sábado, 15 de junho de 2024

ELYS REGINA ZILS & FLORIANO MARTINS | No palco nu, com Antônio Cunha

 


O catarinense Antônio Cunha é ator, dramaturgo, roteirista, diretor de teatro e poeta. É autor de mais de oito peças, todas elas encenadas. Publicou o livro Três D(r)amas Possíveis (2004), com textos teatrais de sua autoria. Dirigiu espetáculos como Uma Visita, de Martin Walser e Sonho de Uma Noite de Velório, de Odir Ramos da Costa. Também dirigiu, pela Cia. Ópera de Santa Catarina, a montagem de mais de 12 óperas, incluindo La Traviata, A Flauta Mágica, O Barbeiro de Sevilha, As Bodas de Fígaro e Carmen. Em 2020, em decorrência do isolamento forçado devido à pandemia que o mundo inteiro enfrentou, desenvolveu a série “Outros Autores”, vídeos-leituras através do qual vem destacando o panorama da produção poética contemporânea. A esta série se seguiu outra, “Do InVerso a Toda Prosa”. Ao final de nossa entrevista com ele apresentamos uma mostra das duas séries, vídeos escolhidos pelo próprio Antônio Cunha, a quem agradecemos a atenção e o carinho.

 

P | Muito me interessa a tua ideia de relacionar a arte com o ar, dando à criação artística um caráter de permanente coexistência com tudo o que somos. Evidente que também concordamos que essa relação não lhe tira o mistério, pois o próprio aspecto inesperado da vida lhe garante a presença. Pois bem, como essa relação se dá em termos de ritmo? Tens uma voracidade criativa, o que equivalha ao que eu costumo chamar de gula existencial, ou te sentes mais tranquilo em relação ao tempo, considerando pausas, experiências paralelas etc.?

 

AC | Já fui mais “guloso” nesse sentido. É uma questão de juventude. Hoje não tanto ou quase nada. Deixei de dar grande importância ao “eu artista”. Na somatória, no cômputo geral, isso tem pouca significância. Não que eu não me veja ou não me respeite enquanto tal, apenas deixei de utilizar uma dosagem exagerada disso na receita do bolo. Portanto, a minha necessidade de fazer arte passou a ter um lugar secundário. A obra artística não é resultado de um surto, de um espasmo, de uma necessidade, mas, ao fim e ao cabo, de elaboração. E isso exige pausas, até mesmo vazios que possam ser preenchidos, ou não.

 

P | O teu currículo como dramaturgo e diretor, antes da aparição, como dizes, do ator, é algo fascinante. Essa quase devoção pelo espaço cênico da ópera e a construção de personagens vinculados a um teatro mais apanhado na história, como nos casos de Crime e Dona Maria, a louca, de onde vem essa afinidade com o palco, um palco em que o gestual me parece ter uma voz maior do que a luz ou a plasticidade?

 

AC | A afinidade é adquirida com o tempo e com a persistência. Ainda a estou adquirindo. Na verdade dou bastante importância à luz e à plasticidade do espetáculo, quando requeridos. Talvez o gesto ganhe um peso maior porque sempre tive em mente que ele é a essência do teatro. O teatro pode se realizar, em muitos casos, sem luz cênica, sem cenário ou figurino, mas nunca sem o ator.

 

P | Em que diferem as concepções cênicas levadas a termo pelos grupos Armação e O Dromedário Loquaz (aproveito para indagar a origem desse belo título)?

 

AC | Primeiro, o nome do grupo O Dromedário Loquaz surgiu na reunião de sua criação, em 1981. Buscavam os seus criadores um nome que transmitisse a força, a importância, as dificuldades e a satisfação de se fazer teatro (veja que, embora nos últimos anos, ainda sob o peso da ditadura). E então alguém deu a seguinte sugestão: DROMEDÁRIO - animal grande e forte que vive em lugares de difícil acesso, com problemas para sua sobrevivência, além de ser muito resistente à fome e à sede. LOQUAZ - que fala muito, falador, eloquente. Pronto! Já o Grupo Armação ganhou esse nome quando de sua fundação, em 1972, numa fusão da ideia de carpintaria teatral com a denominação de algumas belas vilas de Florianópolis e região (Armação, Armação da Piedade, Armação do Pântano do Sul...). O Grupo Armação foi fundado quase dez anos antes de O Dromedário Loquaz e é hoje o grupo teatral mais longevo de Santa Catarina. O grupo se diferenciou e se diferencia ainda de praticamente todos os demais grupos do Estado por uma característica: nunca se fixou ao comando de um diretor só. Pelo Armação passou um sem-número de diretores, com propostas muito diversas. E essa característica deu e dá ao grupo, aos seus atores e atrizes, a possibilidade de exercitar linhas conceituais bem distintas. Com O Dromedário Loquaz se deu um pouco diferente. O grupo permaneceu nos seus primeiros 10 anos sob a batuta do diretor Isnard Azevedo, grande criador, já falecido. Hoje o grupo segue sob o comando da diretora e dramaturga Sulanger Bavaresco, que foi atriz durante um período da atuação de Isnard. Isso, por outro lado, dá ao grupo a oportunidade de aprofundar-se numa proposta conceitual. Eu gosto das duas experiências.

 


P | Durante a pandemia, iniciaste o projeto Diário poético com a publicação de poemas e contos em vídeos e agora dá continuidade com a série Outros autores. Como é feita a seleção dos autores e obras que vais apresentar? Poderias comentar como se dá a montagem desse processo até o público receber esses potentes vídeos?

 

AC | Na verdade foram quatro séries: Diário Poético (somente com poemas meus), Outros Autores, Do InVerso a Toda Prosa e Poesia em 3X4 (com poemas de diversos autores). Iniciei recentemente a postagem de novos vídeos, porém não denominei uma nova série. A série Outros Autores eu iniciei selecionando poemas de livros da minha biblioteca e poemas que via postados na internet. Entrava em contato com o autor e solicitava a sua permissão. Ainda no decorrer dessa série comecei a receber pedidos de autores do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde e autores lusófonos residentes em outros países. Mandavam-me poemas, pequenos contos, etc. Atendi a todos, pois senti que a ideia, que surgiu apenas como um exercício do ator impedido de estar no palco, havia se transformado numa janela para esses autores, fosse para apresentar algo de sua obra, fosse para conhecer outros. E de fato eu mesmo e muitos desses autores acabamos por criar laços de amizade e oportunidade de troca a partir daí. Sobre o processo, sempre foi muito simples. Tecnicamente, realizo a filmagem com a câmera de um celular utilizando a luz advinda da tela do computador por onde leio o poema. Experimentei em algumas oportunidades outros tipos de iluminação, mas aprendi a simplificar. Na maioria das vezes utilizei a filmagem em preto e branco por uma opção estética e também para melhor anular o fundo da imagem. Com o tempo e com celular novo fui aprendendo a utilizar melhor os recursos de filmagem e também de edição (corte, legenda, etc.) no computador. Sobre o processo de criação, também nada sofisticado. Nas Séries Outros Autores e Do InVerso a Toda Prosa eu postava um vídeo por dia, sete dias por semana. Geralmente gravava e postava no mesmo dia. Mas resolvi diminuir o passo a bem da qualidade técnica e a bem da minha saúde. O critério básico sempre foi tomar o texto (poema, conto) e transfomá-lo na fala de uma personagem. Por isso faço questão de sempre dizer que não são declamações, porque o processo e o resultado perseguido são diferentes. Nesse caso eu sempre busco nos poemas e textos as possibilidades que eles me oferecem e o que eu posso oferecer a eles. Algumas leituras e análises, algumas tentativas feitas e eu parto para a filmagem. Quantas forem necessárias até eu acreditar. Muitas vezes eu fico com a primeira. Outras vezes eu faço só a primeira e está pronto. Em outras situações, lá se vão muitas.

 

P | Insisto na escolha por uma razão estética. De um lado, temos a seleção de poemas de autores brasileiros; de outro um elenco internacional. Nos dois casos, uma mescla tanto de nomes clássicos quanto de autores mais novos ou mesmo desconhecidos. Certa vez disseste que não és atraído pela beleza do texto, mas sim pelos sinais de algum desconforto que ele te proporcione. Como rejeitas o conceito de récita, em tal experiência, mesmo que não me preocupe propriamente classificar o teu trabalho, o que exatamente o define?

 

AC | Eu sinto, posso estar errado, que declamar (ou recitar) é “dar” voz àquelas palavras. O que eu busco fazer é “ser” a voz e o rosto delas, claro, numa interpretação muito pessoal. É buscar uma personagem que precise urgentemente dizer aquilo. Pode ser muita pretensão. Mas essa é a intenção.

 

P | Também és poeta, inclusive possuis a cadeira 27 na Academia Catarinense de Letras e Artes, porém parece não ter interesse em publicar a tua produção em livros. Qual o motivo para tal escolha?

 

AC | A Academia da qual faço parte desde 2011, a ACLA, congrega escritores, músicos, artistas visuais e artistas cênicos. Em 2004 eu publiquei meu primeiro livro com três textos da minha dramaturgia intitulado “Três Dramas Possíveis” e minha indicação como acadêmico se deu justamente pela minha trajetória nas artes cênicas e não necessariamente nas letras. Só em 2021 publiquei o meu segundo livro, de poemas, intitulado “Estuário de Incompletudes”, pela Kotter Editorial. No entanto não sou um poeta profícuo. Não há voracidade criativa nesse campo também.

 


P | Ainda sobre teus poemas, quais as tuas influências e como a multiplicidade de linguagens em que atuas nos seus vários outros projetos influenciam teu texto?

 

AC | Sou aberto a todas as experiências. Acho necessário. Depois passo o filtro. Como leitor, fui arranhado por muitos poetas. Cruz e Sousa numa fase mais verde e Lindolf Bell, Rodrigo de Haro e alguns outros já na fase madura, por exemplo. E passei a acompanhar com atenção vários poetas contemporâneos brasileiros, como Celso de Alencar, Ademir Demarch, Jussara Salazar, Cida Pedrosa, Edmir Bezerra, Mírian Freitas, Viegas Fernandes da Costa, Rubens Jardim, Edmilson de Almeida Pereira, Rubens da Cunha, Djami Sezostre e tantos outros que não vou conseguir nominar aqui. A maioria deles pude conhecer mais profundamente durante o processo de realização dos vídeos. Veja que sou eclético. Sobre a multiplicidade de linguagens e o meu texto, todas perpassam tudo. A forma poética, no meu caso, muitas vezes se faz presente num texto de teatro, assim como um ou outro poema se assemelha mais a um monólogo ou à descrição de uma cena. Um ou outro texto da minha dramaturgia contém as rubricas (texto indicativo da ação ou da situação) em forma de poema. Vi montagens de textos meus com outros diretores que utilizaram essas rubricas em cena.

 

P | O que te fez escolher Odir Ramos da Costa, ao dirigir suas peças, em especial Super Coffin ou Sonho de uma noite de velório? Qual a importância deste dramaturgo para o teatro no Brasil?

 

AC | Dirigi duas peças de Odir: Sonho de Uma Noite de Velório (em 2006 e 2008) e Sopros de Paz e Guerra (em 2017). Nesse período nos tornamos amigos. Odir veio a Florianópolis nas duas ocasiões. O primeiro texto foi uma escolha coletiva, do grupo. Foi quando passei a conhecer a dramaturgia de Odir, um teatro estruturalmente formal, mas com abordagens absolutamente instigadoras, que traz à luz questões relacionadas à luta de classes, à exploração da mão de obra e à manipulação midiática e, a exemplo de Sopros de Paz e Guerra, que nos foi enviada pelo próprio Odir, ao universo da caserna e seus ridículos. Ou seja, um teatro popular e político muito bem escrito em linguagem direta e certeira. Acho que o Brasil, o teatro brasileiro, deve a Odir Ramos da Costa o reconhecimento que ele realmente merece. Tinha uma pena do calibre da de um Dias Gomes e expressou o Brasil tão bem a partir do seu Campo Grande, no Rio de Janeiro.

 

P | Conversas sobre tradição e vanguarda no teatro feito no Brasil, essas perspectivas te atraem de algum modo, ou preferes apenas seguir com o teu trabalho? Deixamos de lado os nomes tradicionais de nossa dramaturgia, tais como Oswald de Andrade, Nelson Rodrigues, Jorge de Andrade, Plínio Marcos, Ariano Suassuna, Dias Gomes, outros, poderias mencionar nomes atuais com um comentário sobre a particularidade de cada um?

 

AC | Para não me alongar, poderia citar a jovem mineira Grace Passô, com uma dramaturgia ao mesmo tempo poética e avassaladora, potente e tensionadora. Vide, por exemplo, o seu monólogo Vaga Carne. E também o Luís Alberto de Abreu, não tão jovem, mas que não está na sua lista acima (rrss). O Livro de Jó é de uma dimensão impressionante. É um autor que transita com maestria por vários gêneros e por vários meios.

 

P | Algum interesse em particular por um teatro mais ligado ao nonsense, como as vertentes do Surrealismo, Teatro do Absurdo, Teatro Pânico etc.? E uma curiosidade, pensando em tua ligação como a ópera, o que se extraiu de boa nota estética na relação entre rock e ópera?

 


AC | Meu interesse é geral. Gosto de visitar todas essas “possibilidades”. As especialidades são reducionistas. Eu me interesso pelo teatro que me desafia. Quanto à relação entre rock e ópera, penso na relação samba/rock e no que fizeram Jorge Benjor e o Trio Mocotó, por exemplo. Pode sair maravilhas. Há poucos dias aqui em Florianópolis foi reapresentada a ópera-rock Frankestein, de autoria de um excelente músico e compositor nosso, Alberto Heller. Uma excelente nota estética. E, diante de tudo isso, o rock continua o rock, a ópera continua a ópera, assim como o samba continua sendo.

 

P | Considerando as muitas linguagens que tens ao teu dispor, o que vens planejando para o futuro? Espero que não te oponhas a falar de projetos em curso.


AC | Sem problema. Não faço planos detalhados e a longo prazo. Mas, dentre os projetos, pretendo escrever um novo texto, um monólogo a princípio. Já tenho uma ideia geral, mas não consegui abrir as comportas ainda. Estou retomando a montagem da minha peça Crime, com o Grupo Armação, para reestreia em setembro ou outubro. E vou dirigir a montagem da ópera Rigoletto, de Verdi, para o Festival de Ópera de Joinville entre agosto e setembro deste ano. Dirigi a mesma ópera em 2006, em Florianópolis. Fora isso, sempre aparecem propostas repentinas que, dependendo do interesse e das condições, eu abraço.

 

P | Esquecemos algo?

 

AC | Teríamos muito mais o que dizer, com certeza, mas por ora acho que está de bom tamanho. Mas aproveito para agradecer à Agulha Revista de Cultura, a vocês Floriano e Elys, pela oportunidade. E convido aos leitores a visitarem, a se inscreverem e a assistirem aos meus vídeos no meu canal no YouTube “Antônio Cunha – Teatro e Literatura”. É um canal de divulgação e não é monetizado. Apareçam lá. Salve!!!

 

Convidamos os leitores a visitarem alguns dos vídeos-leituras realizados por Antônio Cunha

 

SÉRIE “OUTROS AUTORES”: 117 – CELSO DE ALENCAR: DESPOJOS DA RUA GUAIANASES

https://youtu.be/zYm6Sdzz07s?si=Ai54YhG9wHNZZOH9

 

SÉRIE “OUTROS AUTORES”: 68 – LUIZ CARLOS LACERDA: A FESTA

https://youtu.be/UYvmWv6aMYY?si=lSIp-1HK1qYv2ajH

 

SÉRIE “OUTROS AUTORES”: 223 – DJAMI SEZOSTRE: OS MENINOS

https://youtu.be/63YUkImG20Q?si=0JYXJlgAwuCdpPXg

 

SÉRIE “OUTROS AUTORES”: 218 – VIEGAS FERNANDES DA COSTA: AQUILO QUE TE DISSE

https://youtu.be/pC5c56h7zQg?si=lIS6YTEyB3008Eug

 

SÉRIE “OUTROS AUTORES”: 122 – VLADMIR MAIAKÓVSKI: O AMOR TRD.: HAROLDO DE CAMPOS

https://youtu.be/XACGf-Z-D7M?si=2UqnnxD1bE1l_qt1

 

Série “Do InVerso a Toda Prosa” – 78: – FOME – de Antônio Cunha

https://youtu.be/chrDllgsZUI?si=O1edBReCW5JkVueP

 

Série Poesia em 3X4: 4) QUANDO VIEREM ME PERGUNTAR AS NOITES, de Edmir C. Bezerra

https://youtu.be/YzX5HdwTQtM?si=sMYCrPkrvCxZA_An

 

Série Poesia em 3X4: 20) OUTRA ORAÇÃO AO MENINO JESUS DE AVELÓS, de Jussara Salazar

https://youtu.be/XrP9euxCO-o?si=c_ea7V_fz5X-bDSt

 

Série “Do InVerso a Toda Prosa” – 72: JULIANA HOFFMANN PINTANDO EM SEU ATELIÊ – de Floriano Martins

https://youtu.be/48OAsfvYHm8?si=ZbmaDVWdAUXJRy0q

 

O Semeador Triste (poema de Carlos Kahê) para Rubens Jardim

https://youtu.be/xtgIOJ-TXKo?si=y63jSx0jrYEocS1P




ELYS REGINA ZILS (Brasil, 1986). Poeta, artista visual, tradutora. Doutoranda e Mestre em Estudos da Tradução pela PGET/Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui graduação em Letras-Língua Espanhola e Literaturas e Letras-Português também pela UFSC/Florianópolis, Brasil. Se dedica à Literatura Latino-americana, pesquisando principalmente Vanguardas Literárias e Artísticas com ênfase em Literatura Surrealista Latino-americana. Coeditora da Agulha Revista de Cultura (2023). Tradutora, ao lado de Floriano Martins, de sua trilogia dedicada ao surrealismo, que inclui Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América, 120 Noites de Eros – Mulheres surrealistas, e Cartas mágicas – Viagens do Surrealismo. Traduziu Os elementos terrestres de Eunice Odio, pela Sol Negro Edições. Tem sido responsável, parcialmente, pelas traduções de poetas hispano-americanos para o “Atlas Lírico da América Hispânica”, da revista Acrobata.

 


FLORIANO MARTINS (Fortaleza, 1957). Poeta, editor, dramaturgo, ensaísta, artista plástico e tradutor. Criou em 1999 a Agulha Revista de Cultura. Coordenou (2005-2010) a coleção “Ponte Velha” de autores portugueses da Escrituras Editora (São Paulo). Curador do projeto “Atlas Lírico da América Hispânica”, da revista Acrobata. Esteve presente em festivais de poesia realizados em países como Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Equador, Espanha, México, Nicarágua, Panamá, Portugal e Venezuela. Curador da Bienal Internacional do Livro do Ceará (Brasil, 2008), e membro do júri do Prêmio Casa das Américas (Cuba, 2009), foi professor convidado da Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados Unidos, 2010). Tradutor de livros de César Moro, Federico García Lorca, Guillermo Cabrera Infante, Vicente Huidobro, Hans Arp, Juan Calzadilla, Enrique Molina, Jorge Luis Borges, Aldo Pellegrini e Pablo Antonio Cuadra. Criador e integrante da Rede de Aproximações Líricas. Entre seus livros mais recentes se destacam Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad (ensaio, México, 2015), O iluminismo é uma baleia (teatro, Brasil, em parceria com Zuca Sardan, 2016), Antes que a árvore se feche (poesia completa, Brasil, 2020), Naufrágios do tempo (novela, com Berta Lucía Estrada, 2020), Las mujeres desaparecidas (poesia, Chile, 2022) e Sombras no jardim (prosa poética, Brasil, 2023).
 

 


ILCA BARCELLOS (Brasil, 1955) | Artista Visual, Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestre em Biologia Vegetal pela Université Pierre et Marie Curie – Paris VI, por muitos anos foi professora de biologia no Colégio de Aplicação da UFSC onde já recorria aos desenhos e às formas orgânicas tridimensionais de seres vivos – representando organelas, sistemas e organismos, em massa de modelagem – como recurso didático. Em 2006, ingressou no campo artístico por meio da cerâmica, participando de exposições coletivas nacionais e internacionais. Ampliando sua produção artística, explora atualmente outros materiais – tecidos, espuma expansiva de poliuretano, EVA, madeira, metal – e diversas linguagens – instalação, pintura, desenho, fotografia, vídeo. Em seu processo investiga as possibilidades conceituais que tangem um duplo percurso: científico e artístico; e busca indagar através de sua produção a poética do pulsar, do devir. Participa de salões nacionais e internacionais desde 2007. Em 2008 através do Salão dos Jovens Artistas de Santa Catarina ganhou o Prêmio Aquisição do Museu de Arte de Santa Catarina – MASC e em 2016 ganhou terceiro lugar do 1º Salão de Artes Visuais de Navegantes, SC. Participou de residências artísticas no Canadá e Cuba. Artista convidada da presente edição da Agulha Revista de Cultura.
 

 


Agulha Revista de Cultura

Número 252 | junho de 2024

Artista convidada: Ilca Barcellos (Brasil, 1955)

Editores:

Floriano Martins | floriano.agulha@gmail.com

Elys Regina Zils | elysre@gmail.com

ARC Edições © 2024


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FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com

ELYS REGINA ZILS | elysre@gmail.com

 






 

  

 

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