sábado, 10 de junho de 2017

S47 | O RIO DA MEMÓRIA | FLORIANO MARTINS [Parte 2]


De 25 de junho a 17 de agosto de 2012, o Espaço Cultural Citi, em São Paulo, recebeu a exposição Na mão de Adão cabem todos os sonhos, fotografia digital de Floriano Martins, sob a curadoria de Jacob Klintowitz. Esta 2ª parte do tríptico O RIO DA MEMÓRIA | FLORIANO MARTINS, reproduz imagens do vernissage da mostra. Todas as fotos levam a assinatura de Fábio Chiba. Abaixo transcrevemos o texto escrito para o catálogo, autoria do curador. Reproduzimos uma nota de agenda da assessoria de imprensa do espaço onde se realizou a minha primeira individual fotográfica: “O Espaço Cultural Citi é a galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam pela Avenida Paulista e região. O espaço mantém desde 2005 a sua vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Marcello Grassmann, Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres, Sérgio Lucena, Antonio Peticov, Maurício de Sousa, Claudio Tozzi, Marcello Nitsche, Odilla Mestriner, Aldemir Martins e Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas, Maurício Parra, Carola Trimano e Manu Maltez.” Sempre cabe recordar que esta é a segunda parte de um tríptico que toma por base o livro O hábito do abismo, organizado por Márcio Simões e publicado em 2011 pela ARC Edições, em seu catálogo virtual. Meus agradecimentos a todos aqueles que me acompanharam na primeira vazante de nossa aventura: Adlin Prieto, Alvaro Alves de Faria, Ana Marques Gastão, Belkys Arredondo, Jorge Ariel Madrazo, José Anderson Sandes, José Ángel Leyva, Lira Neto e Manuel Iris. Especialmente ao Márcio Simões. Abraxas

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NA MÃO DE ADÃO CABEM TODOS OS SONHOS | Quem poderá saber quais novas galáxias Floriano Martins ainda inventará para apaziguar a sua curiosidade febril e aumentar a nossa surpresa e o nosso prazer? Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de auto-modificação, estas fotografias têm uma inquietante estabilidade. Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar.
A misteriosa mão estendida, recoberta de barro, constituída de barro, mão cerâmica, tem um aspecto ancestral, como se viesse de tempos imemoriais. E é a marca desta série. Mesmo que cada foto seja independente em si mesmo, ainda assim a força da imagem da mão – intuímos que seja capaz de inventar e moldar – simboliza a capacidade de gerar e tornar os sonhos em ficções poéticas e objetivas.
Mão feita de barro, como o mítico primeiro homem da nossa espécie, o homem feito de barro e animado pelo sopro. O pó da nossa matéria e a alma instalada pelo sopro divino. O barro queimado tornado homem cerâmico pelo vento ardente, o Pai Adão. É neste mito, e à semelhança do mito, onde navega a anima de Floriano. Ele mistura, combina, desconjunta, embaralha, estabelece relações entre imagens diversas e inventa novas visualidades.
E nem poderia ser diferente com a produção destas imagens. Floriano Martins é um criador incansável e múltiplo. Ele criou e dirigiu por 10 anos a Agulha Revista de Cultura, das mais lidas da língua portuguesa. E o Projeto Editorial Banda Hispânica, no qual estabeleceu um diálogo intenso entre as culturas dos vários países de língua espanhola. E é um profundo historiador do Surrealismo na América Latina. E é um poeta editado em vários países. E um crítico de cultura, narrador, tradutor e autor de letras de canções com variados parceiros.
Quem é Floriano Martins? Trata-se de um Mestre do Inusitado.

[Jacob Klintowitz]

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ÍNDICE

JORGE ARIEL MADRAZO | Palavras preliminares

ALVARO ALVES DE FARIA | Sábio imprevisto

JOSÉ ÁNGEL LEYVA | Uma Agulha na rede da mestiçagem

ANA MARQUES GASTÃO | Somos o que buscamos

BELKYS ARREDONDO | A outra máquina do mundo

LIRA NETO | Uma conversa com o curador da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará

JOSÉ ANDERSON SANDES | Festa da mestiçagem

MÁRCIO SIMÕES | Opção pela dissidência

MANUEL IRIS | Nascendo todos os dias

ADLIN PRIETO | Todas as coisas à minha volta a partir de uma perspectiva da poesia




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Imagens reproduzidas nesta página:
2011 Origem esquecida
2012 Entrada da exposição, pela Av. Paulista, São Paulo

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Organização a cargo de Márcio Simões e Floriano Martins © 2017 ARC Edições
Artista convidado | Floriano Martins (fotografia digital)
Imagens © Acervo Resto do Mundo
Esta edição integra o projeto de séries especiais da Agulha Revista de Cultura, assim estruturado:

1 PRIMEIRA ANTOLOGIA ARC FASE I (1999-2009)
2 VIAGENS DO SURREALISMO, I
3 O RIO DA MEMÓRIA, I
4 VANGUARDAS NO SÉCULO XX
5 VOZES POÉTICAS
6 PROJETO EDITORIAL BANDA HISPÂNICA
7 VIAGENS DO SURREALISMO, II
8 O RIO DA MEMÓRIA, II
9 SEGUNDA ANTOLOGIA ARC FASE I (1999-2009)

A Agulha Revista de Cultura teve em sua primeira fase a coordenação editorial de Floriano Martins e Claudio Willer, tendo sido hospedada no portal Jornal de Poesia. No biênio 2010-2011 restringiu seu ambiente ao mundo de língua espanhola, sob o título de Agulha Hispânica, sob a coordenação editorial apenas de Floriano Martins. Desde 2012 retoma seu projeto original, desta vez sob a coordenação editorial de Floriano Martins e Márcio Simões.

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