Através
dos dados reunidos no Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla
de Cuba publicado em 1863 e também em outras fontes tentaremos compreender melhor
o mundo do trabalho colonial. [1] Cabe
destacar que, apesar dos dados compilados neste dicionário se referirem à população
de cor livre, as informações acerca do mercado de trabalho destes indivíduos/as,
em alguma medida, nos dizem muito sobre o mercado de trabalho dos/as escravizados/as.
Veremos que, apesar de haver uma hierarquia entre os/as de cor, as ocupações laborais
destes/as indivíduos/as em muito se assemelhavam.
Mundo do
trabalho e hierarquia
Em princípio,
a análise dos censos compilados no Diccionario de 1863 indica que o mercado
de trabalho colonial refletia a hierarquização social do período; isto é, as atividades
que exigiam maior esforço físico, rendiam menor remuneração e tinham menos prestígio
social, eram executadas majoritariamente por homens e mulheres de cor. [2] O documento indica, ainda, que em Havana,
atividades de maior prestígio e remuneração, que exigiam maior qualificação e escolaridade,
eram exercidas, exclusivamente, por homens brancos. Advogados somavam 287; nenhum
deles era um livre de cor. Os escreventes, por sua vez, somavam 262 profissionais;
nenhum deles era negro ou pardo. Em se tratando do ramo do comércio, que envolvia
as volumosas negociações de produtos para exportação, a administração de grandes
empresas e estabelecimentos comerciais, muitos deles administrados por peninsulares,
a assimetria era significativa: dos mais de 7 mil homens que eram comerciantes ou
dependentes do comércio em Havana, conforme sinalizado no dicionário de 1863, apenas
267 eram homens de cor. [3]
Em algumas
categorias ocupacionais havia equilíbrio entre os de cor e os brancos. Dos mais
de 1 913 pedreiros registrados no censo referente à jurisdição de Havana, cerca
de 1.060 eram homens de cor; brancos somavam 853. Entre os 13 aguadeiros registrados,
3 eram brancos e 10 negros ou pardos. Cozinheiros somavam 63 brancos e 137 de cor.
Serventes somavam 109 brancos e 146 de cor livres. Dos que viviam “dedicados a seus
bens”, 2.622 eram brancos e 1 026 de cor. De todo modo, os de cor seguiam sendo
os mais numerosos a ocupar as atividades menos prestigiadas, que exigiam maior esforço
físico.
Quando
analisamos a remuneração a partir do nível de escolaridade notamos um viés de classe
e, assim, uma disparidade e diferença no pecúlio; homens brancos com acesso à educação,
exercendo a função de “escrevente segundo” ganhavam 600 pesos mensais; um servente,
atividade exercida por brancos e não-brancos, sem a exigência de maiores qualificações,
recebiam uma remuneração de 180 pesos. [4]
Tais distinções
também ocorriam na execução de uma mesma atividade executada por homens brancos
e de cor, indicando aqui uma hierarquia racial; sobre os não brancos pesava a suspeição,
que podia lhes impedir de exercer cargos de confiança ou receber uma remuneração
equânime em relação a um homem branco. Ao analisar o trabalho dos homens negros
na região portuária de Havana, os historiadores Pedro Deschamps Chapeaux e Juan
Perez de la Riva (1974, p. 17-18) chegaram a esta conclusão. O trabalho nas docas
habaneras constituíram uma zona onde homens de cor, africanos ou crioulos,
livres ou escravos, recebiam um salário inferior mesmo executando as mesmas atividades
de carga e descarga de mercadorias, que os homens brancos, peninsulares ou crioulos.
Homens de cor estavam, inclusive, excluídos dos trabalhos de vigilância e estiva,
a menos que estivessem registrados. As zonas e escalas erguidas e impostas pelo
regime escravista para estabelecer uma divisão social do trabalho foram determinadas
pela origem, a cor e o estado social dos indivíduos, fatores determinantes para
distingui-los (CHAPEAUX, 1971).
Os serventes
que trabalhavam no Hospital Geral Militar de Cuba em 1853 estavam classificados
em categorias: 1ª, 2ª e 3ª; a remuneração entre eles variava; 1ª classe - 168 pesos,
2ª classe - 144 e 3ª classe - 120. Os cozinheiros, por sua vez, apesar de não estarem
classificados por “classes”, também tinham remunerações distintas; dois deles recebiam
204 pesos e um outro, 168 pesos. [5]
É possível que a distinção de salários tenha sido elaborada conforme a qualificação
destes sujeitos mas, também, de acordo com a origem, cor e status social, como indicaram Pedro Deschamps Chapeaux e Juan Perez
de la Riva (1974).
Em verdade,
em Cuba, desde as primeiras décadas do trabalho escravo houve uma preocupação em
vigiar e dificultar qualquer atividade independente de homens e mulheres de cor; legislações tentavam controlar e
punir ações consideradas impróprias ou deletérias por proprietários/as de cativos/as
e pela administração colonial; no século XIX, essa apreensão se acentuou devido
ao contexto sócio-político interno e externo; a deflagração e prolongamento da Guerra
de Dez Anos (1868-1878) e da Guerra Chiquita (1879-1880), dificultou o cotidiano
dos/as de cor; o clima de tensão reverberou
na vida dos/as trabalhadores/as urbanos/as de Havana tornando-os/as alvos reiterados
de suspeição. [6]
É possível
que, a suspeição que pairava sobre os/as de cor, nos ajude a compreender porque
nos censos da década de 1860 relativos ao ayuntamiento
de Havana, nenhum integrante do corpo de polícia era um homem de cor, conforme indica
o Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de Cuba publicado
em 1863.
O temor
que a administração colonial e os/as senhores de escravos/as nutria pelos/as de cor segiu se ampliando, em especial, em
meio às guerras por independência e abolição da escravidão, quando as alianças estabelecidas
entre brancos e não-brancos na luta contra a Coroa espanhola se ampliavam e aprofundavam.
A própria composição do Exército Libertador – multirracial – e o recrutamento de
escravizados para a luta abolicionista e anticolonial atemorizava os/as que queriam
manter as hierarquias de raça e classe do sistema colonial (MATA, 2015).
Ascensão
demográfica
Para além
da associação entre os de cor e lideranças
brancas, independentistas e abolicionistas, – a ascensão demográfica dos homens
e mulheres negros/as e mestiços/as, que
integravam grande parte da engrenagem social de Cuba também gerou temor; escravizados/as,
livres e libertos estavam por toda parte em Havana; quem circulava pelas ruas da
cidade, majoritariamente, eram os/as de cor;
a ostensiva presença deles/as impressionava quem estava na jurisdição (HAZARD, 1928).
Na década de 60 do Oitocentos, às vésperas
da primeira guerra, o norte-americano Samuel Hazard, que residiu em Havana por alguns
anos destacou que a população total de Havana, “[...] segundo as melhores autoridades
na matéria, é de cento e noventa e sete mil habitantes, uma boa parte dos quais
são negros e mulatos livres” (HAZARD, 1928). [8]
Nesse cenário
a presença das mulheres de cor, em especial, se destacava; de dia, independente
do cenário, era a presença de negras e mestiças que impactava. Na década de 1860,
Hazard, indicava que o viajante que visitasse a capital da colônia circulando hora
atrás hora da manhã raramente encontraria uma mulher a pé, a não ser as negras (HAZARD,
1928). Estatísticas oficiais endossam essa máxima elaborada pelo contemporâneo.
Dados do Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de CUBA,
publicado em 1863, reiteram este cenário de afluxo das mulheres de cor pelas ruas
de Havana; de acordo com censos contidos neste documento, mais de 25 mil mulheres
brancas estavam dedicadas aos afazeres da casa; mulheres de cor livres, encerradas
em atividades dentro de residências, chegavam a pouco mais de 3 mil (PEZUELA, 1863).
Em meados
do século XIX, essas mulheres representavam 38% da população, 57% dos habitantes
livres da jurisdição Ocidental (COWLING, 2018). Ao analisar dados estatísticos do
censo de 1846 e 1862, Rebecca J. Scott concluiu que a população negra livre do Departamento
Oriental tinha “um caráter rural bem definido”; no Departamento Ocidental, todavia,
65% da população negra livre era urbana; ou seja, a maioria dos homens e mulheres
negras/os livres viviam nas vilas e cidades (SCOTT, 1991).
Em 1877,
Cuba tinha cerca de 1.500.000 habitantes;
entre os quais, mais de 900 mil espanhois, cerca de 9 mil estrangeiros, mais de
40 mil asiáticos e pelo menos 480 mil indivíduos de cor; Havana concentrava
cerca de 28% da população total de Cuba e era a província mais populosa da ilha.
[9] A presença ostensiva dessa população de cor na segunda metade do
século XIX estava atrelada ao tráfico de escravizados/as que seguiu crescente em
Cuba até a década de 1860 (OROVIO, 2009; SCOTT, 1991; SANTOS, 2012).
O ayuntamiento de La Habana, que pertencia à província de La Habana reunia, em 1877,
pouco mais de 198 mil habitantes; dos quais cerca de 18 mil homens de cor e 28 mil
mulheres de cor. [10] A província inteira,
que incluía 12 Partidos Judiciales – Bejucal, Guanabacoa, Guínes, La Habana
(dividida em 7), Jaruco, San António de los Baño – tinha mais de 435 mil habitantes. [11] Neste ano, as mulheres
de cor livres seguiam sendo maioria e somavam mais de 39 mil; homens de cor livres, por sua vez, somavam pouco
mais de 30 mil. Em se tratando da população escravizada, homens somavam mais de
20 mil; mulheres cativas, mais de 18 mil. Coartados somavam 1 134; coartadas, 1
568. [12]
Estes e
outros dados indicam que, quando a primeira guerra de independência de Cuba estalou,
as mulheres de cor já eram a maioria da
força de trabalho das ruas das cidades e vilas, em se tratando da venda de mercadorias
e serviços; essas mulheres seguiram sendo maioria, por isso, certamente foram alvo
reiterado de vigilância em Havana, já que ocupavam ostensivos postos de trabalho
(HAZARD, 1928; CASTILLO e TERRY, 2011; MATA, 2015; LANIER e CASTILLO, 2016).
Clivagens
de gênero
Os dados
do Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de CUBA, elaborado no início da segunda
metade do oitocentos também contribui para que possamos compreender que, além de
uma hierarquização racial e de classe, as atividades laborais também apresentavam
clivagens de gênero. [13] Das mais de
cem atividades detalhadas neste documento, referentes à jurisdição de Havana, as
mulheres de cor exerciam somente doze: costureiras, lavadeiras, tecelãs, professoras,
parteiras, dedicadas aos afazeres do lar, modistas, preceptoras, cozinheiras, doceiras,
proprietárias e serventes. Este dado indica que as mulheres estavam muito mais cerceadas
na chance de conseguir ocupações remuneradas do que os homens, mesmo os de cor.
A historiadora Oilda Hevia Lanier (2016) chegou à mesma conclusão; para a pesquisadora,
fossem livres ou libertas, para as mulheres, havia “escassos ofícios permitidos
[...] [e estes], em geral, eram os mesmos para ambas”.
Para o
historiador Alejandro de la Fuente (2009) a “cultura de escravização continha importantes
distinções de gênero”; as atividades laborais estavam associadas a escravos de um
ou outro sexo. O trabalho na construção, por exemplo, nos quais foram empregados
milhões de cativos, era executado exclusivamente por homens; em se tratando dos
contratos para formação de artesãos, os aprendizes eram invariavelmente homens.
As mulheres, por sua vez, controlavam as atividades do setor terciário; ocupações
tidas pelas autoridades, como “intrinsecamente femininas”. Dessas mulheres se exigia
um comportamento condizente a escrúpulos religiosos e morais; aos homens as atividades
atribuídas pelas autoridades coloniais eram justificadas com o intuito de impedir
furtos, fugas e levantamentos (FUENTE, 2009).
O trabalho na área educacional executado por mulheres
nos ajuda a entender o enquadramento de atividades laborais por gênero; às mulheres
de cor que se ocupavam de educar crianças de até 6 ou 7 anos de idade, até 1844,
não era exigida titulação, ou seja, formação acadêmica ou profissional, mas sim,
antecedentes morais, decoro e higiene, fato que indica como esta categoria de trabalhadoras
estava submetida a juízos de valor comportamental, de caráter, muito mais subjetivos
que objetivos, estes sim, atrelados às qualificações técnicas e teóricas necessárias
para execução de funções no mercado de trabalho (ZEQUEIRA, 2015).
Em verdade,
às mulheres eram cerceados meios de se emanciparem; os artifícios para isso envolviam,
além de aspectos subjetivos de gênero, aspectos de hierarquia racial; entre a década
de 1850 e 1860, quando a primeira Escuela de Tipógrafas foi inaugurada em Havana,
para garotas entre 8 e 15 anos de idade, havia um pré-requisito: que fossem brancas
(MATA, 2016). Outro dado evidencia como o mundo do trabalho colonial era perverso
com as mulheres, em especial, as negras. Das três atividades de maior prestígio
e remuneração elencados no censo, as mulheres inexistiam; não havia advogadas ou mulheres escreventes
no registro do censo e, entre
as 116 mulheres identificadas como proprietárias, nenhuma delas era uma negra livre.
[15]
Em se tratando
de remuneração e prestígio, a maioria das trabalhadoras de cor, à semelhança de
seus pares, homens negros livres, exerciam atividades com menores soldos e respeitabilidade
social; com menores exigências dos níveis de escolaridade e maior esforço físico.
Das lavadeiras de Havana registradas no Diccionario Geografico, Estadistico,
Historico, de la isla de CUBA, conforme indicado anteriormente, 983 eram brancas;
negras e mestiças somavam pelo menos 3 549 mil. Dedicando-se ao ofício de cozinheiras,
408 eram mulheres de cor; brancas não passavam de 72. [16]
Até a primeira
metade do Oitocentos, em se tratando das mulheres de cor que trabalhavam como professoras,
o soldo era baixo; variava entre um real por semana pelo ensino de doutrina [cristã],
leitura e escrita; incluir o ensino de costura ampliava o valor em dois reais. Também
se pagava dois reais semanais pelo aprendizado da escrita e quatro reais semanais
para aprender a cozinhar (MATA, 2016). Cabe detalhar que algumas mulheres de cor
professoras, sequer recebiam algum soldo; isto é, algumas trabalhavam quase gratuitamente
e, acerca das dificuldades econômicas a que estavam submetidas ao atuar como professoras
e sendo mulheres, a parda livre Juana Pastor asseverou: “[...] meu sexo não me permite
adquirir com meu pessoal trabalho o necessário". Para o historiador Pedro Deschamps
Chapeaux, “[...] inegavelmente, o setor de menores possibilidades econômicas para
o negro ou mulato, livres, era o do ensino” (CHAPEAUX, 1971; MATA, 2016).
Entre as
décadas de quarenta e cinquenta do oitocentos, as parteiras, por sua vez, ganhavam
4 pesos por turno diurno (manhã ou tarde) e 8 pesos pelo turno noturno, nos partos
que fossem até o amanhecer. Também ganhavam 4 pesos ao dia para cuidar do umbigo
dos recém-nascidos (CHAPEAUX, 1971; RODRIGUEZ apud ZEQUEIRA, 2015).
As informações
ora apresentadas nos levam a perceber que a hierarquia racial e de gênero da sociedade
colonial se refletia no setor econômico, no mercado de trabalho. Dito de outra maneira
percebemos que às mulheres, em especial as de cor, a sociedade colonial reservava
papeis determinados – ainda que eles fossem por vezes subvertidos – em geral, de
pouco ou nenhum prestígio, cuja renda era baixa.
Os dados
do Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de CUBA, 1863, apesar de detalhados, todavia, são
inconclusivos se tomarmos o amplo mercado de trabalho de Havana como parâmetro,
visto que não incluem outra dezena de atividades exercidas por homens e mulheres
e excetuam os/as escravizados/as – estes/as trabalhadores/as exerciam outras atividades
que escaparam a este registro. [17]
Além das
doze atividades que constam do Diccionário,
as mulheres de cor, escravizadas, libertas e livres se ocupavam como lavadeiras,
passadeiras, costureiras, cozinheiras, prostitutas, enfermeiras, comerciantes, senhoras
de escravos e amas de leite; os homens, por sua vez, trabalhavam como condutores
de uma variedade de veículos de passageiros e de cargas, carpinteiros, pintores,
cozinheiros, peões, aguadeiros, sapateiros, pedreiros, estivadores, dentre outras
atividades (LANIER, 2016; FUERTES, 2008). É possível, portanto, que a administração
colonial não desse conta de registrar todas as atividades laborais desempenhadas
por esses/as homens e mulheres. Dados dos censos elaborados em 1842 e 1862, reunidos
pela historiadora Oilda Hevia Lanier, reiteram essa dificuldade. Das doze ocupações
presentes no Diccionario Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de CUBA, 1863, não consta nenhuma mulher de cor
vendedora; no censo de 1846, haviam 106 (LANIER, 2016). [18]
Outras
fontes, em especial da Hacienda cubana indicam que, vendedoras, locatárias,
comerciantes, prostitutas, enfermeiras, aguadeiras, apesar de ausentes dos censos
do governo, tinham importância na dinâmica do espaço urbano e socioeconômico cubano
(CEDRAZ, 2019).
Estes dados
expõem que, em verdade, ainda que a historiografia venha identificando que, em Cuba,
homens e mulheres brancos/as e não brancos/as trabalharam de modo associado, executando
atividades laborais iguais, em parceria, sob determinadas circunstâncias, essa associação
não significou equivalência; as hierarquias de raça, classe e gênero se fizeram
presentes, expondo as clivagens impostas pela sociedade colonial (SCOTT, 1991; CHAPEAUX, 1971; CHAPEAUX e RIVA, 1974; FRAGINALS, 2014).
NOTAS
1. O Diccionario elaborado em 4 volumes foi uma fonte importante pois reune
detalhadas informações de Cuba; clima, geografia, agricultura, reino animal e, também,
organização governamental; dados acerca da divisão política, militar, eclesiástica,
judicial, marítima e administrativa da colônia. PEZUELA, Jacobo de la. Diccionario
Geografico, Estadistico, Historico, de la isla de CUBA. 1863, p. 134
e 135, Tomo III, disponível na Biblioteca Nacional da Espanha http://bdh-rd.bne.es/viewer.vm?id=0000041269&page=1.
2. Pezuela,
Diccionario Geografico, p. 350-371,
Tomo III.
3. Ibid.
4. Pezuela, Dicionario Geografico, p. 181 e 298, Tomo
III.
5. Pezuela, Dicionario Geografico, p. 163, Tomo III.
6. Cuba teve três conflitos bélicos; o primeiro,
denominado Guerra de Dez Anos teve início
em 10 de outubro de 1868 e só terminou em 10 de fevereiro de 1878, quando a liderança
branca da insurreição selou um acordo com a Espanha, o Pacto de Zanjón; o fim da guerra foi negociado sem a independência e
sem a abolição da escravidão. Em 1879 começou a Guerra Chiquita; o segundo conflito reuniu insurretos inconformados
com o Zanjón; esse conflito foi sufocado
pela Espanha em 1880. Em 1895 uma nova insurreição começou; este terceiro conflito
só terminou em 10 de dezembro de 1898, com a assinatura do Tratado de Paris, através
do qual a Espanha se comprometia em se retirar de suas possessões de ultramar.
7. GARCÍA, 2003; SANTOS, 2012; MATA, 2015.
8. HAZARD, 1928, p. 85.
9. MATA, 2015, p. 27, 36 e 255; CUBA, p.
228, 231, Volume 1, Tomo I.
10. Ayuntamiento:
Instância política que dirigia e administrava uma cidade. VALLE, 1952.
11. Ver CUBA, p. 142, Volume 2, Tomo I.
12. A lei espanhola estabelecia que, um/a
escravo/a que oferecesse uma quantia substancial como pagamento inicial sobre seu
preço de compra se tornava um/a coartado/a; a coartación possibilitava a
autoemancipação e criava uma categoria intermediária entre escravo e livre”. SCOTT,
1991, p. 31. Censo da população de Havana realizado em 1877. CUBA. Los censos de poblaión y viendas en Cuba: estimaciones, empadronamientos
y censos de poblacion de la época colonial y la primera intervencion norteamericana, p. 132, Volume 2, Tomo I, Comite Estatal
de estadísticas - Instituto de Investigaciones Estadísticas.
13. Pezuela, Dicionario Geografico, pp. 350-371, Tomo
III.
14. Para compreender melhor como essa hierarquia
de gênero operava e sua amplitude no mercado de trabalho urbano de Havana ler: CEDRAZ,
2019.
15. Pezuela, Dicionario Geografico, pp. 350-371, Tomo
III.
16. Ibid.
17. Pezuela, Dicionario Geografico, Tomo I e III.
18. Pezuela, Dicionario Geografico, pp. 350-371, Tomo
III.
Referências
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às 22:00.
Ynaê Lopes dos Santos, “Irmãs do Atlântico: escravidão e espaço
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Universidade de São Paulo (USP), 2012.
Walter Goodman, Un
artista en Cuba, Havana: Consejo Nacional de Cultura/Empresa Consolidada de Artes
Gráficas, 1965.
GEORGIA DOMINIQUE VANESSA CEDRAZ LOPES. Doutoranda em História Social pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA); Mestra em História Social (UFBA); professora da Rede Pública
de Educação Básica do Estado da Bahia; integrante da Linha de Pesquisa Escravidão e invenção da liberdade. Algumas
fontes e conclusões apresentadas neste texto são parte da dissertação de mestrado
intitulada “Trabalhando por conta própria”: mulheres de cor e trabalho urbano na
Havana entreguerras (1868-1880)” defendida no Programa de Pós-Graduação em História
Social da UFBA; pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
da Bahia (FAPESB). Contato: georgiacedraz@gmail.com.
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Número 190 | dezembro de 2021
Curadoria: Maria de Fátima Novaes Pires (UFBa) e Rogério Soares Brito (UNEB)
Artista convidado: Eduardo Eloy (Brasil, 1955)
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