quarta-feira, 18 de junho de 2025

FLORIANO MARTINS | Encontro com Cássio Gava, uma conversa sobre música

 


Amigo de amigos, Cássio Gava (São Paulo, 1961) tornou-se uma dessas presenças entranháveis em minha vida. Creio que fomos parceiros desde o primeiro olhar, muito antes de nascer a primeira canção. Esses sinais tipicamente enviados pelo destino, por mais que se imagine suspeitos, têm sido frequentes comigo. Talvez o correto seja falar em imantação, esse metal da afinidade, em nosso caso pelo espírito inquieto, o olhar que sempre transmite o desejo de realização constante e incansável. Cássio trabalhou em teatro, televisão, estúdio de música. Como ator, compositor, arranjador e cantor, fez um pouco de tudo, e hoje se dedica à composição podendo contar com uma valiosa soma de experiências. Falaremos delas.

 

FM | Comecemos pelo parto. O nascimento da música como ela te precede. Algum DNA a ser recordado? Ou o Cássio vai descobrindo seu mundo sem referências familiares?

 

CG | Não houve nenhum familiar no passado que se dedicou à música. Aliás, teve uma tia que cantava em um coral. Só isso! Havia em mim uma tendência na infância. Adorava as reuniões familiares em que todos cantavam as músicas do cancioneiro antigo – coisas da Era do Rádio: Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Sílvio Caldas, as antigas marchinhas de carnaval ou juninas; Aracy de Almeida, as irmãs Baptista, Emilinha Borba e sua rival Marlene… Aquilo, certamente foi muito importante na minha formação. Claro que eu também vivenciava as coisas da época ainda sem nenhum tipo de discernimento crítico: a música que ouvíamos nos festivais da TV Record, a Jovem Guarda, Bossa Nova… E a música internacional: o rock e as baladas softs, folk… A música erudita também. Mais à frente, houve outras informações que foram me entusiasmando pela disposição de compor. O contato com aquele som brasileiro dos anos 1970 que é referência para muita gente da minha geração: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e por aí seguindo…

 

FM | Nesse primeiro momento há algum interesse no aprendizado musical: instrumentos, partituras etc., ou a música vai crescendo em teu íntimo de forma intuitiva?

 

CG | Estudei muito, de um modo geral, como autodidata. Falo sobre a parte teórica da música: sentia necessidade de escrever minhas canções e arranjos no pentagrama. Instrumento?… Sempre quis aprender piano, mas acabei fazendo uma meia dúzia de aulas de violão. Desisti logo porque achei que dali para frente eu daria conta sozinho. Acho que por isso não me tornei um bom instrumentista. O violão acabou se transformando apenas em uma ferramenta de apoio para compor.

Certa vez, um amigo compositor me pediu a indicação de alguém que lhe ensinasse a parte teórica da música. Eu apontei: Não faça isso! Ele era excepcionalmente original, possuía uma característica muito própria. Sua espontaneidade ao compor, ao criar um dedilhado raro no violão, talvez se perdesse com a preocupação de seguir as boas regras da teoria. Deixe estar! Mantenha essa sua simplicidade, a mesma simplicidade de um Dorival Caymmi, um Luiz Gonzaga, um Cartola…! Esse pensamento me obriga a sempre tentar me isentar de conhecimentos teóricos na hora de compor.

 

FM | E em termos de audição, de convívio com a música, sem pensar necessariamente em nomes, há alguma inclinação em termos de gêneros, detalhes de arranjos, timbres, vozes?

 

CG | Acabo me tornando um pouco híbrido na minha criação devido ao gosto musical provindo de várias fontes diferentes. Em termos de gêneros ouço a dita MPB, a música pop, o rock, ouço de tudo um pouco. Posso hoje ouvir um choro, amanhã uma série de valsas, um fado ou um tango, samba-enredo, baião, música gaúcha; torna-se enfadonha a lista de estilos com o qual me identifico porque acho tudo instigante. Um rap com uma estrutura bem elaborada é muito interessante. Acho que basta apenas saber se transportar aos diferentes universos musicais na hora em que o coração avisa: Este é o momento de ouvir esse ou aquele estilo.

Arranjadores brasileiros são geniais – desde os primeiros, Radamés Gnattali e Pixinguinha, passando pelos arranjos do Tom Jobim, o maestro Gaya, depois Rogério Duprat, Francis Hime, Wagner Tiso, Rildo Hora, até os pops Lincoln Olivetti e Robson Jorge, eles são muitos… Miguel Cidrás e Zé Rodrix também valem menção. Citei os primeiros que me vieram à cabeça. Certamente omiti nomes.

 

FM | Agora entramos na criação: por onde começas? Primeira canção, a quem mostrar, como atentar para destino a ser dado às canções etc. Ao que tudo indica o teatro foi o grande portal, onde tiveste alguma experiência como ator, mas, sobretudo, como autor de trilhas sonoras. Creio que também vem daí o teu particular interesse pela montagem de videoclipes. A imagem sonora em sua relação com sua direta relação cênica, o que naturalmente tem muito a ensinar em termos de comportamento de palco. O modo como o corpo percebe e se relaciona com os ritmos sonoros.

 

CG | Normalmente começo uma criação escrevendo a melodia e a harmonia, tentando me isentar de qualquer interferência teórica. Depois procuro escrever uma letra de acordo com a inspiração que tal melodia me transmite. Quase nunca faço as duas coisas ao mesmo tempo: dentro de mim são sensações diferentes ao gerar uma ou outra coisa. Incrível que têm grandes artistas que conseguem essa façanha.

Faço também com menos frequência (e alguma dificuldade) o processo oposto: musicar letras, poemas…


Quando a criação é a encomenda para uma trilha sonora ou o pedido de um intérprete, logicamente a elaboração fica por conta do objetivo. É um desafio delicioso.

Minha experiência com teatro começou como ator da extinta companhia NAR Produções Artísticas durante quatro anos. Aquilo foi realmente uma escola em que lidávamos com a interpretação, a música, a dança.

Minhas primeiras trilhas vieram depois e foram experiências muito gratificantes. Algumas destas canções foram feitas para espetáculos infantis e eu acabei reunindo uma parte delas no meu terceiro álbum, O Quintal do Vizinho, um trabalho voltado para o público infanto-juvenil.

Falando sobre os videoclipes, sei que fazem parte de uma aventura e de um eterno aprendizado. São experiências que realizo mais no sentido de ilustrar alguma canção (dentro das minhas limitações) do que com outra pretensão maior.

 

FM | Parceiros destacados (dentre eles, Aldir Blanc, Zeca Baleiro, Chico César, Vicente Barreto, Luiz Tatit, J.C. Costa Netto, Sílvia Góes, Roberto Gava, Mário Montaut, Graccho, Léo Nogueira, Floriano Martins), intérpretes preciosos (dentre eles, Cida Moreira, Zeca Baleiro, Ana Lee, Márcia Salomon, Miriam Maria, Tutti Baê), comentaristas relevantes (dentre eles, Tom Zé, Jorge Mautner, Ana de Hollanda, Luiz Tatit, J.C. Costa Netto, Aquiles Rique Reis [do MPB4]), recordo inclusive uma certeira observação da Ná Ozzetti, ao dizer que a tua música, no que pese a presença de arranjos densos e cheios de detalhes, possui uma melodia simples, eu acrescentaria que contagiante. Como uma colagem plástica cujos elementos constitutivos são bem pequenos, entrosados de modo complexo, mas que acabam criando uma imagem nítida elementar e elegante. Pensas em tudo isto no momento da composição, ou apenas quando cuidas de seu arranjo? Também poderias comentar um pouco sobre as relações com alguns desses parceiros, do start do encontro até o resultado das parcerias, evidência, retorno, permanência de algumas etc.

 

CG | Alguns desses parceiros queridos fazem parte de grupos de amigos que vêm há anos se encontrando em eventos, festas, aniversários ou mesmo pra dar origem a novas criações.

Alguns outros travei contato a partir da gravadora por onde lancei meus dois primeiros álbuns. Um desses compositores é o Luiz Tatit – artista que tenho grande respeito por sua obra original e de uma qualidade indiscutível. Outro que também conheci por essa época é o Vicente Barreto – parceiro de Alceu Valença, Gonzaguinha, Vinícius de Moraes e muitos outros grandes nomes. O Vicente me entregou na ocasião duas melodias lindas para que eu pusesse letra. Zeca Baleiro é um grande nome que sempre foi muito generoso comigo e com o meu trabalho. Fizemos nossa primeira música em 1999 e vinte e dois anos depois fizemos nossa segunda parceria. Falando em generosidade, não posso omitir o nome do Chico César que conheci através de uma amiga em comum e me recebeu em sua casa com muito carinho. Compusemos naquele momento duas lindas canções. Eu tenho por todos os nomes citados por você (e outros que não estão ali) um carinho muito especial e um agradecimento pela cumplicidade.

Sobre o comentário da excelente Ná Ozzetti que você registra acima, ela escreveu aquilo por ocasião da estreia do meu grupo Sras & Srs nos anos 1990.

Ainda sobre o processo de composição, quando crio uma melodia, às vezes imagino o arranjo, mas isso não é comum.

 

FM | Embora pareça que estamos tendendo essa nossa conversa para o ambiente brasileiro, queria saber como se movimenta o ouvido atento e crítico do Cássio Gava em relação à música feita no exterior: compositores, cantores, arranjos, predileção por instrumentos, andamentos etc. se por um lado o mercadão pop empastelou a música, por outro surgiram áreas mais restritas de grande qualidade experimental em gêneros como jazz e R&B. Sou fascinado, por exemplo, pelo trabalho que realiza a rapper estadunidense Meshell Ndegeocello. Como transitas com esse universo de fusão de gêneros que consegue alcançar um altíssimo grau de qualidade?

 

CG | A fusão de gêneros, acredito que seja uma opção a mais no universo da experimentação. Os resultados, às vezes, são muito provocantes e eficazes.

Agora, com relação à música feita no exterior, é impossível para gente escapar dessa interferência. Na época em que o mundo não era interligado, já escutávamos as árias cantadas por Caruso, o foxtrote e o jazz das Big Bands; o tango, as guarânias, boleros, a música cubana… Tudo sempre foi consumido por aqui: Elvis Presley, os Beatles, as baladas francesas e italianas dos anos 1960, o R&B, a gravadora Motown com seu traquejo completamente original… Tudo! Dali para frente, o ouvido brasileiro já estava tão familiarizado com essas linguagens, que tornou-se natural esses gêneros conviverem com o samba, o choro, o baião… Mais que isso, a criatividade do brasileiro passou a compor também rocks, blues, raps…

Ainda a respeito da impressão que tenho sobre a música feita fora do país, digo que música é música. Seja erudita, seja popular, seja folclórica. E tudo, praticamente tudo, me atinge.

Você me pergunta ainda sobre a predileção por instrumentos. Gosto muito da mistura entre a formação clássica do pop (baixo, bateria, guitarra, teclado) com instrumentos de orquestra — seja um grupo camerístico, uma orquestra sinfônica completa, ou mesmo pequenas participações em duos, trios, quartetos… A mistura de timbres — como bem sugere Rimsky-Korsakov em seus escritos de orquestração — forma novas cores e amplia a riqueza sonora. (Este comentário do mestre refere-se exclusivamente à mistura orquestral, embora a combinação com instrumentos da música popular também seja fascinante.)

 


FM | Mercado e mudança nos aspectos legais e de produção, distribuição etc., da música popular, ao menos no Brasil, onde o declínio cultural tem a péssima influência de tornar os obstáculos quase insuperáveis. Como é a rotina de shows e demais truques de divulgação do que produz hoje o Cássio Gava?

 

CG | Depois que comecei a ser independente, minha divulgação tornou-se precária, infelizmente. Tem horas em que penso: Ou eu faço música, ou divulgo. Fica difícil conciliar as duas coisas, especialmente porque a segunda é mais voltada para gente preparada – afinal, é complicado vender seu próprio trabalho.

Hoje, a principal ferramenta de divulgação é a internet, com todos os recursos que ela oferece. É por meio dela que uma carreira pode sair da garagem e ganhar existência – tornando-se acessível, ainda que em um canto pouco visitado da rede. Além disso, a internet permite que desconhecidos encontrem sua obra e, a partir desse contato, escolham acompanhá-la.

 

FM | Ao refletir sobre essa barafunda a que parece nos levar a descoberta de uma Inteligência Artificial (IA) é possível observar alguns aspectos. Em primeiro lugar, não há limites para a invenção humana. O que é ótimo, mas que nos leva a outro fato: o homem sempre inventará algo para alimentar a sua inesgotável fonte de evocações do bem e do mal. A cada época pensamos que uma novidade pode ser a queda de todos os valores que a antecedem ou então, ao contrário, que pode ser a ressignificação da própria vida, em um sentido positivo do termo. As duas leituras são míopes, a começar pelo fato de que são inseparáveis as diversas formas de usufruto de uma novidade. Não parece que a aplicação da IA na criação artística possa distorcer a arte, ou mesmo destruí-la. Isto dependerá sempre do grau de afetação que a tecnologia possa exercer sobre o artista. Pode vitimá-lo? Sim, se ele o permitir, ou se for desonesto o suficiente para usurpar as fontes, formas, cores, sons, fingindo autoria onde existe apenas cópia. A IA pode ter o benefício da sugestão, a disposição de infinitas opções que podem ser utilizadas como elementos favoráveis à criação. No caso da IA utilizada para a composição musical, por exemplo, vem sendo bastante ampliado o banco de dados em relação a ritmos, timbres, possibilidades harmônicas e melódicas etc. São estímulos à criação para aqueles compositores intuitivos que não dominam instrumentos ou são incapazes de escrever arranjos. A carência que ainda permanece diz respeito a um conjunto de timbres de vozes, mas já existe a opção de se gravar a própria voz para que seja inserida em uma escala própria com afinação impecável. Isto fará com que todos possam criar? Ora, mas não era isso que defendia Lautréamont ao dizer que a arte deve ser feita por todos? Evidente que Lautréamont não podia imaginar que os recursos tecnológicos também fariam parte dessa totalidade criativa. Seja como for, estamos diante de uma intensa mudança de conceitos, que não chega a ser o prenúncio de uma nova estética, mas que certamente cria as suas ondas múltiplas de fascinação e repúdio. O cuidado maior é com o mercado das artes, que pode se aproveitar dessa onda para inventar novos ídolos de barro.

Fiz esta extensa provocação para que pudéssemos conversar um pouco mais a respeito de um tema que se encontra ainda naquele momento de espanto, quando não se sabe ao certo o que achar dele, o que fazer com ele. Gostaria de ouvir a tua minuciosa opinião a respeito.

 

CG | Acho muito recente ainda fazer uma avaliação mais apurada sobre a IA. Se por um lado é algo no mínimo curioso, por outro, o suor do ser vivo na criação, na pesquisa, na elaboração lenta, é descartado em segundos pela força da máquina.

Apesar de nenhuma lei ser infringida, tem-se a sensação de saborear o óleo e não a fritura. Se a artimanha não for perceptível, a degustação pode até ser agradável.

Já vi a IA criar desenhos prodigiosos, mas muito semelhantes entre si; poemas bem-feitinhos, mas com características ginasianas; designs, projetos, com certa individualidade, porém nitidamente frios; músicas dos mais diferentes estilos que, porém, não comovem… Mas eu me pergunto: até quando? Até quando serão frios, ginasianos, desestimulantes…?

De todo modo, ainda não me sinto totalmente preparado para opinar mais sobre isso.

 


FM | Lá se foi por água abaixo a minha vontade de conversar mais sobre o tema. Eu não acho que a questão implique, em termos de criação, em uma perspectiva de individualização estimulante e esteticamente renovadora, por exemplo. Creio que dar esse livre arbítrio à IA no que trata de criação artística é uma lamentável renúncia do homem ao que o individua como ser humano, a capacidade de criar. No que eu penso é no modo de se criar uma espécie de parceria entre o homem e a máquina. Veja no caso da fotografia, que inicialmente se limitava ao ambiente documental, depois passando para uma ferramenta publicitária, e que tomou muito tempo até ser aceita como arte. Quando surge a colagem – e me refiro basicamente à técnica desenvolvida no seio do Surrealismo –, a fotografia passou a ser um componente básico seu. É possível sugerir à IA a criação de truques plásticos que só a pintura ou o desenho poderiam nos dar, como um piano suspenso no espaço ou uma caixa de metal com pernas e braços e a cabeça de uma pessoa, e logo imprimir e recortar essas figuras para utilização na criação de uma colagem, mesclando texturas e outras figuras etc. Acho que aí se estabelece a perspectiva de uma parceria. E desde que seja informado o processo de criação. De outro modo, acho desonesto, por mais que possa atender a interesses de mercado, como me parece ser feito hoje pela produção de musak, a começar pelo cancioneiro sertanejo.

 

CG | Acho perfeita a ideia de parceria e gosto das suas percepções a respeito dessa nova onda. Achei muito interessante também a sua observação sobre o papel da fotografia dentro da IA. Considero ainda fundamental a informação sobre a fonte, como você sugere. Enfim, temos que dar o braço a torcer, nem que seja pra perceber até onde podemos chegar com esse novo apetrecho.

 

FM | Esquecemos algo?

 

CG | Acredito que o essencial foi dito. Agradeço a oportunidade de estar presente na Agulha Revista de Cultura.




FLORIANO MARTINS (Fortaleza, 1957). Poeta, editor, dramaturgo, ensaísta, artista plástico e tradutor. Criou em 1999 a Agulha Revista de Cultura. Coordenou (2005-2010) a coleção “Ponte Velha” de autores portugueses da Escrituras Editora (São Paulo). Curador do projeto “Atlas Lírico da América Hispânica”, da revista Acrobata. Esteve presente em festivais de poesia realizados em países como Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Equador, Espanha, México, Nicarágua, Panamá, Portugal e Venezuela. Curador da Bienal Internacional do Livro do Ceará (Brasil, 2008), e membro do júri do Prêmio Casa das Américas (Cuba, 2009), foi professor convidado da Universidade de Cincinnati (Ohio, Estados Unidos, 2010). Tradutor de livros de César Moro, Federico García Lorca, Guillermo Cabrera Infante, Vicente Huidobro, Hans Arp, Juan Calzadilla, Enrique Molina, Jorge Luis Borges, Aldo Pellegrini e Pablo Antonio Cuadra. Entrevista realizada em maio de 2025.
 




FRANKLIN CASCAES (Brasil, 1908-1983). Folclorista, ceramista, antropólogo, gravurista e escritor. Dedicou sua vida ao estudo da cultura açoriana na Ilha de Santa Catarina e região, incluindo aspectos folclóricos, culturais, suas lendas e superstições. Usou uma linguagem fonética para retratar a fala do povo no cotidiano. Seu trabalho somente passou a ser divulgado em 1974, quando tinha 66 anos. A Universidade Federal de Santa Catarina mantém um arquivo com a obra de Cascaes, aproximadamente 4.000 peças em cerâmica, madeira, cestaria, gesso, gravuras em nanquim e desenhos a lápis, além de um razoável conjunto de escritos que envolvem lendas, contos, crônicas e cartas, todos resultados do trabalho de 30 anos do escritor junto a população ilhoa coletando depoimentos, histórias e estórias místicas em torno das bruxas, herança cultural açoriana. Por sugestão de Elys Regina Zils, Franklin Cascaes é o artista convidado da presente edição de Agulha Revista de Cultura.

 


Agulha Revista de Cultura

Número 261 | junho de 2025

Artista convidado: Franklin Cascaes (Brasil, 1908-1983)

Editores:

Floriano Martins | floriano.agulha@gmail.com

Elys Regina Zils | elysre@gmail.com

ARC Edições © 2025


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