segunda-feira, 29 de maio de 2017

JORGE COLI | Nelson Screnci: imagens e pintura


A grande multiplicação das imagens, constatada com insistência, e a ideia moderna da “picturalidade da pintura”, entendida como núcleo essencial, são dois opostos complementares na sensibilidade contemporânea. Eles permitem, em ensaios ilustres ou no lugar comum das colunas jornalísticas, o efeito repetido que concebe as reproduções enquanto esvaziadas de substância, por um lado, e por outro, a celebração, às vezes quase mística, dos originais.
As atitudes determinantes na produção de Screnci parecem encontrar-se em interstícios misteriosos, entre pintura e pintura. Pintura enquanto imagem, ao reproduzir o visível, inserida assim na grande tradição mimética da arte do Ocidente. Pintura, também, em certos casos, como história de si. E pintura ainda enquanto um conjunto de meios postos não apenas ao serviço da imitação, mas funcionando como interferentes como agentes de um resultado novo.
Nessas telas - quer o artista aceite, quer não – existe um princípio obsessivo de ordem, que determina, pela repetição, o lugar das imagens. Nada das destrezas próprias dos gestos líricos, das manchas que buscam dar uma dignidade “moderna” a colagens ou citações. Nada também do compor evidente e esperto, que permite inclusões harmônicas. Na arte de Screnci, a repetição surge como um dado de rigor.
O artista parece escolher uma falsa facilidade: ordenar e reproduzir. Nesta sequencia a ordem precede a imagem, que deve encontrar o seu modelo de inserir-se na ordem. Mas é justamente aí que a ideia de facilidade se dissipa e que começam, para quem busca analisar esta arte, as dificuldades sérias.
Screnci não utiliza as imagens repetidas como uma sinalética de cultura – seja ela a do quotidiano ou a dos museus, imagem do objeto ou imagem da imagem, da televisão ou de outros quadros. Sem resultado irônico ou irrisório, embora a crítica por vezes possa surgir dentro de uma densidade complexa, suas obras ignoram a simplificação emblemática ou a simplificação tout court. Primeiro, porque a própria organização dessas unidades determina-se de maneira altamente sofisticada, onde podem intervir desde a qualidade cromática do fundo até jogos especulares entre diferentes telas que assumiram imagens de quadros de outrem. Depois, porque as imagens recobradas são submetidas a um tratamento propriamente amoroso.
Cada vez que Screnci toma uma imagem, ele emprega o mesmo cuidado e minúcia de um monge com sua iluminura. Não, porém, para reproduzi-la de modo idêntico, pois não hesita em incorporá-la em si próprio para que o amor se faça fecundação. Ele desdenha o idêntico, a nitidez, as cores de origem, criando efeitos visuais e cromáticos, admiráveis em si e nas relações estabelecidas com o conjunto. Ele compreende a pintura, não enquanto desgastada picturalidade “essencial”, mas enquanto o campo de onde emergem imagens através de seus específicos meios de artista, que são contidos e controlados, habitados por uma espécie de prazer e de afeto silenciosos. Nesse campo, as imagens afirmam-se e subtraem-se: as camadas de pigmentos, de tintas e de vernizes encarregam-se de ocultar e assim revelar como o faz a ordem, que a um só tempo torna visível e relativo.
As mil e uma imagens e a sequência: I A princesa no espelho, II O encontro nos espelhos, III A negra no espelho – obras de um nível tão excepcional que algum museu mais clarividente deveria adquiri-las sem hesitar – encontram-se em situações opostas. A primeira contém exatamente mil pequenos retângulos inscritos em uma grande tela; a segunda consagra-se a evidenciar amplamente dois grandes ícones da pintura e a metamorfoseá-los, em pares que se refletem, através de inesperadas superposições. O contraste de escala, em um e outro caso, não modifica a atitude do artista, que permanece a mesma: nem citações, nem referências, nada de exterior, mas incorporação dentro de um campo afetivo que se assenhoreia, adquire o direito da permanência ou da transformação. A decorrência é indiscutível: essas imagens são claramente nova arte – arte de Screnci.
Basta percorrer a obra de Screnci desde os seus inícios para perceber que ele não busca nunca a astúcia, o truque, e que, ao invés, suas telas, muito controladas, são fruto de uma efetiva necessidade da qual parecem não conseguir escapar. Dessa maneira, Screnci é indiferente tanto às ortodoxias modernas quanto às seduções duvidosas de uma qualquer pós-modernidade. Sua picturalidade não é um “em si”, suas imagens não são esvaziadas. Bem ao contrário, a primeira confere substância às segundas, e ambas criam um prazer incessante de descoberta, prazer que liga a inteligência ao coração. Situadas no campo do afeto que as respeita e modifica, essas imagens fecundadas trazem uma jubilação ao espectador, pois elas também lhe são familiares, pois ele pode identificá-las e saborear suas mudanças.
A regularidade e o comedimento da arte de Screnci paradoxalmente favorecem essa alegria calma, prenhe de prazeres sutis e silenciosos.

CURRÍCULO ARTÍSTICO

NELSON SCRENCI
São Paulo - SP, 1955

FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA

1982 Licenciatura Plena em Artes Plásticas - Fundação Armando Álvares Penteado FAAP
 Leciona Educação Artística e História da Arte desde 1972

CURSOS E PALESTRAS MINISTRADOS

1979 “Arte e Recreação” - Biblioteca Municipal de Presidente Prudente, SP
1981 “Ludoterapia e Artes Plásticas” - Faculdade Metodista de São Paulo
1983 Projeto “Traga sua Arte” - Centro Campestre do Sesc
1984 “Atividade Artística” - Escola O Outro Lado da Lua
1989 “História da Arte para Idosos” - Sesc Carmo
1990 “O Século XIX e a Arte Contemporânea” - Escola de Arte Canson d’Arte
1991 “História da Arte Moderna” - Museu de Arte Moderna MAM
1993 “História Geral da Arte” - Núcleo Internacional de Arte
1995 Projeto “Artistas da Cidade” - Fundação Cultural de Jacareí, SP
1996 Workshop “Atuação Artística” - Sesc de Ribeirão Preto, SP
1999 “Arte Recente no Brasil” - Projeto Ponte Cultural Brasil-Alemanha
 “Atividades Profissionais em Museus de Arte” - Faculdade Montessori de Artes
2000 ”Mostra do Redescobrimento para Monitores” - Fundação Bienal de São Paulo
 ”Arte Pós-Moderna” - Faculdade de Artes FAAM/FMU, SP
 ”O Grupo Cobra” - Casa da Cultura Andrade Muricy, Curitiba, PR
2001 ”O Artista e a Obra” - Abertura da Semana Cultural Famec, SP
2002 ”História da Arte”- Museu Brasileiro da Escultura MUBE
2003 “História da Arte no Brasil” - Museu Brasileiro da Escultura MUBE
2004 “A Construção de uma Pintura” - Fundação Armando Álvares Penteado FAAP
 “Releituras” - Conjunto Cultural da Caixa
2005 “O Processo Criativo em Pintura” - Conjunto Cultural da Caixa
 “Arte e Ciência” - Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo
2006 “História da Arte Brasileira” - Museu Brasileiro da Escultura MUBE
2007 “História da Arte Ocidental” - Museu Brasileiro da Escultura MUBE
2008 “História da Arte Sintética” - Museu Brasileiro da Escultura MUBE
 “Caminhos da Arte” - Espaço Cultural Citi, SP
2009 “A Formação do Artista” - Faculdades Metropolitanas Unidas FMU
 “História da Paisagem” - Casa da Cultura, São Bento do Sapucaí, SP
 “Semana de Arte” - Artista Palestrante Convidado - FMU
2010 “História da Arte Atual” - Casa da Cultura, São Bento do Sapucaí , SP
 “Arte Contemporânea” - Centro Cultural Brecheret , Atibaia, SP
2011 “História da Arte Brasileira” - Casa da Cultura, São Bento do Sapucaí, SP
2013 “O Olhar Estrangeiro” – Ponte Cultura – Brasil/Alemanha, SBS, SP
 “A Paisagem na História da Arte Brasileira” , MUna, Uberlândia, MG
2015 “Arte Moderna e Arte Contemporânea – Limites” – Casa da Cultura de Ubatuba, SP
2016 “Fronteiras entre Arte Moderna e Contemporânea” – Espaço Cultural Eugênia Sereno, SBS, SP
 “Pintura e Poesia” – Espaço Cultural Eugênia Sereno, SBS, SP
 “História da Arte Afro Brasileira – Espaço Cultural Eugênia Sereno, SBS, SP

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

1982 Exposição de Desenhos em Pastel - Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1987 Exposição “Formas e Fôrmas” - Galeria Sesc Paulista
1988 Mostra “Rasgados e Construídos” - Paço das Artes
1989 Exposição “AdverCidades” - Galeria de Arte Blue Life
1990 Mural “Liberdade” - Avenida 23 de Maio, São Paulo
1995 Exposição “Realidade Ilusória” - Ana Cláudia Roso Escritório de Arte
1997 Exposição “Rever” - Ruy Sant’Anna Galeria
1998 Exposição “Paisagens da Memória” - Galeria Múltipla de Arte
2001 Exposição “Eldorado” - Paço das Artes
2002 Exposição “Contraposições” - Galeria Múltipla de Arte
2003 Exposição “Florestas das Cores” - Galeria Arte Aplicada
2006 Exposição “Releituras” - Caixa Cultural
2010 Exposição “Metamorfoses” - Lugar Pantemporâneo
2012 Exposição “Acordes Cromáticos” - AM Galeria Horizonte, Belo Horizonte, MG
2013 Exposição “Caminhos” – Galeria Arte Aplicada
2014 Exposição “A paisagem em si” – Museu Universitário de Arte – Muna, Uberlândia, MG
 Exposição “Bibliotecas & Outras Disciplinas” – Biblioteca IFCH/UNICAMP, Campinas, SP
2015 Exposição “A Montanha Mágica” – Galeria Arte Aplicada
2016 Exposição “Bibliotecas e outros horizontes” – Galeria do Instituto de Artes/Unicamp, Campinas, SP

EXPOSIÇÕES COLETIVAS

1976 Encontro Cultural de Ribeirão Pires - Prêmio em Desenho
1981 VIII Salão Internacional de Humor de Piracicaba - Centro Cultural de Piracicaba, SP
1982 IX Salão de Arte Jovem - U.C.B.E.U. de Santos, SP - Prêmio em Pintura
 Salão de Arte Contemporânea - Fundação Bienal de São Paulo - Prêmio de Participação
1983 Exposição “Avenida Paulista” - Galeria Sesc Paulista
 Exposição Prêmio Pirelli 1983 - Museu de Arte de São Paulo MASP - Prêmio em Pintura
 6º Salão Nacional de Artes Plásticas - Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ
1984 47º Salão Paulista de Belas-Artes - Fundação Bienal de São Paulo
 XI Salão de Arte Jovem - U.C.B.E.U. de Santos, SP
1985 Exposição do II Prêmio Pirelli 1985 - Museu de Arte de São Paulo MASP
 18º Salão de Arte Contemporânea - Casa das Artes Plásticas, Piracicaba, SP
1986 Exposição “A Trama do Gosto” - Fundação Bienal de São Paulo
1987 Exposição “Coletiva de Novos” - Espaço Cultural Cásper Líbero
 Mostra Internacional de Arte Postal - Clube de Criação de São Paulo
1989 Exposição do Prêmio Metropolitana-Fiat - Espaço Cultural Metropolitana, São Paulo
 5ª Exposition Internationale “Petit Format de Papier” - Cul-des-Sarts, Couvin, Bélgica
1990 VIII Salão Paulista de Arte Contemporânea - Fundação Bienal de São Paulo
 6º Salão Brasileiro de Arte - Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1991 International Print Exhibition 6 - Galleri Gamlebyen, Fredrikstad, Noruega
1993 4ª Bienal Nacional de Santos - Centro Cultural Patrícia Galvão, Santos, SP
 13º Salão Nacional de Artes Plásticas - Funarte/Ibac, Rio de Janeiro, RJ
1995 Brasilplast 95 - Escultura em evento industrial internacional
 Exposição “Arte na Ferrovia” - Painel na Estação Júlio Prestes, São Paulo
 Exposição “Filhos do Abaporu” - Galeria Arte do Brasil, São Paulo
 Exposição do Acervo - Adriana Akel Escritório de Arte, São Paulo
 Exposição “Brasil Japão Arte” - Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1996 Mostra do Acervo Sudameris - Sudameris Galleria, São Paulo
 International Print Exhibition 8 - Galleri Gamlebyen, Fredrikstad, Noruega
1997 II Mostra do Acervo Sudameris - Sudameris Galleria, São Paulo
 New International Artists - Lewarne Galleries, Vancouver, Canadá
1998 ”A Biblioteca Ideal” - Livraria Cultura, São Paulo
 Projeto “Arte na Lata” - Globodisk, São Paulo
1999 Coletiva de Abertura - Prado e Associados Galeria de Arte, São Paulo
 XXXI Exposição de Arte Contemporânea Brasileira - Chapel School, São Paulo
2000 10ª Exposition Internationale “Petit Format de Papier” - Cul-des-Sarts, Couvin, Bélgica
 “Almeida Júnior, Um Artista Revisitado” - Pinacoteca do Estado
 “Dois Olhares Sobre a Natureza”, com Benedito Calixto - Galeria do Paulistano
 “Mostra do Redescobrimento - Brasil + 500 Anos” - Fundação Bienal de São Paulo
 “Obra em Contexto - A Negra e o Caipira” - Museu de Arte Contemporânea MAC/Sesi
 “A Figura Humana na Coleção Itaú” - Itaú Cultural, São Paulo
2001 “O Negro de Corpo e Alma” - Casa França Brasil, Rio de Janeiro, RJ
2002 ”São Paulo dos Modernistas - 22 Antes Depois” - Sesc Ipiranga, São Paulo
 11ª Exposition Internationale “Petit Format de Papier” - Viroinval, Bélgica
 ”APAP 2002” - Espaço Cultural da Assembléia Legislativa de São Paulo
 I Mostra Caixas Assinadas - Casa da Bola, São Paulo
2003 Exposition Piero della Francesca - Sessione, San Sepolcro, Itália
 2ª Mostra dos Ateliês - Museu Brasileiro da Escultura MUBE, São Paulo
2004 12ª Exposition Internationale “Petit Format de Papier” - Viroinval, Bélgica
 22ª Exposição de Artistas Contemporâneos - Sociarte, São Paulo
 XIII Encontro de Artes Plásticas de Atibaia - Secretaria da Cultura de Atibaia, SP
 “Pequenas Grandes Obras” - Pinacoteca Municipal de Atibaia, SP
 “Arte & Artistas 2004” - MASP Centro, São Paulo
2005 “Mostra Vladimir Herzog 30 Anos” - Estação Pinacoteca, São Paulo
 III Mostra Darcy Penteado de Arte - Museu do Café, Santos, SP
2006 “Alma de Artista” - Sesc Pompéia, São Paulo
 “14 Bis, 100 anos - A Evolução” - Museu da Energia, São Paulo
2007 Exposição “Itaú Contemporâneo” - Itaú Cultural, São Paulo
 “Pequenas Grandes Obras” - Sesc Santana, São Paulo
 “Fauna e Flora Revistos pela Arte” - Espaço Cultural Farah Service, São Paulo
2008 Exposição “Paisagens” - AM Galeria, Belo Horizonte, MG
2010 Autorretratos e “Autorretratos” - Lugar Pantemporâneo, São Paulo
2011 Exposição “Perfil” - AM Galeria Horizonte, São Paulo
 Exposição “Asas” - Lugar Pantemporâneo
 “1911-2011 Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú” - Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG
 “1911-2011 Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú” - Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ
2012 Exposição “Paisagem (Landscape)” - Galeria Horizonte, São Paulo
 Exposição “Interiores” - Casa da Cultura, São Bento do Sapucaí, SP
 Exposição “Passato Immediato” - Memorial da América Latina, São Paulo, SP
2013 3º Encontro Ponte Cultura e. v. – Brasil e Alemanha em SBS, SP
2016 Exposição “Apap 35 anos I – Fundação Benedito Calixto – Santos – São Paulo, SP
 Exposição “Apap 35 anos II – Memorial da América Latina, São Paulo, SP
 I Bienal das Artes – Sesc DF – Brasília, DF

ACERVO PÚBLICO

1987 Fundação Cásper Líbero, São Paulo
1988 Fundação Alcan, Canadá
1989 Musée du Petit Format, Bélgica
1991 Museum of International Contemporary Art, Noruega
1993 Sesc Pinheiros, São Paulo
1995 Estação Júlio Prestes, São Paulo
1996 Fundo de Investimento do Sudameris, São Paulo
 Museum of International Contemporary Art, Norsky, Noruega
2001 Museé du Petit Format, Bélgica
 Museum für Völkerkunde Frankfurt, Alemanha
 Itaú Cultural, São Paulo
 Pinacoteca do Estado, São Paulo
2004 Museé du Petit Format, Bélgica
2006 Museo Ralli, Uruguai
2009 Museu Afro-Brasil, São Paulo
 Museu de Arte de São Paulo MASP, São Paulo
2013 Museu Universitário de Arte MUna – Uberlândia, MG
2014 Biblioteca Octávio Ianni – IFCH/UNICAMP, Campinas, São Paulo

LIVRO PUBLICADO

2010 “Decálogo de um Pintor” - Pantemporâneo, São Paulo



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JORGE COLI (Brasil, 1947). Professor titular em História da Arte e da História da Cultura, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Página ilustrada com obras de Nelson Screnci (Brasil), artista convidado desta edição de ARC.

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Agulha Revista de Cultura
Fase II | Número 28 | Junho de 2017
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