De 25
de junho a 17 de agosto de 2012, o Espaço Cultural Citi, em São Paulo, recebeu a
exposição Na mão de Adão cabem todos os
sonhos, fotografia digital de Floriano Martins,
sob a curadoria de Jacob Klintowitz. Esta 2ª parte do tríptico O RIO DA MEMÓRIA | FLORIANO MARTINS, reproduz
imagens do vernissage da mostra. Todas as fotos levam a assinatura de Fábio Chiba.
Abaixo transcrevemos o texto escrito para o catálogo, autoria do curador.
Reproduzimos uma nota de agenda da assessoria de imprensa do espaço onde se
realizou a minha primeira individual fotográfica: “O Espaço
Cultural Citi é a galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas
que trafegam pela Avenida Paulista e região. O espaço mantém desde 2005 a sua
vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Passaram por ali
as obras de nomes consagrados, como Marcello Grassmann, Rubens Gerchman, Luiz
Paulo Baravelli, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni,
Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres, Sérgio Lucena, Antonio
Peticov, Maurício de Sousa, Claudio Tozzi, Marcello Nitsche, Odilla Mestriner,
Aldemir Martins e Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana
Maas, Maurício Parra, Carola Trimano e Manu Maltez.” Sempre cabe recordar que esta é a segunda parte de
um tríptico que toma por base o livro O hábito do abismo, organizado por Márcio
Simões e publicado em 2011 pela ARC Edições, em seu catálogo virtual. Meus agradecimentos
a todos aqueles que me acompanharam na primeira vazante de nossa aventura: Adlin
Prieto, Alvaro Alves de Faria, Ana Marques Gastão, Belkys Arredondo, Jorge Ariel
Madrazo, José Anderson Sandes, José Ángel Leyva, Lira Neto e Manuel Iris. Especialmente
ao Márcio Simões. Abraxas
*****
NA MÃO DE ADÃO CABEM TODOS OS
SONHOS | Quem poderá saber quais novas galáxias Floriano
Martins ainda inventará para apaziguar a sua curiosidade febril e aumentar a nossa
surpresa e o nosso prazer? Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um
inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus
instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor.
Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre
e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos
humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas,
que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em
suas possibilidades de auto-modificação, estas fotografias têm uma inquietante estabilidade.
Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar.
A misteriosa mão estendida, recoberta de barro,
constituída de barro, mão cerâmica, tem um aspecto ancestral, como se viesse de
tempos imemoriais. E é a marca desta série. Mesmo que cada foto seja independente
em si mesmo, ainda assim a força da imagem da mão – intuímos que seja capaz de inventar
e moldar – simboliza a capacidade de gerar e tornar os sonhos em ficções poéticas
e objetivas.
Mão feita de barro, como o mítico primeiro
homem da nossa espécie, o homem feito de barro e animado pelo sopro. O pó da nossa
matéria e a alma instalada pelo sopro divino. O barro queimado tornado homem cerâmico
pelo vento ardente, o Pai Adão. É neste mito, e à semelhança do mito, onde navega
a anima de Floriano. Ele mistura, combina, desconjunta, embaralha, estabelece relações
entre imagens diversas e inventa novas visualidades.
E nem poderia ser diferente com a produção
destas imagens. Floriano Martins é um criador incansável e múltiplo. Ele criou e
dirigiu por 10 anos a Agulha Revista de Cultura,
das mais lidas da língua portuguesa. E o Projeto Editorial Banda Hispânica, no qual
estabeleceu um diálogo intenso entre as culturas dos vários países de língua espanhola.
E é um profundo historiador do Surrealismo na América Latina. E é um poeta editado
em vários países. E um crítico de cultura, narrador, tradutor e autor de letras
de canções com variados parceiros.
Quem é Floriano Martins? Trata-se de um Mestre
do Inusitado.
[Jacob Klintowitz]
*****
ÍNDICE
JORGE
ARIEL MADRAZO | Palavras preliminares
ALVARO
ALVES DE FARIA | Sábio imprevisto
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com.br/2017/06/alvaro-alves-de-faria-sabio-imprevisto.html
JOSÉ
ÁNGEL LEYVA | Uma Agulha na rede da mestiçagem
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com.br/2017/06/jose-angel-leyva-uma-agulha-na-rede-da.html
ANA
MARQUES GASTÃO | Somos o que buscamos
BELKYS
ARREDONDO | A outra máquina
do mundo
LIRA
NETO | Uma conversa com o curador da 8ª
Bienal Internacional do Livro do Ceará
JOSÉ
ANDERSON SANDES | Festa da mestiçagem
MÁRCIO
SIMÕES | Opção pela dissidência
MANUEL
IRIS | Nascendo todos os dias
ADLIN
PRIETO | Todas as coisas à minha volta a partir de uma perspectiva
da poesia
Imagens reproduzidas
nesta página:
2011 Origem esquecida
2012 Entrada da exposição, pela Av. Paulista, São Paulo
*****
Organização a cargo de Márcio Simões e Floriano Martins
© 2017 ARC Edições
Artista convidado | Floriano Martins (fotografia digital)
Imagens © Acervo Resto do Mundo
Esta edição integra o projeto de séries especiais
da Agulha Revista de Cultura, assim estruturado:
1 PRIMEIRA ANTOLOGIA ARC FASE I (1999-2009)
2 VIAGENS DO SURREALISMO, I
3 O RIO DA MEMÓRIA, I
4 VANGUARDAS NO SÉCULO XX
5 VOZES POÉTICAS
6 PROJETO EDITORIAL BANDA HISPÂNICA
7 VIAGENS DO SURREALISMO, II
8 O RIO DA MEMÓRIA, II
9 SEGUNDA ANTOLOGIA ARC FASE I (1999-2009)
A Agulha Revista de Cultura teve em sua primeira
fase a coordenação editorial de Floriano Martins e Claudio Willer, tendo sido hospedada
no portal Jornal de Poesia. No biênio 2010-2011 restringiu seu ambiente ao mundo
de língua espanhola, sob o título de Agulha Hispânica, sob a coordenação editorial
apenas de Floriano Martins. Desde 2012 retoma seu projeto original, desta vez sob
a coordenação editorial de Floriano Martins e Márcio Simões.
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