A
mãe era a filha de um cultivador de passas em cuja herdade na costa de Anatólia
yorgos stilianú seferiadis (Esmirna, 1900-Atenas, 1971) passou a infância. O pai
era um advogado e professor de Direito Internacional que traduziu Byron e as tragédias
de Sófocles ao grego moderno. Sua defesa do demótico sobre a língua grega oficial
(katarévussa) e seu venizelismo influenciaram Yorgos desde cedo.
Com a eclosão da primeira grande
guerra, a família emigra para Atenas. De 1918 a 1924, Seféris estuda Direito em
Paris. Em 1926, ingressa no Ministério do Exterior e, na década de 30, está no consulado
grego em Londres. Em 1933, seu pai torna-se reitor da Universidade de Atenas. Com
a invasão nazista, o poeta segue o governo grego no exílio, primeiro em Creta e
depois no Cairo. Até 1962, a carreira diplomática o mantém fora da Grécia por longos
períodos.
O sentimento de identidade
perdida, central na sua obra, agravou-se depois da invasão da sua Esmirna natal
pelos turcos em 1922. O massacre de civis e o êxodo de dois milhões de gregos da
Trácia e da Anatólia deixando a Ásia Menor sem presença helênica pela primeira vez
desde tempos pré-homéricos acentuou a sua sensação de realidade em pedaços. Nesse
sentido, Estória Mítica (Mithistórema, 1935) é um pequeno livro impregnado pelo
romaikos kaimós, o “mal da Grécia”, como foi chamado o estado de espírito criado
pela distância entre a riqueza cultural milenária e a decadência da época moderna.
Diz Seféris:
Se
me expresso através de lendas e parábolas é porque através delas faz-se mais doce
o entendimento. Não é possível falar sobre o horror, porque o horror está vivo,
é silencioso e avança.
O
poeta estreara em 1931 com os 200 exemplares de Strofi e, um ano depois, imprime
para o seu círculo 50 exemplares de um poema intitulado A cisterna. Esses dois primeiros
trabalhos trazem a leitura parisina dos simbolistas. Em especial de Laforge, Valéry,
Mallarmé e Claudel. Desde uma perspectiva formal, contudo, não trazem novidades
ao meio literário grego do entreguerras. Seu hermetismo se serve mais do metro convencional
que da liberdade da vanguarda.
Em
35, com o poeta Katsimbalis e o crítico Karantonis, Seféris funda em Atenas a revista
Novas Letras (Tà Nea Gràmmata), que se torna o órgão oficial da “Geração de 30”.
Um grupo liberal em política e demoticista em literatura que estava então mais próximo
do romantismo de Dionýsios Solomós e da lírica de Kostís Palamás que do pessismismo
de Kariotákis e do personalíssimo modernismo decadente de Kaváfis. Mas é The Waste
Land -cuja tradução ao grego com um ensaio repleto de notas Seféris publica em 36-
a influência determinante.
De The Waste Land, retira o
ritmo do verso e a perspectiva de que o passado, o mito e a linguagem são contemporâneos
ao presente. Mais que a devoção a Dante e a aversão ao romantismo própria dos simbolistas,
é através de Eliot que Seféris encontra a si mesmo como poeta. Ou, em termos ainda
mais estereotipados, com quem reconhece um caminho. Sobre Eliot, em 1933, anota
em seu diário:
24
de fevereiro. Para escrever, deixei o livro neste ponto:
The poet makes poetry, the
metaphysician makes methaphysics, the bee makes honey, the spider secrets filament;
you can hardly say that any of these agents believes: he merely does.
Algo
muito semelhante escrevi nesse ensaio abandonado. E pensar que se o tivesse publicado
me acusariam de plágio, que ridícula maneira de compreender as influências impera
na Grécia. A passagem é de T. S. Eliot. O admiro cada vez mais. O único que me separa
dele, e não é pouco, é o seu cristianismo: é anglo-católico militante.
E
o anti-semitismo, certamente.
Assim, Mithistórema repercute
a mesma visão de decadência encontrada em The
Waste Land. Porém, onde o americano identifica a moderna esterilidade de uma
terra desolada, povoada por homens ocos e sem sentido existencial, Seféris busca
sua identidade na atemporalidade das ruínas dos templos, nas mutiladas estátuas
e no mesmo mar imutável desde Ulisses.
É
ao que se refere Henry Miller quando escreve que o poeta
has caught and embedded in his work the spirit of eternality
which is everywhere in Greece.
Estória
Mítica é uma obra cujo tratamento do passado está tomado pelas suas consequências
futuras. As relíquias da pedra e do mármore, o mar que respira, as temporadas da
morte, a cultura perdida e a estirpe extinta vaticinam somente desesperança para
o helenismo no século xx.
A continuidade fragmentada
dos vinte e quatro poemas é temática e a unidade do conjunto deriva da atmosfera
mediterrânea presente na série. Sua voz é clara e grave, possui uma neutralidade
solene, isenta de maneirismos e de humor, sempre realista mesmo quando suas cenas
remetem ao onírico, ao trágico ou ao mitológico. O desterro determina Estória Mítica
em três níveis diferentes: a lendária e o tema homérico das viagens, a histórica
relativa ao êxodo de Anatólia e a pessoal, da vida errante da sua função como diplomata.
O “desastre” de 1922 foi o acontecimento mais importante da sua biografia. Nele,
perdeu a propriedade do avô à beira-mar, lugar das suas memórias de infância mais
luminosas. De modo que estes poemas lhe permitem dar à sua tragédia pessoal uma
dimensão universal em um imaginário alegórico.
Entretanto, apesar das referências
clássicas, a epígrafe do poema I foi extraída dos primeiros versos de Faim de Rimbaud:
Si j’ai du goût, ce n’est guères
que pour la terre e pierres
e os versos finais: Φέραμε πίσω
/ αὐτὰ τ᾿ ἀνάγλυφα μιᾶς τέχνης
ταπεινῆς que relacionam a poesia à arte manual dos
artesãos, remete ao verso humilde arte sem estilo de Kostas Kariotakis, o angustiado
poeta que se suicidou em 1934. O mensageiro é um personagem clássico, presente nas
tragédias e caro a Yorgos.
I
Τὸν ἄγγελο
τὸν περιμέναμε προσηλωμένοι τρία χρόνια κοιτάζοντας πολὺ κοντὰ
τὰ πεῦκα τὸ γιαλὸ καὶ τ᾿ ἄστρα. Σμίγοντας τὴν κόψη τ᾿ ἀλετριοῦ
+ἢ τοῦ καραβιοῦ τὴν καρένα
ψάχναμε νὰ βροῦμε πάλι τὸ πρῶτο σπέρμα γιὰ νὰ ξαναρχίσει τὸ πανάρχαιο δράμα.
Γυρίσαμε στὰ σπίτια μας τσακισμένοι
μ᾿ ἀνήμπορα μέλη, μὲ τὸ στόμα ρημαγμένο ἀπὸ τὴ γέψη τῆς σκουριᾶς καὶ τῆς ἁρμύρας.
Ὅταν ξυπνήσαμε ταξιδέψαμε κατὰ τὸ βοριά, ξένοι
βυθισμένοι μέσα σὲ καταχνιὲς ἀπὸ τ᾿ ἄσπιλα φτερὰ τῶν κύκνων ποὺ μᾶς πληγώναν.
Τὶς χειμωνιάτικες νύχτες μᾶς τρέλαινε ὁ δυνατὸς ἀγέρας τῆς ἀνατολῆς
τὰ καλοκαίρια χανόμασταν μέσα στὴν ἀγωνία τῆς μέρας ποὺ δὲν μποροῦσε νὰ ξεψυχήσει.
Φέραμε πίσω
αὐτὰ τ᾿ ἀνάγλυφα μιᾶς τέχνης ταπεινῆς.
I
Ao mensageiro
aguardamos por três anos
imóveis, olhando de bem perto
a orla os pinheiros e os astros
Confusos com o gume do arado
ou a quilha do barco
buscávamos a semente primeira
com a qual recomeçar o drama antigo
Voltamos às nossas casas destroçados
braços e pernas débeis, bocas devastadas
pelo gosto da ferrugem e da salmoura
Ao despertar, rumamos norte, estrangeiros
tomados pela bruma das imaculadas asas de brancos cisnes que
nos feriam
Nas noites de inverno, entorpecidos pela força do vento Leste
e no verão, desorientados pela agonia do dia que não sabia morrer
Trazíamos de volta
estes baixos-relevos de uma arte menor
A
recorrência de imagens como a do poço e a da caverna remetem ao seu livro anterior,
A Cisterna, e, evidentemente, a Platão.
II
Ἀκόμη ἕνα πηγάδι μέσα σὲ μιὰ σπηλιά.
Ἄλλοτε μᾶς ἦταν εὔκολο ν᾿ ἀντλήσουμε εἴδωλα καὶ στολίδια
γιὰ νὰ χαροῦν οἱ φίλοι ποὺ μᾶς ἔμεναν ἀκόμη πιστοί.
Ἔσπασαν τὰ σκοινιὰ μονάχα οἱ χαρακιὲς στοῦ πηγαδιοῦ τὸ στόμα
μᾶς θυμίζουν τὴν περασμένη μας εὐτυχία:
τὰ δάχτυλα στὸ φιλιατρό, καθὼς ἔλεγε ὁ ποιητής.
Τὰ δάχτυλα νιώθουν τὴ δροσιὰ τῆς πέτρας λίγο
κι ἡ θέρμη τοῦ κορμιοῦ τὴν κυριεύει
κι ἡ σπηλιὰ παίζει τὴν ψυχή της καὶ τὴ χάνει
κάθε στιγμή, γεμάτη σιωπή, χωρὶς μία στάλα.
II
Mais um poço na caverna
Fácil, há tempos, alcançar ícones e ornamentos
para o gozo dos caros que ainda nos eram fiéis
Romperam-se as cordas, somente os sulcos na boca do poço
são memória de felicidade
os dedos na borda – como dizia o poeta
Os dedos guardam o frescor da pedra por um momento
antes que o calor do corpo a invada
A caverna arrisca a alma e a perde a cada instante
empapada de silêncio, sem uma única gota
O
poema III traz a citação Μέμνησο
λουτρῶν οἷς ἐνοσφίσθης extraída de As Coéforas, de Ésquilo. Nesse
verso Orestes olha o quarto de banho onde o pai foi assassinado, pede ajuda e conjura
vingança. A relação entre a tragédia e o poema, contudo, não é clara. Talvez os
versos de Ésquilo façam parte do mesmo sonho e foram, em função disso, inseridos
como epígrafe. A cabeça de mármore que o sujeito do poema sustenta nas mãos remete
ao passado milenário e suas estátuas decapitadas.
III
Μέμνησο λουτρῶν οἷς ἐνοσφίσθης
Ξύπνησα μὲ τὸ μαρμάρινο τοῦτο κεφάλι στὰ χέρια
ποὺ μοῦ ἐξαντλεῖ τοὺς ἀγκῶνες καὶ δὲν ξέρω ποῦ νὰ
τ᾿ ἀκουμπήσω.
Ἔπεφτε τὸ ὄνειρο καθὼς ἔβγαινα ἀπὸ τὸ ὄνειρο
ἔτσι ἑνώθηκε ἡ ζωή μας καὶ θὰ εἶναι πολὺ δύσκολο νὰ ξαναχωρίσει.
Κοιτάζω τὰ μάτια. Μήτε ἀνοιχτὰ μήτε κλειστὰ
μιλῶ στὸ στόμα ποὺ ὅλο γυρεύει νὰ μιλήσει
κρατῶ τὰ μάγουλα ποὺ ξεπέρασαν τὸ δέρμα.
Δὲν ἔχω ἄλλη δύναμη
τὰ χέρια μου χάνουνται καὶ μὲ πλησιάζουν
ἀκρωτηριασμένα.
III
Recorda
o quarto de banho onde foste morto
Despertei com esta cabeça de mármore nas mãos
Pesa em meus braços e não sei onde apoiá-la
Eu caía no sonho enquanto dele saía assim nossas vidas
se uniram e custa separá-las de novo
Contemplo os olhos, nem abertos, nem fechados
falo à boca que está sempre prestes a falar
seguro os zigomas que rompem a pele
Não sustenho mais
As minhas mãos somem e voltam a mim
decepadas.
IV
Αργοναύτης
Καὶ ψυχὴ
εἰς ψυχὴν
αὐτὴ βλεπτέον:
τὸν ξένο καὶ τὸν ἐχθρὸ τὸν εἴδαμε στὸν καθρέφτη.
Ἤτανε καλὰ παιδιὰ οἱ σύντροφοι, δὲ φωνάζαν
οὔτε ἀπὸ τὸν κάματο οὔτε ἀπὸ τὴ δίψα οὔτε ἀπὸ τὴν παγωνιά,
εἴχανε τὸ φέρσιμο τῶν δέντρων καὶ τῶν κυμάτων
ποὺ δέχουνται τὸν ἄνεμο καὶ τὴ βροχὴ
δέχουνται τὴ νύχτα καὶ τὸν ἥλιο
χωρὶς ν᾿ ἀλλάζουν μέσα στὴν ἀλλαγή.
Ἤτανε καλὰ παιδιά, μέρες ὁλόκληρες
ἵδρωναν στὸ κουπὶ μὲ χαμηλωμένα μάτια
ἀνασαίνοντας μὲ ρυθμὸ
καὶ τὸ αἷμα τοὺς κοκκίνιζε ἕνα δέρμα ὑποταγμένο.
Κάποτε τραγούδησαν, μὲ χαμηλωμένα μάτια
ὅταν περάσαμε τὸ ἐρημόνησο μὲ τὶς ἀραποσυκιὲς
κατὰ τὴ δύση, πέρα ἀπὸ τὸν κάβο τῶν σκύλων
ποὺ γαβγίζουν.
Εἰ μέλλει γνώσεσθαι αὐτήν, ἔλεγαν
εἰς ψυχὴν βλεπτέον, ἔλεγαν
καὶ τὰ κουπιὰ χτυποῦσαν τὸ χρυσάφι τοῦ πελάγου
μέσα στὸ ἡλιόγερμα.
Περάσαμε κάβους πολλοὺς πολλὰ νησιὰ τὴ θάλασσα
ποὺ φέρνει τὴν ἄλλη θάλασσα, γλάρους καὶ φώκιες.
Δυστυχισμένες γυναῖκες κάποτε μὲ ὀλολυγμοὺς
κλαίγανε τὰ χαμένα τους παιδιὰ
κι ἄλλες ἀγριεμένες γύρευαν τὸ Μεγαλέξαντρο
καὶ δόξες βυθισμένες στὰ βάθη τῆς Ἀσίας.
Ἀράξαμε σ᾿ ἀκρογιαλιὲς γεμάτες ἀρώματα νυχτερινὰ
μὲ κελαηδίσματα πουλιῶν, νερὰ ποὺ ἀφήνανε στὰ χέρια
τὴ μνήμη μιᾶς μεγάλης εὐτυχίας.
Μὰ δὲν τελειῶναν τὰ ταξίδια.
Οἱ ψυχές τους ἔγιναν ἕνα με τὰ κουπιὰ καὶ τοὺς σκαρμοὺς
μὲ τὸ σοβαρὸ πρόσωπο τῆς πλώρης
μὲ τ᾿ αὐλάκι τοῦ τιμονιοῦ
μὲ τὸ νερὸ ποὺ ἔσπαζε τὴ μορφή τους.
Οἱ σύντροφοι τέλειωσαν μὲ τὴ σειρά,
μὲ χαμηλωμένα μάτια. Τὰ κουπιά τους
δείχνουν τὸ μέρος ποὺ κοιμοῦνται στ᾿ ἀκρογιάλι.
Κανεὶς δὲν τοὺς θυμᾶται. Δικαιοσύνη.
IV
Argonautas
E se a alma
quer conhecer a si mesma
outra alma deve
contemplar:
ao estrangeiro, ao inimigo, o vemos no espelho
Eram bravos os companheiros, não lamentavam
nem de cansaço, nem de sede, nem de frio
eram como as árvores e as ondas
que suportam o vento e a chuva
suportam a noite e o sol
sem mudar em meio da mudança
Eram bravos, por dias inteiros
suavam nos remos, os olhos baixos
respirando em cadência
o sangue enrubescendo a pele clara
Certa vez cantaram, cabisbaixos
quando ao poente dobramos a pedregosa ilha
dos figos da Índia, além do cabo dos Cães Uivantes
Quem deseja conhecer-se, diziam
contemple na alma, diziam
e os remos percutiam o mar de ouro do poente
Passamos tantos cabos e tantas ilhas
o mar que outro mar invade, gaivotas, focas
Por mulheres desesperadas
chorando a urros filhos perdidos
por mulheres dementes, que rodeavam Alexandre Magno
e glórias perdidas nos abismos da Ásia
Atracamos em praias saturadas de aromas noturnos
e gorjeios de pássaros, e água que deixava nas mãos
a memória de grande felicidade
Não tinham fim, as viagens.
Suas almas confundidas aos remos e toletes
à grave carranca de proa
aos sulcos do timão, à tona do oceano que estilhaça
os espelhados semblantes.
Os companheiros se foram, aos poucos
de olhos baixos. Seus remos mostram
o lugar onde repousam, na praia
Mais ninguém lhes recorda. É justo.
A
ressonância é clássica. A imagem dos remos batendo sobre o túmulo dos navegantes,
odisseica (Livro XI).
O que se retira do poema v
é o tempo presente e a esfera privada do poeta contaminados pela atmosfera atemporal.
O rio no décimo verso é o Tâmisa.
V
Δὲν τοὺς γνωρίσαμε
ἦταν ἡ ἐλπίδα στὸ βάθος ποὺ ἔλεγε
πὼς τοὺς εἴχαμε γνωρίσει ἀπὸ μικρὰ παιδιά.
Τοὺς εἴδαμε ἴσως δυὸ φορὲς κι ἔπειτα πῆραν τὰ καράβια,
φορτία κάρβουνο, φορτία γεννήματα, κι οἱ φίλοι μας
χαμένοι πίσω ἀπὸ τὸν ὠκεανὸ παντοτινά.
Ἡ αὐγὴ μᾶς βρίσκει πλάι στὴν κουρασμένη λάμπα
νὰ γράφουμε ἀδέξια καὶ μὲ προσπάθεια στὸ χαρτὶ
πλεούμενα γοργόνες ἢ κοχύλια
τὸ ἀπόβραδο κατεβαίνουμε στὸ ποτάμι
γιατὶ μᾶς δείχνει τὸ δρόμο πρὸς τὴ θάλασσα,
καὶ περνοῦμε τὶς νύχτες σὲ ὑπόγεια ποὺ μυρίζουν κατράμι.
Οἱ φίλοι μας ἔφυγαν ἴσως νὰ μὴν τοὺς εἴδαμε ποτές, ἴσως
νὰ τοὺς συναπαντήσαμε ὅταν ἀκόμη ὁ ὕπνος
μᾶς ἔφερνε πολὺ κοντὰ στὸ κύμα ποὺ ἀνασαίνει
ἴσως νὰ τοὺς γυρεύουμε γιατὶ γυρεύουμε τὴν ἄλλη ζωή,
πέρα ἀπὸ τ᾿ ἀγάλματα.
V
Nós não os conhecemos
era a esperança no fundo, a dizer-nos
que os conhecíamos da infância
Talvez em um par de ocasiões os vimos. Então foram ao mar
carregados de carvão, carregados de cereais, os nossos amigos
perdidos além do oceano para sempre
A aurora nos encontra ao pé da lâmpada exausta
desenhando a duras penas, toscamente
barcos, conchas, medusas
À tarde descemos ao rio
porque nos mostra a estrada do mar
e passamos as noites em caves cheirando a alcatrão
Os nossos amigos partiram talvez não os víssemos jamais
talvez os encontremos ainda quando o sono
nos leve junto a onda que respira
talvez os procuramos porque procuramos
a outra vida, além dos simulacros
As iniciais m.r. no poema VI
correspondem a Maurice Ravel; o jardim com suas fontes na chuva é o de Villa d’Este.
O poema alude à composição Jeux d’eau.
VI
m.p.
Τὸ περιβόλι μὲ τὰ συντριβάνια του στὴ βροχὴ
θὰ τὸ βλέπεις μόνο ἀπὸ τὸ χαμηλὸ παράθυρο
πίσω ἀπὸ τὸ θολὸ τζάμι. Ἡ κάμαρά σου
θὰ φωτίζεται μόνο ἀπὸ τὴ φλόγα τοῦ τζακιοῦ
καὶ κάποτε, στὶς μακρινὲς ἀστραπὲς θὰ φαίνουνται
οἱ ρυτίδες τοῦ μετώπου σου, παλιέ μου φίλε.
Τὸ περιβόλι μὲ τὰ συντριβάνια ποὺ ἦταν στὸ χέρι σου
ρυθμὸς τῆς ἄλλης ζωῆς, ἔξω ἀπὸ τὰ σπασμένα
μάρμαρα καὶ τὶς κολόνες τὶς τραγικὲς
κι ἕνας χορὸς μέσα στὶς πικροδάφνες
κοντὰ στὰ καινούργια λατομεῖα,
ἕνα γυαλὶ θαμπὸ θὰ τὄ ῾χει κόψει ἀπὸ τὶς ὦρες σου.
Δὲ θ᾿ ἀνασάνεις, τὸ χῶμα κι ὁ χυμὸς τῶν δέντρων
θὰ ὁρμοῦν ἀπὸ τὴ μνήμη σου γιὰ νὰ χτυπήσουν
πάνω στὸ τζάμι αὐτὸ ποὺ τὸ χτυπᾶ ἡ βροχὴ
ἀπὸ τὸν ἔξω κόσμο.
VI
m.r.
O jardim com suas fontes na chuva
tu o verás somente da janela baixa
do outro lado dos vidros turvos. O quarto
iluminado apenas pela chama da lareira
E nessa hora, no clarão do relâmpago, verás
as rugas no teu rosto, velho amigo
O jardim com suas fontes que em tua mão
eram ritmo de outra vida, além dos mármores
mutilados, das trágicas colunas
dança entre oleandros
perto da nova pedreira, um vidro embaçado
o terá borrado dos teus dias
Já não hás de respirar, terra e seiva
se lançarão da tua memória a bater
neste vidro, como bate
do mundo lá fora, a chuva
O poema VII é um dos mais notáveis
da série pela síntese dos meios expressivos e a concisão estilística (Karantonis).
Nele se identifica a dissolução de qualquer categoria de fé positiva e o colapso
do sonho da nação (Malanos). Os povoados derruídos remetem também à sua Anatólia
perdida.
VII
Νοτιας
Τὸ πέλαγο σμίγει κατὰ τὴ δύση μία βουνοσειρά.
Ζερβά μας ὁ νοτιᾶς φυσάει καὶ μᾶς τρελαίνει,
αὐτὸς ὁ ἀγέρας ποὺ γυμνώνει τὰ κόκαλα ἀπ᾿ τὴ σάρκα.
Τὸ σπίτι μας μέσα στὰ πεῦκα καὶ στὶς χαρουπιές.
Μεγάλα παράθυρα. Μεγάλα τραπέζια
γιὰ νὰ γράφουμε τὰ γράμματα ποὺ σοῦ γράφουμε
τόσους μῆνες καὶ τὰ ρίχνουμε
μέσα στὸν ἀποχωρισμὸ γιὰ νὰ γεμίσει.
Ἄστρο τῆς αὐγῆς, ὅταν χαμήλωνες τὰ μάτια
οἱ ὦρες μας ἦταν πιὸ γλυκιὲς ἀπὸ τὸ λάδι
πάνω στὴν πληγή, πιὸ πρόσχαρες ἀπὸ τὸ κρύο νερὸ
στὸν οὐρανίσκο, πιὸ γαλήνιες ἀπὸ τὰ φτερὰ τοῦ κύκνου.
Κρατοῦσες τὴ ζωή μας στὴν παλάμη σου.
Ὕστερα ἀπὸ τὸ πικρὸ ψωμὶ τῆς ξενιτιᾶς
τὴ νύχτα ἂν μείνουμε μπροστὰ στὸν ἄσπρο τοῖχο
ἡ φωνή σου μᾶς πλησιάζει σὰν ἔλπιση φωτιᾶς
καὶ πάλι αὐτὸς ὁ ἀγέρας ἀκονίζει
πάνω στὰ νεῦρα μας ἕνα ξυράφι.
Σοῦ γράφουμε ὁ καθένας τὰ ἴδια πράματα
καὶ σωπαίνει ὁ καθένας μπρὸς στὸν ἄλλον
κοιτάζοντας, ὁ καθένας, τὸν ἴδιο κόσμο χωριστὰ
τὸ φῶς καὶ τὸ σκοτάδι στὴ βουνοσειρὰ
κι ἐσένα.
Ποιὸς θὰ σηκώσει τὴ θλίψη τούτη ἀπ᾿ τὴν καρδιά μας;
Χτὲς βράδυ μία νεροποντὴ καὶ σήμερα
βαραίνει πάλι ὁ σκεπασμένος οὐρανός. Οἱ στοχασμοί μας
σὰν τὶς πευκοβελόνες τῆς χτεσινῆς νεροποντῆς
στὴν πόρτα τοῦ σπιτιοῦ μας μαζεμένοι κι ἄχρηστοι
θέλουν νὰ χτίσουν ἕναν πύργο ποὺ γκρεμίζει.
Μέσα σὲ τοῦτα τὰ χωριὰ τ᾿ ἀποδεκατισμένα
πάνω σ᾿ αὐτὸ τὸν κάβο, ξέσκεπο στὸ νοτιὰ
μὲ τὴ βουνοσειρὰ μπροστά μας ποὺ σὲ κρύβει,
ποιὸς θὰ μᾶς λογαριάσει τὴν ἀπόφαση τῆς λησμονιᾶς;
Ποιὸς θὰ δεχτεῖ τὴν προσφορά μας, στὸ τέλος αὐτὸ τοῦ φθινοπώρου.
VII
Vento
sul
Ao poente,
o mar e a cordilheira fundidos
Da esquerda,
o siroco sopra e nos tortura
este vento
sul que descarna os ossos
Nossa casa entre alfarrobeiras e pinheiros
Altas janelas, amplas mesas para escrever
as cartas que por tantos meses
te escrevemos e jogamos
sobre a distância para abarcá-la
Estrela da manhã, tu baixavas os olhos
e eram as nossas horas mais doces
que o bálsamo na ferida, mais alegre que água
fresca no lábio, mais serena que a asa do cisne
Tomavas na tua palma a nossa vida
Se, além do amargo pão do exílio
passamos a noite diante do muro branco
vem tua voz como esperança de fogo
E este vento afia ainda
uma navalha em nossos nervos
Cada um de nós te escreve as mesmas coisas
cada um de nós diante do outro cala
contemplando em si o mesmo mundo à parte
a luz e a sombra na montanha
e a ti
Quem aplacará em nosso peito tanta dor?
Ontem à noite, tormenta. Hoje de novo pesa
o céu fosco. Há momentos em que
os pensamentos são como as agulhas dos pinheiros
contra a porta de casa no temporal de ontem
tentando em vão erguer uma torre que desaba
Aqui entre estes povoados derruídos, sobre este
promontório fustigado pelo siroco
com a cordilheira que, diante de nós, te encobre
quem pagará o custo de esquecer?
Quem aceitará nossa oferenda neste final de outono?
O
poema VIII expressa a resignação da fuga pelo mar dos refugiados gregos da Trácia
e da Anatólia. Alusão que tampouco retira do poema a atmosfera do mito. Ao contrário,
confere à sorte dos marinheiros anônimos e refugiados civis certa aura épica.
VIII
Μὰ τί γυρεύουν οἱ ψυχές μας ταξιδεύοντας
πάνω σὲ καταστρώματα κατελυμένων καραβιῶν
στριμωγμένες μὲ γυναῖκες κίτρινες καὶ μωρὰ ποὺ κλαῖνε
χωρὶς νὰ μποροῦν νὰ ξεχαστοῦν οὔτε μὲ τὰ χελιδονόψαρα
οὔτε μὲ τ᾿ ἄστρα ποὺ δηλώνουν στὴν ἄκρη τὰ κατάρτια.
Τριμμένες ἀπὸ τοὺς δίσκους τῶν φωνογράφων
δεμένες ἄθελα μ᾿ ἀνύπαρχτα προσκυνήματα
μουρμουρίζοντας σπασμένες σκέψεις ἀπὸ ξένες γλῶσσες.
Μὰ τί γυρεύουν οἱ ψυχές μας ταξιδεύοντας
πάνω στὰ σαπισμένα θαλάσσια ξύλα
ἀπὸ λιμάνι σὲ λιμάνι;
Μετακινώντας τσακισμένες πέτρες, ἀνασαίνοντας
τὴ δροσιὰ τοῦ πεύκου πιὸ δύσκολα κάθε μέρα,
κολυμπώντας στὰ νερὰ τούτης τῆς θάλασσας
κι ἐκείνης τῆς θάλασσας, χωρὶς ἁφὴ
χωρὶς ἀνθρώπους
μέσα σε μία πατρίδα ποὺ δὲν εἶναι πιὰ δική μας
οὔτε δική σας.
Τὸ ξέραμε πὼς ἦταν ὡραῖα τὰ νησιὰ
κάπου ἐδῶ τριγύρω ποὺ ψηλαφοῦμε
λίγο πιὸ χαμηλὰ ἢ λίγο πιὸ ψηλὰ
ἕνα ἐλάχιστο διάστημα.
VIII
O que perseguem as nossas almas viajando
em cobertas de navios avariados
apinhados entre lívidas mulheres e crianças chorando
sem poder esquecer nem com os peixes-voadores
nem com os astros que surgem sobre os mastros lá em cima?
Consumidas sem querer por melodias de gramofones
entremeadas a ritos vazios, balbuciando
restos de pensamentos em idiomas estrangeiros
Que perseguem as nossas almas
navegando em toras apodrecidas
de porto a porto?
Removendo pedras rotas, respirando
com mais pesar dia a dia, o frescor do pinheiro
nadando em águas deste mar aqui
ou daquele mar lá
perdendo o tato, sem companhia
em uma pátria que não é mais nossa
nem vossa
Nós sabíamos, eram belas as ilhas
aqui em torno, onde andamos explorando
um pouco acima, um pouco abaixo
uma distância mínima
Da
mesma forma que conserva a presença de Homero, Seféris ecoa Eliot. A leitura crítica
de Pontani e de Malanos nota ecos de Journey of the Magi em Mithistórema.
IX
Εἶναι παλιὸ τὸ λιμάνι, δὲν μπορῶ πιὰ νὰ περιμένω
οὔτε τὸ φίλο ποὺ ἔφυγε στὸ νησὶ μὲ τὰ πεῦκα
οὔτε τὸ φίλο ποὺ ἔφυγε στὸ νησὶ μὲ τὰ πλατάνια
οὔτε τὸ φίλο ποὺ ἔφυγε γιὰ τ᾿ ἀνοιχτά.
Χαϊδεύω τὰ σκουριασμένα κανόνια, χαϊδεύω τὰ κουπιὰ
νὰ ζωντανέψει τὸ κορμί μου καὶ ν᾿ ἀποφασίσει.
Τὰ καραβόπανα δίνουν μόνο τὴ μυρωδιὰ
τοῦ ἁλατιοῦ τῆς ἄλλης τρικυμίας.
Ἂν τὸ θέλησα νὰ μείνω μόνος, γύρεψα
τὴ μοναξιά, δὲ γύρεψα μία τέτοια ἀπαντοχή,
τὸ κομμάτιασμα τῆς ψυχῆς μου στὸν ὁρίζοντα,
αὐτὲς τὶς γραμμές, αὐτὰ τὰ χρώματα, αὐτὴ τὴ σιγή.
Τ᾿ ἄστρα τῆς νύχτας μὲ γυρίζουν στὴν προσδοκία
τοῦ Ὀδυσσέα γιὰ τοὺς νεκροὺς μὲς στ᾿ ἀσφοδίλια.
Μὲς στ᾿ ἀσφοδίλια σὰν ἀράξαμε ἐδῶ-πέρα θέλαμε νὰ βροῦμε
τὴ λαγκαδιὰ ποὺ εἶδε τὸν Ἅδωνι λαβωμένο.
IX
É velho o porto. Já não posso esperar
o amigo que partiu para a ilha dos pinheiros
o amigo que partiu para a ilha dos plátanos
nem o amigo que partiu ao alto-mar
Toco nos canhões enferrujados, nos remos
para avivar o corpo e tomar a decisão
As velas das frotas só exalam o salobre
do último temporal
Se eu quisesse estar só, buscaria
a solidão, não esta espera
esmagando a alma no horizonte
estas linhas, estas cores, este silêncio
As estrelas da noite remetem à agonia
de Odisseu pelos mortos entre os asfódelos. E quando
atracamos aqui embaixo entre os asfódelos
buscamos a planície do vale que viu Adônis com sua ferida
Como
no mito dos argonautas, as negras Simplégades simbolizam o obstáculo intransponível.
X
Ὁ τόπος μας εἶναι κλειστός, ὅλο βουνὰ
ποὺ ἔχουν σκεπὴ τὸ χαμηλὸ οὐρανὸ μέρα καὶ νύχτα.
Δὲν ἔχουμε ποτάμια δὲν ἔχουμε πηγάδια δὲν ἔχουμε πηγές,
μονάχα λίγες στέρνες, ἄδειες κι αὐτές, ποὺ ἠχοῦν καὶ ποὺ τὶς προσκυνοῦμε.
Ἦχος στεκάμενος κούφιος, ἴδιος με τὴ μοναξιά μας
ἴδιος με τὴν ἀγάπη μας, ἴδιος με τὰ σώματά μας.
Μᾶς φαίνεται παράξενο ποὺ κάποτε μπορέσαμε νὰ χτίσουμε
τὰ σπίτια τὰ καλύβια καὶ τὶς στάνες μας.
Κι οἱ γάμοι μας, τὰ δροσερὰ στεφάνια καὶ τὰ δάχτυλα
γίνουνται αἰνίγματα ἀνεξήγητα γιὰ τὴν ψυχή μας.
Πῶς γεννήθηκαν πῶς δυναμώσανε τὰ παιδιά μας;
Ὁ τόπος μας εἶναι κλειστός. Τὸν κλείνουν
οἱ δυὸ μαῦρες Συμπληγάδες. Στὰ λιμάνια
τὴν Κυριακὴ σὰν κατεβοῦμε ν᾿ ἀνασάνουμε
βλέπουμε νὰ φωτίζουνται στὸ ἡλιόγερμα
σπασμένα ξύλα ἀπὸ ταξίδια ποὺ δὲν τέλειωσαν
σώματα ποὺ δὲν ξέρουν πιὰ πῶς ν᾿ ἀγαπήσουν.
X
A nossa terra é fechada, em montes
Por teto céus baixos noite e dia
Não temos rios, poços, ou nascentes
apenas cisternas vazias e soantes, por nós veneradas
Som oco e estagnado, igual à solidão
ao nosso amor, igual aos nossos corpos
Assim, nos parece estranho ter podido um dia
construir nossas casas e currais
E as núpcias, as frescas guirlandas, os dedos
são hoje enigmas indecifráveis para nós
Como nasceram nossos filhos? Como prosperaram?
A nossa terra é fechada. Fechada pelas duas
negras Simplégades. No porto, aos domingos
quando descemos para tomar um pouco de ar
vemos brilhar no crepúsculo
troncos rotos de viagens que ainda não findaram
corpos que não sabem mais como amar
O
poema descreve a infância, a outra vida, através de vislumbres que surgem e somem
da memória.
XI
Τὸ αἷμα σου πάγωνε κάποτε σὰν τὸ φεγγάρι,
μέσα στὴν ἀνεξάντλητη νύχτα τὸ αἷμα σου
ἅπλωνε τὶς ἄσπρες του φτεροῦγες πάνω
στοὺς μαύρους βράχους τὰ σχήματα τῶν δέντρων καὶ τὰ σπίτια
μὲ λίγο φῶς ἀπὸ τὰ παιδικά μας χρόνια
XI
O teu sangue gelava como a lua, às vezes
pela noite insondável o teu sangue
abria asas brancas sobre os escuros rochedos
sobre o vulto das árvores e casas
com um brilho tênue dos nossos anos de infância
O verso καὶ τὸ παίξαμε
στὰ ζάρια
do poema XII remete à disputa de zara, um jogo de dados medieval com dados com que
Dante abre o Canto VI do Purgatório. Na tradução de Kazantzakis: Σαν τοϋ
ζαριοϋ τελέψει
τό παιχνίδι
(Quando o jogo da zara é jogado).
XII
Μποτίλια στὸ πέλαγο
Τρεῖς βράχοι λίγα καμένα πεῦκα κι ἕνα ρημοκλήσι
καὶ παραπάνω
τὸ ἴδιο τοπίο ἀντιγραμμένο ξαναρχίζει
τρεῖς βράχοι σὲ σχῆμα πύλης, σκουριασμένοι
λίγα καμένα πεῦκα, μαῦρα καὶ κίτρινα
κι ἕνα τετράγωνο σπιτάκι θαμμένο στὸν ἀσβέστη
καὶ παραπάνω ἀκόμη πολλὲς φορὲς
τὸ ἴδιο τοπίο ξαναρχίζει κλιμακωτὰ
ὡς τὸν ὁρίζοντα ὡς τὸν οὐρανὸ ποὺ βασιλεύει.
Ἐδῶ ἀράξαμε τὸ καράβι νὰ ματίσουμε τὰ σπασμένα κουπιά,
νὰ πιοῦμε νερὸ καὶ νὰ κοιμηθοῦμε.
Ἡ θάλασσα ποὺ μᾶς πίκρανε εἶναι βαθιὰ κι ἀνεξερεύνητη
καὶ ξεδιπλώνει μίαν ἀπέραντη γαλήνη.
Ἐδῶ μέσα στὰ βότσαλα βρήκαμε ἕνα νόμισμα
καὶ τὸ παίξαμε στὰ ζάρια.
Τὸ κέρδισε ὁ μικρότερος καὶ χάθηκε.
Ξαναμπαρκάραμε μὲ τὰ σπασμένα μας κουπιά.
XII
Garrafa
ao mar
Três rochedos alguns pinheiros calcinados uma ermida
Mais acima
a paisagem retorna, repetida
três rochedos em forma de portal, ferruginosos
alguns pinheiros secos, negros e amarelos sepultado na cal um
casebre
quadrado. Mais acima recomeça ainda
a mesma paisagem outras vezes
escalando ao horizonte, ao céu crepuscular
Aqui aportamos para reparar os remos
quebrados, para beber água e descansar
O mar que nos foi tão amargo é profundo, imperscrutável
e desdobra uma infinita quietude
Aqui, entre os seixos, encontramos a moeda
apostada nos dados
Ganhou o pequeno. E desapareceu
Reembarcamos com os remos quebrados
A paisagem solar do mar Egeu
e a ilha de Hidra contrastam com o peso das indagações: o que buscavas, porque não
vens, o que buscavas?, angústia que pesa sobre a beleza de Estória Mítica. A chuva
e a névoa na estrofe final são de Londres.
XIII
Ὕδρα
Δελφίνια φλάμπουρα καὶ κανονιές.
Τὸ πέλαγο τόσο πικρὸ γιὰ τὴν ψυχή σου κάποτε,
σήκωνε τὰ πολύχρωμα κι ἀστραφτερὰ καράβια
λύγιζε, τὰ κλυδώνιζε κι ὅλο μαβὶ μ᾿ ἄσπρα φτερά,
τόσο πικρὸ γιὰ τὴν ψυχή σου κάποτε
τώρα γεμάτο χρώματα στὸν ἥλιο.
Ἄσπρα πανιὰ καὶ φῶς καὶ τὰ κουπιὰ τὰ ὑγρὰ
χτυποῦσαν μὲ ρυθμὸ τυμπάνου ἕνα ἡμερωμένο κύμα.
Θὰ ἦταν ὡραῖα τὰ μάτια σου νὰ κοίταζαν
θὰ ἦταν λαμπρὰ τὰ χέρια σου ν᾿ ἀπλώνουνταν
θὰ ἦταν σὰν ἄλλοτε ζωηρὰ τὰ χείλια σου
μπρὸς σ᾿ ἕνα τέτοιο θάμα
τὸ γύρευες
τί γύρευες μπροστὰ στὴ στάχτη
ἢ μέσα στὴ βροχὴ στὴν καταχνιὰ στὸν ἄνεμο,
τὴν ὥρα ἀκόμη ποὺ χαλάρωναν τὰ φῶτα
κι ἡ πολιτεία βύθιζε κι ἀπὸ τὶς πλάκες
σοῦ ῾δειχνε τὴν καρδιά του ὁ Ναζωραῖος,
τί γύρευες; γιατί δὲν ἔρχεσαι; τί γύρευες;
XIII
Hidra
Delfins, estandartes, canhonaços
O mar, à tua alma tão amargo um dia
erguia cintilantes barcos vermelhos
em ondeante rolamento com asas brancas
o mar à tua alma tão amargo um dia
agora espelhado em cores ao sol
Brancas velas, luz, remos gotejantes
percutiam ao ritmo de tambor as ondas calmas
Se as contemplassem, seriam belos, os teus olhos
e se os abrisses, seriam brilhantes, os teus braços
Vivos, como antes, seriam os teus lábios
para um prodígio assim
tu o buscavas
o que buscavas diante
das cinzas, entre a chuva e o vento
e a névoa quando os lumes se apagavam
a cidade afundava e ali, junto as lages
o Nazareno te mostrava o coração
o que buscavas, porque não vens, o que buscavas?
As
imagens dos pássaros que apontam para a luz, recorrentes na poesia de Seféris, surgem
no poema XIV pela primeira vez.
XIV
Τρία κόκκινα περιστέρια μέσα στὸ φῶς
χαράζοντας τὴ μοίρα μας μέσα στὸ φῶς
μὲ χρώματα καὶ χειρονομίες ἀνθρώπων
ποὺ ἀγαπήσαμε.
XIV
Três pombas escarlates no centro da luz
apontam nosso destino na luz
com as cores e os gestos das pessoas
que amamos
Quid
platanõn opacissimus? É uma expressão de Plínio o Jovem (Epist. I, 3) que descreve
a riqueza dos bosques naturais de uma quinta: E o que dizer da floresta densa e
escura dos plátanos? A citação evoca também um idílio do qual hoje, em uma paisagem
de pedras e ruínas, resta apenas a ausência da mulher idealizada. O sentimento de
perda aqui, não é individual. Seféris universaliza a indefinição emocional helênica
e a insere em uma atmosfera atemporal.
XV
Quid πλατανῶν opacissimus?
Ὁ ὕπνος σὲ τύλιξε, σὰν ἕνα δέντρο, μὲ πράσινα φύλλα,
ἀνάσαινες, σὰν ἕνα δέντρο, μέσα στὸ ἥσυχο φῶς,
μέσα στὴ διάφανη πηγὴ κοίταξα τὴ μορφή σου
κλεισμένα βλέφαρα καὶ τὰ ματόκλαδα χάραζαν τὸ νερό.
Τὰ δάχτυλά μου στὸ μαλακὸ χορτάρι, βρῆκαν τὰ δάχτυλά σου
κράτησα τὸ σφυγμό σου μιὰ στιγμὴ
κι ἔνιωσα ἀλλοῦ τὸν πόνο τῆς καρδιᾶς σου.
Κάτω ἀπὸ τὸ πλατάνι, κοντὰ στὸ νερό, μέσα στὶς δάφνες
ὁ ὕπνος σὲ μετακινοῦσε καὶ σὲ κομμάτιαζε
γύρω μου, κοντά μου, χωρὶς νὰ μπορῶ νὰ σ᾿ ἀγγίξω ὁλόκληρη,
ἑνωμένη μὲ τὴ σιωπή σου
βλέποντας τὸν ἴσκιο σου νὰ μεγαλώνει καὶ νὰ μικραίνει,
νὰ χάνεται στοὺς ἄλλους ἴσκιους, μέσα στὸν ἄλλο
κόσμο ποὺ σ᾿ ἄφηνε καὶ σὲ κρατοῦσε.
Τὴ ζωὴ ποὺ μᾶς ἔδωσαν νὰ ζήσουμε, τὴ ζήσαμε.
Λυπήσου ἐκείνους ποὺ περιμένουν μὲ τόση ὑπομονὴ
χαμένοι μέσα στὶς μαῦρες δάφνες κάτω ἀπὸ τὰ βαριὰ πλατάνια
κι ὅσους μονάχοι τους μιλοῦν σὲ στέρνες καὶ σὲ πηγάδια
καὶ πνίγουνται μέσα στοὺς κύκλους τῆς φωνῆς.
Λυπήσου τὸ σύντροφο ποὺ μοιράστηκε τὴ στέρησή μας καὶ τὸν ἱδρώτα
καὶ βύθισε μέσα στὸν ἥλιο σὰν κοράκι πέρα ἀπ᾿ τὰ μάρμαρα,
χωρὶς ἐλπίδα νὰ χαρεῖ τὴν ἀμοιβή μας.
Δῶσε μας, ἔξω ἀπὸ τὸν ὕπνο, τὴ γαλήνη.
XV
Quid
platanõn opacissimus?
O sono te envolve com folhas verdes, como a uma árvore,
respiras como a folhagem na calma luz
Vi na transparência da fonte o teu vulto
as pálpebras fechadas, os cílios frisando a água
Na relva macia os meus dedos encontraram os teus dedos
apertei teu pulso e, por um momento, senti a dor
da tua alma em algum lugar remoto
Sob o plátano, à beira d’água, entre os loureiros
o sono te desfaz em pedaços
em torno a mim, junto a mim, e eu não podia tocar-te inteira
tão possuída estavas por teu silêncio
vendo crescer e apequenar tua sombra
perder-se entre as outras sombras, no outro
mundo que te soltava e te prendia
Vivemos o que nos foi dado viver
Piedade aos que, pacientes, esperam
perdidos entre os loureiros castanhos, sob graves plátanos
e aos que falam sozinhos aos poços e cisternas
e se afogam nos círculos da própria voz
E piedade ao companheiro que dividiu suor e privação
que caiu no sol como um corvo além dos mármores
e não esperou a alegria da recompensa
Dá-nos, fora do sono, a paz
O
exergo ὄνομα δ᾿ Ὀρέστης (de nome Oreste) do poema XVI pertence a
Electra, de Sófocles. Seféris escolhe a cena do desafortunado filho de Agamenon
girando em torno da arena para expressar a amargura do sacrifício diante da indiferença
da plateia (dos homens e dos deuses) e a esperança de evadir o círculo do sofrimento
guardado pelas Eumênidas. Estória Mítica está pautada pela passividade e pela impossibilidade
de superar as forças do destino. Seféris dá voz aos condenados. A atmosfera sufocante
do fim de ciclo começa aqui, em um infinito fechado.
XVI
ὄνομα δ᾿ Ὀρέστης
Στὴ σφενδόνη, πάλι στὴ σφενδόνη, στὴ σφενδόνη,
πόσοι γύροι, πόσοι αἱμάτινοι κύκλοι, πόσες μαῦρες
σειρές. Οἱ ἄνθρωποι ποὺ μὲ κοιτάζουν,
ποὺ μὲ κοιτάζαν ὅταν πάνω στὸ ἅρμα
σήκωσα τὸ χέρι λαμπρός, κι ἀλάλαξαν.
Οἱ ἀφροὶ τῶν ἀλόγων μὲ χτυποῦν, τ᾿ ἄλογα πότε θ᾿ ἀποστάσουν;
Τρίζει ὁ ἄξονας, πυρώνει ὁ ἄξονας, πότε ὁ ἄξονας θ᾿ ἀνάψει;
Πότε θὰ σπάσουν τὰ λουριά, πότε τὰ πέταλα
θὰ πατήσουν μ᾿ ὅλο τὸ πλάτος πάνω στὸ χῶμα
πάνω στὸ μαλακὸ χορτάρι, μέσα στὶς παπαροῦνες ὅπου
τὴν ἄνοιξη μάζεψες μία μαργαρίτα.
Ἦταν ὡραῖα τὰ μάτια σου μὰ δὲν ἤξερες ποὺ νὰ κοιτάξεις
δὲν ἤξερα ποὺ νὰ κοιτάξω μήτε κι ἐγώ, χωρὶς πατρίδα
ἐγὼ ποὺ μάχομαι ἐδῶ-πέρα, πόσοι γύροι;
καὶ νιώθω τὰ γόνατα νὰ λυγίζουν πάνω στὸν ἄξονα
πάνω στὶς ρόδες πάνω στὸν ἄγριο στίβο,
τὰ γόνατα λυγίζουν εὔκολα σὰν τὸ θέλουν οἱ θεοί,
κανεὶς δὲν μπορεῖ νὰ ξεφύγει, τί νὰ τὴν κάνεις τὴ δύναμη, δὲν μπορεῖς
νὰ ξεφύγεις τὴ θάλασσα ποὺ σὲ λίκνισε καὶ ποὺ γυρεύεις
τούτη τὴν ὥρα τῆς ἀμάχης, μέσα στὴν ἀλογίσια ἀνάσα,
μὲ τὰ καλάμια ποὺ τραγουδοῦσαν τὸ φθινόπωρο σὲ τρόπο λυδικό,
τὴ θάλασσα ποὺ δὲν μπορεῖς νὰ βρεῖς ὅσο κι ἂν τρέχεις
ὅσο κι ἂν γυρίζεις μπροστὰ στὶς μαῦρες Εὐμενίδες ποὺ βαριοῦνται,
χωρὶς συχώρεση.
XVI
e
de nome Oreste
Com a pedra, com a pedra na funda, uma e outra vez
E quantas voltas, quantos círculos sangrentos, quantas fileiras
negras de gente que me olha
que me olhava, quando na biga, aclamado
ergui o braço resplandecente
A baba dos cavalos chicoteia, quando se cansarão, os cavalos?
Guincha o eixo da roda, ardem os raios da roda, quando arderá
toda a roda?
Quando se romperão as rédeas, e os cascos
quando, todos pousados, calcarão a terra
e a relva macia entre as papoulas, lá onde
colheste na primavera uma única margarida?
Eram belos os teus olhos, mas não sabias onde
pousá-los, e eu tampouco sabia onde olhar, eu que, sem pátria
gladio aqui - por quantas voltas? -
e sinto os joelhos cederem sobre o eixo
sobre as rodas e a voragem da pista
Se é desejo dos deuses os joelhos cedem, obedientes
Ninguém está a salvo. De que me serve a força? Não podes
refugiar-te no mar que te ninou menino e que procuras
nesta hora de luta, ao arfar dos cavalos
com as flautas que no outono soavam à moda lídia
o mar que não alcanças por mais que corras
por mais que gires e gires diante das negras Eumênidas
entediadas sem remissão
Astianax,
filho de Heitor e Andrômaca, é o inocente. Sua sorte é ter nascido sob uma árvore
e sua riqueza será meditar à sombra delas. Seféris aponta ao retorno à natureza.
As oliveiras enrugadas e as pedras ásperas expressam que voltar à inocência não
condiciona abdicar da presença dos antepassados.
A gravidade destes versos servirá
de parâmetro e de modelo para sua poesia a partir de então. O timbre coloquial não
perderá mais o eco elegíaco e será moderno sem deixar de ser clássico.
XVII
Ἀστυάναξ
Τώρα ποὺ θὰ φύγεις πάρε μαζί σου καὶ τὸ παιδὶ
ποὺ εἶδε τὸ φῶς κάτω ἀπὸ ἐκεῖνο τὸ πλατάνι,
μιὰ μέρα ποὺ ἀντηχοῦσαν σάλπιγγες καὶ ἔλαμπαν ὅπλα
καὶ τ᾿ ἄλογα ἱδρωμένα σκύβανε ν᾿ ἀγγίξουν
τὴν πράσινη ἐπιφάνεια τοῦ νεροῦ
στὴ γούρνα μὲ τὰ ὑγρά τους τὰ ρουθούνια.
Οἱ ἐλιὲς μὲ τὶς ρυτίδες τῶν γονιῶν μας
τὰ βράχια μὲ τὴ γνώση τῶν γονιῶν μας
καὶ τὸ αἷμα τοῦ ἀδερφοῦ μας ζωντανὸ στὸ χῶμα
ἤτανε μία γερὴ χαρὰ μία πλούσια τάξη
γιὰ τὶς ψυχὲς ποὺ γνώριζαν τὴν προσευχή τους.
Τώρα ποὺ θὰ φύγεις, τώρα ποὺ ἡ μέρα τῆς πληρωμῆς
χαράζει, τώρα ποὺ κανεὶς δὲν ξέρει
ποιὸν θὰ σκοτώσει καὶ πῶς θὰ τελειώσει,
πάρε μαζί σου τὸ παιδὶ ποὺ εἶδε τὸ φῶς
κάτω ἀπ᾿ τὰ φύλλα ἐκείνου τοῦ πλατάνου
καὶ μάθε του νὰ μελετᾶ τὰ δέντρα.
XVII
Astianax
Agora que partes leva contigo o menino
que nasceu sob o plátano
um dia em que reluziam as armas e os clarins soavam
e os cavalos suados se inclinavam
sobre o verde espelho das bacias
lambendo os focinhos molhados
As oliveiras com as rugas dos maiores
Os penhascos com o juízo dos maiores
e o sangue do nosso irmão ainda vivo na terra
eram sã alegria, augusta norma
para almas com preces atendidas
Agora que partes, que raia o dia
do juízo, agora que mais ninguém
sabe quem matará quem
leva contigo o menino nascido lá
sob as folhas do plátano e ensina-lhe
a meditar as árvores
A casa destruída é outra imagem
central na poesia de Seféris. Aqui, os versos O que amei perdi com as casas / que
até o verão eram novas / e ruíram no vento do outono remetem a Esmirna e à quinta
do avô em Clazómenas.
XVIII
Λυποῦμαι γιατὶ ἄφησα νὰ περάσει ἕνα πλατὺ ποτάμι
μέσα ἀπὸ τὰ δάχτυλά μου
χωρὶς νὰ πιῶ οὔτε μία στάλα.
Τώρα βυθίζομαι στὴν πέτρα.
Ἕνα μικρὸ πεῦκο στὸ κόκκινο χῶμα,
δὲν ἔχω ἄλλη συντροφιά.
Ὅ, τι ἀγάπησα χάθηκε μαζὶ μὲ τὰ σπίτια
ποὺ ἦταν καινούργια τὸ περασμένο καλοκαίρι
καὶ γκρέμισαν μὲ τὸν ἀγέρα τοῦ φθινοπώρου.
XVIII
Deixei passar a correnteza
entre meus dedos
sem beber uma única gota e me arrependo
Afundo agora na pedra
Sobre a terra vermelha
só me acompanha um pinheiro anão
O que amei perdi com as casas
que até o verão eram novas
e ruíram no vento do outono
Atmosfera
sufocante é de fim de ciclo. E a solidariedade é dirigida aos vencidos que sobreviveram.
XIX
Κι ἂν ὁ ἀγέρας φυσᾶ δὲ μᾶς δροσίζει
κι ὁ ἴσκιος μένει στενὸς κάτω ἀπ᾿ τὰ κυπαρίσσια
κι ὅλο τριγύρω ἀνήφοροι στὰ βουνὰ
μᾶς βαραίνουν
οἱ φίλοι ποὺ δὲν ξέρουν πιὰ πῶς νὰ πεθάνουν.
XIX
Ainda que o vento sopre não nos traz frescor
e a sombra dura pouco nos ciprestes
e todo o entorno é de encostas subindo às montanhas
Pesam os amigos
que não mais sabem como morrer
As
edições traduzidas trazem o subtítulo Andrômeda, ausente no original, uma chave
oferecida pelo poeta para a interpretação do poema XX. O mito serve como pano de
fundo, mais pelo lugar onde o sacrifício evitado por Perseu teria ocorrido que pelo
seu enredo.
XX
Στὸ στῆθος μου ἡ πληγὴ ἀνοίγει πάλι
ὅταν χαμηλώνουν τ᾿ ἄστρα καὶ συγγενεύουν μὲ τὸ κορμί μου
ὅταν πέφτει σιγὴ κάτω ἀπὸ τὰ πέλματα τῶν ἀνθρώπων
Αὐτὲς οἱ πέτρες ποὺ βουλιάζουν μέσα στὰ χρόνια ὡς ποῦ θὰ μὲ παρασύρουν;
Τὴ θάλασσα τὴ θάλασσα, ποιὸς θὰ μπορέσει νὰ τὴν ἐξαντλήσει;
Βλέπω τὰ χέρια κάθε αὐγὴ νὰ γνέφουν στὸ γύπα καὶ στὸ γεράκι
δεμένη πάνω στὸ βράχο ποὺ ἔγινε μὲ τὸν πόνο δικός μου,
βλέπω τὰ δέντρα ποὺ ἀνασαίνουν τὴ μαύρη γαλήνη τῶν πεθαμένων
κι ἔπειτα τὰ χαμόγελα, ποὺ δὲν προχωροῦν, τῶν ἀγαλμάτων.
XX
A ferida reabre no peito
quando os astros declinam e parecem meu corpo
quando sobre os passos dos homens tomba o silêncio
E estes rochedos que o tempo afunda até quando me reterão?
E o mar, o mar quem o secará?
A cada aurora, presas ao rochedo, que por tanta dor já se tornou
meu
vejo mãos acenando ao falcão e ao abutre
vejo árvores que respiram a negra placidez dos mortos
e depois, o sorriso imóvel das estátuas
A
morte e a ressurreição no poema XXI são as do universo helênico.
XXI
Ἐμεῖς ποὺ ξεκινήσαμε γιὰ τὸ προσκύνημα τοῦτο
κοιτάξαμε τὰ σπασμένα ἀγάλματα
ξεχαστήκαμε καὶ εἴπαμε πὼς δὲ χάνεται ἡ ζωὴ τόσο εὔκολα
πὼς ἔχει ὁ θάνατος δρόμους ἀνεξερεύνητους
καὶ μία δική του δικαιοσύνη
πὼς ὅταν ἐμεῖς ὀρθοὶ στὰ πόδια μας πεθαίνουμε
μέσα στὴν πέτρα ἀδερφωμένοι
ἑνωμένοι μὲ τὴ σκληρότητα καὶ τὴν ἀδυναμία,
οἱ παλαιοὶ νεκροὶ ξεφύγαν ἀπ᾿ τὸν κύκλο καὶ ἀναστήθηκαν
καὶ χαμογελᾶνε μέσα σὲ μία παράξενη ἡσυχία.
XXI
Nós, que peregrinamos a este templo
contemplamos as estátuas mutiladas
e, absortos, esquecidos em nós mesmos
nos dizemos que a vida não se perde assim tão facilmente
e que a morte possui caminhos desconhecidos
e uma justiça toda sua
e que, quando sobre os nossos pés morremos
irmanados à pedra, unidos à rigidez e à impotência
os antigos mortos saem do círculo e, ressuscitados
sorriem numa estranha quietude
A
pergunta sobre a possibilidade de uma cultura milenária como a grega terminar naturalmente
é deixada no ar. Por retórica que seja, esta é uma das questões centrais de Estória
Mítica e também da obra de Seféris.
XXII
Γιατί περάσαν τόσα καὶ τόσα μπροστὰ στὰ μάτια μας
ποὺ καὶ τὰ μάτια μας δὲν εἶδαν τίποτε, μὰ παραπέρα
καὶ πίσω ἡ μνήμη σὰν τὸ ἄσπρο πανὶ μία νύχτα σὲ μιὰ μάντρα
ποὺ εἴδαμε ὁράματα παράξενα, περισσότερο κι ἀπὸ σένα,
νὰ περνοῦν καὶ νὰ χάνουνται μέσα στὸ ἀκίνητο φύλλωμα μιᾶς πιπεριᾶς
γιατί γνωρίσαμε τόσο πολὺ τούτη τὴ μοίρα μας
στριφογυρίζοντας μέσα σὲ σπασμένες πέτρες, τρεῖς ἢ ἕξι χιλιάδες χρόνια
ψάχνοντας σὲ οἰκοδομὲς γκρεμισμένες ποὺ θὰ ἦταν ἴσως τὸ δικό μας σπίτι
προσπαθώντας νὰ θυμηθοῦμε χρονολογίες καὶ ἡρωικὲς πράξεις
θὰ μπορέσουμε;
γιατί δεθήκαμε καὶ σκορπιστήκαμε
καὶ παλέψαμε μὲ δυσκολίες ἀνύπαρχτες ὅπως λέγαν,
χαμένοι, ξαναβρίσκοντας ἕνα δρόμο γεμάτο τυφλὰ συντάγματα,
βουλιάζοντας μέσα σὲ βάλτους καὶ μέσα στὴ λίμνη τοῦ Μαραθῶνα,
θὰ μπορέσουμε νὰ πεθάνουμε κανονικά;
XXII
Tantas coisas passaram por nossos olhos
que nossos olhos nada viram; mas além e por trás
da memória como em um adro o pano branco
onde certa noite vimos estranhas aparências, mais estranhas
que a tua
passarem e sumirem na imóvel folhagem de um pimenteiro
Tanto conhecemos nosso destino
errando por pedregais – três ou seis milhares de anos –
escavando ruínas que podiam ser talvez a nossa casa
tentando lembrar datas e façanhas heroicas
poderemos agora então?
Tanto estivemos juntos e dispersos
às voltas com desafios, dizia-se, inexistentes, extraviados
reencontrando um caminho apinhado por regimentos cegos
náufragos em pântanos e no lago de Maratona
poderemos agora morrer normalmente?
Karantonis ouve o Valéry de:
Le vent se lève!… Il faut tenter de vivre! nos últimos versos do poema XXIII.
XXIII
Λίγο ἀκόμα
θὰ ἰδοῦμε τὶς ἀμυγδαλιὲς ν᾿ ἀνθίζουν
τὰ μάρμαρα νὰ λάμπουν στὸν ἥλιο
τὴ θάλασσα νὰ κυματίζει
λίγο ἀκόμα,
νὰ σηκωθοῦμε λίγο ψηλότερα.
XXIII
Ainda um pouco mais
e veremos as amendoeiras em flor
o brilho dos mármores ao sol
e o mar levitar em ondas
Ainda um pouco mais
ergamo-nos um pouco mais alto
A melancolia do último fragmento
traz esperança na sobrevivência ou, nas palavras do próprio Seféris, de uma outra
vida além das estátuas.
XXIV
Ἐδῶ τελειώνουν τὰ ἔργα τῆς θάλασσας, τὰ ἔργα τῆς ἀγάπης.
Ἐκεῖνοι ποὺ κάποτε θὰ ζήσουν ἐδῶ ποὺ τελειώνουμε
ἂν τύχει καὶ μαυρίσει στὴ μνήμη τους τὸ αἷμα καὶ ξεχειλίσει
ἂς μὴ μᾶς ξεχάσουν, τὶς ἀδύναμες ψυχὲς μέσα στ᾿ ἀσφοδίλια,
ἂς γυρίσουν πρὸς τὸ ἔρεβος τὰ κεφάλια τῶν θυμάτων:
Ἐμεῖς ποὺ τίποτε δὲν εἴχαμε θὰ τοὺς διδάξουμε τὴ γαλήνη.
XXIV
Aqui findam as obras do mar e do amor
Quantos viverão um dia de onde nós terminamos
se acaso enegreça o sangue e a memória transborde
não se esqueçam de nós, tênues almas entre asfódelos
e ao Érebo virem a cabeça das vítimas
A eles, nós que nada tínhamos, ensinaremos a paz
A
série de vinte e quatro poemas de Estória Mítica é um deslumbrante preâmbulo de
Ἀσίνην τε
(O Rei de Assíne), poema grego essencial da primeira metade do século XX inspirado
pela visita feita por Seféris a um sítio arqueológico micênico, no Peloponeso, durante
o verão de 1938.
Assíne foi uma antiga cidade
da Argólida destruída no século VIII a.c. e mencionada apenas de passagem no catálogo
de navios homéricos. Pensar que de todo um reino reste apenas um nome no Canto II
da Ilíada o leva a escrever o poema.
A imagem da máscara mortuária
de ouro vem da “Máscara de Agamenon”, peça retirada das escavações feitas por Schliemann
em Micenas. E o refrão Assíne te… Assíne te… com que Seféris rompe o seu solilóquio
não serve apenas como uma referência à Ilíada, mas para ouvir entre os seus versos
a voz de Homero.
Se em Estória Mítica, Seféris
identifica o lugar histórico sem precisar a época dos acontecimentos, em O Rei de
Assíne procura o passado épico na paisagem moderna. Na revista pelo rei lendário,
o que a cena irradia é a ausência da civilização helênica nas ruínas e no estado
de espírito do poeta.
Yorgos Seféris possui a rara
habilidade de relacionar através da poesia os fatos do seu cotidiano e as suas questões
existenciais com os mitos, as tragédias e os episódios históricos da cultura helênica.
Em O Rei de Assíne, onde outros turistas passeiam entre as pedras admirando a vista
do alcantilado sobre o Egeu, ele cria uma obra-prima sobre alguém de quem nada se
sabe, um não-personagem em um lugar sem memória.
Ο βασιλιάς της Ασίνης
Ασίνην τε …
Ιλιάδα
Κοιτάξαμε όλο το πρωί γύρω-γύρω το κάστρο
αρχίζοντας από το μέρος του ίσκιου εκεί που η θάλασσα
πράσινη και χωρίς αναλαμπή, το στήθος σκοτωμένου παγονιού
μας δέχτηκε όπως ο καιρός χωρίς κανένα χάσμα.
Οι φλέβες του βράχου κατέβαιναν από ψηλά
στριμμένα κλήματα γυμνά πολύκλωνα ζωντανεύοντας
στ’ άγγιγμα του νερού, καθώς το μάτι ακολουθώντας τις
πάλευε να ξεφύγει το κουραστικό λίκνισμα
χάνοντας δύναμη ολοένα.
Από το μέρος του ήλιου ένας μακρύς γιαλός ολάνοιχτος
και το φως τρίβοντας διαμαντικά στα μεγάλα τείχη.
Κανένα πλάσμα ζωντανό τ’ αγριοπερίστερα φευγάτα
κι ο βασιλιάς της Ασίνης που τον γυρεύουμε δυο χρόνια τώρα
άγνωστος λησμονημένος απ’ όλους κι από τον Όμηρο
μόνο μια λέξη στην Ιλιάδα κι εκείνη αβέβαιη
ριγμένη εδώ σαν την εντάφια χρυσή προσωπίδα.
Την άγγιξες, θυμάσαι τον ήχο της; κούφιο μέσα στο φως
σαν το στεγνό πιθάρι στο σκαμμένο χώμα·
κι ο ίδιος ήχος μες στη θάλασσα με τα κουπιά μας.
Ο βασιλιάς της Ασίνης ένα κενό κάτω απ’ την προσωπίδα
παντού μαζί μας παντού μαζί μας, κάτω από ένα όνομα:
“Ασίνην τε … Ασίνην τε …”
και τα παιδιά του αγάλματα
κι οι πόθοι του φτερουγίσματα πουλιών κι ο αγέρας
στα διαστήματα των στοχασμών του και τα καράβια του
αραγμένα σ’ άφαντο λιμάνι·
κάτω απ’ την προσωπίδα ένα κενό.
Πίσω από τα μεγάλα μάτια τα καμπύλα χείλια τους βοστρύχους
ανάγλυφα στο μαλαματένιο σκέπασμα της ύπάρξής μας
ένα σημείο σκοτεινό που ταξιδεύει σαν το ψάρι
μέσα στην αυγινή γαλήνη του πελάγου και το βλέπεις:
ένα κενό παντού μαζί μας.
Και το πουλί που πέταξε τον άλλο χειμώνα
με σπασμένη φτερούγα
σκήνωμα ζωής,
κι η νέα γυναίκα που έφυγε να παίξει
με τα σκυλόδοντα του καλοκαιριού
κι η ψυχή που γύρεψε τσιρίζοντας τον κάτω κόσμο
κι ο τόπος σαν το μεγάλο πλατανόφυλλο που παρασέρνει ο χείμαρρος του ήλιου
με τ’ αρχαία μνημεία και τη σύγχρονη θλίψη.
Κι ο ποιητής αργοπορεί κοιτάζοντας τις πέτρες κι αναρωτιέται
υπάρχουν άραγε
ανάμεσα στις χαλασμένες τούτες γραμμές τις ακμές τις αιχμές τα κοίλα και τις καμπύλες
υπάρχουν άραγε
εδώ που συναντιέται το πέρασμα της βροχής του αγέρα και της φθοράς
υπάρχουν, η κίνηση του προσώπου το σχήμα της στοργής
εκείνων που λιγόστεψαν τόσο παράξενα μες στη ζωή μας
αυτών που απόμειναν σκιές κυμάτων και στοχασμοί με την απεραντοσύνη του πελάγου
ή μήπως όχι δεν απομένει τίποτε παρά μόνο το βάρος
η νοσταλγία του βάρους μιας ύπαρξης ζωντανής
εκεί που μένουμε τώρα ανυπόστατοι λυγίζοντας
σαν τα κλωνάρια της φριχτής ιτιάς σωριασμένα μέσα στη διάρκεια της απελπισίας
ενώ το ρέμα κίτρινο κατεβάζει αργά βούρλα ξεριζωμένα μες στο βούρκο
εικόνα μορφής που μαρμάρωσε με την απόφαση μιας πίκρας παντοτινής.
Ο ποιητής ένα κενό.
Ασπιδοφόρος ο ήλιος ανέβαινε πολεμώντας
κι από το βάθος της σπηλιάς μια νυχτερίδα τρομαγμένη
χτύπησε πάνω στο φως σαν τη σαΐτα πάνω στο σκουτάρι:
“Ασίνην τε Ασίνην τε …”
Να ‘ταν αυτή ο βασιλιάς της Ασίνης
που τον γυρεύουμε τόσο προσεχτικά σε τούτη την ακρόπολη
γγίζοντας κάποτε με τα δάχτυλά μας την αφή του πάνω στις πέτρες.
Ασίνη, καλοκαίρι, 1938 – Αθήνα, Γεν. 1940
O
rei de Assíne
Assine
te…
Ilíada
Por toda manhã olhamos ao redor do rochedo
primeiro pela sombra, onde o mar verde
sem brilhos, peito de pavão morto
nos recebeu como um tempo sem fissuras
As estrias da rocha do alto descendiam:
contortas videiras secas, seus múltiplos sarmentos
revivendo ao toque da água enquanto o olho que as seguia
lutava para fugir da cansativa gangorra
cada vez mais lenta
Pelo lado do sol, um vasto litoral aberto
e a luz a polir diamantes na muralha
Nenhum ser vivo, os pombos selvagens, fugitivos
e o rei de Assíne, por nós procurado durante dois anos
ignoto, esquecido por todos e também por Homero
uma palavra apenas na Ilíada e, ainda assim, incerta
deixada como uma fúnebre máscara de ouro
A tocaste, lembras do som? Oco na luz
cântaro seco no chão escavado
o mesmo som no mar quando batem nossos remos
E o rei de Assíne, um vazio sob a máscara
sempre conosco, em toda parte sempre, sob um nome:
“Assíne te… Assíne te…” e seus filhos
estátuas e suas ânsias um esvoaçar de asas e rajadas
de vento entre pensamentos e seus barcos
ancorados em um porto desvanecido
Debaixo da máscara, um vazio
Além dos olhos enormes, da curva dos lábios, dos cachos
relevos na cobertura áurea da nossa existência
um ponto tenebroso viaja como um peixe
E o pássaro que partiu
com a asa quebrada
a um abrigo de vida no outro inverno
e a jovem que fugiu para flertar
com as presas do verão
e a alma que cruzou temerosa o submundo
e o lugar, uma grande folha de plátano na correnteza do sol
com as relíquias antigas e o pesar do momento
O poeta que tarda contemplando as pedras duvida
se há entre os beirais derruídos, cumes e píncaros, fendas e
curvas
se há na passagem da chuva, do vento e da ruína
o esgar no rosto, a expressão da ternura
daqueles que estranhamente foram sumindo da nossa vida
que ficaram como sombras nas ondas, pensamento no mar sem fim?
Ou talvez nem isso, talvez nada além do peso restasse
ou a nostalgia do peso de uma existência viva
aqui onde agora estamos incorpóreos, curvados
como os ramos de um salgueiro assustador
espalhados sobre o desespero incessante
enquanto lento e pardo, o córrego arrasta
ao lodo os juncos arrancados
imagem que a sentença de amargura eterna marmorizou
O poeta, um vazio
Com seu escudo ascende o sol combatendo
e do fundo da caverna um morcego apavorado
atinge a luz como seta no broquel
“Ασίνην τε … Ασίνην τε …” Seja este o rei de Assíne
que nesta acrópole tanto nós buscamos
com os dedos o rastro do seu tato sobre as pedras
Assíne,
verão de 1938 – Atenas, janeiro de 1940
Em
1969, durante uma entrevista a BBC, Seféris criticou a “Ditadura dos Coronéis”.
O regime grego reagiu retirando seu passaporte diplomático. Faleceu em 1971. A multidão
que acompanhou seu féretro pelas ruas de Atenas ovacionava: Athánatos! (“Imortal!”)
Os comentários aos poemas de
Mithistórema estão baseados nas notas que acompanham a tradução de Filippo Maria
Pontani ao italiano. Malanos, Savidis, Karantonis e os diários de Seféris também
foram consultados. As traduções e notas de E. Keeley e P. Sherrard ao inglês, a
de Pedro Bádenas de la Peña ao espanhol e as de José Paulo Paes ao português também
foram estudadas.
THOMAZ ALBORNOZ NEVES (Brasil, 1963). É advogado, cineasta, tradutor, ensaísta e poeta. Ao longo de quase quarenta anos, tornou-se um dos mais ativos tradutores de poesia contemporânea para o português. Viveu na Itália, França e Espanha durante seus anos de formação. Fixou-se então no Rio de Janeiro, no norte do Uruguai e finalmente em Livramento. Publicou vários livros, entre eles Renée (1987), Poemas (1990), Golfe (2012), À espera de um igual (2020), Oriente (2021) e 24 verbetes (2022).
LENNIN VÁSQUEZ (Peru, 1978). Artista convidado desta edição de Agulha Revista de Cultura. Estudou na Escola Superior Autônoma de Belas Artes do Peru entre 1996 e 2002, onde obteve medalha de ouro em desenho. Suas exposições pessoais incluem Metaphysical Landscapes (2023), Collected Work (2019) Spain, I Have All Nights in My Veins (2018); Delírios Crepusculares (2017); Quadrante dos Sonhos – jardins e labirintos (2015); Vento SURreal (2010); Aos Olhos do Apu (2009); Ritual Beings (2007), entre outras. Desde 1997 expôs coletivamente em dezenas de oportunidades no Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Colômbia e Espanha. Em 2010 realizou mural no encontro internacional Art x Parte em Berazategui, Buenos Aires, Argentina. Seu trabalho está no Museu Belas Artes, Santiago do Chile; Aliança Francesa Lima, Peru; Município de Suba, Bogotá, Colômbia; e Coleção Faber Castell, Lima, Peru. Coleção Mapfre Lima Peru. Lennin possui um traço refinado repleto de referências mitopoéticas, que expressam não apenas sua afinidade com o Surrealismo, como também um universo acentuado por suas origens indígenas.
Agulha Revista de Cultura
Número 222 | janeiro de 2023
Artista convidado: Lennin Vásquez (Peru, 1978)
editor | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editora | ELYS REGINA ZILS | elysre@gmail.com
ARC Edições © 2023
∞ contatos
Rua Poeta Sidney Neto 143 Fortaleza CE 60811-480 BRASIL
https://www.instagram.com/agulharevistadecultura/
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/
FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
ELYS REGINA ZILS | elysre@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário