Os laços entre Benjamin Péret (1899-1959) e o Brasil são vastos
e estreitos. Péret casou, em 1927, com uma brasileira, Elsie Houston, cantora
lírica próxima de Villa-Lobos, filha duma carioca e dum médico estadunidense,
cunhada de Mário Pedrosa (1905-1981), jornalista e crítico de arte, que aderiu ao
Partido Comunista Brasileiro no ano do casamento de Elsie. Na qualidade de
quadro comunista, Pedrosa foi enviado para Moscovo, onde devia seguir os cursos
da Academia Lenine, o que nunca chegou a acontecer, pois ficou retido em
Berlim, onde teve contactos estreitos com a Oposição Bolchevista de esquerda, próxima
da dissidência trotskista, à qual aderiu. Em Paris, antes de regressar a casa,
contactou com Benjamin Péret, seu cunhado, que decidiu seguir para o Brasil,
onde chegou, na companhia de Elsie, em Fevereiro de 1929. Péret ficou no país
quase três anos. Em 30 de Dezembro de 1931, depois de ter sido preso pela polícia
carioca sob acusação de agitador comunista, foi expulso por um decreto de
Getúlio Vargas e repatriado de barco para França. Durante esses três anos Péret
teve um empenhamento político junto dos militantes trotskistas brasileiros – na
qualidade de revisor de imprensa, profissão que exerceu no Rio – e deixou uma
rica e importante colaboração no jornal paulista Diário da Noite. Péret
regressou em Junho de 1955 ao Brasil, onde tinha amigos, familiares e
correligionários políticos, acabando por ser preso em Abril do ano seguinte, à
sombra do mesmo decreto que o expulsara no tempo de Getúlio, para ser libertado
algum tempo depois e regressar a França em Agosto. Voltou então a escrever
sobre os aspectos da cultura brasileira que mais o tocavam e que não eram os cabralinos.
A relação de Péret com o Brasil é quase desconhecida em
Portugal. Tirando algumas alusões de Júlio Henriques, desconhecemos qualquer
outro trabalho sobre o assunto. O Brasil tem naturalmente dedicado outra
atenção ao caso deste poeta que a revista
de Antropofagia de Oswald de Andrade logo
saudou no momento da chegada com uma vistosa saudação “Péret: um antropófago
que merece cauins de cacique” (17-3-1929). Mais tarde, Sérgio Lima, o fundador, em 1965, do Grupo Surrealista de
São Paulo, deu-lhe espaço na I Exposição Surrealista de São Paulo, em 1967, e
sobre ele longamente discorreu (A Phala,
n.º 1, São Paulo, Agosto, 1967, pp. 115-130). O mesmo Sérgio Lima esteve ainda
associado, como tradutor e pesquisador à edição antológica da poesia e do
ensaio de Péret Amor Sublime, 1985. Surgiram,
depois disso, alguns estudos sobre a relação de Péret com o Brasil como os de
Luís António Novaes, Robert Ponge (que organizou, com Mário Maestri a recente
edição d’ O quilombo dos Palmares,
2002), Jean Puyade (que organizou a edição de Amor Sublime) ou Maria Leonor Lourenço de Abreu. Também
Marcus Salgado se ocupou de Péret no livro A arqueologia do resíduo: os
ossos do mundo sob o olhar selvagem (2013), dedicado ao ‘antropófago’ Flávio de
Carvalho. Entre a chegada de Péret ao Brasil e a publicação em 1931 de Cobra
Norato de Raul Bopp esteve prestes a
acontecer uma síntese extraordinária entre antropofagia, tal como Oswald a
encarou, regresso da arte ao primitivo, e surrealismo. Em 2013 o Grupo
Decollage e o Grupo de TopoAnálise, ambos de São Paulo, editaram um panfleto Deste
pão não comeremos, que homenageia um
título de Péret de 1936. Está pronto a vir a lume no Brasil o volume, preparado
por Sérgio Lima e Michael Löwy, reunindo a criação brasileira do autor, Benjamin
Péret. O surrealismo no Brasil.
Deixamos de seguida um elenco bibliográfico anotado sobre os
textos brasileiros de Péret, ou de implicação brasileira, que conseguimos apurar.
Como depressa se vê, são vastíssimos, ocupam cerca de trinta anos, indo desde
1930 até 1958, e têm uma importância crucial. Basta dizer que o seu autor é um
dos pioneiros dos estudos afro-brasileiros e que o seu enfoque, pela abertura às
culturas não ocidentais, e ainda pelo interesse obsessivo que põe no
maravilhoso, é dos raros que atravessa com à-vontade a espessura interminável
do psiquismo brasileiro para se perder nos confins amazónicos das suas fontes
originais e paradisíacas. Citamos sempre por edições francesas, pois desconhecemos
os textos primeiros publicados no Brasil, em língua portuguesa, por certo em
versões de Mário Pedrosa. Desconhecem-se muitos dos manuscritos originais, pelo
que os textos publicados hoje em francês são em alguns casos retroversões (da
autoria de Carminda Batista). Esta minha bibliografia tem ao menos o interesse
de complementar alguns estudos brasileiros, que citam Péret na versão
portuguesa.
“Candomblé et Makumba” [texto de B.
Péret no Diário da Noite, 25 de Novembro
de 1930; primeiro dos treze textos que o autor publicou neste jornal paulista e
que fazem dele um dos pioneiros dos estudos afro-brasileiros. Segundo
informação do texto, Péret frequentou os terreiros de candomblé do Rio de
Janeiro; o que o cativou nos rituais religiosos afro-brasileiros foi a poesia primitiva e selvagem, segundo a
expressão por ele usada; esta poesia estaria ausente das religiões evoluídas. Curiosas
observações sobre o uso da maconha no candomblé, vista como planta afrodisíaca;
versão francesa Carminda Batista], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 73-75.
“Les compliments que m’adressa Nhança”
[segundo texto de B. P. no Diário da
Noite, 28 de Novembro de 1930; relato duma iniciação num terreiro de
candomblé carioca; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 76-77.
“Un dîner de saints” [terceiro texto de
B. P. no Diário da Noite (data
incerta entre 29 de Novembro e 8 de Dezembro); mais desenvolvimentos no
terreiro de candomblé, relativos ao sacrifício dum galo, seguido de dança.
Termina com a seguinte frase: Joséphine
Baker não é senão uma muita pobre réplica das bailarinas do candomblé e da
macumba; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 78-80.
“La Prévision de saint Côme… ou saint Damien”
[quarto texto de B. P. no Diário da Noite, 9 de Dezembro de 1930;
nova cerimónia anotada; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 81-82.
“Donner à manger à la tête” [quinto
texto de B. P. no Diário da Noite, 11
de Dezembro de 1930; outro ponto da cerimónia do candomblé – que B. P. compara
ao hermetismo medieval; síntese antropofágica-surrealista: donner à manger la tête; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 83-84.
“Une fête à Xangô dans la loi d’Angola” [sexto texto de B. P. no Diário da Noite, 16 de Dezembro de 1930;
novo relato de cerimónia em terreiro carioca com batida de tambor, dança e
chegada do “santo”; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 85-86.
“Mané Kurù, Pereké, Allan Kardec et
C.ie” [sétimo texto de B. P. no Diário da
Noite, 24 de Dezembro de 1930; relato de sessão de feitiçaria branca;
contém desenho, que reproduz nove signos desenhados no chão pelo pai de santo;
versão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres
complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José
Corti, 1992, pp. 87-90.
“La Mythologie Nagô” [oitavo texto de
B. P. no Diário da Noite, 27 de
Dezembro de 1930; diálogo de Péret com um pai de santo a propósito dos deuses e
forças do candomblé; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 91-92.
“Ogum devant de tribunal suprême” [nono
texto de B. P. no Diário da Noite, 31
de Dezembro de 1930; continua o diálogo com um pai de santo a propósito das
forças do candomblé; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 93-95.
“Les origines des croyances des noirs
brésiliens” [décimo texto de B. P. no Diário
da Noite, 2 de Janeiro de 1931; tentativa de sistematização dos
conhecimentos relativos ao candomblé, com recurso à antropologia, à sociologia,
à etnografia, à mitologia, ao folclore e a História das religiões; cita três
autores Manuel Querino, “A raça africana e os seus costumes na Baía”; Braz do
Amaral, “As tribus negras importadas”; Eduardo de Caldas Brito, “Motins Negros
na Baía”; versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 96-98.
“Les origines des croyances des noirs
brésiliens” [décimo primeiro texto de B. P. no Diário da Noite, 8 Janeiro de 1931; continuação do texto anterior
com observações certeiras sobre a proveniência do candomblé e a situação da
cultura afro-brasileira no tempo colonial; novas referências bibliográficas: W.
B. Seabrook, L’île Magigue; Fernando
Ortiz, Los Negros Brujos; Nina
Rodrigues, A Tróia Negra; versão
francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres
complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José
Corti, 1992, pp. 99-101.
“Les origines des croyances des noirs
brésiliens” [décimo segundo texto de B. P. no Diário da Noite, 15 de Janeiro de 1931; continuação dos textos
anteriores com novas referências bibliográficas: Paul Lafargue, Le déterminisme économique de Karl Marx;
versão francesa C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres
complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José
Corti, 1992, pp. 102-103.
“Les origines des croyances des noirs
brésiliens” [décimo terceiro texto de B. P. no Diário da Noite, 30 Janeiro de 1931; conclusão do estudo começado a
2 de Janeiro; novas referências bibliográficas: Osório César, Misticismo e Loucura; S. Freud, Totem e Tabu; Karl Marx, Contribution à la critique de la philosophie
du droit de Hegel; versão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 99-101.
“Les Religions Nègres du Brésil” [texto
inédito, em francês, sem data, encontrado nos arquivos de Mário Pedrosa; ao que
sei nunca foi traduzido em português; parece ser uma sistematização dos 9
primeiros textos publicados entre Novembro e Dezembro de 1930 no Diário da Noite; tudo indica ter sido
escrito durante a primeira estadia de Péret no Brasil], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 109-116.
“Lettres à Lívio Xavier” [três cartas
em francês a Lívio Xavier (1900-1987), condiscípulo e correligionário de Mário
Pedrosa e de B. Péret, fundador como eles da Liga Comunista do Brasil em 1931,
de orientação trotskista; têm as seguintes datas: 12-5-1931; 1-8-1931;
7-9-1931; cartas com teor político e com importantes alusões ao livro de
Benjamin Péret, Almirante Negro,
escrito no Rio em 1931 e que narrava a revolta da Chibata, conduzida pelo
marinheiro negro João Cândido contra os castigos corporais a que as altas
patentes da marinha davam cobertura; o livro foi destruído pela polícia do Rio
no momento da expulsão de Péret em 30-12-1931; conhecem-se apenas 4 páginas
usadas pelo Tribunal de Segurança Nacional no processo político contra M.
Pedrosa, 1937], Benjamin Péret, Oeuvres complètes,
volume 5, introdução Guy Prévan, Paris, Librairie José Corti, 1989, pp.
24-27.
“Lettre ouverte à Ligue Brésilienne” [datada
de 19 de Março de 1932, foi escrita em Paris, no momento do regresso de Péret a
França; ao chegar, Péret viu-se impedido de integrar as organizações
trotskistas por estas julgarem incompatíveis a militância política trotskista e
a actividade surrealista; Péret pede então apoio aos militantes do Brasil, que
não obtém], Benjamin Péret, Oeuvres complètes,
volume 5, introdução Guy Prévan, Paris, Librairie José Corti, 1989, pp.
37-39.
“Lettre à Lívio Xavier” [carta escrita
em francês (com despedida em português: abração
e saudades do teu vilho) ao mesmo Lívio das cartas de 1931; dada em Paris
(em casa de André Breton) em 31-10-1951], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 5, introdução Guy Prévan, Paris,
Librairie José Corti, 1989, pp. 225.
“Du fond de la forêt” [texto em
francês, datado de 18 de Janeiro de 1956 (Rio de Janeiro), publicado na revista
Le surréalisme même (n.º 2, Primavera,
1957); corresponde, como todos os outros que se seguem, ao período da segunda
estadia de Péret no Brasil], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 147-151.
“Maria Martins” [texto em francês,
datado de Maio de 1956, publicado em catálogo de exposição de esculturas de
Maria Martins; referências a figurações antediluvianas e amazónicas; André Breton,
em 1947, escrevera já sobre Maria Martins, “Maria”, texto que figurou em dois
catálogos, Maria. Recent Sculptures (Nova
Iorque, 1947) e Les statues magiques de
Maria (Paris, 1948); Maria Martins (1900-1973), viveu em Nova Iorque e
Washington, onde o marido, Carlos Martins Souza, tinha a seu cargo a embaixada
do Brasil, entre 1939 e 1948; conviveu aí com os surrealistas franceses no
exílio], Benjamin Péret, Oeuvres complètes,
volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992,
pp. 349-350.
“L’Art populaire du Brésil” [texto em
francês, sem data, publicado na revista Marco
Polo (n.º 23, Setembro, 1956); informações riquíssimas sobre a arte popular
do Nordeste brasileiro (Ceará, São Luís de Maranhão, Recife)], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 159-164.
“Aspects précolombiens” [texto em
francês, sem data, publicado na revista Marco
Polo (n.º 23, Novembro, 1956); tentativa de compreender toda a cultura
autóctone, pré-cabralina, que se estendeu desde a vertente ocidental dos Andes
à costa do Atlântico; os dois últimos parágrafos, encimados por um título
próprio, “Un art sans visage” autónomos e sinópticos de todo o restante texto,
são dados por nós em tradução], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris,
Librairie José Corti, 1992, pp. 352-357.
“Que fut le Quilombo des Palmares”
[texto publicado em língua portuguesa, talvez em versão revista por Mário
Pedrosa (em casa de quem B.P. estava instalado no Rio de Janeiro), na revista
brasileira ANHEMBI (n.º 65 e 66, Abril
e Maio, 1956); pela extensão do trabalho, pela minúcia na recolha e no
apuramento dos factos relativos a um dos eventos cruciais (sec. XVII, na
fronteira de Pernambuco com Alagoas) da construção do Brasil anti-esclavagista,
pela envergadura das interpretações antropológicas, precursoras por exemplo do
trabalho de Pierre Clastre, parece a mais importante peça da bibliografia
brasileira de B. Péret.; retroversão francesa de C. B.], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 37-72.
“Arts de fête et de cérémonie” [texto
em francês, sem data; foi publicado na revista francesa L’ Oeil (n.º 37, Janeiro, 1958); recorrendo aos elementos colhidos
nas suas estadias entre os índios do centro e norte do Brasil, Péret estuda os
cocares, as plumagens e outros adornos das celebrações colectivas], Benjamin
Péret, Oeuvres complètes, volume 6,
introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 153-158.
“Visites aux Indiens” [texto inédito
escrito em francês, sem data, que faz parte do espólio de B. P.; foi escrito
durante a segunda estadia no Brasil; dois extractos tiveram publicação, o
primeiro em português na revista brasileira ANHEMBI (n.º 88, Março, 1958), com
o título “Índios”, o segundo na revista francesa Le surréalisme même (n.º 5, Primavera, 1959), com o título “La
lumière et la vie”; no conjunto texto de grande importância, em que Péret dá
conta de estadias suas entre tribos índias (Goiânia, Chavantina, Ilha do
Bananal, Tocantins) e regista casos do maior interesse; referências elogiosas
ao trabalho de Cândido Rondon e de Orlando Vilas Boas], Benjamin Péret, Oeuvres complètes, volume 6, introdução
Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José Corti, 1992, pp. 117-146.
“Anthologie des mythes, legendes et
contes populaires d’Amérique” [texto escrito em francês, constituído por duas
partes distintas: a primeira, datada de Novembro de 1942, cidade do México,
onde B. Péret chegou em Janeiro desse ano, fugido do nazismo, e onde se manteve
até à Primavera de 1948, momento em que regressou a Paris, já em ruptura com a
IVª Internacional, foi dada a lume em 1943 em Nova Iorque, nas Edições
Surrealistas, num livro de homenagem, La
parole est à Péret; a segunda, datada de Agosto de 1955, cidade de São
Paulo; o conjunto foi publicado como introdução
à Anthologie des mythes, legendes et
contes populaires d’Amérique (1960); sobre este livro disse Marcus Salgado
(A arqueologia do resíduo: os ossos do
mundo sob o olhar selvagem, 2013: 15): Benjamin
Péret (…) chegou a fazer uma estadia na Amazônia, em 1956, publicando lendas
indígenas brasileiras em sua Anthologie des mythes, legendes et contes
populaires d’Amérique], Benjamin Péret, Oeuvres
complètes, volume 6, introdução Jean-Louis Bédouin, Paris, Librairie José
Corti, 1992, pp. 15-35.
*****
ANTÓNIO
CÂNDIDO FRANCO (Portugal, 1956). Poeta, ensaísta e editor. Estudioso do Surrealismo e da obra
de Teixeira de Pascoaes. Em poesia publicou Murmúrios do
mar de Peniche (1977), Corpos celestes (1990) e Estâncias reunidas: 1977-2002 (2002).
Entre os títulos ensaísticos destacam-se Viagem a Pascoaes (2006) e Notas para a
compreensão do Surrealismo em Portugal (2012).
Atualmente dirige a revista A Ideia. Contacto: acvcf@uevora.pt. Página ilustrada com obras de Marcello Grassmann (Brasil), artista
convidado desta edição de ARC.
Agulha Revista de Cultura
Fase II | Número 14 | Janeiro de 2016
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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GLADYS MENDÍA | LUIZ LEITÃO | MÁRCIO SIMÕES
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