De uma fotografia que se dependura na parede, a um angulo
desta sala, nesta casa da rua Castro Alves – residência de Edgard Monteiro Lobato
- sorrindo aquele sorriso franco, todo alegria, que lhe era tão peculiar, Martins
Fontes está nos olhando. Do fundo negro de uma tela de Antonio Carneiro - presente
que há pouco Samuel Ribeiro fez a Monteiro Lobato - as barbas majestosas meio desalinhadas,
a fronte imensa, o nariz adunco, Guerra Junqueiro quer penetrar, com os seus, os
nossos olhos.
Todas as noites
esses dois devem ter uma conversa muito interessante. - diz Monteiro
Lobato, olhando-me por trás da tatorana enorme das sobrancelhas fartas e cerradas.
Agora, volvendo o olhar para um retrato de Heitor Morais, que está sobre aquela
mesa, a outro canto da sala, acrescenta:
O Heitor está
em boa companhia. Quanta coisa interessante não ouvirá…
Rodrigo, o neto
do grande escritor, vem correndo lá de dentro com um brinquedo nas mãos. Um brinquedo
muito da atualidade: um pequeno canhão. Jurandir Campos interessa-se logo pelo
canhãozinho, arranja a espoleta, dá um tiro. E Monteiro Lobato, e Jurandir, e eu,
e Rodrigo - todos mexemos com o tal canhãozinho… Todos brincamos um pouco.
A criança que
há dentro de todos nós nunca envelhece… comenta Lobato. Metido num pijama de fundo claro e
listas escuras, e tendo por sobre o pijama uma capa de gabardine cor de chumbo,
Monteiro Lobato está medindo a passos vagarosos o tapete da sala. Resfriadíssimo,
de quando em vez um acesso de tosse o caceteia.
- Como nasceu
o Jéca Tatú, Lobato? – pergunto-lhe, enquanto dona Maria Pureza Monteiro Lobato
ralha com Rodrigo, que insiste em abrir o piano.
Na Fazenda do
Paraíso… Encomprida um tanto a reticência, como para recordar melhor umas coisas
que se foram, uns quadros que lhe ficaram na retentiva. Prossegue, depois:
É preciso dizer
que a Fazenda do Paraíso era de meu pai. Ficava um pouco além de Tremembé - o Tremembé
da Central do Brasil - no lugar onde foi a Trapa…
- Sei. Onde é
hoje a Fazenda Maristela.
Isso mesmo. Ali,
um dia, conheci nhá Gertrudes Reboque… - Uma velhinha que morava num rancho á beira da estrada…
- aparteia dona Ester de Morais, viúva de Heitor Morais, irmã de Lobato, e que parecia
nem estar prestando atenção á nossa conversa, tão absorta se achava no seu tricô.
Pois a nhá Gertrudes - continua o
escritor - vivia falando num neto que significava para ela o maior homem do mundo.
Votava-lhe admiração incondicional. O Jéca - assim se chamava o menino portento
- era um colosso aos seus olhos de avó. E de tanto falar no Jéca nós quisemos conhecê-lo.
Devia ser alguma coisa de extraordinário, o tal neto de nhá Gertrudes. E pedimos-lhe
que aparecesse com o Jéca na casa da fazenda.
- E o Jéca apareceu?
Apareceu. Que
decepção! Um bichinho feio, magruço, barrigudo, arisco, desconfiado, sem jeito de
gente. Algo horrível, Peixoto. Por isso mesmo, o seu nome ficou na minha cabeça.
Anos mais tarde, precisando dar nome a um personagem caboclo, logo me veio á tona
a figura desajeitada do Jéca - o mais jéca de todos os jécas que tenho visto.
- E o sobrenome?
O Tatú?
A principio eu
lhe havia dado outro sobrenome. Chamei-lhe Jéca Peroba. Não soou bem. Mas lembrei-me
de que poucos minutos antes um capataz da fazenda - o Chico - me falara nuns tatús
que andavam estragando uma roça de milho. Adotei o Tatú. Curioso:Jéca, eu o conhecera
de vinte anos: dos tatús só meia hora antes o capataz me havia falado. Dessa mistura,
através dos anos, foi que surgiu o Jéca Tatú.
Continua a medir
o tapete, a passos vagarosos… - Quando começou a escrever?
Foi num jornalzinho
do “Colégio Paulista”, de Taubaté, onde nasci a 18 de abril de 1882. Mas foi no
jornalzinho - “O Guarani” – que publiquei a minha primeira coisa. Apareceu sob o
pseudônimo de “Josben”…
- As primeiras
sílabas de José Bento - os seus dois primeiros nomes… Mas disseram-me que não se
chama José Bento, e sim José Renato.
Eu me chamava
José Renato, respondeu ele, sublinhando o chamava. Prolonga a reticência, apanha um dos
doces que dona Ester pusera na mesinha do centro e continua: Devia ter uns cinco
ou seis anos. Meu pai chamava-se José Bento Marcondes Lobato, e tinha uma bengala
que era o meu encanto: um unicórnio cor de âmbar, com castão de ouro todo granulado.
Bem em cima, no topo do castão, numa parte lisa do metal, estavam as iniciais J.
B. M. L. Essas iniciais estragavam-me tudo. Afinal, pensava eu, quando meu pai morrer
não poderei usar essa bengala: eu me chamo José Renato; as iniciais são J.B.; esse
diabo do B…
- Então?…
Por causa da
bengala resolvi mudar de nome, e passei a chamar-me, para todos os efeitos, José
Bento.
- E a tal primeira
coisa que escreveu em “O Guaraní” publicou? ..
Era uma anedota
de meia coluna. Eu tinha quatorze anos. Aos dezesseis anos meu jornal foi um periódico
que se editava naquela mesma cidade. Não me lembro o nome, mas ainda conservo os
recortes.
Solicito, sai
e volta com um livro enorme, em que estão colados inumeros artigos.
Foi Purezinha
quem produziu este livro, diz ele, Dona Maria da Pureza Monteiro Labato. Colou
tudo isto. Uma trabalheira danada.
Exibe-me as primeiras
paginas, ao mesmo tempo que vai lendo os titulos:
Aqui estão as
primeiras coisas: Poemas da juventude, Tilcara, Guaxará…
Tudo fantasias rescendentes ás primeiras leituras: José de Alencar, Coelho Neto,
Catulle Mendès… E tudo assinado com pseudônimo. Eu usei um bando de pseudônimos:
Helio Bruma, Antão de Magalhães, Lobatoyewsky, Rodanto Cor de Rosa, Osvaldo, Guy
d'Hã, Manoel de Sousa, Pascalon, o engraçado, Yewsky, Enoch Vila Lobos, B. do Pinho,
Oscarino, Yan Sada Yaco, She, Ed. Schelling, Olga de Lima, Nero de Aguiar, Vieira
Lion, F. H. Rangel, Marcos Twein, Bertoldo… Escrevi, depois, em várias folhas colegiais:
numa “Pátria” do Instituto de Ciências e Letras, aqui em S. Paulo, no “H2 S”…
- “H2 S”?
Era um jornalzinho
manuscrito que mantive naquele colégio, e que eu mesmo lia em voz alta no recreio
todos os sábados, dentro de um “quadrado de defesa”…
- “Quadrado de
defesa?”…
Sim. Cada semana,
o “H2 S” bulia com um grupo e poupava os demais. Estes eram convidados a formar
o “quadrado de defesa”, contra os “ataques de cavalaria” dos “bulidos”, os quais
avançavam furiosos para empastelar o pasquineiro… O livro mais interessante
que eu poderia fazer seria a historia de meus contos… diz Lobato enquanto mordisca
uma “mãe benta”.
- Por que não
o faz?
Já não me interesso
por coisa nenhuma. Meus contos foram quase todos vingancinhas pessoais, desabafos.
Quando eu sentia necessidade de vingar-me de um sujeito qualquer, não sossegava
enquanto o não pintasse numa situação ridícula ou trágica, que me fizesse rir.
- Então Urupês
nasceu de tais vingancinhas?
Mais ou menos.
Em meio á produção pseudônima, foram vindo esses contos, muitos dos quais também
eram desabafos. Publiquei-os em periódicos do maior vulto, como a “Revista do Brasil”,
então dirigida por Plinio Barreto e Pinheiro Junior. Mas eu não alimentava a intenção
de fazer livro. A primeira ideia de reunir aqueles contos em volume foi-me dada
pelo Plínio. “Publique” disse ele. “Conheço o publico. Todos vão gostar”…
- E você resolveu-se…
Não foi bem assim.
A principio a ideia me pareceu extravagante. Ri-me. Plinio, entretanto voltou ao
assunto, insistiu. Pus-me a parafusar naquilo e acabei mandando imprimir o livro.
Minha inexperência naquele tempo era tamanha que nem sequer pensei em procurar
editor. Editei-me a mim mesmo.
- Onde foi buscar
esse nome - Urupês?
Recordação da
infância. Quando em menino minha mãe me mandava fazer qualquer coisa eu mostrava
corpo mole, ela: “Anda, menino! Parece urupê de pau podre!” Esse nome “urupê” ficou-me
na cabeça. Afinal, um dia, quando precisei classificar a classe do Jéca, ou do homem
da roça, o nome que me acudiu foi esse - e acabou denominando-me também o livro.
-E os livros
para as crianças?
Vieram como vêm
as crianças. Um grão de pólen me caiu um dia em algum óvulo cerebral e gerou o primeiro
- A menina do narizinho arrebitado. O começo foi esse…
- Por que preferiu
um “narizinho arrebitado”?
Não preferi…
Veio assim, de momento. Eu queria dar um traço característico, pitoresco, á minha
pequena personagem. E que traço mais pitoresco do que um narizinho arrebitado?
- Os outros?
Que outros?
- Os outros livros
para crianças?
Vieram muito
naturalmente, como vagões atrás de uma locomotiva. Tudo saiu de um narizinho…
- Como nasceu
a dona Benta?
Eu andava no
Colégio Paulista, em Taubaté. Nos colégios os “maiores” nunca dão confiança aos
“menores”, e estes, por isso e outras razões, acham que aqueles são mesmo “importantes”
- e vivem com os olhos neles. Ora, havia lá um rapaz chamado Pedro de Castro. Era
um dos “maiores”, e tinha a seu favor a particularidade de ser de Macaé ou Pati
do Alieres. Num colégio, o fato de um sujeito ser de uma terra que os outros não
conhecem é bastante para dar-lhe um prestigio extraordinário. Eu era dos “menores”…
- Ele não dava
confiança…
Eu vivia a olhá-lo
como quem vê um tipo importantíssimo. Esse Pedra de Castro costumava falar em sua
avó, de nome Benta. Achei curioso o nome e mais tarde, quando precisei batizar a
vovó de Narizinho, foi a avó de Pedra de Castro quem me forneceu o nome…
- E nasceu dona
Benta! Mas a tia Nastacia? Qual a sua história?
Tive em casa
uma Anastacia, ama do meu filho Edgard. Uma preta alta, muito boa, muito resmunguenta,
habil quituteira… Tal qual a Anastacia, ou a tia Nastacia dos livros
Perguntei depois sobre o visconde de Sabugosa. Lobato deixa de caminhar de um lado para outro. Senta-se… Dona Ester de Morais larga o tricô e toma a palavra. “Naqueles tempos, na fazenda, as crianças costumavam brincar com bonecos de sabugo. Tomávamos um sabugo de milho e o vestíamos como se fosse uma boneca. Nos chuchus púnhamos umas pernas de palitos e ficavam sendo os ‘cavalos’ e os ‘porquinhos’… Quando aos sábados o Juca vinha do colégio nós preparávamos uma porção de coisas para recebê-lo; alinhavamos as bonecas de sabugo…
Mas eu largava
tudo e ia pescar! aparteia Lobato.
- É verdade,
diz dona Ester. Mas os tais bonecos de sabugo…
Devem ter influído
na criação do visconde de Sabugosa… concluo.
É podem ter sido
a matriz dessa ideia. E também a Emilia deve ser produto de uma reminiscência desses
tempos… concorda Lobato.
- Mas e o rinoceronte?
Por que pôs um rinoceronte no sitio da dona Benta? Um animal que não é brasileiro…
Exatamente por
isso. Para fazer uma coisa diferente. Resolvi arranjar um bicho contrario ao cachorrinho
ou ao coelhinho clássicos. Mas na realidade eu não introduzi deliberadamente um
rinoceronte em minhas historias. Aquele rinoceronte fugiu certa vez de um circo
no Rio de Janeiro, afundou no mato e foi parar no sitio de dona Benta. De lá entrou
muito naturalmente nos livros. Coisa muito mais do rinoceronte do que minha.
- De todos os
seus livros, qual é o que considera o melhor?
Ah, meu caro!
Muitas cozinheiras, depois de prepararem um jantar que todos gabam, vão ao empório
da esquina comprar pão e salame para matar a fome…
- Que tem isso
com os seus livros?
Muito. Logo que
um livro me sai do útero mental, fico enjoado dele por longo tempo. Não quero tê-lo
em casa. Jamais consegui uma coleção completa de minhas obras. Qualquer “fan” possui
mais livros meus do que eu mesmo. São filhos que solto pelo mundo, como as galinhas
soltam os pintos já empenados. Só quero que não me aborreçam mais. Chego a esquecer-me
do que há neles. Passados uns dois ou três anos é que os releio…
- E então?
- Às vezes, com
grande surpresa, gosto. Foi assim com “Urupês”. Depois de alguns anos de esquecimento,
tive de reler os contos para uma nova edição revista e entusiasmei-me. Lembro-me
de que fui ao Octalles, o meu editor, e disse: “Que livro interessante, Octalles!
Não imagina como gostei. Que contos engenhosos, bem urdidos!”
Meus olhos caem
sobre uma tela na parede. - Lobato, esse quadro a óleo é seu?
Sim… responde ele
displicente, em tom de quem não está disposto a acrescentar qualquer coisa mais.
Uma associação de ideias leva-me a outro dia - aquele em que bisbilhotando uns papeis
velhos de Lobato encontrei aquarelas interessantíssimas, mas todas sem assinatura.
- De quem são
estas aquarelas? perguntei.
Minhas… respondeu ele
indiferente. Suas?!
Minhas, sim.
Reinações que andei fazendo ainda faço de quando em vez.
- Mas por que,
tendo jeito assim para a pintura, não se dedicou a sério?…
Ah, isso é uma
historia que até parece invenção. Foi por causa da Alemanha.
- Por causa da
Alemanha?! E ele, brincalhão:
Por causa da
Alemanha, sim. Minha verdadeira vocação não era para a literatura e sim para a pintura.
Minha paixão sempre foi essa, e um dia resolvi virar pintor. Eu era estudante em
São Paulo, recém-vindo de Taubaté. Morava num chalezinho no largo do Palácio, junto
com o Carlos Nehring, outro estudante. Dando satisfações ao velho “appeal”, deliberei
começar. Adquiri por quarenta mil réis uma caixa de tintas. Comprei tela e outros
ingredientes. Fui á quitanda mais próxima e de lá voltei com umas bananas, que serviriam
de modelo. Pensei em dedicar-me ao gênero natureza morta, porque depois de pintado
o quadro comeria o modelo…
- E começou…
Com entusiasmo
fora do comum. Espremi as bisnaguinhas de tinta na palheta . . . Mas não saía nada.
O raio da tinta não se dissolvia no óleo, nem mesmo na água raz. Que diabo de mistério
seria aquele? Foi aí que o Nehring entrou. Calculei que, como bom filho de alemão,
devia ter na massa do sangue o senso da química. E queixei-me: “Minhas tintas não
se dissolvem. Resistem até à água raz. Que será?” Nehring olhou para a banana empastada
que eu começara a pintar e não hesitou em dizer: “Quem sabe se em vez de comprar
tintas a óleo você comprou de aquarela?” O sangue afluiu-me ao rosto. Fechei a caixa
de tintas e reagi. “Que idiotice! Pois então eu havia de cometer uma imbecilidade
desse tamanho?”
- E…
Encostei o quadro,
guardei as tintas, comi as bananas e jurei por dentro que nunca mais me meteria
a pintor. É por isso que em vez do pintor Monteiro Lobato existe o escritor Monteiro
Lobato. Por culpa de um caixeiro. Eu pedira óleo; ele errara e trouxerame aquarela.
O erro só me foi denunciado pelo Nehring. Mas se eu confessasse a minha imbecilidade,
isso poderia ser a desmoralização do Brasil aos olhos da Alemanha…
- Mas estas aquarelas,
então?
Periodicamente
sinto umas comichões pictóricas. Para coçar-me, faço qualquer coisa. Umas aquarelas,
uns quadrinhos a óleo… Mas não me dedico. Por causa da Alemanha…
Lobato dá um
tiro com o canhãozinho de Rodrigo. - É interessante esta engenhoca, diz ele
entregando-a ao neto, que não quer ir dormir sem levar o brinquedo.
- É verdade,
Lobato, que vai para a Argentina?
Creio que irei,
sim. Uma casa editora de Buenos Aires vai editar todos os meus livros infantis.
Essas edições irão atingir não só toda a América Latina como também nos Estados
Unidos…
- Serão em caste1hano
e em inglês?
Só em castelhano.
Mas o castelhano é a língua auxiliar do norte-americano. E entrando lá os meus livros
em espanhol, logo os terei em inglês. A tradução na Argentina está sendo feita.
São muitos livros. Minha presença lá é necessária para dirigir o trabalho, fazer
as necessárias adaptações.
- Quer dizer
que irá de mudança…
Será melhor…
Terei de gastar uns dois ou três anos nesse trabalho. E é preferível tratar logo
de fixar residência por lá. Já andei até estudando um bairro para morar. Estou hesitando
entre Belgrano e Vicente Lopez… Como é bonito Vicente Lopez!
Agora, de novo
andando de um lado para outro, continua: Aqui no Brasil já consegui o máximo
em matéria editorial. Para diante de mim e acentua:
Englobadamente,
meus livros já estão a caminho do segundo milhão.
- Com as traduções?
Não.
- E que traduções
há de livros seus?
Há nos Estados
Unidos uma tradução de contos meus com o titulo de Brazilian love
stories, na coleção “Little Blue Book”; é o volume 733 dessa série, editada por
Haldman-Julius. Na Argentina correm várias traduções de obras minhas. Há uma na
Espanha, da Editorial Cervantes de Barcelona. Não sei as tiragens alcançadas.
- E livros em
projeto?
Ainda este ano
sairão aqui no Brasil dois ou três livros para crianças. O ano passado relaxei…
Fiz um só. Vou agora tirar a diferença. Para gente grande talvez escreva alguma
coisa, mas isso quando estiver na Argentina. Serão coisas do ambiente novo – do
ambiente argentino ou hispano-americano em geral…
Lobato aproxima-se
da janela. E olhando o céu, que parece que vai cair, de tão cheio de estrelas, remata
com certa melancolia:
Não deixa de
ser curioso… Eu, com quase sessenta anos, e disposto a mudar de país! E com planos
novos na cabeça… E por que? Porque sinto falta de ar aqui no Brasil…
Entrevista
realizada por Silveira Peixoto, da Gazeta-Magazine
e publicado em Monteiro Lobato: prefácios e entrevistas (São Paulo: Editora
Brasiliense, 1957). Edição preparada por Floriano Martins. Página ilustrada
com obras de Paul Delvaux (Bélgica, 1897-1994), artista convidado da presente edição.
*****
Agulha Revista de Cultura
Número 123 | Novembro de 2018
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO
MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
Nenhum comentário:
Postar um comentário