● APRESENTAÇÃO
A concepção do Centro de Estudos Literários Latino-Americanos
Floriano Martins é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem
(GPCSL/CNPq), com sede na UNEB/Campus VI Caetité - BA. Nasceu da doação de
livros, revistas, jornais, documentários e CD’s pelo editor da Agulha Revista
de Cultura, o escritor Floriano Martins, à UNEB, por intermédio de Maria de
Fátima Novaes Pires, uma das professoras responsáveis pela criação do Grupo de Pesquisa.
A sigla CEL-FM (Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins)
é uma justa homenagem ao doador dos títulos, possibilitando a formação desse projeto.
O objetivo do Centro de Estudos Literários é criar um espaço permanente para discussão,
divulgação e, principalmente, intercâmbio entre Cultura e Literatura Brasileira
(de fortes raízes latinas) com Culturas e Literaturas produzidas em outras regiões
da América Latina. Tem o objetivo de ultrapassar os estreitos limites da academia
e dialogar com práticas e saberes promovidos em outros ambientes de produção do
conhecimento. Essa iniciativa visa a criação de espaços físicos e simbólicos para
um variado acervo cultural, que possibilitará a interação de discentes da UNEB e
demais membros da comunidade caetiteense. Com o pensamento voltado para a necessária
interlocução entre diferentes visões de mundo, o Centro possibilitará a partilha
de experiências acadêmicas, artísticas e culturais.
● OBJETIVOS DO CEL- FLORIANO MARTINS
1. Promover pesquisas no campo da Literatura Brasileira e de culturas
Latino-Americanas numa perspectiva comparativa e interdisciplinar;
2. Criar condições para a recepção e análise de acervos bibliográficos
da recente produção literária latino-americana;
3. Estimular o diálogo entre a realidade cultural brasileira e
latino-americana;
4. Promover seminários, encontros, colóquios e manifestações culturais
diversas para possibilitar diálogos permanentes com as culturas latinas das Américas;
5. Identificar particularidades temáticas e formais de obras de
autores das Literaturas de Língua Portuguesa, como resultado de determinados fatores
geográfico-culturais em comparação com a produção Latino-Americana;
6. Refletir sobre o lugar da ficção na construção das identidades
nacionais;
7. Difundir a produção cultural do continente latino-americano;
8. Ofertar curso de espanhol;
9. Criar o componente adicional Literatura latino-americana
para inserção nos currículos dos cursos de Licenciatura do Campus VI.
● INFORMAÇÕES SOBRE
O ACERVO DO CEL - FLORIANO MARTINS
Atualmente o CEL-FM conta com um acervo de pouco mais de três
mil títulos de livros. Desse montante, pouco mais da metade está devidamente catalogada
e disponível à consulta. Parte majoritária da doação envolve coleções quase completas
de importantes revistas e suplementos literários de quase todos os países hispano-americanos.
Destacam-se as importantes revistas mexicanas Blanco Móvil, Luna Zeta, Archipiélago e Alforja; a lendária El Pez y la
Serpiente, da Nicarágua; a brasileira Poesia
Sempre etc. Constam ainda da doação CDs dos mais reputados músicos da América
Latina e DVDs de filmes de ficção e documentários. O acervo está em constante atualização
com doações promovidas por intercâmbios com universidades, centros de pesquisas
e doadores (particulares) comprometidos com o fomento de pesquisas e estudos latino-americanos
no estado da Bahia.
● HORÁRIO DE ATENDIMENTO
O CEL - FLORIANO MARTINS
funciona de segunda à sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Por enquanto, o CEL está
instalado numa sala contígua ao serviço de cópia da UNEB/campus VI, Caetité-BA.
● LINHAS DE PESQUISAS E CURSOS DE EXTENSÃO
PROMOVIDOS PELO CEL-FM
Prof.ª Me. Zélia Malheiro Marques
Tema: Constituição Leitora e Cultura do Escrito
Discute a constituição leitora de escritores
latino-americanos a partir da leitura de suas produções literárias. Identifica o
circuito dos seus impressos e os mecanismos de divulgação de práticas intelectuais,
culturais e artísticas.
Prof. Esp. Rogério Soares Brito
Tema: A linguagem fotográfica
Discute, a partir de fotógrafos latino-americanos,
maneiras de compreender a natureza das fotografias, abordando questões técnicas
e estéticas que esclareçam os seus possíveis significados culturais, históricos
e artísticos.
Prof.ª Dr.ª Sidnay Fernandes dos Santos Silva
Tema: Discurso e mídia
Estuda a Análise do Discurso de linha francesa
e seus desdobramentos na América Latina. Analisa os modos de produção e circulação
de sentidos materializados na mídia latino-americana.
Prof.ª Dr.ª Esmeralda Guimarães Meira
Tema: Literatura Baiana na América Latina
Estuda a lírica e a ficção baiana e sua intertextualidade
com a produção literária da América Latina.
Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima Novaes Pires
Tema: Narrativa Ficcional e Narrativa Histórica
- campos semânticos
Aborda campos narrativos, considerados em suas
historicidades específicas e em seus lugares sociais de produção. Tem em vista perspectivas
teóricas elaboradas por M. Certeau (1925-1986) e G. Gadamer (1900-2002), dentre
outros autores.
● EQUIPE
DO CEL - FLORIANO MARTINS
Coordenador
Prof. Esp. Rogério Soares Brito
Equipe
Prof.ª Me. Zélia Malheiro Marques
Prof.a Dr.a
Sidnay Fernandes dos Santos
Prof. Dr. Paulo Henrique Duque Santos
Prof.ª Dr.ª Maria de Fátima Novaes
Pires
Prof.a Dr.ª Esmeralda Guimarães
Meira
Estagiária
Viviane Marta da
Silva
Contatos
UNEB
Av. Contorno, s.n.
46400-000 Caetité-BA
CENTRO DE ESTUDOS
LITERÁRIOS LATINO-AMERICANOS FLORIANO MARTINS
Não há símbolo
de poder mais forte que o livro. Muito além da ideia de domínio ou influência, o
poder essencial celebra concentração e irradiação. O livro recolhe em suas páginas
raiz e variáveis de todos os demais símbolos de poder: os nomes, os selos, as leis,
as chaves, as máscaras, as armas… O livro é o verdadeiro poder, sendo emblema e
prática de todas as perspectivas do sonho, da memória e da atitude imediata com
que nos definimos a cada instante.
O
livro se reconhece pelo que está escrito dentro e fora de seus nichos e antecâmaras.
O livro é talvez a única fonte real de integração, ao unir – sem a mínima sombra
de imposição ou corrupção – os mundos destinados a ser e estar. O livro é o que
somos, porém ao mesmo tempo em que é o lugar que habitamos.
Cofre
único e generoso onde aguardam visitação os segredos da humanidade. Tudo em seu
íntimo está aberto e ao mesmo tempo requer uma senha. A chave de acesso ao livro
é a sua leitura, o que corresponde a uma relação amorosa entre conhecimento e sensibilidade.
A
leitura é uma forma tanto de tecer quanto de desvendar a rota invisível dos labirintos.
Podemos esconder o mundo dentro daquilo que sabemos. Também isto o livro nos ensina.
Como podemos dar abrigo a todas as formas de vida que buscam novos laços de revelação
e consciência. Ou podemos apenas transformar água em vinho. O livro é o reflexo
de nossa existência.
O
verdadeiro autor de um livro sabe que todo ele é apócrifo. Não recordo a origem
da imagem de que, assim como o lago é um abismo acrescido de água, o livro seria
o mesmo abismo acrescido de letras. De saberes, corrigiriam uns. De truques, remendariam
outros. Porém o abismo ainda está ali e o que a ele acrescentamos é a medida exata
do que somos.
Esta
é a imagem que dá conformação à casa de leitura que idealizamos, como um lugar sagrado
em que crisálida e cigarra se reconheçam irmanadas e integradas à representação
maior de suas vidas. Casa ou ninho, o centro do mundo é uma estação, uma passagem,
a ponte que entrelaça antes e depois, as margens místicas, os vislumbres acidentados,
os extremos, as dissonâncias…
Porém
não podemos chegar ali e seguir viagem sem que sejamos possuídos pela intuição de
que nada permanece. A intuição não é uma certeza, mas antes um estado paradisíaco
em que mil realidades vagam como transparências que se superpõem. O centro é uma
esfera fabulosa, repleta de círculos concêntricos e postigos iluminados pela sensibilidade
de quem os frequenta.
O
centro é o livro é a chave é a crisálida e cada vez que deixamos pousar uma imagem
sobre outra nos reconhecemos múltiplos de um mesmo sentido determinado: a convivência.
Este é o princípio que protagoniza a criação do Centro de Estudos Latino-Americanos
Floriano Martins.
Sinceramente
não me encabula que o mesmo leve meu nome, porque o próprio ego não é senão uma
fagulha da convivência. O que me estimula a rascunhar estas palavras é outra afirmação
de uma mesma personalidade: a doação do acervo inaugural desta casa é uma espécie
de determinação da chama, ou seja, a de que devemos buscar contatos significativos.
Somos
tocados pelas formas. Nós nos comunicamos por intermédio delas. O símbolo maior
da casa é a crença na integração. O mundo se espalha por todos nós justamente em
seus fragmentos. Na exata medida em que nós nos espelhamos nos insaciáveis mundos
que reproduzimos a cada instante.
Os
livros que aqui estamos reunindo não são matizes de um dogma, mas antes o incorruptível
acúmulo de combinações de saber. Um concerto que é retrato fiel de infinitos desconcertos.
Se acaso delimitamos sua área com o marco geográfico de uma América Latina o fazemos
movidos pelo mesmo princípio conjugado de concentração e irradiação.
São
incontáveis os mundos que cabem em um livro, na mesma inumerável impossibilidade
de definir quantos mundos saem dos livros a cada leitura. Continentes e conteúdos
se mesclam, na mesma proporção em que corpo e alma, na formação de novos abismos
aos quais decidiremos se lhe acrescentamos água ou letras.
*****
A doação
que fiz ao Centro de Estudos Literários Latino-Americanos Floriano Martins (CEL-FM) deste que ora se afirma como seu acervo
inaugural expressa um velho sonho de dar à cultura sua carga mais intensa de generosidade.
O acesso a toda forma de conhecimento é uma dádiva que deve ser estendida a todos.
Sempre me inquietou visitar bibliotecas particulares de escritores e ali me deparar
com um acervo mudo, que não se comunica senão com seu detentor. Ao longo dos anos
fui tratando de doar livros a pequenas bibliotecas, porém uma ideia maior me perseguia,
a de concentrar parte significativa de meu acervo em um local único, criando condições
de pesquisa e deleite, um ponto a partir do qual pudéssemos ir além, planejando
palestras e outros eventos que enriqueçam o conhecimento de quem se mostrar interessado.
Outro aspecto fundamental é o da diversidade de opções de conhecimento, o que me
levou a constituir o presente acervo não apenas de livros, mas também de revistas,
jornais, documentários e música. Sua definição como centro de estudos latino-americanos
vem do fato de que esta tem sido a área mais ampla de minha produção intelectual,
ao mesmo tempo em que contribui, ainda que minimamente, para o acesso ao que se
produz de mais relevante em boa parte de nosso continente. O Centro,
contudo, tende a ser o mais amplo e generoso possível na busca de novos vasos comunicantes.
Este é, portanto, um primeiro acervo. O passo seguinte já nos leva a sonhar com
doações vindas de outros escritores e mesmo de instituições, de modo a instigar
o prazer pela leitura, pelo conhecimento, e consequente aprimoramento da sensibilidade.
Floriano Martins
● FLORIANO MARTINS (1957). Poeta,
editor, ensaísta e tradutor. Dirige, desde quando a criou, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, de circulação
pela Net, bem como o selo ARC Edições, de livros impressos. Este selo, ao lado de
outro, Editora Cintra, são responsáveis pela criação da coleção “O amor pelas palavras”,
de eBooks de circulação exclusiva pela Amazon.
APOIO CULTURAL
Felicidades por esa iniciativa
ResponderExcluirExcelente! Só posso parabenizar e desejar vida longa!
ResponderExcluirExcelente! Só posso parabenizar e desejar vida longa!
ResponderExcluirIsa Fonseca
Felicitaciones por esta iniciativa. Asimismo, copio enlace con "Vallejo sin Fronteras Instituto" (VASINFIN) desde ya "parceiro" de esta iniciativa:
ResponderExcluirhttp://blog.pucp.edu.pe/blog/granadospj/
Bela iniciativa
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