Aos primeiros dias de novembro de 2015, teve
lugar no auditório do Centro de Educação da UFRN (Universidade Federal do Rio
Grande do Norte), em Natal, sob a coordenação da pesquisadora e ensaísta Luiza
Nóbrega, uma vultosa homenagem ao poeta Lêdo Ivo (1924-2012), sob o título
geral de "Poesia sem fronteiras (Pauta e Cena com Lêdo Ivo)". O
evento contou com a conferência de abertura realizada pelo filho do poeta, o
artista plástico Gonçalo Ivo, e reuniu alguns exegetas de Lêdo Ivo, a exemplo
do filósofo Edgar Lyra e os tradutores Vera Lúcia de Oliveira e Yorgos
Rouvalis. Como parte de uma pauta de encontros internacionais que começa a
ofertar a público o Grupo Aurora, programa-se agora edição de um livro
concentrando todas as palestras. Paralelo ao evento a Agulha Revista de Cultura
cuidou de dedicar ao poeta alagoano um número de suas edições especiais, O RIO
DA MEMÓRIA | LÊDO IVO:
http://arcagulharevistadecultura.blogspot.com.br/2015/11/s12-o-rio-da-memoria-ledo-ivo.html.
Esta dupla homenagem destaca a importância de um imenso poeta brasileiro, ao
mesmo tempo em que alerta para uma necessidade vital de recuperação de nosso
acervo cultural. A título de editorial reproduzimos aqui a palestra dada por um
dos editores da Agulha Revista de Cultura, Floriano Martins.
Os editores
***
LÊDO IVO,
A FRONTEIRA ILUMINADA
Agradecimentos iniciais a Luiza Nóbrega e
Gonçalo Ivo.
Certa vez, no hotel onde
estávamos hospedados em Villahermosa, Tabasco, México, aproximou-se de mim o
poeta espanhol Juan Carlos Mestre, que até então eu não conhecia, para comentar
o quanto lastimava a morte de Lêdo Ivo. Além da amizade que os unia, Juan
Carlos Mestre foi o tradutor, com Guadalupe Grande, de uma antologia de Lêdo
publicada na Espanha: La aldea de sal
(2009). Então espantou-se quando eu lhe disse duas coisas. Primeiramente que eu
não estava tão certo assim de que o país tivesse a justa ideia da perda daquela
morte. Em seguida lhe contei que eu e Lêdo jamais nos havíamos encontrado no
Brasil.
Em meio às minhas
viagens pela Espanha e a América Hispânica, sempre me surpreendeu a estima ali
encontrada em relação a este poeta. Ocasionalmente alguém me falava em Ferreira
Gullar, porém o nome sempre presente era o de Lêdo Ivo. Intimamente aquilo me deixava
em posição vergonhosa, porque eu o desconhecia por completo. Não lhe recordava
um verso, exceto um par de tolices saídas da boca de Oswald de Andrade a seu
respeito.
Em 2009 eu estava indo
para Santo Domingo, por ocasião do lançamento de uma antologia de poetas
brasileiros e dominicanos que organizei com Basilio Belliard, quando soube que
ali coincidiria com Lêdo Ivo. Finalmente eu conheceria o poeta. Nos
desencontramos no hotel e quando eu cheguei ao espaço de leitura de poemas ali
estava ele, sendo apresentado por José Ángel Leyva, nosso editor e querido
amigo. Ouvi então sua voz, lendo:
AS
VELHINHAS DE CHICAGO
Era uma vez duas velhinhas
num restaurante de Chicago
que comiam dois bons churrascos
e entre garfadas conversavam.
num restaurante de Chicago
que comiam dois bons churrascos
e entre garfadas conversavam.
Falou a primeira velhinha
ao engolir um gordo naco:
"Eu acho que ainda vou viver
alguns anos neste buraco."
ao engolir um gordo naco:
"Eu acho que ainda vou viver
alguns anos neste buraco."
"Nós vamos viver muitos anos,
— disse a outra gulosa velhinha —
e aproveitemos nossas vidas
entre churrascos e galinhas."
— disse a outra gulosa velhinha —
e aproveitemos nossas vidas
entre churrascos e galinhas."
"Mas nós vamos na frente de
muita gente que conhecemos",
disse a enrugada companheira
chupando um detrito do dente.
muita gente que conhecemos",
disse a enrugada companheira
chupando um detrito do dente.
Interrompendo um pouco a janta,
suspirou a amiga: "Pois é,
e aqui estamos pondo tantas
delícias nas nossas barrigas."
suspirou a amiga: "Pois é,
e aqui estamos pondo tantas
delícias nas nossas barrigas."
"Vamos dar de comer aos vermes",
sua parceira comentou
com um riso astuto e escarninho,
tal após um trago de vinho.
sua parceira comentou
com um riso astuto e escarninho,
tal após um trago de vinho.
"Então pelo menos tornemos
a nossa carne mais macia",
disse a mais sagaz das velhinhas
que ouvi conversando em Chicago.
a nossa carne mais macia",
disse a mais sagaz das velhinhas
que ouvi conversando em Chicago.
Alguém próximo a mim
disse, após aplaudir, que o poeta sempre lia aquele poema, em qualquer ocasião.
Não somente ele, como também dois outros, Os morcegos, e O rato da sacristia, seus
três preferidos que os estava sempre lendo - não os tinha de memória - em todas
as partes.
De volta ao hotel em
Santo Domingo brincávamos todos com a veracidade desse seu aspecto tão
pitoresco. Finalmente nos demos um bom abraço e rimos do fato de dois poetas
brasileiros, residentes no Brasil, virem
a se conhecer em outro país. E justamente em um país hispano-americano. Rimos
ainda mais quando um de nós disse que certamente aquele era o mais atípico dos
encontros entre poetas. No ano seguinte eu viria a conhecer outro poeta
brasileiro em tais circunstâncias, dessa vez no México, a minha linda amiga
Maria Lúcia Dal Farra. Dentre outras tantas e incontáveis coisas a América
Hispânica me deu dois belos amigos brasileiros. Recordo a empatia com Lêdo em
Santo Domingo, caminhando pelas calçadas litorâneas ou então em uma casa de
dança. Uma noite ali jantávamos quando veio sentar-se à nossa mesa o então embaixador
brasileiro, com aquele seu sorriso diplomático nos saudava dizendo que viera
justamente para nos convidar a jantar com ele e uma funcionária da Embaixada.
Lêdo agradeceu o convite olhando para o prato e intimamente sorrimos, como quem
diz: esta é a diplomacia brasileira. Quando o casal se foi nos pusemos a
recordar alguns hilários (jamais diríamos trágicos) encontros nossos com
embaixadores e sobretudo adidos culturais brasileiros por toda essa imensidão
hispânica tão perto e tão longe do Brasil.
Nossas conversas fluíam
como se fôssemos dois velhos e bons amigos. Lêdo era uma figura carismática,
amiga, divertida. Rapidamente se instalou entre nós boa amizade e mútuo
respeito intelectual. Uma vez me disse:
O
Brasil é um grande gueto literário e linguístico. A literatura brasileira é
completamente desconhecida no Exterior. Alguns poetas e novelistas são editados
e apreciados, individualmente, na América Hispânica e em alguns países da
Europa, mas esse conhecimento de criações artísticas individuais não chega a se
configurar na presença de um país (ainda exótico) e de uma literatura. No plano
interno o desconhecimento é ainda mais pungente. As tiragens dos nossos livros
literários são quase sempre exíguas. Predomina no mercado o livro estrangeiro,
especialmente o best-seller planetário, sinal inequívoco da colonização
cultural e da dominação comercial por editores multinacionais. A atividade
literária no Brasil é cosmética, decorativa, ornamental. Ser escritor no Brasil
é uma coisa muito melancólica.
E ali estávamos em plena
República Dominicana, pleno Caribe, dois poetas brasileiros com vários livros
publicados em países de língua espanhola, comentando acerca de uma das maiores
tragédias (aqui sim, vale o termo) de nossa cultura: sua negação de si mesma,
do que lhe é mais essencial. Em grande parte reflexo daquela "escassa
interrogação existencial" que o próprio Lêdo me dizia detectar em nossa
tradição literária. Segundo ele, essa "projeção de espiritualidade"
que encontramos na obra de poetas como Murilo Mendes e Jorge de Lima é um farol
imenso em uma literatura tão marcada pelo conteúdo regionalista, paisagístico.
Eu então lhe disse:
Um
dilema curioso que encontramos na literatura brasileira diz respeito a seu
aspecto demasiado livresco — uma literatura “que só sabe respirar o ar abafado
dos livros” —, como tão bem mencionas. O escritor brasileiro, em geral, rejeita
a si mesmo como elemento constitutivo da relação — que só se realiza, por
sinal, de maneira visceral — entre realidade e literatura. Há o prejuízo
imediato da superficialidade e um outro, por efeito de decorrência, de ausência
de diálogo com as grandes correntes internacionais.
O assunto veio a lume
porque recordei uma passagem de seu livro Confissões
de um poeta, em que ele diz que "Na literatura brasileira, ninguém
caça, ninguém pesca, ninguém ama, ninguém vive. É uma literatura livresca, que
só sabe respirar o ar abafado dos livros". Ele então prosseguia:
Um
escritor deve ser livresco e antilivresco. Deve ser guiado pela evidência de
que a literatura e a poesia são problemas de cultura e não de mera
sensibilidade. Um poeta, a meu ver, deve ser o protagonista mais culto da
comunidade literária, devendo conhecer um legado que vem de Homero a Dante, de
Virgilio a Camões, de Quevedo a Shakespeare e se estende até os nossos dias. O
conhecimento de outras línguas é para mim fundamental, já que a tradição
cultural da língua portuguesa era insuficiente para as minhas necessidades de
expressão e educação cultural. Já o espectro da língua espanhola é diferente.
Você pode ser um grande poeta ou romancista em língua espanhola sem necessitar
conhecer outras línguas, já que no passado hispânico há Cervantes e Quevedo,
Lope de Vega e Garcilaso de la Vega, Fray Luis de Leon e Rubén Dario, Góngora e
Antonio Machado, e centenas de outras referências basilares. // Por outro lado,
o escritor deve respirar o ar da vida, da convivência, o mundo dos outros, pois
nele é que se abastece para a sua criação poética e literária. E cada poeta ou
prosador faz a sua leitura do mundo — não uma leitura global e total do mundo,
que é muito vasto e inapreensível.
Nossas conversas sempre
pareciam não ter fim e eram pausadas apenas para cumprir um protocolo afetivo da
agenda de nossas viagens. Lêdo em um desses momentos se referiu à poesia
brasileira como "uma das mais vigorosas e inventivas de todo o
Ocidente". Em seguida situou melhor o tema: "É notório que a poesia
produzida em grandes países do Ocidente está hoje esgotada e necessita de uma
transfusão que a América ibero-americana tem condição de oferecer." Estaríamos de
acordo que esta verdade permanece, porém o esgotamento já começa a invadir
nossas fronteiras estéticas, em grande parte pela falta de diálogo entre nossas
tradições.
Lêdo Ivo se insere em
outra parcela rara de nossa literatura, a do escritor reflexivo, que não teme
opinar ou comprometer-se com seu pensamento. Jamais se esquivou ao debate e nos
legou alguns relevantes livros de ensaios em que tratou de forma lúcida e
aberta, livre de toda forma de ranço ou leviandade, dos temas mais imperativos
de nossa tradição literária.
Gostaria de aproveitar a
presença entre nós de Monique Cordeiro Mendes para acentuar a importância de um
livro de Lêdo Ivo por ela organizado. Refiro-me a O vento do mar, em que se recolhem poemas, ensaios, memórias e uma
riquíssima iconografia. Ali nos encontramos, por exemplo, com a notável série
de sete ensaios que o poeta escreveu sobre Manuel Bandeira. Este livro é
igualmente precioso para que se possa avaliar as inumeráveis edições da poesia
de Lêdo no exterior.
Voltemos às nossas
conversas. Quando em uma entrevista lhe indaguei a respeito da Geração de 45, à
qual teve sempre seu nome ligado, me presenteou com uma síntese rigorosa de uma
passagem de nossa história:
Quando
a Geração de 45 emerge, finda a Segunda Grande Guerra com a derrocada do
nazismo e do fascismo, o debate político passa a um segundo plano. Pelo menos
no seu início, essa geração será formalista e esteticista, preocupada com a
“reconstrução” da poesia e da literatura brasileira. O nacionalismo modernista
será substituído por um subjetivismo crescente e por um cosmopolitismo de
natureza atualizadora. É o tempo da descoberta de Rilke, T. S. Eliot, Paul
Valery, Mallarmé, Ezra Pound, Saint-John Perse, Ungaretti e outros, que
substituíram as devoções modernistas. E estas eram Apollinaire, o futurista
Marinetti e o Blaise Cendrars que Oswald de Andrade praticamente depenou em seu
Pau-Brasil. Uma coisa singular é que o Modernismo,
teoricamente programado para proceder a uma atualização da literatura
brasileira, foi um dos movimentos mais desatualizados e desinformados em
relação às revoluções estéticas que então se operavam na Europa e nos Estados
Unidos. No grande banquete dos ismos do século XX, alimentou-se de migalhas.
Logo descobrimos outra
imensa afinidade nossa: os aforismos. Lêdo os preferia à maneira clássica,
dispostos em separado, como o disparo certeiro de uma flecha. Quanto a mim,
sempre me fascinou o desafio de dispô-los conjuntamente, como versos de um
poema. Mas aqui estamos falando do Lêdo e seus aforismos são inesquecíveis.
Recordo alguns:
• Poesia: erro e acaso convertidos em regra e verdade. A
magia nasce da transgressão. A inteligência surge à luz do dia depois de
percorrer o longo túnel da treva irracional e das paixões.
• A falsa perfeição dos poetas parnasianos. As suas
escadarias de jade e colunas de mármore são feitas de papelão pintado. Seus
decassílabos são espartilhos que esmagam os seios das musas.
• O infinito é a jaula de Deus.
E eles nos trazem quase
sempre o encantador, por desconcertante, humor do poeta:
• No enterro do carcereiro, os detentos choravam.
• O guardador de automóveis, surdo, assegurava só ouvir a
voz do Demônio.
• Como os santos, os poetas devem atingir a perfeição e
dissolver-se nela.
Retorno ao hotel em
Villahermosa, a conversa com o poeta espanhol Juan Carlos Mestre, que se dizia
espantado com o fato de que eu e Lêdo jamais nos encontramos no Brasil.
Disse-lhe então que certa vez cheguei ao Rio de Janeiro, onde vivia o poeta, e
logo recebi uma chamada telefônica: era ele, se desculpando pelo fato de que
estava de saída para uns dias fora e que infelizmente aquela não seria a vez de
nosso encontro.
Devo dizer, no entanto,
que meu melhor encontro com Lêdo Ivo se deu através da leitura de um dos mais
belos livros que já se publicou em nosso país. Refiro-me a Réquiem, e aqui anoto a fortuna que me tocou integrar o júri do
Prêmio Casa das Américas, em Cuba, justamente no ano em que este livro está
inscrito. Desta forma, me honra haver cabido parcialmente a mim o prêmio dado a
Réquiem em 2009. Posteriormente
conversei com Lêdo a respeito, indaguei sobre a repercussão daquele prêmio, e
ele me disse:
A
repercussão escassa do Prêmio Casa das Américas a um escritor brasileiro deve
ser atribuída à visão provinciana que o Brasil tem do próprio Brasil, e que se
irradia por todos os setores. O prestígio dos prêmios da Casa das Américas nos
países hispano-americanos e na Espanha e em outros países da Europa é
incontestável. // Quando fui distinguido com o Prêmio Literatura Brasileira da
Casa das Américas, a repercussão nos países hispano-americanos e na Espanha foi
confortadora. No Brasil, foi irrisória. // O insulamento cultural do Brasil é
uma realidade incontestável. E precisamos de pontes, neste mundo cercado de
outros lados.
Lêdo Ivo foi um desses
raros poetas brasileiros que venceu esse isolamento cultural. Para nos
referirmos a livros seus publicados apenas em idioma espanhol, são mais de duas
dezenas, quase sempre nas mãos de valiosos tradutores, dentre eles Ángel
Crespo, Juan Carlos Mestre, Carlos Montemayor e Rodolfo Alonso. Recordo a
imensa alegria da argentina Marta Spagnuolo ao ser convidada para traduzir a
edição deste livro que fazia parte do prêmio, quando ela me disse que Réquiem se tratava de "um livro de
síntese, de balanço, de ajuste de contas do poeta consigo mesmo". E logo
publicamos na Agulha Revista de Cultura
um ensaio da tradutora justamente sobre este livro. Sua imensidão poética é
tanta, um desses livros iluminados, em que a poesia se faz ouvir por todos os
mínimos recantos de página, que gostaria aqui de concluir estas minhas
recordações lendo um trecho seu:
Sempre amei o dia que nasce, a proa do navio,
a claridade que avança entre as sombras esparsas,
o longo murmúrio da vida nas estações ferroviárias.
Uma fogueira de palavras irrompe na praça.
Um negro trem lacustre atravessa a cidade.
O dia derrama as sílabas do mundo nas calçadas.
Sempre amei o trovão que dilacera a tarde,
a ferrugem e a chuva, os amores que acabam
e a fumaça que sobe dos pneus esfolados.
Os dias idiotas passam como as pontes.
As estátuas voam como pássaros.
As portas mais fechadas se abrem como lábios.
Dias antes de vir para
cá estive em contato, por chat e telefone, com os mexicanos Jorge Dueñas,
Eduardo Langagne e José Ángel Leyva, bem como com o colombiano Armando Romero.
Conversamos especialmente sobre uma edição especial da Agulha Revista de
Cultura que estamos planejando publicar ainda este mês, com a colaboração de
todos. E todos eles, amigos sobretudo, manifestaram seu desejo de estar aqui
conosco.
Obrigado a todos.
ÍNDICE
DESTA EDIÇÃO
ALCEBIADES DINIZ MIGUEL
| Jonathan Wood: configurações e Narrativas do Destino
ALEXANDRA LUCAS COELHO | Uma entrevista com Vitor
Silva Tavares
CÉLIA MUSILLI |
Wolfgang Pannek
e o embate crucial de Artaud
FLORIANO MARTINS | Versión
apócrifa de la descubierta de la sexualidad de una señora desconocida
GRACCHO BRAZ PEIXOTO | De viés, de Mário Montaut
HAROLD
ALVARADO TENORIO | Jaime Gil de Biedma (1929-1990)
JOÃO GARÇÃO | O Castelo dos Destinos Cruzados -
três poetas no Alentejo
JOSÉ ÁNGEL LEYVA |
Breve, por favor. La minificción
LAURINE ROUSSELET
| Suzanne de Césaire, odisea martiniquesa
RICARDO VENEGAS | Ivo
Quallenberg y los años vivos en la escritura
Artista
convidado | VÍCTOR SOSA | Egon
Schiele y la radiografía de una época
***
A primeira foto reúne Luiza Nóbrega e Gonçalo Ivo, durante a abertura do evento "Poesia sem fronteiras (Pauta e Cena com Lêdo Ivo)". Demais imagens reproduzem obras de Egon Schiele (Áustria), artista convidado desta edição de ARC.
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