quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

ALLAN GRAUBARD | Philip Lamantia e os símbolos poéticos do surrealismo

 


Phillip Lamantia (1927-2005) foi um poeta americano cuja obra enriqueceu nossa compreensão do poder revelador da expressão poética e das reciprocidades íntimas entre poesia e vida. Suas realizações nesse sentido são tão singulares quanto a sensibilidade que imprimiu a elas. De seu envolvimento com o surrealismo, a América Indígena, alquimia e hermetismo ao catolicismo místico, anarquismo, psicotrópicos e tabaco, magia sexual e erotismo, e a beleza dos pássaros e das paisagens, Lamantia forjou uma obra arrebatada e visionária. Seu objetivo: expandir nossa capacidade de experimentar o Maravilhoso, ou, como ele definiu, “o gênio da vida presente”. [1]

Nasceu em 23 de outubro de 1927 em San Francisco, filho único dos imigrantes sicilianos Nunzio e Mary Lamantia. Localiza sua crescente consciência do poético, quando menino, no Rubaiyat de Omar Khayyam de Fitzgerald, em Edgar Allen Poe (que foi uma inspiração por toda a sua vida), e nos programas populares de mistério transmitidos pelo rádio, como The Shadow e Mandrake the Magician; que ele mais tarde compreende como fontes de sublimação não repressiva na formação da personalidade. [2] Sua confluência aflorou numa tarde de 1942, quando Lamantia escreveu seu “primeiro poema modernista” [3] enquanto observava os estranhos efeitos do vento e do nevoeiro sobre o Monte San Bruno: “Paranoid Dream”.

Pouco depois, Lamantia encontrou no surrealismo o reconhecimento pleno de seus desejos de expressão e um meio internacional relevante. Seu caminho foi demarcado por duas exposições realizadas em San Francisco em 1942 – de Dali e Miró –, juntamente com sua leitura dos periódicos surrealistas nova-iorquinos View e VVV (publicados respectivamente por Charles Henri Ford e André Breton) e diversos livros sobre o surrealismo. [4]

No mesmo ano, Lamantia enviou uma dúzia de poemas para a View e outros mais para a VVV. Logo se instalou uma troca de correspondência com Charles Henri Ford, e cinco dos poemas de Lamantia foram publicados no periódico em junho de 1943. Dos poemas que Lamantia enviou para a VVV, Breton publicou três, juntamente com o artigo de Lamantia “Surrealism in 1943”, [5] que aponta sua adesão formal ao movimento. Aos 15 anos de idade, o jovem e singular poeta explodiu na cena cultural. [6] Havia poucas dúvidas quanto ao surgimento de uma voz importante.

Lamantia abandonou o ensino médio e, com a anuência de seu pai, viajou para New York. Ali, ao longo de um ano como assistente editorial da View, avaliou diversos originais e teve publicada críticas literárias que realizou. Sua amizade com Charles Henri Ford e o poeta e crítico Parker Tyler, além de Kurt Seligmann, artista surrealista e especialista em hermetismo, da cineasta Maya Deren, do poeta e tradutor Edouard Roditi, de André Breton e outros, facilitou sua entrada nos principais salões da vanguarda, enriquecidos pelos surrealistas em exílio da Europa varrida pela guerra.

Os poemas que escreveu, posteriormente reunidos sob o título Touch of the Marvelous, ressoam com vigor. O espaço é tão ambíguo quanto o caráter, fugidio e plástico. Enquanto o “Eu” do poeta se sustenta em meio ao senso coletivo de trauma e ansiedade que enfrenta e interpreta, as mulheres que ama, embora decididamente presentes, permanecem anônimas, com exceção de “Bianca”. Alimentado pelo automatismo, apaixonado, antirreligioso e mordaz, ele observa em “A Winter Day” os extremos a que seu desejo o levou, especialmente no que toca à liberdade e à alteridade, enquanto a Segunda Guerra Mundial estremece o mundo exterior:

 

É um instante estranho

em que nos destroçamos no silêncio

desta paisagem

de todo este mundo

que parece ir além da própria existência

 

Em “Touch of the Marvelous”, ele escreve:

 

Sou tocado pelo maravilhoso

enquanto os dedos ágeis da sereia

me afagam os cabelos

que desceram permanentemente da cabeça

e me cobriram o corpo

fruto selvagem da loucura

 


Em 1944, por motivos não de todo claros, mas talvez simplesmente por causa de sua juventude e de uma discussão com Ford, Lamantia saiu da View e voltou para San Francisco. Conquistou o diploma do ensino médio e entrou para o círculo formado em torno de Kenneth Rexroth; poeta, tradutor, crítico e filósofo anarquista seminal. Do meio surrealista nova-iorquino, a poesia de Lamantia passou para uma fase que ele chamou de “naturalista”, em que tempera suas metáforas e seus ritmos convulsivos com uma atitude mais reflexiva. Foi também nesta altura que, com os poetas Robert Duncan e William Everson, também membros do círculo de Rexroth, formou o “San Francisco Renaissance”, identificando a cidade como um porto seguro para a pesquisa poética e a cultura antiburguesa. Publicou seu primeiro livro, Erotic Poems, em 1946. O título, sugerido por Rexroth, caracteriza bem os poemas. [7] De fato a sexualidade explícita persiste em momentos quase secretos, com exceção desta referência em “Night Vision”:

 

Agora, quando o relâmpago me parte o coração,

Você começa a me tomar em suas profundezas:

Nossos lábios tremem febris,

Nossos olhos derramam sua luz solar…

 

É neste período, também, que Lamantia escapa do serviço militar alegando Objeção de Consciência, também com a ajuda de Rexroth. Conhece Jamie de Anguilo, o linguista e etnógrafo rebelde, que inspira seu interesse nas culturas Americanas Indígenas, especialmente aquelas originárias da Califórnia antes e depois da conquista. Drogas e o bebop acrescentam seu calor ao caldo, alimentando a busca de Lamantia pelo “desarranjo racional dos sentidos”, como descreveu Rimbaud; [8] o meio predileto de geração de estados da consciência análogos ao poético, a partir dos quais evoluem diferentes formas de delírio.

Inspirado pela descrição feita por Artaud de seu encontro com a tribo Tarahumara das Montanhas de Sierra Madre no México, [9] em 1950 Lamantia fez a primeira de muitas visitas àquele país. Ali, numa pequena aldeia nas mesmas montanhas onde Artaud esteve, foi apresentado ao peiote. Movido pelas visões induzidas pelo cacto nos rituais de que participou, levou consigo uma pequena quantidade da planta ao voltar para San Francisco – talvez o primeiro poeta a fazê-lo – e a ingeriu com amigos, principalmente Michael McClure. [10] Diversos anos depois, em 1954, viajou para Woodfords, Califórnia, próximo a Lake Tahoe, para participar de um ritual de peiote da tribo Washo; um acontecimento igualmente singular que informaria sua escrita dali por diante. No mesmo ano, Lamantia e sua esposa, Goldian Nesbit, retornaram ao México. Alie ele conheceu Leonora Carrington, o poeta mexicano Homero Aridjis, o poeta e padre católico nicaraguense Ernesto Cardenal, e outros escritores e artistas de círculos de vanguarda. A vida peripatética de Lamantia continuaria por muitos anos, inclusive com mais uma aventura no México com a tribo Cora, com a qual participou de uma cerimônia de yahnah, uma forma de tabaco potente e narcótica.

Em 1955, Lamantia estava de volta a San Francisco, onde florescia a cena Beat. Sua amizade com os poetas McClure, Gregory Corso e Bob Kaufman, com o romancista Jack Kerouac e com a artista plástica Jay DeFeo também é pontuada pelo reconhecimento que eles trazem de suas realizações, anterior às deles. Lamantia se tornara um instrumento fundamental para a transmissão do surrealismo europeu para a cultura radical dos Beats.

Convidado a se apresentar na famosa Six Gallery – onde o movimento Beat se lançou para a história literária (com a estreia de Howl, de Allen Ginsberg) – Lamantia leu a poesia de seu falecido amigo John Hoffman, em vez dos próprios poemas. [11] O contraste é um tributo, não só a Hoffman, com quem Lamantia teve uma amizade duradoura, mas também ao posicionamento de Lamantia na cena, como vimos acima. Viciado em heroína e outras drogas, o amor de Lamantia pelo jazz foi o excipiente perfeito, dando frutos em 1957, quando ele apresentou uma das primeiras leituras-jazz de poesia de San Francisco ao lado de Jack Kerouac, do poeta Howard Hart e do musicista David Amram.

Em 1959, Lamantia publicou dois livros de poemas que evidenciam suas obsessões fervorosas. O primeiro, Exstasis, escrito entre 1948 e 1958, evoca seu recurso a uma forma mística de catolicismo entremeado com experiências visionárias no México e o embate com o vício. Há na obra poemas excepcionais que Lamantia incluiria em livros futuros: “Man Is In Pain”, “Put Down of the Whore of Babylon”, “Terror Conduction”, “Intersection” e “What made tarot cards and fleur de lis”. O segundo livro, Narcotica, um pequeno volume de poemas e discursos contra as leis antidrogas repressivas, e um apelo por “remédios sagrados – os sais do POETA!”, se tornou um clássico do underground com sua foto de capa de Lamantia se injetando, tirada pelo cineasta e artista plástico Wallace Berman.


Embora a presença continuada de Lamantia se sustente com sua inclusão na antologia fundamental de David Allen, New American Poetry (1960), um episódio anterior de dúvida e destruição já tinha ocorrido: a queima de muitos poemas que escreveu, mas não publicou, desde seu primeiro livro. Em 1962, contudo, ele ressurgiu renovado, com o estonteante e bem intitulado Destroyed Works, cuja notável capa traz uma instalação (“Superhuman Devotion”) do artista plástico Bruce Connor.

O livro começa com “Hypodermic Light”, um poema que contextualiza o que está por vir; uma reivindicação de poderes poéticos opostos aos seus vícios e ao peso do conformismo burguês sustentado pelo poder do império Norte-Americano. Como escreveu Lamantia: “meu primeiro ato de traição foi nascer! (…) O fato é que minha alma fumega”. [12] E continua com “U.S.S. San Francisco”, em que ele conjura em contraponto lírico “os belos lábios de fantasma da bela Lul”. [13] Em seguida vêm poemas doridos, raivosos, rebeldes, alucinados, sem par no cânone americano, inclusive os poderosos “Apocomantica”, “FIN DEL MUNDO”, “Opus Magnum” e “From the Front”.

Ainda inseguro de seu trabalho poético, apesar de suas realizações em Destroyed Works, Lamantia procurou curar definitivamente seu vício em heroína. Perturbado por aquele, este perdera o apelo. Procurou o psicólogo Timothy Leary, que então vivia em um subúrbio de Boston, e se submeteu à terapia, em que Leary incluiu o LSD como elemento principal. A terapia funcionou em certa medida. Lamantia então partiu para a Espanha, onde sua já ex-mulher, Nesbit, o apresentou a alunos do falecido ocultista e egiptologista R. A. Schwaller de Lubicz – com eles, Lamantia estudou os múltiplos significados dos hieróglifos, símbolos e arquitetura do Egito Antigo. Mudando-se para Tangier, refez a ligação com o romancista e compositor Paul Bowles. Em Atenas, fez amizade com o poeta Nanos Valaorites e sua esposa, a artista plástica Marie Wilson. Com eles estava a jovem poeta americana Nancy Joyce Peters. Os dois se apaixonaram e permaneceram jutos desde então. De volta à Espanha em 1966, Lamantia publicou dois livros que também prenunciaram seu retorno ao surrealismo. A Touch of the Marvelous [14] reúne os estonteantes poemas que o apresentaram como um jovem surrealista. Selected Poems [15] traz alguns desses e outros, em três seções: “Revelations of a Surreal Youth (1943-1945)”, “Trance Ports (1948-1961)” e “Secret Freedom (1963-1966)”.

Em 1969, depois de um intervalo em Seattle, Lamantia refez o caminho até sua San Francisco natal, estabelecendo-se em North Beach, com sua mistura livre e fluida de famílias italianas e boêmia, logo ao lado de Chinatown. Com o levante político cultural e anticapitalista, tanto no mundo quanto em San Francisco, o espírito do surrealismo se difundiu em formatos populares. Renovado por suas fontes originais, mas agora na qualidade de homem maduro com vasta experiência, Lamantia novamente abraçou o movimento. Depois da publicação de seu livro Blood of the Air, em 1970, ele tornou-se colaborador exclusivo do periódico de Chicago Arsenal: Surrealist Subversion, do qual pouco depois se tornou editor. [16]

Blood of the Air traz o poeta com uma facilidade ampliada de sonhar de olhos abertos. Também é nesta coletânea que Lamantia esclarece o poema como locus do gênio, onde encontros erótico-magnéticos, saltos metafóricos e infecções subliminares se entremeiam com transparência. O poético se tornou um meio ético para a liberdade que conjura e com que encanta. “I Touch You” seu mais belo poema de amor, certamente escrito para Nancy Joyce Peters, abre o livro. “Blue Locus”, “The Faery Chambers”, “Horse Angel”, “Tonight Burned with Solar Slime”, ”World without End” e outros detalham a inspiração que extraiu de suas décadas, impelido por encontros com culturas cerimoniais indígenas.

Em 1973, em Arsenal 2, ele publicou “Between the Gulfs”, uma declaração sobre a poética, importante por se referir a uma teoria das “analogias negativas voláteis que se erguem por meio de um grupo de poemas que traz o título ‘Becoming Visible’”, publicados juntamente com a declaração. De igual importância é a crítica de Lamantia a “áreas de associação já conquistadas”. Depois de cinco décadas de atividade surrealista, os poetas precisariam encontrar novos meios psíquicos e linguísticos para valorizar suas expressões. O passado, por mais atraente que seja, é apenas um prólogo do presente.

Foram anos vitais. Jovens surrealistas também comprometidos com a Arsenal envolvem Lamantia em uma livre troca de visões, jogos e obras. Em 1974, a City Lights Anthology [17] apresenta o grupo Arsenal em uma seção final autopublicada que encerra com a declaração de Lamantia intitulada “The Crime of Poetry”, que distingue a prática poética surrealista das tendências contemporâneas da poesia americana, inclusive os Beats. Também retoma a antiga definição fenícia de poesia como “o princípio superior da linguagem” em vez da derivação rasa dos gregos como “produtora da linguagem”. A diferença, se levada a sério, liberta o poeta de restrições formais, em termos tanto de ritmo (metrificado ou coloquial) quanto de sensação, ambos os quais cortam as asas da imaginação. Também revive a concepção baudelairiana da poesia como meio de exploração do desconhecido, com todos os riscos que isso traz, revelando novas possibilidades de expressão.


Em 1974 foi publicado o livro Touch of the Marvelous, com capa de Toyen. [18] Em 1976, Lamantia participou da enorme Exposição Surrealista Mundial de Chicago [19] e, em “Poetic Matters”, [20] publicada na Arsenal 3 (simultaneamente com a exposição), ele ampliou sua crítica da poesia americana em uma grande declaração – com raízes nas leituras que Lamantia fizera da hermenêutica de Fabre D’Olivet, da filosofia de Gaston Bachelard e sua percepção do cerimonial Hopi Katsina – que ele frequentou – enquanto expressão definitiva da mitopoética coletiva. O poético, afirmou, é “o gesto de Prometeu (…) que se sobrepõe à ‘mercadoria cultural’, ao autor, ao artista, ao poeta e submete dialeticamente essas invenções vazias e masoquistas de nossos antepassados, inimigos incômodos do desejo e da liberdade humana (…).”

Daquele momento até sua morte súbita devida a um ataque cardíaco, em 7 de março de 2005, Lamantia produziu três volumes de poemas: Becoming Visible, Meadowlark West e Bed of Sphinxes enriqueceram seu comando dos vetores surrealistas e expandiram os horizontes de seus interesses. Infusões ornitológicas (pássaros enquanto portadores de canções e símbolos vivos da “linguagem dos pássaros” da alquimia), [21] sensibilidade quanto ao meio ambiente e questões ambientais e um rapport incisivo com a liderança Indígena da Califórnia. Como escreveu no poema “Native Medicine”:

 

quando digo amor à terra, começo pela Ameríndia nativa:

Ohlones, Miwuk, Pomo, Ramytush, Salinan [22]

 

Em sua última década, a saúde física e psicológica de Lamantia fenece. Depois de dois enfrentamentos com o câncer, do qual se cura, ele enfrenta o transtorno bipolar, exigindo intervenção psiquiátrica. Como reação, e por meio de uma visão mística que teve em uma igreja de seu bairro, ele retorna ao catolicismo, no estilo devocional, por vezes obsessivo, e sempre heterodoxo de suas conversões anteriores. Em diferentes períodos, seus diversos episódios depressivos e maníacos o distanciaram de seus velhos amigos, enquanto outros, novos, entravam em sua vida. Ele fez aparições públicas eventuais em leituras para as quais era convidado. Seu último projeto, não publicado, foi intitulado “Symbolon”, referindo-se tanto ao significado dicionarizado quanto ao meio significante. [23] Como revelam as diversas notas que tomou sobre como e com quê proceder, seu objetivo era sintetizar o arco de sua obra poética em uma só obra. A morte, contudo, interrompeu a empreitada.

Philip Lamantia foi um poeta raro que viveu a vida em busca da práxis que a poesia promete. Sua súbita proeminência aos 15 anos de idade fez dele uma presença elevada que ele fez evoluir ao longo dos anos de uma maneira só sua – alternando entre o desaparecimento e o reaparecimento como criador de primeira grandeza, hoje presente em seus poemas, textos e histórico.

 

NOTAS

Tradução de Allan Vidigal.

1. “The Romantic Movement,” in The Collected Poems of Philip Lamantia.

2. Ver o artigo de Lamantia “Radio Voices: A Child’s Bed of Sirens,” in Free Spirits: Annals of the Insurgent Imagination (City Lights).

3. In The Collected Poems of Philip Lamantia.

4. Entre eles A Short Survey of Surrealism (David Gascoyne, 1935), Surrealism (Julien Levy, 1936), e From Cubism to Surrealism in French Literature (George Lemaitre, 1941).

5. A declaração expressa a adesão formal de Lamantia ao surrealismo. Vale notar que Lamantia foi publicado em 1942 ao lado de Henry Miller e Bern Porter no periódico Circle, de Berkeley, Califórnia, editado pelo poeta George Leite.

6. Esses poemas irão surgir posteriormente em Erotic Poems e nos dois volumes intitulados Touch of the Marvelous, respectivamente de 1966 e 1974.

7. Publicado por Bern Porter, Berkeley, Califórnia.

8. Carta de Rimbaud a George Izambard.

9. Lamantia certamente conheceu o texto de Artaud Voyage to the Land of the Tarahumaras, publicado em 1945.

10. McClure escreveu um de seus mais notáveis poemas, “Peyote Poem,” em 1959.

11. Os poemas de Hoffman e aqueles que Lamantia escreveu durante esse período foram finalmente publicados pela City Lights em um só volume, em 2008, depois do falecimento de Lamantia, com os títulos Tau e Journey to the End.

12. Destroyed Works, “Hypodermic Light,” in The Collected Poems of Philip Lamantia.

13. Destroyed Works, “U.S.S San Francisco,” in The Collected Poems of Philip Lamantia.

14. A Touch of the Marvelous (Oyez Press).

15. Philip Lamantia: Selected Poems 1943-1966 (City Lights).

16. Lamantia anunciou sua reaproximação com o surrealismo em 1970, no periódico de San Francisco Anti-Narcissus, editado por Stephen Schwartz; publicado sob a forma de tabloide, antes do lançamento, no mesmo ano, de Blood of the Air.

17. City Lights Anthology, editado por Lawrence Ferlinghetti (City Lights).

18. Touch of the Marvelous (Four Seasons Foundation). A arte da capa de autoria de Toyen é intitulada Il se levent à la pointe du jour [o vento que se ergue ao alvorecer]. O livro traz, ainda, prefácio de Stephen Schwartz.

19. A exposição abriu em maio de 1976, na galeria Black Swan, em Chicago.

20. Publicado em Arsenal: Surrealist Subversion 3. Republicado em Philip Lamantia: Preserving Fire – Selected Prose (Wave Books).

21. Como apontam os textos alquímicos, a “Linguagem dos Pássaros” é uma metáfora da transformação linguística por meio da qual o significado explícito e o som das palavras e das frases revelam sua ressonância poética implícita. Alguns praticantes notáveis foram Dante, Cervantes, Shakespeare, Rabelais, Cyrano de Bergerac e outros.

22. “Native Medicine,” Meadowlark West, in The Collected Poems of Philip Lamantia.

23. Define-se “Symbolon” como um objeto físico designado para celebrar uma avença (ou um tratado), especialmente entre nações antigas e antagônicas. Neste caso, o meio significante se torna um livro que contesta e abraça o mundo tal como concebido por Lamantia. Em sua definição esotérica, o termo designa a criação de um livro, tal como indicado, por técnicas “supraconscientes” que fundem o onírico e o racional, de tal forma que ambos se animem reciprocamente.

 

Referências e Leitura Complementar

Artaud, Antonin. Artaud Anthology (jack Hirshman, trans.). San Francisco: City Lights, 2001.

Bukowski, Charles, Lamantia, Philip e Norse, Harold. Penguin Modern Poets 13. Hammondsworth, Inglaterra: Penguin, 1969.

Bulhe, Paul et al. Eds. Free Spirits: Annals of the Insurgent Imagination. San Francisco: City Lights, 1982.

Caples, Garret, Ed. Philip Lamantia: Preserving Fire – Selected Prose. Seattle: Wave Books, 2018.

Caples, Garret, Joron, Andrew and Peters, Nancy Joyce, Eds. The Collected Poems of Philip Lamantia. Berkeley: University of California Press, 2013.

Ferlinghetti, Lawrence, Ed. City Lights Anthology. San Francisco: City Lights, 1974.

Gascoyne, David. A Short Survey of Surrealism. Londres: Enitharmon Press, 2000.

Lamantia, Philip and Hoffman, John. Tau and Journey to the End. San Francisco: City Lights, 2008.

Lamantia, Philip. Becoming Visible. San Francisco: City Lights, 1981.

Lamantia, Philip. Bed of Sphinxes: New and Selected Poems 1943-1993. San Francisco: City Lights, 1997

Lamantia, Philip. Blood of the Air. San Francisco: Four Seasons Foundation, 1970

Lamantia, Philip. Destroyed Works. San Francisco: Auerhan, 1962.

Lamantia, Philip. Erotic Poems. Berkeley: Bern Porter Books, 1946.

Lamantia, Philip. Meadowlark West. San Francisco: City Lights, 1986.

Lamantia, Philip. Narcotica. San Francisco: Auerhan, 1959

Lamantia, Philip. Selected Poems: 1943-1966. San Francisco: City Lights, 1967.

Lamantia, Philip. Touch of the Marvelous. Berkeley: Oyez, 1966.

Lamantia, Philip. Touch of the Marvelous. Bolinas: Four Seasons Foundation, 1974.

Lemaitre, George. From Cubism to Surrealism in French Literature. Oxford: Oxford University Press, 1941.

Levy, Julien. Surrealism. New York: Black Sun Press, 1936; Arno Press, 1968.

Rimbaud, Arthur. Complete Works (Paul Schmidt, trans.). Harper Collins: Nova York, 2008.

Rosemont, Franklin et al. Eds. Arsenal: Surrealist Subversion 2. Chicago: Black Sawn Press, 1973.

Rosemont, Franklin et al. Eds. Arsenal: Surrealist Subversion 3. Chicago: Black Sawn Press, 1976.

 

 


ALLAN GRAUBARD | Poeta, dramaturgo e crítico cuja obra pode ser encontrada internacionalmente, com traduções em diversas línguas. Entre seus trabalhos mais recentes e relevantes estão Western Terrace (Exstasis Editions, Victoria BC, 2020), Language of Birds (Anon Edition, NY/Flagstaff, 2019) e Into the Mylar Chamber: Ira Cohen (Fulgur Press, UK, 2019).

 

 


J. KARL BOGARTTE | Nacido el 8 de septiembre de 1944, de ascendencia holandesa e irlandesa, formado en antropología, fotografía y diversas tradiciones esotéricas. Ha sido un participante activo en el surrealismo internacional durante más de 50 años. Actualmente vive en Santa Fe, Nuevo México. Bogartte, es a la vez artista y poeta, y ha publicado doce libros de escritos poéticos: While the night windmills through xylophone and…, And Still the Navigators, Spirits in the Albino Hotel Throwing Antlers, The Mirror held Up In Darkness, The Wolf House, Secret Games, Luminous Weapons, Primal Numbers, A Curious Night For A Double Eclipse, Auré, The Spindle’s Arc, and Antibodies: A Surrealist Novella. Alineado desde hace mucho tiempo con el surrealismo internacional, también es cofundador de La Belle Inutile Éditions. Su obra ha aparecido en las siguientes antologías: ANALOGON # 65, Melpomene, Hydrolith # 1 and # 2, La vertèbre et le rossignol # 4, Lithaire # 2, Peculiar Mormyrid # 2, Paraphilia, Silver Pinion and The Fiend online journal.
 


 

Agulha Revista de Cultura

Série SURREALISMO SURREALISTAS # 04

Número 203 | fevereiro de 2022

Artista convidado: J. Karl Bogartte (Estados Unidos, 1944)

Traduções de Allan Vidigal e Susana Wald

editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com

editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com

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