique Oswald e Frederico Nascimento, a quem
substituiu como professor em 1923. Em 1936, fundou o Conservatório Brasileiro de
Música, instituição levada adiante por sua filha Marina Lorenzo Fernandez e sua
sobrinha Cecília Fernandez Conde.
É
autor de uma extensa e importante obra para piano, na qual se incluem – entre outras
peças – inspiradas Suites, Três Estudos em Forma de Sonatina e a vigorosa Sonata
Breve. Compôs expressivas canções e numerosa música de câmera. No âmbito orquestral,
sobressai-se a Suite Reisado do Pastoreio, que inclui o famoso Batuque, obra sinfônica
que passou pelas mãos de Arturo Toscanini, Serge Koussevitzky e Leonard Bernstein.
Se
dois cariocas – Villa-Lobos e Lorenzo Fernandez – pontificaram ao início do nacionalismo
musical brasileiro, dois paulistas – Francisco Mignone e Camargo Guarnieri – brilharam
na consolidação desse movimento.
Francisco
Mignone (São Paulo, 1897 – Rio de Janeiro, 1986) era filho do flautista Alferio
Mignone (italiano radicado em São Paulo), com quem fêz seus primeiros estudos musicais.
Mignone estudou em seguida no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde
se formou em piano, flauta e composição. Com bolsa de estudos do Governo do Estado
de São Paulo, foi para Milão, em 1920, estudando com Vincenzo Ferroni. Lá escreveu
sua primeira ópera, O Contratador de Diamantes, que incluía a famosa Congada, peça
sinfônica exuberante que foi regida mais tarde no Rio de Janeiro por Richard Strauss
com a Filarmônica de Viena.
Mignone
casou-se com Liddy Chiafarelli. Enviuvando em 1962, casou-se em segundas núpcias
com Maria Josephina, que – em gravações e ao vivo – veio a se tornar uma fiel intérprete
da sua produção para o teclado. Em 1934, o compositor se muda para o Rio de Janeiro
para assumir o posto de Professor de Regência do Instituto Nacional de Música. Sua
produção autoral é contínua e abundante, incluindo todos os gêneros e formações
instrumentais: piano, voz e piano, música de câmera, música sinfônica, ópera e balé.
Os anos setenta foram pródigos para a criação de Mignone, que compõe as óperas O
Chalaça (1973) e O Sargento de Milícias (1978), além do balé Quincas Berro d’Água
(1979).
O
outro pilar paulista do nacionalismo musical brasileiro é Mozart Camargo Guarnieri
((1907-1993), talvez o compositor brasileiro mais conhecido internacionalmente depois
de Villa-Lobos. Guarnieri nasceu em Tietê e mudou-se para São Paulo aos 16 anos,
passando a estudar piano com Ernani Braga e Antônio de Sá Pereira. Em seguida, estudou
harmonia, contraponto, fuga e composição com Lamberto Baldi, regente italiano que
se instalou na capital paulista e, mais tarde, se transferiu para Montevidéu. Em
1928, Guarnieri conhece Mário de Andrade. Tal como ocorreu em relação a Mignone,
Mário se torna seu mentor musical e o nomeia regente do Coral Paulistano. Com libreto
de Mário de Andrade, Guarnieri compõe a ópera Pedro Malazarte, em 1932, aos 25 anos
de idade. Em 1938, ele segue para Paris, com bolsa de estudos do Governo do Estado
de São Paulo, para estudar com Charles Koechclin, conhecendo personalidades do meio
musical parisiense como a musicóloga Nadia Boulanger.
Em
outubro de 1942, tendo desenvolvido uma sólida amizade com Aaron Copland e já tendo
recebido uma efusiva performance de Leonard Bernstein com a New York Philharmonic
para sua Dança Brasileira, Guarnieri inicia um período de seis meses de residência
musical nos Estados Unidos. É quando ele compõe sua importante Abertura Concertante,
peça sinfônica que foi regida por Serge Koussevitzky com a Boston Symphony Orchestra.
Além
do apoio de Mário de Andrade, foram decisivos – para que Guarnieri se firmasse na
cena musical brasileira e internacional – outros dois suportes: o de Luiz Heitor
Correa de Azevedo (musicólogo brasileiro residente em Paris) e Curt Lange (musicólogo
alemão radicado em Montevidéu). Já consolidado como compositor, Guarnieri lança
em 1950 o manifesto “Carta aberta aos músicos e críticos do Brasil”, em que defende
o nacionalismo e se mostra contrário às inovações e à universalização da linguagem
musical contemporânea, a partir da técnica dodecafônica de Schoenberg, introduzida
no Brasil por Hans Joachim Koellreutter. Foi um embate infeliz, que não reflete
a importância que Guarnieri exerceu na música brasileira.
Além
de excelente compositor, ele foi um competente professor de composição, citando-se
entre seus alunos Osvaldo Lacerda, Sérgio Vasconcelos Correa, Kilza Setti, Lina
Pires de Campos, Almeida Prado, Aylton Escobar, Marlos Nobre, Raul do Valle, Edmundo
Villani-Cortes e Antonio Ribeiro.
Guarnieri
foi um mestre da forma e abordou todos os gêneros musicais em sua produção generosa
em quantidade e qualidade. As obras para piano são magníficas, sobressaindo-se os
50 Ponteios, as Danças Brasileiras (também orquestradas), a série de Sonatinas e
a única (e vigorosa) Sonata, ultra contemporânea em sua textura livremente atonal.
Sua música de câmera é primorosa e sua produção orquestral inclui Sinfonias e Concertos
para Piano, entre muitas outras obras. Em 1960, ele escreveu Um Homem Só, sua segunda
ópera, com libreto do teatrólogo Gianfrancesco Guarnieri.
Nascido
em Petrópolis, César Guerra Peixe (1914-1993) é figura marcante do nacionalismo
brasileiro. Violinista de formação, estudou com Paulina d’Ambrosio no Instituto
Nacional de Música, recebendo orientação em Harmonia de Arnaud Gouvea. Em 1943,
ingressou no Conservatório Brasileiro de Música, onde foi o primeiro aluno a se
diplomar no Curso de Composição. Em 1944, passou a trabalhar sob a orientação de
Hans Joachim Koellreutter, integrando o grupo Música Viva, ao lado de Claudio Santoro,
Edino Krieger e Eunice Catunda. Durante os cinco anos em que utilizou a técnica
dodecafônica, Guerra compôs um número expressivo de obras instrumentais, entre as
quais se destaca o seu Noneto, regido por Hermann Scherchen em várias cidades europeias.
Entre 1948 e 1950, ele trabalha como arranjador numa emissora radiofônica do Recife,
onde pesquisa o folclore da região nordeste, coletando frevos, côcos, xangôs e maracatus.
Mais tarde, no Rio de Janeiro, torna-se professor de Composição dos Seminários de
Música Pro-Arte e do Museu da Imagem e do Som, atuando também como violinista da
Orquestra Sinfônica Nacional. Entre seus alunos, estão Ernani Aguiar, Guilherme
Bauer, Nestor de Holanda Cavalcanti, Antonio Guerreiro e Carlos Cruz. O catálogo
de obras de Cesar Guerra Peixe é primoroso, com numerosa produção para piano (onde
se inclui a série de Prelúdios Tropicais), voz e piano (com destaque para os Cânticos
Serranos e a famosa Passárgada, sobre texto de Manuel Bandeira) e música de câmera
(das incontáveis produções, ressalto o Duo para Clarineta e Fagote). No campo orquestral,
um destaque especialíssimo para o Concertino para Violino (obra prima que nos remete
a Bela Bartók), Assimilações, Museu da Inconfidência e Tributo a Portinari.
A
convite de Darcy Ribeiro, foi fundador do Departamento de Música da Universidade
de Brasília, onde se tornou Professor de Composição. Por força das circunstâncias,
no regime militar, deixou o Brasil para residir na Alemanha, em Heidelberg, Detmold
e Mannheim, atuando principalmente como professor de Regência. E foi justamente
a regência sua última atividade ao retornar ao Brasil, dirigindo a Orquestra do
Teatro Nacional de Brasília.
A
produção de Santoro é extensa e intensa, na música de câmera e na música orquestral,
onde se destacam as Interações Assintóticas, Bodas sem Fígaro, Ponteio, Impressões
de uma Usina de Aço e a Fantasia para Violino e Orquestra, entre magníficas sinfonias
e instigantes Concertos para Piano. Com o poeta Vinicius de Moraes, compôs em Paris
dois cadernos de Canções de Amor, que se inscrevem entre as mais belas páginas da
literatura brasileira para voz e teclado. Para piano solo, compôs sonatas, paulistanas,
prelúdios e a belíssima Toccata, uma das páginas definitivas da música brasileira
para teclado no século 20. A linguagem musical de Santoro, embora inclua o nacionalismo,
não se fixa nessa característica, percorrendo também a música serial, aleatória,
livremente atonal e eletroacústica. A fase final foi por ele mesmo batizada de “universal”,
pela amplitude de sua abrangência poética.
O
mais jovem integrante do Grupo Música Viva de Koellreutter foi o catarinense Edino
Krieger. Nascido em Brusque, em 1928, Edino – hoje aos 93 anos – é o decano dos
compositores brasileiros, tendo desenvolvido uma brilhante carreira como compositor,
crítico e administrador musical. Começando seus estudos musicais como violinista,
ele se iniciou no instrumento sob a orientação de seu pai, Aldo Krieger. Aos 15
anos veio para o Rio de Janeiro, onde reside até hoje. Continuou a estudar violino
no Conservatório Brasileiro de Música, sob a orientação de Edith Reis, mas logo
a Composição se firmou como a sua maior vocação. Orientando-se com Koellreutter
e participando do Grupo Música Viva, ao lado de Santoro, Guerra Peixe e Eunice Katunda,
ele adquiriu um bom domínio no ofício de compor, obtendo em 1948, aos 20 anos de
idade, uma bolsa para estudar com Aaron Copland no Festival de Tanglewood. Seguiram-se
aulas regulares por um período mais amplo na Juilliard School of Music, em Nova
Iorque, onde Edino foi orientado por Peter Mennin. De volta ao Brasil, passou a
trabalhar na Rádio MEC (onde mais tarde se tornou Diretor Musical) e a atuar como
crítico de música na Tribuna da Imprensa. Mais tarde, criou o programa Primeira
Classe, na Rádio Jornal do Brasil FM, e atuou como crítico de música do Jornal do
Brasil. Foi, no entanto, como Diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte,
na década de 1980, que ele deixou seu maior legado como administrador musical, criando
o Projeto Pro-Memus (Memória Musical Brasileira), que produziu um substancial acervo
de edições e gravações de nossa criação musical erudita.
A
produção de Edino Krieger como compositor prima pela qualidade. Sua encantadora
Sonatina para piano (1950) lembra a linguagem neoclássica de Copland e Peter Mennin,
acrescida de um sabor modal bem brasileiro, tal como ocorre na Sonata para Piano
a quatro mãos. Anteriormente, escreveu Miniaturas, também para o teclado, em linguagem
serial, e posteriormente, já nos anos 2000, produziu outra grande obra pianística
– os Estudos Intervalares. Sua Ritmata, para violão solo, correu mundo em gravações
e performances ao vivo, enquanto sua produção de câmera registra um belo quarteto
de cordas e um maravilhoso duo de violino e piano – Sonâncias. Sua produção sinfônica
é numerosa e liderada, a meu ver, pelo Canticum Naturale que, em dois movimentos
– Diálogo dos Pássaros e Monólogo das Águas -retrata os sons e a atmosfera da Amazônia.
Mas há que citar o Ludus Symphonicus, estreado por Stanislaw Skrowacewski com a
Orquestra de Filadélfia em 1965 no Festival de Caracas, a Toccata para Piano e Orquestra
(1967), o Concerto para dois violões e orquestra de cordas (estreado em 1996 pelo
Duo Assad) e as Três Imagens de Nova Friburgo (cordas e piano obligato),
entre muitas outras obras.
Nascido
na cidade paraibana de Conceição, José Siqueira (1907-1985) transferiu-se para o
Rio de Janeiro aos 20 anos de idade. Estudou com Francisco Braga no Instituto Nacional
de Música, onde se formou em Composição e Regência. Teve intensa atividade como
compositor, regente, professor e administrador musical. Foi o fundador da Orquestra
Sinfônica Brasileira (1940), da Ordem dos Músicos do Brasil, da Orquestra Sinfônica
Nacional e da Orquestra de Câmara do Brasil. Siqueira tornou-se professor do Instituto
Nacional de Música, hoje Escola de Música da UFRJ, onde formou diversos compositores,
entre os quais se incluem Ricardo Tacuchian e Jorge Antunes. Sua produção é ampla
e diversificada, especialmente em música de câmera e música sinfônica, onde se destaca
um vigoroso Concerto para Orquestra.
Consolidando
a criação musical contemporânea no Brasil do século 20, Marlos Nobre nasceu em Recife
em 1939. Pianista de formação, dedicou-se à composição, à regência e à administração
musical, área em que se tornou figura polêmica. Em sua cidade natal, estudou harmonia,
contraponto e composição com o Padre Jaime Diniz. Transferindo-se para o Rio de
Janeiro, foi orientado por Koellreutter entre 1956 e 1959, passando sem seguida
a estudar com Camargo Guarnieri em São Paulo, entre 1960 e 1962. Marlos foi bolsista
da Fundação Rockfeller no Instituto Torcuato di Tella em Buenos Aires, onde foi
aluno de Alberto Ginastera, diretor musical dessa instituição que levava à capital
argentina grandes nomes da cena musical contemporânea. Assim sendo, Marlos pôde
ter contato (e receber aulas) de figuras como Messiaen, Copland, Malipiero e Dallapiccola.
Em Tanglewood, participou do importante curso de férias da Boston Symphony no Berkshire
Music Center, podendo se orientar com Gunther Schüller e Leonard Bernstein.
Marlos
foi diretor musical da Rádio MEC e diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte.
Foi ainda Presidente do Conselho Internacional de Música da UNESCO em Paris, entre
1985 e 1987. Como compositor, sua obra é extensa e reveladora de marcante personalidade.
Entre as obras para piano solo (muitas delas gravadas por Roberto Szidon para a
Deutsche Grammophon), podemos citar o primoroso Tema e Variações Op. 7, Homenagem
a Rubinstein, Nazarethiana, Tocatina Ponteio e Final, e Tango, entre muitas outras.
No setor da música de câmera, destacam-se Ukrinmakrinkrin para soprano e pequeno
conjunto (gravada por Amelita Baltar), Sonâncias para dois pianos e percussão, e
Rythmetron, para percussão, composta para o Balé do Harlem. Na área orquestral,
vale destacar Convergências, In Memoriam e Concerto Breve, entre muitos outros títulos.
Outro
grande pilar da criação musical no Brasil do século 20 foi José Antonio de Almeida
Prado (1943-2010). Nascido em Santos, educou-se em São Paulo, onde estudou piano
com Dinorá de Carvalho, harmonia com Osvaldo Lacerda e composição com Camargo Guarnieri.
Em 1969, Almeida Prado foi revelado para o Brasil e para o mundo ao conquistar o
primeiro lugar no I Festival de Música da Guanabara com a obra Pequenos Funerais
Cantantes, para coro e orquestra, sobre texto de Hilda Hilst. Partiu em seguida
para Paris, onde residiu de 1970 a 1973, estudando com Nadia Boulanger e Olivier
Messiaen. De volta ao Brasil, em 1974, trabalhou um ano no Conservatório Musical
de Cubatão, logo se transferindo para Campinas, como Professor de Composição do
Instituto de Artes da UNICAMP, onde permaneceu 25 anos, até a sua aposentadoria
no ano 2000. Morreu jovem, aos 67 anos, residindo em São Paulo, onde tinha por opção
pouquíssimos alunos de Composição e era o apresentador e produtor do programa Kaleidoscópio,
na Rádio Cultura-FM.
Almeida
Prado é autor de uma obra extensa e riquíssima, em expressividade do conteúdo musical.
Sendo ele mesmo um pianista de mão cheia, escreveu inúmeras peças para o piano,
das quais podemos citar a série de Cartas Celestes, a série de Poesilúdios, Rios,
Ilhas e Momentos, entre muitas outras. Em música de câmera, vale lembrar o Trio
Marítimo (1983), música instrumental – piano, violino e violoncelo – inspirada em
Fernando Pessoa, o quarteto de cordas Livro Sonoro (1973) e o sexteto Portrait
de Lili Boulanger (flauta, piano e quarteto de cordas), estreado no Espace Pierre
Cardin, Paris, em abril de 1974, sob a regência de Marius Constant. No âmbito da
música orquestral são muitos os títulos importantes, incluindo obras concertantes
(Exoflora, Aurora, Concerto Fribourgeois e Concerto para Piano e Orquestra), a Abertura
Cidade de São Paulo, a Fantasia para violino e orquestra – estreada em 1987 por
sua filha Constança com a OSB e o maestro Roberto Tibiriçá, Orejacytatá (encomendada
pelo Ministério da Cultura para celebrar os 500 anos do Brasil em 2000) e a monumental
Missa de São Nicolau, composta e estreada em 1987 na Suíça. Vale lembrar que esta
obra foi criada em situação muito peculiar. O coreógrafo argentino Oscar Araiz ouviu
a Sinfonia dos Orixás, de Almeida Prado, em gravação de Benito Juarez com a Sinfônica
de Campinas, e encantou-se com a peça, transformando-a num espetáculo de balé para
o Grand Palais de Genève, onde era o diretor artístico. Com os direitos autorais
recebidos, Almeida Prado pôde passar um ano sabático em Fribourg, Suíça, compondo
então a Missa de São Nicolau, obra maravilhosa, que ele pôde exibir em gravação
para nós, seus colegas – num Simpósio de Compositores promovido por Lutero Rodrigues
e Rodolfo Coelho de Souza, dentro da programação do Festival de Inverno de Campos
do Jordão em 1988.
Seu
último trabalho foi a obra orquestral Etudes sur Paris, escrita por encomenda
da OSESP e estreada na Sala São Paulo em 2009, sob a regência de Cláudio Cruz.
Com
a figura de Almeida Prado, encerro este artigo que não pretende incluir todos os
nomes importantes na história da música erudita brasileira, em termos de composição,
mas apenas traçar uma espinha dorsal na linha do tempo, em dois séculos, sem esgotar
o tema. São muitos os autores importantes, no Brasil do século 20, muitos deles
ligados ao ensino universitário. Raul do Valle, Olivier Toni, Mário Ficarelli, Willy
Correa de Oliveira, Gilberto Mendes, Aylton Escobar, Osvaldo Lacerda, Sérgio Vasconcellos
Correa, Kilza Setti,Breno Blauth, Ernst Mahle e Edmundo Villani-Cortes são alguns
dos muitos compositores que representam o Estado de São Paulo. Ernst Widmer, Lindembergue
Cardoso, Jamari Oliveira e Fernando Cerqueira fizeram história na Bahia. Ricardo
Tacuchian, Jorge Antunes, Murilo Santos e Vânia Dantas Leite constituíram um importante
núcleo no Rio de Janeiro. Henrique Morozowicz e Jocy de Oliveira representam – em
linguagens diametralmente opostas – o Estado do Paraná. Jocy nasceu em Curitiba,
mas tornou-se cidadã do mundo: viveu em São Paulo, Paris, Nova Iorque e Rio de Janeiro,
onde reside atualmente. E Radamés Gnattali, Esther Scliar, Armando Albuquerque,
Bruno Kiefer e Flávio Oliveira – os dois primeiros radicados no Rio – registraram
a produção musical do Rio Grande do Sul nessa esfera.
Embora
as faixas etárias oscilem, a geração imediatamente posterior, na qual me incluo,
abriga Marisa Rezende, Guilherme Bauer, Calimério Soares, David Korenchendler, Rodolfo
Coelho de Souza, Ernani Aguiar, Celso Loureiro Chaves, Harry Crowl, Rodolfo Caesar,
Maria Helena Rosas Fernandes, Paulo Costa Lima, Oilliam Lanna e Nestor de Hollanda
Cavalcanti.
Seguem-se
João Guilherme RIpper, Wellington Gomes, Tim Rescala, Rodrigo Chichelli, Eduardo
Guimarães Álvares, Liduino Pitombeira, Eli-Eri Moura, Flo Menezes, Dimitri Cervo,
Marcos Lucas e Caio Senna. Mais recentemente, Alexandre Lunsqui, Alexandre Fracalanza
Travassos, Felipe Lara e André Mehmari.
São
muitos aqueles que ainda escolhem o campo profissional difícil da composição e é
quase impossível não omitir alguém. O fato é que chegamos ao século 21 com uma produção
numerosa e representativa na esfera erudita da nossa tão eclética criação musical
brasileira.
_____
RONALDO MIRANDA (Brasil, 1948). Estudou Piano com Dulce
de Saules e Composição com Henrique Morelenbaum, na Escola de Música da UFRJ. Começou
sua carreira musical como crítico do Jornal do Brasil, intensificando seu trabalho
como compositor a partir de 1977, quando obteve o 1º Prêmio no Concurso para a II
Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Sala Cecília Meireles. Entre seus prêmios,
destacam-se o Troféu Golfinho de Ouro (1981), três Prêmios APCA (1982, 2006 e 2013),
o Troféu Carlos Gomes (2001), o Concurso Internacional de Composição da Budapeste
(1986) e a Comenda da Ordem das Letras e das Artes da França (1984). Participou
de inúmeros festivais de música contemporânea (Aarhus, Budapeste, Berlim, Salzburgo,
Nova Iorque, Baltimore e Palma de Mallorca) e teve obras comissionadas por importantes
instituições no Brasil e no exterior. Sua produção abrange música vocal e instrumental,
num amplo catálogo que inclui três óperas: Dom Casmurro, A Tempestade e O Menino
e a Liberdade. Foi professor de Composição da UFRJ, Vice-Diretor do Instituto Nacional
de Música da Funarte e Diretor da Sala Cecília Meireles. Integrou o Departamento
de Música da ECA-USP entre 2004 e 2020, como Professor de Composição. Atualmente,
é membro da Academia Brasileira de Música.
*****
Agulha Revista de Cultura
UMA AGULHA NA MESA O MUNDO NO PRATO
Número 186 | novembro de 2021
Curadoria: Floriano Martins (Brasil, 1957)
Artista convidado: Marcos Tedeschi (Brasil, 1982)
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
ARC Edições © 2021
Visitem também:
Atlas Lírico da América Hispânica
Nenhum comentário:
Postar um comentário