quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

IACY MAIA MATA | A Liga Antilhana: conspiração, raça e conexões transnacionais (Santiago de Cuba, 1879-1881)



Em dezembro de 1880 uma conspiração da gente de cor foi desbaratada na cidade de Santiago de Cuba e nas zonas de El Cobre, El Caney, Yaguas, Songo, Palma Soriano, Guantánamo e Sagua. Ao que parece, uma insurreição estava prestes a estourar. [1] O “centro diretivo” estaria na cidade de Santiago de Cuba e agentes estariam espalhados em várias localidades. [2]

A sublevação começaria de uma forma espetacular. Um empregado da fábrica de gás era o responsável por fechar a válvula e deixar a população às escuras. [3] O jornal La Época noticiou:

 

A ‘Liga Antilhana’ projetava estabelecer em fins do corrente um centro de instrução e recreio, inaugurando este acontecimento com um concerto no teatro, para o qual deviam ser convidadas todas as autoridades e pessoas visíveis da população. Uma vez ocupadas as localidades, e no momento mesmo de começar o espetáculo, os conjurados, convenientemente dispostos, haviam de desenvolver seu plano, começando por fechar a válvula de saída do gasômetro, para sumir a cidade em densa escuridão. Seu intento era assassinar primeiro as autoridades, cair em seguida sobre a raça branca, que odeiam até o extermínio, e lançar-se depois ao campo, liderados por Antonio Maceo, Máximo Gómez e outros caudilhos cujo desembarque esperavam antes de empreender o movimento. [4]

 

Há dúvidas se, de fato, estava em curso uma rebelião nestas proporções, mas a participação de negros em atividades conspirativas era evidente. As suspeitas do governo colonial sobre os livres de cor se fundavam em uma longa história de participação destes em conspirações. Em Santiago de Cuba e Guantánamo, áreas em que a população de cor tinha um peso demográfico maior, toda atividade política dos negros e mulatos se tornou motivo de suspeição. [5]

Para justificar mais de duzentas prisões de livres de cor, o Comandante Militar Camilo Polavieja recorreu ao velho argumento da ameaça de guerra racial, difundindo a ideia de que a raça de cor se preparava para se levantar em uma guerra de raças contra os brancos, na chegada de Maceo à província. Antonio Maceo estaria à frente do movimento, dando a este “o caráter de guerra de raça com objetivo de chamar a si a boa e honrada população de cor, que tem sido e segue sendo leal”. [6] As autoridades coloniais usaram imagens raciais e o discurso da guerra racial para questionar a luta independentista. [7] Polavieja era um político hábil em manipular o medo do “perigo negro” para tentar esvaziar as insurreições anticoloniais e garantir o domínio espanhol em Cuba. [8] Recorria-se, assim, mais uma vez, à velha tática espanhola de caracterizar os movimentos anticoloniais como tentativas de guerra racial. [9]

Polavieja foi informado de que brancos conspiravam ao lado dos negros e mulatos. Um informante que enviava notícias de Kingston, Jamaica, lhe escreveu afirmando:

 

Como já hoje é necessário ocupar-se da Ilha de um modo tal que as gentes de cor não possam em nenhum tempo ameaçar os brancos, me apresso a participar a V.E. como ainda o mulato Maceo quer perturbar a Ilha, o que não logrará porque aqui os brancos o seguimos passo a passo. Para essa saiu daqui um Colás na passada viagem, que era o secretário de Maceo, levou papéis dele com a ideia de atrair alguns de cor; muito estranho que um pícaro branco se ocupe em favor dos mulatos contra os da sua cor. [...] Maceo se crê um Bolívar e há oferecido àqueles por sua cooperação os primeiros postos em seu governo, que com o favor de Deus, a união de brancos peninsulares e insulares e as medidas de progresso e bom governo, nada em nunca lograrão. [...] Colás [...] é partidário dos de cor porque quer vingar o enforcamento de seu pai. [...] Lhe dou o fio, Senhor General, tenha cuidado, daqui a Porto Príncipe, Haiti, estão trabalhando os de cor, e alguns brancos os ajudam. [10]

 

Polavieja admitiu que existiam brancos na conspiração, mas decidiu não atingi-los. O Comandante Militar sabia que existiam duas grandes questões em jogo: a luta contra o domínio colonial espanhol, que mobilizava muitos brancos, e o problema não completamente sanado com o Patronato, a escravidão ou, como se chamava em Cuba, na época, a questão social, ao que Polavieja atribuía a mobilização dos livres de cor. Por isto considerava altamente político que a maioria dos brancos não visse, nas conspirações de 1880, “a independência, e sim a questão social” e que se afastassem, pelo menos na província de Santiago de Cuba, “do elemento de cor, único apto para sofrer as penalidades da guerra”. [11]

Alguns dos brancos suspeitos de participarem da conspiração pareciam manter estreitas relações com a gente de cor. Don José Bril se tornou suspeito e estava sendo vigiado porque foi visto convidando a gente de cor; [12] Don Gustavo, escrevente da chefatura de polícia municipal, ao que parece, de Guantánamo, era considerado “mal, malíssimo” e “íntimo do concejal de cor e seus amigos”; dizia-se que Don Juan Bernardo Bravo, acusado de propagandista e falso, andava “metido entre os negros”; [13] Don Bienvenido Espinal e Don Juan Dominguez Sola que, junto com os brancos Don Manuel Jesus Perez, Don Juan Bernardo Prado e um chamado Acosta (estranho à localidade), falaram na reunião de morenos que deu lugar à instalação do novo Casino e eram vistos como “alentadores” de negros. [14]


Polavieja, inicialmente, não quis publicizar que o movimento de 1880 era organizado apenas pelos livres de cor nem demonstrar a menor desconfiança em relação aos bombeiros porque “seria fatal o fazer ver à numerosíssima classe de cor que a considerávamos à frente, ou desconfiávamos dela, para demonstrar o contrário e semear entre eles mais e mais a discórdia”; habilmente, orquestrou para que “oficiais e guerrilheiros do país, em sua maioria de cor”, efetuassem as prisões. [15]

Muitos negros fizeram parte das guerrilhas, tropas formadas por cubanos que lutaram a favor da Espanha contra as forças independentistas. [16] A política adotada pelo governador Polavieja foi tomar medidas que atingiam diretamente a população de cor, sem, contudo, deixar isto explícito. Assim, ordenou a reorganização do Corpo de Bombeiros, que começou por entregar as armas e munições, oficiou aos Chefes do Corpo de Voluntários e Guerrilhas, proibindo o ingresso de “gente de cor” nos batalhões enquanto durasse a reorganização dos Bombeiros, sob pretexto de que se tirava gente àquele Corpo. [17] Logo após as prisões, em 11 de dezembro de 1880, sugeriu que o Capitão Geral ditasse uma medida que evitasse a entrada de emigrados da classe de cor na cidade de Santiago de Cuba, pois muitos estariam entrando na cidade através de vapores que vinham de Havana, Cienfuegos e de Porto Rico - o General considerava esta entrada inconveniente. [18] Nesta época, vários emigrados cubanos, brancos e não brancos, conspiravam, a partir de outras ilhas do Caribe, contra o jugo colonial espanhol e a ênfase de Polavieja sobre o perigo do retorno dos emigrados de cor se devia à projeção e liderança política que Antonio Maceo estava conquistando no Caribe e à sua capacidade de influenciar os livres de cor da região.

Segundo informes recebidos por Polavieja, Maceo estava em Kingston, Jamaica, “conspirando hoje com vários emigrados haitianos aqui residentes com o objetivo de derrocar o presidente Salomón”. [19] Durante a Guerra Pequena, em setembro de 1879, Maceo viajara para Porto Príncipe, Haiti, com o objetivo de angariar recursos e conseguir colaboração da emigração cubana lá residente e do governo haitiano, nesta época, simpático à causa cubana. Fora bem recebido pelo General haitiano José Lamothe, que estava lhe prestando auxílio para a organização de uma nova expedição a Cuba. No mês seguinte, no entanto, ascendeu ao governo do Haiti, Lysius Salomón, aliado dos espanhóis, que começou a perseguir haitianos liberais. [20] Com a ajuda de emigrados cubanos e haitianos amigos, Maceo fugiu do Haiti, após uma tentativa de assassinato orquestrada pelo Capitão Geral de Cuba, Ramón Blanco, e pelo Cônsul Espanhol no Haiti, Antonio Fierro, e voltou à Jamaica. [21] Lá, o contato com haitianos perseguidos por Salomón foi intenso.

Segundo as autoridades espanholas, o propósito de Maceo, ao prestar seu apoio aos haitianos, se baseava na esperança de que estes, uma vez no poder, lhe prestassem ajuda e cooperação na luta contra a Espanha. O líder insurreto era intimamente ligado ao partido haitiano chefiado por Boyer Bazalais, e este lhe ofereceu apoio quando conseguisse chegar ao poder. [22]

Maceo mantinha estreitos e regulares contatos com seus partidários de Santiago de Cuba e enviava instruções secretas a seus aliados na província, alentando-os: “não esmoreçam em manter latente entre os de sua raça a ideia de que em breve ele em pessoa marchará a pôr-se à frente de um formidável movimento que não poderá ter como resultado mais do que o triunfo de suas armas”. [23] A comunicação de Maceo com insurretos de Santiago de Cuba era facilitada pelas constantes chegadas de barcos vindos de outras Antilhas e através do “comércio de frutos” pelo qual os conspiradores facilmente podiam enviar emissários e ainda introduzir armas em pequenas expedições”. [24]

O governador Camilo Polavieja associou, insistentemente, as atividades conspirativas em Santiago de Cuba a uma organização secreta chamada Liga Antilhana, que, segundo as autoridades espanholas, tencionava “preparar para [a] guerra de raças”. A Liga estaria “recrutando seus adeptos sobretudo entre os procedentes da manígua [território rebelde]”, ou seja, entre os que haviam lutado nas guerras anteriores; e não deixavam de entrar nela “gentes de cor que haviam sido leais há até pouco tempo”. [25]

Nos meses que antecederam a descoberta da conspiração de 1880, o Comandante Militar havia recebido diversos informes de que a Liga Antilhana estava fazendo um grande número de adeptos entre a gente de cor da província de Santiago de Cuba. [26] Uma carta, assinada por Lucas Mesa, informava que haviam formado a Liga em Santiago de Cuba e em Guántanamo e que esta se compunha dele, Manuel Ramirez, Juan domingo Peña e muitos outros. Lucas Mesa justifica que, com a pressa com que escreveu, esqueceu-se de nomear alguns nomes da raça de cor que pertenciam à escravidão e alguns brancos e concluiu: “dia 10 última hora tivemos a agradável notícia que os Bombeiros estão a maior parte deles conosco dispostos a começar, todos são de nossa cor”. [27]

Poucos estudos existem sobre a Liga Antilhana; quase nada se conhece sobre a extensão das suas operações ou de sua antecessora, a Liga das Antilhas, fundada quatro anos antes em Paris. [28] Este tipo de organização vivia sob constante vigilância e seus membros, em geral, trabalharam a maior do tempo na clandestinidade e não deixaram muitos registros de suas ações. [29] Mas, em 1878, os espanhóis foram informados que Antonio Maceo, que vivia exilado na Jamaica, formou, em companhia do dominicano Gregorio Luperón e do porto-riquenho Ramón Ementerio Betances, a Liga Antilhana. [30] Para José Luciano Franco, Ramón E. Betances e Gregorio Luperón, opositores incansáveis da escravidão e dos regimes coloniais na segunda metade do século XIX personificavam o sentimento progressista e democrático dos países do Caribe. [31]


A Liga Antilhana era uma organização secreta que tinha entre os seus objetivos a independência completa e a confederação das ilhas caribenhas, [32] mas, segundo informações de agentes e cônsules espanhóis que estavam fora de Cuba, o programa da Liga Antilhana seria o predomínio da raça de cor nas Antilhas. Um agente secreto que havia estudado em Paris informou que estudantes do Haiti diziam que o “porvir forçoso era para eles, os de cor, as Antilhas, e à raça branca o continente americano”. A Liga teria centro em todas as Antilhas e todos os governos estavam em alerta; o Centro estaria em Puerto Plata, Santo Domingo. A aproximação de Antonio Maceo dos emigrados haitianos na Jamaica só aumentava a suspeição das autoridades coloniais. Em Cuba, as notícias davam conta de que Maceo havia fundado a Liga Antilhana, uma “organização feita pela raça de cor”. [33] Por que foi possível este tipo de interpretação?

O porto-riquenho Ramón Ementerio Betances, que seria fundador da Liga junto com Maceo, tinha uma extensa trajetória de luta contra a escravidão e a opressão colonial. Abolicionista, participou da Revolução de 1848, que aboliu a escravidão nas colônias francesas, e da luta de restauração da independência dominicana em 1863-1865. [34] Na Guerra de Restauração em Santo Domingo (República Dominicana), quando a Espanha foi derrotada, a maioria dos insurgentes também era de cor. [35] Em 1866, quando foi fundada a Sociedade Republicana de Cuba e Porto Rico em Nova Iorque, Betances estava presente. Esta Sociedade defendia a liberdade das Antilhas espanholas e a “liberdade absoluta de todos os seus habitantes sem distinção de raça ou cor”. [36]

Na década de 1870, antes de voltar e se estabelecer em Paris, Betances se movia, constantemente, entre Santo Tomás, Haiti, República Dominicana, Venezuela e Nova Iorque, seguido de perto por agentes e espiões a serviço da Espanha. Ele acreditava que as ilhas caribenhas, com diferentes colonizadores e insignificantes militarmente, não sobreviveriam, a não ser juntas, em uma federação das Antilhas. [37] Mas há algo pouco explorado na sua biografia que talvez ajude a entender a sua aproximação com Maceo: Betances era mulato e, como Maceo, maçon. [38] Em uma reunião, em 1870, na Grande Loja Maçônica de Porto Princípe (Haiti), Betances teria dito: “As Antilhas deveriam pertencer aos filhos das Antilhas”. [39] Em uma carta à irmã, escreveu: “somos prietuzcos, e não negamos isso”. [40] Originalmente, as certidões de batismos de Betances e de suas irmãs foram registradas no livro de pardos, mas, após o casamento de sua irmã mais velha com um catalão, no ano de 1840, foram registradas no livro de brancos com a seguinte observação: “Trasladada ao presente livro de brancos por disposição do Superior General em 13 de maio de 1840”. [41]

Gregorio Luperón, outro pressuposto fundador da Liga, nasceu na República Dominicana e também era mulato. [42] Em 1879, após uma revolução popular, o General Gregorio Luperón chegou a ocupar a presidência da República Dominicana. [43] Em sua homenagem, em 1888, foi escrito o seguinte texto, que revela um pouco de como se posicionava em relação à questão racial:

 

O governo que nos domina... deveria começar a pensar seriamente sobre o destino reservado pela Providência para os negros e mulatos da América. De agora em diante, este destino é manifesto, dado o presente número desta raça; e eu acredito que a ilha de Santo Domingo é chamada a ser o núcleo, o modelo desta glorificação [...][484

 

Em uma interpretação muito próxima de Camilo Polavieja, Buscaglia-Salgado acredita que, em fins da década de 1870, havia um “projeto mulato para a confederação antilhana” que se tornou, rapidamente, uma causa perdida. [45] O projeto foi recebido com suspeição por parte de alguns crioulos brancos, que viram na iniciativa uma ameaça ao seu projeto de fundação de estados nacionais; para eles, a Liga Antilhana representava um plano de dominação e governo negro no Caribe. [46] Buscaglia-Salgado chama atenção de que, no Protesto de Baraguá, quando rejeitou o Pacto de Zanjón, acordo de saída da Guerra de Dez Anos orquestrado por espanhóis e crioulos brancos, Maceo convocou seus seguidores a continuarem na guerra para fazer de Cuba “uma nova república assimilada a nossas irmãs de Santo Domingo e Haiti”. A ideia de uma “república assimilada” foi também interpretada pelos nacionalistas crioulos como um projeto de governo dos negros no Caribe. [47] Isso talvez ajude a entender um pouco a “histeria” dos espanhóis.


Mas o que nos interessa aqui não é saber se havia ou não um projeto de dominação negra no Caribe e sim por que a proximidade entre Maceo, Betances e Luperón e suas movimentações políticas pela independência foram interpretadas assim. Maceo, apesar de ser um árduo defensor das alianças inter-raciais no processo de independência de Cuba, soube se mover entre as identidades cambiantes de negro e cubano e acionou sua identidade racial para se legitimar enquanto líder da luta contra a escravidão em Cuba: ele defendia que a tarefa de libertar os negros de Cuba da escravidão era dos “homens de cor”, não dos crioulos ou independentistas em geral. Em uma carta ao General haitiano José Lamothe, escreveu:

 

Esses escravos, General, cansados do açoite e das correntes, e demasiado frágeis para rompê-los por si sós, estendem a vista ao seu redor e ao ver-nos a nós homens de cor que tivemos a fortuna de não nascer na escravidão ou de haver nos libertado dela, nos pedem nosso auxílio. Nosso dever é concedê-lo; negá-lo seria um crime. [48]

 

No exílio, Maceo estreitou laços com líderes do Caribe através de uma intensa troca de correspondências. Como Betances havia feito anos antes, viajou por Santo Domingo, Haiti, Santo Tomás e Estados Unidos, sempre acompanhado de perto por agentes a serviço da Espanha e participou de meetings e reuniões contra o domínio colonial. Dirigia-se a brancos e negros insurretos emigrados nas Antilhas e nos Estados Unidos. Neste primeiro momento, mobilizou e se valeu da identidade racial para se credenciar e forjar alianças com negros e mulatos caribenhos contra os espanhóis e a escravidão.

As conexões entre Maceo e dominicanos, porto-riquenhos, haitianos e orientais de Cuba, negros e mulatos, materializavam um antigo temor dos espanhóis: a articulação de uma conspiração negra transnacional e revelavam que, além das lutas travadas contra o domínio colonial, negros e mulatos, sob o signo da raça de cor, construíam solidariedades e apostavam na organização e mobilização a partir da identidade racial para além das fronteiras nacionais. Desde então, o ativismo negro lançava mão de um vocabulário político que incluía nacionalismo, igualdade, fraternidade, aliança inter-racial e identidade racial transnacional.

 

NOTAS

Texto extraído do livro Conspirações da ‘raça de cor’: escravidão, liberdade e tensões raciais em Santiago de Cuba (1864-1881). Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2015.

1. AGI, Diversos 8, Telegrama do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color descubierta en Santiago de Cuba el 10 de Diciembre de 1880, siendo Comandante General de la Provincia el Excmo. Sr. Teniente General Don Camilo Polavieja y Castillo, Santiago de Cuba, Sección Tipográfica del Estado Mayor, 1880, Santiago de Cuba, 10/12/1880.

2. Havia notícias de que agentes da conspiração atuavam em Palma Soriano, San Luis, Songo, Guantánamo e Sagua de Tánamo. AGI, Diversos 8, Telegrama do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color…, Santiago de Cuba, 10/12/1880.

3. Domingo Solorzano era o empregado da fábrica de gás responsável pela ação (AGI, Diversos 8, Notas, s/d).

4. AGI, Diversos 8, La Época, 15/12/1880.

5. Para Howard, as suspeitas sobre os cabildos também se explicavam pelo papel que estes haviam desempenhado em conspirações anteriores e pela presença demográfica dos negros na ilha (Howard, Philip A. Changing history: afro-cuban cabildos and societies of color in the Nineteenth Century. Louisiana: Lousiana State University Press, 1998).

6. AGI, Diversos 8, Telegrama do Comandante Geral Camilo Polavieja dirigido desde Cuba ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color..., Santiago de Cuba, 10/12/1880.

7. Ferrer, Ada. Insurgent Cuba: Race, Nation and Revolution, 1868-1898. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 1999.

8. HELG, Aline. Lo que nos corresponde: la lucha de los negros y mulatos por la igualdad en Cuba – 1886-1912. Havana: Ediciones Imagen Contemporánea, 2000. Ferrer, Insurgent Cuba.

9. Ferrer, Insurgent Cuba. O argumento de que a guerra de independência se convertera em uma guerra de raças foi largamente utilizado pelos espanhóis e serviu também como justificativa para os projetos de imigração branca (BALBOA NAVARRO, Imilcy. Los brazos necesarios: inmigración, colonización y trabajo libre en Cuba, 1878-1898. Valencia: Centro Francisco Tomás y Valiente UNED Alzira-Valencia: Fundación Instituto Historia Social, 2000).

10. AGI, Diversos 8, Carta de Fidencio Cisneros ao Comandante Geral de Santiago de Cuba, Kingston, 16/03/1881.

11. AGI, Diversos 8, Ofício do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color...,, Santiago de Cuba, 10/12/1880, p. 11. Ver também: Ferrer, Insurgent Cuba. Como afirma Ada Ferrer, talvez nenhuma autoridade colonial tenha sido mais hábil nesta tarefa do que o Governador Provincial de Santiago de Cuba, Camilo Polavieja, que “interpretou a insurreição como guerra de raças e fez de tudo ao seu alcance para fazer a rebelião imitar a sua interpretação”. Polavieja usou a estratégia de afastar os elementos brancos da insurreição para que esta se reduzisse aos elementos de cor (Insurgent Cuba).

12. AGI, Diversos 8, Nota de Manuel Asensio, s/d.

13. AGI, Diversos 8, Notas, s/d. Concejal seria uma espécie de vereador, conselheiro.

14. AGI, Diversos 8, Notas.

15. AGI, Diversos 8, Ofício do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color..., Santiago de Cuba, 10/12/1880.

16. FERMOSELLE, Rafael. Política y color en Cuba: la guerrita de 1912. Montevideo, Uruguay: Geminis, 1974; B ARNET, Miguel. Biografía de un cimarrón. Havana: Editorial Letras Cubanas, 2006. Os guerrilheiros podiam ser armados pelas autoridades ou com dinheiro dos fazendeiros (Balboa Navarro, La protesta rural).

17. AGI, Diversos 8, Ofício do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color..., Santiago de Cuba, Sección Tipográfica del Estado Mayor, 1880, Santiago de Cuba, 10/12/1880.

18. AGI, Diversos 8, Telegrama do Comandante Geral ao Sr. Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color..., Santiago de Cuba, 11/12/1880.

19. AGI, Diversos 8, Correspondência do Consul da Espanha em Kingston para o Comandante Geral Camilo Polavieja, Kinsgton, 25/03/1881.

20. FRANCO, José Luciano. Antonio Maceo: apuntes para una historia de su vida. Havana: Editorial de Ciencias Sociales, t. I, 1975.

21. ESCALONA DELFINO, José Antonio. Maceo en Haití, Haití en Maceo. In: PORTUONDO ZÚÑIGA, Olga; ESCALONA CHÁDEZ, Israel; FERNÁNDEZ CARCASSÉS, Manuel (Coord.). Aproximaciones a los Maceo. Santiago de Cuba: Oriente, 2005.

22. AGI, Diversos 8, Correspondência do Cônsul Espanhol em Kingston para o Comandante Geral Camilo Polavieja, Kinsgton, 14/04/1881.

23. AGI, Diversos 8, Correspondência do Cônsul da Espanha em Kingston para o Comandante Geral Camilo Polavieja, Kinsgton, 25/03/1881.

24. FRANCO, Antonio Maceo, t. II.

25. AGI, Diversos 8, Carta do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Comandante Militar de Guantánamo José Moraleda, Guantánamo, 20/11/1880.

26. AGI, Diversos 8, Ofício do Comandante Geral Camilo Polavieja ao Capitão Geral em Conspiración de la Raza de Color..., Santiago de Cuba, 10/12/1880.

27. Também havia brancos, como Don Modesto, Duany y Cabrera e o Sr. Robert que ofereceu sua fazenda ao lado do porto para desembarcar os que viessem incógnitos. Don José Fonte, empregado em uma oficina militar, se dispôs a informar sobre os movimentos da milícia do governo. Com exceção de Narciso Justos e Manuel Vaillant, todos os negros e mulatos apontados como pertencentes à Liga Antilhana em Santiago de Cuba foram presos e deportados a Fernando Pó. Na lista dos deportados constam os brancos Don Hilario Duany, Don Manuel Cabrera (AGI, Diversos 8, Carta de Lucas Mesa, Santiago de Cuba, 09/11/1880, fl. [ilegível]).

28. BUSCAGLIA-SALGADO, José F. Undoing empire: race and nation in the mulatto Caribbean. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2003.

29. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

30. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire. Segundo um viajante norte-americano, no início da Guerra de Dez Anos, os ingleses haviam proposto aos insurretos formar uma Confederação das Antilhas (O’KELLY, James J. La tierra del mambi. Havana: Instituto del Libro, 1968).

31. FRANCO, Antonio Maceo.

32. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

33. LEYVA Y AGUILERA, Herminio C. La guerra chiquita: el movimiento insurreccional de 1879 en la provincia de Santiago de Cuba. Havana: La Universal, 1893.

34. ANDERSON, Benedict Richard O’ Gorman. Under three flags: anarchism and the anti-colonial imagination. London; New York: Verso, 2005.

35. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

36. KNIGHT, Slave Society in Cuba..., cit.; CEPERO BONILLA, Raúl. Azúcar y abolición. Havana: Editorial de Ciencias Sociales/Instituto Cubano del Libro, 1971. A informação de que Betances participou da fundação da Sociedade Republicana de Cuba e Porto-Rico foi extraída de Buscaglia-Salgado (Undoing Empire), que informa que esta foi fundada em dezembro de 1865.

37. No futuro, Betances se tornaria uma espécie de decano da comunidade latina em Paris e foi indicado, oficialmente, como agente diplomático da Revolução Cubana em Paris, em 1896 (ANDERSON, Under three flags).

38. TORRES-CUEVAS, Eduardo. Historia de la masonería cubana: seis ensayos. Havana: Imagen Contemporanea, 2004.

39. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

40. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

41. SUÁREZ DÍAZ, Ada. El Doctor Emeterio Betances y la abolición de la esclavitud. Porto  Rico: Editorial del Instituto de Cultura Puertorriqueña, 2005.

42. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

43; FRANCO, Antonio Maceo.

44. Homenagem a Gregorio Luperón, 1888, citado por: BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

45. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

46. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

47. BUSCAGLIA-SALGADO, Undoing empire.

48. RODRÍGUEZ, Pedro Pablo. Tengo fe en la grandeza de nuestra patria; Antonio Maceo y la Guerra Chiquita. Bohemia, n. 49, dic. 1979 apud Duharte Jiménez, Dos aproximaciones a la historia de Cuba. Santiago de Cuba: Casa del Caribe/Imprenta de la Dirección Provincial de Cultura de Santiago de Cuba, 1984. 

 

IACY MAIA MATA. Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas e Professora da Universidade Federal da Bahia; desenvolve pesquisas sobre escravidão, abolição e relações raciais no Brasil e em Cuba e integra a linha de pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade, do PPGH/UFBA. Publicou, em 2015, o livro Conspirações da raça de cor: Escravidão, liberdade e relações raciais em Santiago de Cuba (1864-1881), pela Editora da Unicamp, que ganhou menção honrosa no Prêmio Casa das Américas em 2018. Atualmente é coeditora da Afro-Ásia.




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[A partir de janeiro de 2022]
 

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UMA AGULHA NA MESA O MUNDO NO PRATO

Número 190 | dezembro de 2021

Curadoria: Maria de Fátima Novaes Pires (UFBa) e Rogério Soares Brito (UNEB)

Artista convidado: Eduardo Eloy (Brasil, 1955)

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