o escritor Karl Kraus se opôs
ao entusiasmo da maioria:
Quem insufla as ações
[da guerra]
profana a palavra e a ação
e é duplamente desprezível.
Os que agora nada têm a dizer
porque a ação captura a palavra
seguem falando.
Quem tiver algo a dizer
que dê um passo adiante e se cale!
Seu contemporâneo Walter Benjamin
preferiu calar. [1]
Grande Guerra de 1914
o discurso da propaganda
atuou efetivamente
como arma.
***
MUDEZ
Há um intento
em marcha para livrar a linguagem de sua incômoda espessura, um intento de apagar
das palavras todo sabor e toda ressonância, o intento de impor pela violência uma
linguagem lisa, sem manchas, sem sombras, sem rugas, sem corpo, a língua dos deslinguados,
uma língua sem outro, na qual ninguém se escute a si mesmo quando fala, uma língua
despovoada. [2]
O alerta do filósofo espanhol
José Luis Pardo expõe a mudez da palavra contemporânea, esvaziada e desincorporada
pela disseminação crescente de uma linguagem meramente informativa. Desta língua dos deslinguados extirpou-se o seu
sabor de boca, pois
Para acessar a linguagem, temos que falar uma língua
(a – ou as –materna/s, ao menos em princípio) e falá-la desde dentro, com nossa
própria voz (manifestando nossas dores e prazeres com ela) e com nossa própria língua.
E isso faz com que as palavras nos deixem um resíduo na ponta da língua, um sabor
de boca (doce ou amargo, bom ou mau), o que
elas nos fazem saber (nos dão a saborear) de nós mesmos e que ninguém mais do que
nós pode saber, porque ninguém mais pode saboreá-las com nossa língua e nossa boca,
porque a ninguém mais podem soar como a nós nos soam. [3]
Calibrada pelas exigências de padronização e modulação
da produção em série, a palavra contemporânea deve objetivar os significados, explicitar,
explicar. Em nosso mundo dominado pela verdade estatística, a objetivação da linguagem
pode ser atestada, por exemplo, nos corretores de texto digitais, cuja sugestão
de probabilidades para a continuação das frases demonstra o estreito limite de nosso
vocabulário cotidiano. Se as vozes artificiais são tão semelhantes às nossas, é
porque já falamos uma língua plana, mecânica, binária: curtir-não-curtir,
seguir-não-seguir, concordar-discordar, cancelar-celebrizar.
Perdemos a capacidade de saborear e deixar as palavras escorregarem pela língua,
de captar sua ressonância ao dizê-las e desfrutar de seu sabor, com a luz das imagens
que suscitam, ao encontro do saber que propiciariam.
***
Não se trata de devorar
mas de saborear as palavras.
Para saborear a comida
é preciso destruir antes de deglutir
o sentido do movimento é de fora para dentro
para garantir prazeres e nutrição. [4]
Ao contrário
o sentido vetorial da vocalidade poética aponta para
fora
eu saboreio para dizer
a alguém.
Saborear é um ato de lapidação e de descoberta
impulso da viagem da palavra
provocadora de sentidos
ao encontro de corpos.
O sabor coincidente com o dizer ratifica a não-linearidade
da voz. [5]
Na deglutição
há sucessão de ações
respirar, saborear, engolir.
no dizer
as ações são simultâneas
expirar, saborear, ressoar, ritmar, lançar.
***
MUDEZ
Na virada do milênio, o dramaturgo e pintor suíço Valère Novarina atesta
a condição contemporânea de circulação das palavras como se fossem moedas de troca.
Eis que agora os homens
trocam entre si palavras como se fossem ídolos invisíveis, forjando nelas apenas
uma moeda:
acabaremos mudos de tanto comunicar;
nos tornaremos enfim iguais
aos animais,
porque os animais nunca
falaram
mas sempre comunicaram,
muito-muito bem.
Só o mistério de falar
nos separava deles.
No final, nos tornaremos
animais:
domados pelas imagens,
emburrecidos pela troca
de tudo,
regredidos a comedores
do mundo e a matéria para a morte.
O fim da história é sem
fala. [6]
***
Habito um texto como habito uma cidade
para orelhas atentas e olhos distraídos
há sempre alguma surpresa
em esquinas antigas.
***
MUDEZ
Em carta de 22 de agosto de 1603, dirigida a seu
amigo Francis Bacon, Lord Chandos preambula um relato de mudez, em gesto confessional.
Eu terei de mostrar-lhe o que há dentro de mim - uma estranheza, uma doença,
uma fraqueza – se você puder compreender que um abismo sem ponte, intransponível,
me separa tanto dos trabalhos literários que eu presumo escreverei, quanto dos que
escrevi, estes que hesito chamá-los meus, tão estranhos me parecem.
Lord Chandos reclama um vínculo da linguagem com a natureza
e uma unidade da existência, cuja separação o afeta porque possui um sabor de boca,
no rastro da palavra, ao passo que a língua se tornará crescentemente despovoada e falada por
deslinguados.
Em poucas palavras: naquele tempo, embebido
numa espécie de embriaguez permanente, toda a existência se apresentava como uma
grande unidade: entre mundo mental e físico não havia contradição alguma, como tampouco
entre o gentil e o animal, entre a arte e a barbárie, a solidão e a companhia; em
tudo percebia a natureza […] e em toda a natureza me percebia a mim mesmo. [8]
Este processo
se inicia historicamente no umbral do século XVII, diz Foucault:
No seu ser bruto e histórico do século XVI, […] a linguagem faz parte da
grande distribuição das similitudes e das assinalações. Por conseguinte, deve, ela
própria, ser estudada como uma coisa da natureza. Seus elementos têm, como os animais,
as plantas ou as estrelas, suas leis de afinidade e de conveniência, suas analogias
obrigatórias. […] A linguagem não é o que é porque tem um sentido; seu conteúdo
representativo […] não tem aqui papel a desempenhar. As palavras agrupam sílabas
e as sílabas, letras, porque há, depositadas nestas, virtudes que as aproximam e
as desassociam, exatamente como no mundo as marcas se opõem ou se atraem umas às
outras. [9]
Lord Chandos habita o limiar do
divórcio entre as palavras e as coisas, nas bordas do Renascimento, e se insere
no movimento de separação que ocorre na fronteira da modernidade, do qual o corte
anatômico [10] é seu gesto objetivo e preciso.
As coisas e as palavras vão separar-se. O olho será destinado a ver e somente
a ver; o ouvido somente a ouvir. O discurso terá realmente por tarefa dizer o que
é, mas não será nada mais que o que ele diz. Imensa reorganização da cultura de
que a idade clássica foi a primeira etapa, a mais importante talvez, posto ser ela
a responsável pela nova disposição na qual estamos ainda presos — posto ser ela que nos separa de uma cultura onde a significação dos signos
não existia, por ser absorvida na soberania do Semelhante; mas onde seu ser enigmático,
monótono, obstinado, primitivo, cintilava numa dispersão infinita. [11]
Lord Chandos vê palavras flutuando ao seu redor, mas que se
desintegram em uma língua que já não diz. A cintilação vira um redemoinho que o
captura, leva ao vazio e o impele a fugir.
***
Em 18 de outubro de 1902, Hugo von Hofmannsthal publica Uma Carta, sobre a qual diz Jorge Larrosa:
A carta está datada de 22 de agosto de
1603, e nela Lord Chandos descreve a seu amigo Francis Bacon os sintomas de uma
estranha doença: as palavras abstratas, que naturalmente a língua precisa dizer para expressar
qualquer ideia, se esfarinhavam na minha boca como cogumelos podres. Porém, o
rastro desta enfermidade atravessa o século XX e alcança dimensões de pandemia nessa sociedade que se chama
a si mesma do conhecimento, da informação e da comunicação. [12]
1603, 1902, 2023. Nos saltos temporais que o texto do escritor austríaco
propõe e provoca, as palavras falham no seu propósito de dizer o mundo: a virada
do século XVII, época do emudecimento da personagem Lord Chandos, quando “as coisas
e as palavras vão separar-se”; o umbral do século XX, momento da criação do texto
por Hofmannsthal, prenúncio da captura das palavras pela propaganda da guerra; e
o momento atual, estágio avançado da saturação das palavras.
Os gestos de Lord Chandos são um relato de mudez e um ato de fuga no sentido
pré-moderno, em que “o mundo é coberto de signos que é preciso decifrar, e estes signos, que revelam
semelhanças e afinidades, não passam, eles próprios, de formas da similitude. Conhecer
será, pois, interpretar: ir da marca visível ao que se diz através dela e, sem ela,
permaneceria palavra muda, adormecida
nas coisas.” [13]
***
A superação das
dicotomias entre corpo e voz, som e sentido, impõe um enfrentamento com a própria
linguagem. Não por acaso, nota-se atualmente o surgimento de vários neologismos
para dar conta da integridade destas instâncias fragmentadas: corpo-voz, corpovoz,
corpo-vocal, corpooral, palavra-corpo. Contestando o estudo da literatura oral sem
atentar para os corpos e vozes dos sujeitos que a criaram e propagaram, Paul Zumthor
propôs substituir oralidade por vocalidade. [14] Portanto, vocalidade pressupõe
a solidariedade entre corpo e voz. Em situação teatral, nos processos de relações
em movimento, para vocalidade diz-se vocalidade
poética. Entre vocalidade e vocalidade poética, é a dimensão do adjetivo
poética que posiciona ator, atriz, performer
e aprendiz, no espaço entre ficção e não-ficção, terreno transitório próprio do
contemporâneo.
***
Na vocalidade poética, o grão da voz não nega o logos pelo protagonismo
da phoné, mas aposta na vocalização do logos desvocalizado, [15] em
um dizer que se constrói em trânsito, na dobra entre o íntimo e o público. Não se
trata de isolar o som do sentido, mas de liberar conexões na ressonância. O dizer
em trânsito se constitui entre nós, não se apoia na apropriação do texto
pelo ator, mas antes que ele se deixe levar pelo fluxo das frases, exponha-se aos
impulsos dos versos, contagie-se pelos rastros das palavras na ponta da língua.
Vocalizar o logos.
Entre o fonético e o fonológico, entre dizer e cantar, entre som e sentido.
***
Há um silêncio na
escuta
silêncio fecundo
como o da pausa
presente na respiração
sopro de Artaud
[16]
pausa de retomada
do ciclo
fronteira entre
os afetos presentes no já dito
em tensão com o
dizer que virá.
Gesto e ação da palavra
exigem seu facho de sombra
seus espectros de silêncios
seus ruídos singulares.
a vocalidade contemporânea
se arrisca em habitar essa fratura
em busca da ressonância perdida
capaz de soldar o dorso do tempo. [17]
***
O ator e a atriz em vocalidade poética superam a condição de falantes que
também são. Valère Novarina analisa esta superação poética, quando diz que
Falar não é comunicar. Falar
não é trocar nem fazer escambo – das ideias, dos objetos -, falar não é se exprimir,
designar, esticar uma cabeça tagarela na direção das coisas, dublar o mundo com
um eco, uma sombra falada; falar é antes abrir a boca e atacar o mundo com ela,
saber morder. O mundo é por nós furado, revirado, mudado ao falar. Tudo o que pretende
estar aqui como um real aparente pode ser por nós subtraído ao falar. As palavras
não vêm mostrar coisas, dar-lhes lugar, agradecer-lhes educadamente por estarem
aqui, mas antes parti-las e derrubá-las. [18]
A morte é condição de fecundidade. As palavras
que minha voz murmura, balbucia, pronuncia, acusticamente mortas quando atiradas
ao ar no sentido dos outros, vivem pelo poder de nossas escutas, fecundam nossos
afetos, provocam nossos pensamentos, violam nossas peles, ressoam nossas intimidades,
impelem nossas ações.
Entretanto, condenadas pelo uso cotidiano e por
sua configuração contemporânea de informação, as palavras se esquivam do risco:
nem vivem, nem morrem. Permanecem anestesiadas, sem peso, sem espessura, sem volume,
sem densidade. O perigo da exposição à singularidade da voz do sujeito poético ameaça
a ordem do capitalismo recente, cuja manutenção exige todos os esforços dos especialistas,
dos políticos, dos funcionários, dos jornalistas, para esvaziá-la de conotação,
de melodia, de ressonância, de música, de cor, e reduzi-la a simples portadora de
informação, à sua mínima condição utilitária.
***
Em discurso no Fórum Social Mundial de 2005, José Saramago atenta para o esvaziar da ideia de democracia:
A democracia em que vivemos
é uma democracia sequestrada, condicionada, amputada […] As grandes decisões são
tomadas numa outra esfera. E todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras
internacionais, os FMI’s, as Organizações Mundiais do Comércio, os Bancos Mundiais,
[…] nenhum desses organismos é democrático. Como podemos falar de democracia, se
aqueles que efetivamente governam o mundo não são eleitos democraticamente pelo
povo? [19]
A palavra democracia parece ocultar a palavra
capitalismo, proscrita dos noticiários.
Não obstante a distância entre democracia e capitalismo, diariamente somos bombardeados
por frases do tipo desrespeito à democracia,
lutamos por liberdade e democracia,
isso não condiz com a democracia. Na manobra, a palavra democracia, que
exige a igualdade como seu primeiro lema, encapsula o capitalismo, que exige a desigualdade,
a competição e a exploração como condição de existência.
A
democracia é a máscara do capitalismo.
***
Falar contra a música, prescrevia
Bertolt Brecht[20], na época da Ópera de Três Vinténs, para criar um
espaço de estranhamento
um vazio provocador do confronto da palavra em circulação com os sentidos
de suas múltiplas camadas,
para quebrar a familiaridade das palavras,
sua automação, seu desgaste,
para rasgá-las, perfurá-las desde dentro:
vesti-las de assombro.
Em nossa época, vozes sitiadas que somos pelas palavras reduzidas à informação
e à comunicação, uma missão contemporânea da vocalidade poética será pensar contra
a língua, falar contra as palavras e cantar contra a música, pois
cada palavra de teu idioma tem uma armadilha:
mais adiante aprenderás a pensar
contra tua própria língua. [21]
Estranhar significa
historicizar.
***
Vocalidade poética
contemporânea
prazer dialético
que corta
estranha
historiciza
e assombra.
***
À imagem mecânica e instrumental da linguagem
que nos propõe o grande sistema de mercado que vem estender sua rede sobre nosso
Ocidente desorientado, à religião das coisas, à hipnose
do objeto, à idolatria, a esse tempo que parece se ter condenado a ser apenas o
tempo circular de uma venda perpétua, a esse tempo no qual o materialismo dialético,
desmoronado, dá passagem ao materialismo absoluto
oponho
nossa descida em linguagem muda na noite da matéria
de nosso corpo pelas palavras e a experiência singular que cada falante faz, cada
falador daqui, de uma viagem na fala;
oponho
o saber que nós temos, que existe, bem no fundo
de nós, não algo do qual seríamos proprietários (nossa parcela individual, nossa
identidade, a prisão do eu), mas uma abertura interior,
uma passagem
falada. [22]
***
MUDA
onde há o perigo,
cresce também o que salva.
Talvez a palavra muda
emudecida
possa engendrar
a palavra-broto
galho
muda de árvore
a palavra-mudança
transformação.
NOTAS
Este artigo é corolário direto do estágio pós-doutoral Linguagem,
experiência e memória: poéticas da voz do narrador e do cantor como sujeitos do
ator, realizado na Universitat de Barcelona, em 2011, com financiamento
da Fapesp e supervisão de Jorge Larrosa. Desenvolvi seus temas principais no livro
Palavra Muda. Sobre poéticas para vozes em Estado de Sítio (DAL FARRA MARTINS,
2020).
1. KOVACSICS, 2007. Traduzido por Dal Farra.
2. PARDO, 2000. Traduzido por Dal Farra.
3. PARDO, 2004. Traduzido por Dal Farra.
4. Diz Hannah ARENDT (1987), na seção Labor e
fertilidade, de sua grande obra A condição humana: Ambos [o trabalho e o labor] são processos devoradores que se apossam da
matéria e a destroem: o trabalho realizado
pelo labor em seu material é apenas o preparo para a destruição final deste último.
Podemos dizer que a vocalidade poética – projeto de atuação da atriz, do narrador,
do cantor, da performer – encontra-se entre o ser e o fazer, entre o labor e o trabalho.
O labor instaura um saber orgânico, necessário à manutenção constante da vida; o
trabalho, um saber poético, de fabricação. A observação de Hannah Arendt nos instiga
a indagar: o que a voz destrói quando se lança? De fato, há uma queima energética
própria dos processos corporais, mas há também uma espécie de poda no teor de memórias,
pensamentos e emoções: quando eu digo, coloco para fora, desabafo, confesso, declaro.
Parece haver aí também uma destruição, no sentido da transformação já inerente ao
labor, quando garante a manutenção do ciclo vital.
5. BARTHES (1987) sugere uma anisotropia do texto:
Se você mete um prego na madeira, a madeira
resiste diferentemente conforme o lugar em que é atacada: diz-se que a madeira não
é isotrópica. O texto tampouco é isotrópico: as margens, a fenda, são imprevisíveis.
Assim também a voz e a vocalidade poética, pluralidade corporal de ritmos, ressonâncias,
respirações.
6. NOVARINA, 2003. Grifei.
7. ZUMTHOR, 2001.
8. HOFMANNSTHAL, 2010. Traduzido por Dal Farra.
9. FOUCAULT, 1992. Grifei.
10. David LE BRETON (2013) marca o surgimento do homem anatomizado no limiar
da modernidade: Anteriormente o corpo não
está singularizado do sujeito ao qual empresta um rosto. O homem é indissociável
de seu corpo, ele ainda não está submetido a esse singular paradoxo de ter um corpo.
Durante toda a duração da Idade Média, as dissecções são proibidas, impensáveis
mesmo. A introdução violenta do utensílio nos corpos seria uma violação do ser humano,
fruto da criação divina. Além disso, seria atentar sobre a pele e a carne do mundo.
No universo dos valores medievais, o homem está tomado pelo universo, ele condensa
o cosmo. Com os anatomistas, […] nasce o dualismo contemporâneo que, de um modo
igualmente implícito, considera o corpo isoladamente, em uma espécie de indiferença
em relação ao homem ao qual empresta seu rosto. […] O corpo é posto em suspensão,
dissociado do homem, ele é estudado por si mesmo, como realidade autônoma.
11. FOUCAULT, 1992. Grifei.
12. LARROSA, 2010. Traduzi. Grifei.
13. FOUCAULT, 1992. Grifei.
14. ZUMTHOR, 2000.
15. CAVARERO, 2011.
16. ARTAUD, 1983.
17. AGAMBEN, 2009.
18. NOVARINA, 2003.
19. SARAMAGO, 2005.
20. BRECHT, 1978.
21. Juan Goytisolo, escritor catalão. In: LARROSA, 2010. Traduzi.
22. NOVARINA, 2003.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O
que é o contemporâneo e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro:
Forense-Universitária, 1987.
ARTAUD, Antonin. Um atletismo afetivo. In: O teatro
e seu duplo. São Paulo: Max Limonad, 1983.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva,
1987.
BRECHT, Bertolt. Estudos sobre Teatro.
Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1978.
CAVARERO, Adriana. Vozes Plurais. Belo Horizonte, UFMG,
2011.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo:
Martins Fontes, 1992.
HOFMANNSTHAL, Hugo von. Una Carta. Bogotá: Asolectura, 2010.
KOVACSICS, Adan. Guerra
y lenguaje. Barcelona: Acantilado, 2007.
LARROSA, Jorge. Herido de realidad
y en busca de realidad. Notas sobre los lenguajes de la experiencia. In: DOMINGO, José
Contreras y FERRÉ, Núria Pérez de Lara (org.). Investigar la experiencia educativa.
Madrid: Morata, 2010.
LE BRETON, David. Antropologia do
corpo e modernidade. São Paulo: Editora Vozes, 2013.
NOVARINA, Valère. Diante da palavra. Rio de Janeiro:
7 Letras, 2003.
PARDO, José Luis. La Intimidad.
Valencia: Pre-Textos, 2004.
___. Carne de palabras. In: VALENTE,
José Ángel. Anatomía de la palabra. Valencia: Pre-Textos, 2000.
___. Los pájaros de la lengua.
In: Estética de lo peor. Madrid: Pasos Perdidos, 2010.
SARAMAGO, José. Discurso durante o Fórum Social Mundial.
Porto Alegre: janeiro de 2005. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m1nePkQAM4w. Acesso em 30/05/2018.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção,
leitura. São Paulo: Editora da PUC, 2000.
CHRISTINE BOUMEESTER (Indonésia, 1904-1971). Nossa artista convidada se expressou
através de colagens, óleos, litografias, desenhos, aquarelas. O ritmo de
sua plástica define a presença de modulações sugestivas, delicadas passagens de
cores e formas, em atmosfera quase onírica. Casada com o gravador Henri Goetz –
que ela conheceu em Paris, para onde se mudou, em meados dos anos 1930, após residência
em Amsterdã, cidade onde realizou sua primeira individual–, o casal descobre no
Surrealismo uma significativa afinidade que definiria sua linguagem. As relações
resplandeciam: Picasso, Breton, Éluard, Wilfredo Lam, Hans Arp. Com a chegada da
2ª Guerra Mundial, Christine e Henri se recolhem na pequena Carcassonne, ao sul
da França, e ali se encontram com alguns integrantes do grupo surrealista belga
(Raoul Ubac, René Magritte, Louis Scutenaire) e, juntos, fundam a revista La main à plume, que resistirá de 1941 a
1944. Após este período Christine realiza uma série de exposições e é celebrada
pela crítica como uma relevante artista abstrata, embora essa abstração seja fruto
não de uma evasão de sentido, mas antes do recorte de uma paisagem onírica onde
a artista busca precisar novos valores imaginários.
Agulha Revista de Cultura
Número 226 | março de 2023
Artista convidada: Christiane Boumeester (Indonésia, 1904-1971)
editora | ELYS REGINA ZILS | elysre@gmail.com
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