sábado, 9 de janeiro de 2016

ANTÓNIO CÁNDIDO FRANCO | Brasílica de Benjamin Péret


Os laços entre Benjamin Péret (1899-1959) e o Brasil são vastos e estreitos. Péret casou, em 1927, com uma brasileira, Elsie Houston, cantora lírica próxima de Villa-Lobos, filha duma carioca e dum médico estadunidense, cunhada de Mário Pedrosa (1905-1981), jornalista e crítico de arte, que aderiu ao Partido Comunista Brasileiro no ano do casamento de Elsie. Na qualidade de quadro comunista, Pedrosa foi enviado para Moscovo, onde devia seguir os cursos da Academia Lenine, o que nunca chegou a acontecer, pois ficou retido em Berlim, onde teve contactos estreitos com a Oposição Bolchevista de esquerda, próxima da dissidência trotskista, à qual aderiu. Em Paris, antes de regressar a casa, contactou com Benjamin Péret, seu cunhado, que decidiu seguir para o Brasil, onde chegou, na companhia de Elsie, em Fevereiro de 1929. Péret ficou no país quase três anos. Em 30 de Dezembro de 1931, depois de ter sido preso pela polícia carioca sob acusação de agitador comunista, foi expulso por um decreto de Getúlio Vargas e repatriado de barco para França. Durante esses três anos Péret teve um empenhamento político junto dos militantes trotskistas brasileiros – na qualidade de revisor de imprensa, profissão que exerceu no Rio – e deixou uma rica e importante colaboração no jornal paulista Diário da Noite. Péret regressou em Junho de 1955 ao Brasil, onde tinha amigos, familiares e correligionários políticos, acabando por ser preso em Abril do ano seguinte, à sombra do mesmo decreto que o expulsara no tempo de Getúlio, para ser libertado algum tempo depois e regressar a França em Agosto. Voltou então a escrever sobre os aspectos da cultura brasileira que mais o tocavam e que não eram os cabralinos.
A relação de Péret com o Brasil é quase desconhecida em Portugal. Tirando algumas alusões de Júlio Henriques, desconhecemos qualquer outro trabalho sobre o assunto. O Brasil tem naturalmente dedicado outra atenção ao caso deste poeta que a revista de Antropofagia de Oswald de Andrade logo saudou no momento da chegada com uma vistosa saudação “Péret: um antropófago que merece cauins de cacique” (17-3-1929). Mais tarde, Sérgio Lima, o fundador, em 1965, do Grupo Surrealista de São Paulo, deu-lhe espaço na I Exposição Surrealista de São Paulo, em 1967, e sobre ele longamente discorreu (A Phala, n.º 1, São Paulo, Agosto, 1967, pp. 115-130). O mesmo Sérgio Lima esteve ainda associado, como tradutor e pesquisador à edição antológica da poesia e do ensaio de Péret Amor Sublime, 1985. Surgiram, depois disso, alguns estudos sobre a relação de Péret com o Brasil como os de Luís António Novaes, Robert Ponge (que organizou, com Mário Maestri a recente edição d’ O quilombo dos Palmares, 2002), Jean Puyade (que organizou a edição de Amor Sublime) ou Maria Leonor Lourenço de Abreu. Também Marcus Salgado se ocupou de Péret no livro A arqueologia do resíduo: os ossos do mundo sob o olhar selvagem (2013), dedicado ao ‘antropófago’ Flávio de Carvalho. Entre a chegada de Péret ao Brasil e a publicação em 1931 de Cobra Norato de Raul Bopp esteve prestes a acontecer uma síntese extraordinária entre antropofagia, tal como Oswald a encarou, regresso da arte ao primitivo, e surrealismo. Em 2013 o Grupo Decollage e o Grupo de TopoAnálise, ambos de São Paulo, editaram um panfleto Deste pão não comeremos, que homenageia um título de Péret de 1936. Está pronto a vir a lume no Brasil o volume, preparado por Sérgio Lima e Michael Löwy, reunindo a criação brasileira do autor, Benjamin Péret. O surrealismo no Brasil.
Deixamos de seguida um elenco bibliográfico anotado sobre os textos brasileiros de Péret, ou de implicação brasileira, que conseguimos apurar. Como depressa se vê, são vastíssimos, ocupam cerca de trinta anos, indo desde 1930 até 1958, e têm uma importância crucial. Basta dizer que o seu autor é um dos pioneiros dos estudos afro-brasileiros e que o seu enfoque, pela abertura às culturas não ocidentais, e ainda pelo interesse obsessivo que põe no maravilhoso, é dos raros que atravessa com à-vontade a espessura interminável do psiquismo brasileiro para se perder nos confins amazónicos das suas fontes originais e paradisíacas. Citamos sempre por edições francesas, pois desconhecemos os textos primeiros publicados no Brasil, em língua portuguesa, por certo em versões de Mário Pedrosa. Desconhecem-se muitos dos manuscritos originais, pelo que os textos publicados hoje em francês são em alguns casos retroversões (da autoria de Carminda Batista). Esta minha bibliografia tem ao menos o interesse de complementar alguns estudos brasileiros, que citam Péret na versão portuguesa.

“Candomblé et Makumba” [texto de B. Péret no Diário da Noite, 25 de Novembro de 1930; primeiro dos treze textos que o autor publicou neste jornal paulista e que fazem dele um dos pioneiros dos estudos afro-brasileiros. Segundo informação do texto, Péret frequentou os terreiros de candomblé do Rio de Janeiro; o que o cativou nos rituais religiosos afro-brasileiros foi a poesia primitiva e selvagem, segundo a expressão por ele usada; esta poesia estaria ausente das religiões evoluídas. Curiosas observações sobre o uso da maconha no candomblé, vista como planta afrodisíaca; versão francesa Carminda Batista], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 73-75.

“Les compliments que m’adressa Nhança” [segundo texto de B. P. no Diário da Noite, 28 de Novembro de 1930; relato duma iniciação num terreiro de candomblé carioca; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 76-77.

“Un dîner de saints” [terceiro texto de B. P. no Diário da Noite (data incerta entre 29 de Novembro e 8 de Dezembro); mais desenvolvimentos no terreiro de candomblé, relativos ao sacrifício dum galo, seguido de dança. Termina com a seguinte frase: Joséphine Baker não é senão uma muita pobre réplica das bailarinas do candomblé e da macumba; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 78-80.

 “La Prévision de saint Côme… ou saint Damien” [quarto texto de B. P. no Diário da Noite, 9 de Dezembro de 1930; nova cerimónia anotada; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 81-82.

“Donner à manger à la tête” [quinto texto de B. P. no Diário da Noite, 11 de Dezembro de 1930; outro ponto da cerimónia do candomblé – que B. P. compara ao hermetismo medieval; síntese antropofágica-surrealista: donner à manger la tête; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 83-84.

“Une fête à Xangô dans la loi d’Angola” [sexto texto de B. P. no Diário da Noite, 16 de Dezembro de 1930; novo relato de cerimónia em terreiro carioca com batida de tambor, dança e chegada do “santo”; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 85-86.

“Mané Kurù, Pereké, Allan Kardec et C.ie” [sétimo texto de B. P. no Diário da Noite, 24 de Dezembro de 1930; relato de sessão de feitiçaria branca; contém desenho, que reproduz nove signos desenhados no chão pelo pai de santo; versão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 87-90.

“La Mythologie Nagô” [oitavo texto de B. P. no Diário da Noite, 27 de Dezembro de 1930; diálogo de Péret com um pai de santo a propósito dos deuses e forças do candomblé; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 91-92.

“Ogum devant de tribunal suprême” [nono texto de B. P. no Diário da Noite, 31 de Dezembro de 1930; continua o diálogo com um pai de santo a propósito das forças do candomblé; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 93-95.

“Les origines des croyances des noirs brésiliens” [décimo texto de B. P. no Diário da Noite, 2 de Janeiro de 1931; tentativa de sistematização dos conhecimentos relativos ao candomblé, com recurso à antropologia, à sociologia, à etnografia, à mitologia, ao folclore e a História das religiões; cita três autores Manuel Querino, “A raça africana e os seus costumes na Baía”; Braz do Amaral, “As tribus negras importadas”; Eduardo de Caldas Brito, “Motins Negros na Baía”; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 96-98.

“Les origines des croyances des noirs brésiliens” [décimo primeiro texto de B. P. no Diário da Noite, 8 Janeiro de 1931; continuação do texto anterior com observações certeiras sobre a proveniência do candomblé e a situação da cultura afro-brasileira no tempo colonial; novas referências bibliográficas: W. B. Seabrook, L’île Magigue; Fernando Ortiz, Los Negros Brujos; Nina Rodrigues, A Tróia Negra; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 99-101.

“Les origines des croyances des noirs brésiliens” [décimo segundo texto de B. P. no Diário da Noite, 15 de Janeiro de 1931; continuação dos textos anteriores com novas referências bibliográficas: Paul Lafargue, Le déterminisme économique de Karl Marx; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 102-103.

“Les origines des croyances des noirs brésiliens” [décimo terceiro texto de B. P. no Diário da Noite, 30 Janeiro de 1931; conclusão do estudo começado a 2 de Janeiro; novas referências bibliográficas: Osório César, Misticismo e Loucura; S. Freud, Totem e Tabu; Karl Marx, Contribution à la critique de la philosophie du droit de Hegel; versão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 99-101.

“Les Religions Nègres du Brésil” [texto inédito, em francês, sem data, encontrado nos arquivos de Mário Pedrosa; ao que sei nunca foi traduzido em português; parece ser uma sistematização dos 9 primeiros textos publicados entre Novembro e Dezembro de 1930 no Diário da Noite; tudo indica ter sido escrito durante a primeira estadia de Péret no Brasil], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 109-116.

“Lettres à Lívio Xavier” [três cartas em francês a Lívio Xavier (1900-1987), condiscípulo e correligionário de Mário Pedrosa e de B. Péret, fundador como eles da Liga Comunista do Brasil em 1931, de orientação trotskista; têm as seguintes datas: 12-5-1931; 1-8-1931; 7-9-1931; cartas com teor político e com importantes alusões ao livro de Benjamin Péret, Almirante Negro, escrito no Rio em 1931 e que narrava a revolta da Chibata, conduzida pelo marinheiro negro João Cândido contra os castigos corporais a que as altas patentes da marinha davam cobertura; o livro foi destruído pela polícia do Rio no momento da expulsão de Péret em 30-12-1931; conhecem-se apenas 4 páginas usadas pelo Tribunal de Segurança Nacional no processo político contra M. Pedrosa, 1937], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 5, introdução Guy Prévan, Paris, Librairie José Corti, 1989, pp. 24-27.

“Lettre ouverte à Ligue Brésilienne” [datada de 19 de Março de 1932, foi escrita em Paris, no momento do regresso de Péret a França; ao chegar, Péret viu-se impedido de integrar as organizações trotskistas por estas julgarem incompatíveis a militância política trotskista e a actividade surrealista; Péret pede então apoio aos militantes do Brasil, que não obtém], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 5, introdução Guy Prévan, Paris, Librairie José Corti, 1989, pp. 37-39.

“Lettre à Lívio Xavier” [carta escrita em francês (com despedida em português: abração e saudades do teu vilho) ao mesmo Lívio das cartas de 1931; dada em Paris (em casa de André Breton) em 31-10-1951], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 5, introdução Guy Prévan, Paris, Librairie José Corti, 1989, pp. 225.

“Du fond de la forêt” [texto em francês, datado de 18 de Janeiro de 1956 (Rio de Janeiro), publicado na revista Le surréalisme même (n.º 2, Primavera, 1957); corresponde, como todos os outros que se seguem, ao período da segunda estadia de Péret no Brasil], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 147-151.

“Maria Martins” [texto em francês, datado de Maio de 1956, publicado em catálogo de exposição de esculturas de Maria Martins; referências a figurações antediluvianas e amazónicas; André Breton, em 1947, escrevera já sobre Maria Martins, “Maria”, texto que figurou em dois catálogos, Maria. Recent Sculptures (Nova Iorque, 1947) e Les statues magiques de Maria (Paris, 1948); Maria Martins (1900-1973), viveu em Nova Iorque e Washington, onde o marido, Carlos Martins Souza, tinha a seu cargo a embaixada do Brasil, entre 1939 e 1948; conviveu aí com os surrealistas franceses no exílio], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 349-350.

“L’Art populaire du Brésil” [texto em francês, sem data, publicado na revista Marco Polo (n.º 23, Setembro, 1956); informações riquíssimas sobre a arte popular do Nordeste brasileiro (Ceará, São Luís de Maranhão, Recife)], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 159-164.

“Aspects précolombiens” [texto em francês, sem data, publicado na revista Marco Polo (n.º 23, Novembro, 1956); tentativa de compreender toda a cultura autóctone, pré-cabralina, que se estendeu desde a vertente ocidental dos Andes à costa do Atlântico; os dois últimos parágrafos, encimados por um título próprio, “Un art sans visage” autónomos e sinópticos de todo o restante texto, são dados por nós em tradução], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 352-357.

“Que fut le Quilombo des Palmares” [texto publicado em língua portuguesa, talvez em versão revista por Mário Pedrosa (em casa de quem B.P. estava instalado no Rio de Janeiro), na revista brasileira ANHEMBI (n.º 65 e 66, Abril e Maio, 1956); pela extensão do trabalho, pela minúcia na recolha e no apuramento dos factos relativos a um dos eventos cruciais (sec. XVII, na fronteira de Pernambuco com Alagoas) da construção do Brasil anti-esclavagista, pela envergadura das interpretações antropológicas, precursoras por exemplo do trabalho de Pierre Clastre, parece a mais importante peça da bibliografia brasileira de B. Péret.; retroversão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 37-72.

“Arts de fête et de cérémonie” [texto em francês, sem data; foi publicado na revista francesa L’ Oeil (n.º 37, Janeiro, 1958); recorrendo aos elementos colhidos nas suas estadias entre os índios do centro e norte do Brasil, Péret estuda os cocares, as plumagens e outros adornos das celebrações colectivas], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 153-158.

“Visites aux Indiens” [texto inédito escrito em francês, sem data, que faz parte do espólio de B. P.; foi escrito durante a segunda estadia no Brasil; dois extractos tiveram publicação, o primeiro em português na revista brasileira ANHEMBI (n.º 88, Março, 1958), com o título “Índios”, o segundo na revista francesa Le surréalisme même (n.º 5, Primavera, 1959), com o título “La lumière et la vie”; no conjunto texto de grande importância, em que Péret dá conta de estadias suas entre tribos índias (Goiânia, Chavantina, Ilha do Bananal, Tocantins) e regista casos do maior interesse; referências elogiosas ao trabalho de Cândido Rondon e de Orlando Vilas Boas], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 117-146.

“Anthologie des mythes, legendes et contes populaires d’Amérique” [texto escrito em francês, constituído por duas partes distintas: a primeira, datada de Novembro de 1942, cidade do México, onde B. Péret chegou em Janeiro desse ano, fugido do nazismo, e onde se manteve até à Primavera de 1948, momento em que regressou a Paris, já em ruptura com a IVª Internacional, foi dada a lume em 1943 em Nova Iorque, nas Edições Surrealistas, num livro de homenagem, La parole est à Péret; a segunda, datada de Agosto de 1955, cidade de São Paulo; o conjunto foi publicado como introdução à Anthologie des mythes, legendes et contes populaires d’Amérique (1960); sobre este livro disse Marcus Salgado (A arqueologia do resíduo: os ossos do mundo sob o olhar selvagem, 2013: 15): Benjamin Péret (…) chegou a fazer uma estadia na Amazônia, em 1956, publicando lendas indígenas brasileiras em sua Anthologie des mythes, legendes et contes populaires d’Amérique], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 15-35.

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ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO (Portugal, 1956). Poeta, ensaísta e editor. Estudioso do Surrealismo e da obra de Teixeira de Pascoaes. Em poesia publicou Murmúrios do mar de Peniche (1977), Corpos celestes (1990) e Estâncias reunidas: 1977-2002 (2002). Entre os títulos ensaísticos destacam-se Viagem a Pascoaes (2006) e Notas para a compreensão do Surrealismo em Portugal (2012). Atualmente dirige a revista A Ideia. Contacto: acvcf@uevora.pt. Página ilustrada com obras de Marcello Grassmann (Brasil), artista convidado desta edição de ARC.



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Fase II | Número 14 | Janeiro de 2016
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