1. A Origem do Cemitério | Corroborando a teoria do filósofo brasileiro Thiago de Paiva Campos
em seu livro “O Mistério do Graal: O Roubo do Corpo de Cristo”, de que Jesus fora sepultado na
casa de José em Arimatéia e durante algum tempo esta casa se tornou
a Igreja do corpo de Cristo, fazendo posteriormente à morte de Cristo, como imitação
do sepultamento de Jesus – o corpo de Cristo – em uma casa-Igreja, a primeira do
cristianismo, e logo depois José de Arimatéia seguiu para a Europa, na Inglaterra,
onde fundou a primeira igreja cristã na Europa, e continuou o costume de enterrar
os mortos da comunidade nas casas-igrejas.
Esta tese é tão verdadeira
que, na Europa, os sepultamentos dentro das igrejas eram comuns até o instante em
que surgiu a peste negra, que arrebatou milhões de vidas em toda a Europa. Com o
aparecimento da peste negra, com o risco de contaminação e a falta de espaço nas
igrejas da Europa para enterrar todos os mortos, como até então era de costume,
surgiu a necessidade de se construir os primeiros cemitérios.
Tudo começou quando
um padre da paróquia de Roma sugeriu ao Papa Clemente XVI que, com a ameaça de contágio
e a falta de espaço nas igrejas, o costume de se sepultar os mortos dentro das igrejas
deveria imediatamente cessar. Depois de alguma discussão entre a cúrio romana devido
ao fato de se sepultar os mortos dentro das igrejas era algo que estava ligado à
origem do cristianismo, e que isso abalaria a estrutura de conservação dos costumes
cristãos, mas então o padre sugeriu ao Papa que, ao invés de sepultar os mortos
dentro das igrejas, que fossem construídos atrás das igrejas um espaço em um terreno
onde os mortos pudessem jazer ou fazer os corpos deitarem sob a terra, um cemitério,
e como era necessário manter alguma ligação neste rompimento de tradições milenares,
o padre sugeriu que sobre cada cova fosse posta uma cruz, simbolizando que aquele
era um rito cristão. Mas o Papa então o questionou perguntando
se somente enterrar os corpos do mortos pela peste iria conterá a disseminação da doença, foi então que o padre sugeriu
que os corpos então fossem lacrados hermeticamente
em um caixão de madeira.
Depois de alguns minutos
em silêncio analisando a situação, o Papa resolveu que os cemitérios deveriam ser
construídos e que os sepultamentos em igrejas deveriam cessar imediatamente em toda
a Europa.
Uma carta oficial do
Papa foi enviada a cada Bispo da Igreja na Europa, e eles, junto à comunidade começaram
a construir os cemitérios por de trás das igrejas. A partir daí os mortos não foram
mais sepultados nas igrejas, mas sim enterrados em cemitérios. O ritual fúnebre
passou do sepultamento para o enterro devido à necessidade que a peste negra causou
em parar com os sepultamentos em igrejas e enterrar os corpos em cemitérios.
Devido ao fato de as
igrejas já não comportarem tantos mortos pela peste negra e o risco de contágio
aos membros da igreja, sepultando-os dentro da igreja como fora desde o sepultamento
de Jesus Cristo na casa de José em Arimatéia, e cuja tradição José deu continuação
e passou de geração em geração até a chegada da peste negra.
Com a construção dos
cemitérios por toda a Europa, aos poucos a peste foi acabando, e o costume de fazer
deitar os corpos sob a terra se perpetuou por todo o mundo. No Brasil os sepultamentos
em igrejas existiram até o ano de 1820, quando a ordem do papa de proibir os sepultamentos
em igrejas chegou até o Brasil, marcando o momento histórico da construção dos primeiros
cemitérios brasileiros.
No entanto, com a resistência
da mudança da tradição milenar de sepultar os mortos nas igrejas e o preconceito
contra os escravos, que eram vistos pelos brancos como animais inferiores, e não
como seres humanos, os primeiros enterros em cemitérios brasileiros ocorreram somente
com cadáveres de negros escravos e indigentes. Os homens brancos continuaram a serem
sepultados dentro das igrejas durante longo tempo, de tal modo que o tamanho de
uma cidade no Brasil era medido pelo número de igrejas que a cidade continha, já
que as igrejas desde o sepultamento de Jesus na casa de José em Arimatéia e a tradição
por ele iniciada na Inglaterra e espalhada por toda a Europa até o surgimento da
peste negra, e como a peste não havia atingido o Brasil, o orgulho do brasileiro
branco falou mais alto e os sepultamentos nas igrejas continuaram mesmo com a proibição
oficial do Papa, as pessoas não aceitavam serem enterradas atrás da igreja ao invés
de sepultadas dentro da igreja, e com a influencia de coronéis sobre a igreja, os
sepultamentos dentro das igrejas continuaram para os brancos e o enterro se reservou
aos escravos e indigentes. E, para os brancos, ricos e poderosos as igrejas continuaram
a fazer o papel dos cemitérios.
No ano de 1888 a Lei
Áurea foi assinada pela redentora Princesa Isabel do Brasil, e desde esse momento,
a diferença entre brancos e negros começou a se desfazer aos poucos, até que, com
o tempo, os cemitérios que antes enterravam somente negros escravos e indigentes,
começou a ser morada também dos corpos de brancos, poderosos e ricos do Brasil,
porém, como o mestre Matias Aires nos ensinou em suas Reflexões Sobre a Vaidade do Homem, a vaidade e o orgulho
se manifestam até mesmo na hora da morte, e os brancos, poderosos e ricos começaram
então ao invés de enterrar os corpos de seus entes queridos, a construir sepulturas
ao invés de covas, pois para eles enterrar os corpos de seus entes amados era muito
humilhante, considerado um tipo de ritual fúnebre reservado somente para os escravos.
Mas agora não existiam mais escravos, e os brancos viram que todos, sempre, terminam
no mesmo lugar, seja enterrado ou sepultado.
2. A Origem
do Carnaval | O carnaval é, em sua origem, um tipo de sonho,
de ficção, de ato-falho, ou seja, é a manifestação estética do inconsciente coletivo,
e todos os desejos reprimidos pela moralidade são revelados no carnaval. Mas como,
quando, onde e por que o fenômeno do carnaval surgiu na história da humanidade?
O carnaval é a realização de uma fantasia do inconsciente coletivo.
É uma espécie de válvula de escape da mente humana quase completamente dominada
pela moralização civilizacional da humanidade que reprime seus desejos sexuais e
violentos por meio da ética e da religião.
Do ponto de vista do inconsciente coletivo, o carnaval é, sob o olhar
individual de um homem, como um ato-falo, uma fantasia ou ficção coletiva, um grande
sonho envolvendo todas as pessoas em um conjunto. O carnaval é uma exacerbação do
desejo sexual e violento que, ao contrario do que ocorre no ato-falho, por convenção, não
é aleatório e ao acaso, mas tem dia e hora para iniciar e terminar. Todavia, é um
fato que o carnaval é um tipo de válvula de escape dos desejos mais obscuros da
mente humana em escala coletiva.
Mas como de fato surgiu o carnaval? Bem, é provável que haja resquícios
arqueológicos da presença do carnaval em homens primitivos após a aquisição da linguagem,
ou seja, após o corte entre a natureza e a civilização com suas leis e costumes
morais.
O propósito do carnaval é dar vazão ao prazer, ao desejo sexual e de
violência existente na fantasia de cada ser humano desde o primeiro homem. Assim
como a mente deixa escapar por ato-falhos, sonhos e esquecimentos o tesouro do inconsciente
individual, o carnaval, o folclore, os mitos e lendas são manifestações do inconsciente
coletivo. E foi isso o que Freud não entendeu e Jung sim.
Baseado na natureza da mente humana é provável e bem possível que o
carnaval possa ter se originado em eras primitivas, no princípio da civilização.
A palavra carnaval significa (adeus à carne), ou seja, o carnaval é, na verdade,
uma festa de despedida dos prazeres da carne, onde, como em um sonho, a repressão
moral é diminuída e os desejos inconscientes revelados por meio de fantasias, danças,
cantos e o folclore como um todo, que é o inconsciente coletivo a céu aberto de
uma civilização. O Dicionário do folclore brasileiro, que é um dos únicos
do gênero no mundo, é o inconsciente coletivo do brasileiro a céu aberto.
O carnaval é um fenômeno que implica necessariamente a moral e a ética,
pois todo ele desde sua origem é uma manifestação da culpa e do arrependimento que
provém após o fim do carnaval, onde o significado de seu nome revela seu propósito,
ou seja, dar adeus à carne que há dias todos se fartaram festejando, bebendo e comemorando
com fantasias.
O carnaval é, portanto, antes de tudo, uma experiência moral baseada
na culpa e no arrependimento que promove o festejo e a celebração do morto que é
pranteado, ou seja, do período socialmente admitido por todos como o período do
carnaval, que se repete em um ciclo eterno todo ano desde que o macaco se transmutou
em homem por meio da linguagem matemática e do raciocínio lógico.
Recorrendo ao texto mais brilhante de Freud, que é Totem e Tabu
vemos a descrição de um mito onde o líder da horda, possuidor de todas as mulheres,
negando o contato sexual dos outros homens da horda com as mulheres, fazendo predominar
seu desejo de poder, fora posteriormente assassinado pelos próprios filhos e posteriormente
devorado e pranteado pelos membros da tribo, que a ressuscitaram a figura paterna
do líder da tribo por meio da religião, manifestando um conflito de sentimentos
de prazer por ter matado e poder agora possuir as mulheres da horda, e um sentimento
de culpa por terem matado o pai da tribo, levando-o ao arrependimento e, por fim,
à celebração do funeral, o sentimento de culpa promove o arrependimento que gera
a festividade, a celebração; o primeiro carnaval da história da humanidade: um funeral
de um homem primitivo.
Tanto é verdade que os funerais e velórios guardam de forma latente
um ambiente de festa e celebração, em algumas culturas serve-se comida e bebida
alcoólica aos convidados do funeral, como uma verdadeira celebração nascida de um
ato de extremo prazer (matar o Pai e tomar sexualmente as mulheres da horda) seguido
de um período de culpa e outro de arrependimento, gerando assim a celebração fúnebre
do velório de um homem primitivo que passa a ser devorado e pranteado, chorado e
elevado a um nível mítico, quase sobrenatural.
Portanto, o primeiro carnaval da história da humanidade foi um velório
de um pai tirano assassinado pelos próprios filhos a fim de que estes em fim pudessem
possuir sexualmente as mulheres da horda, que antes eram todas reservadas ao líder
brutalmente assassinado por seus próprios filhos a fim de satisfazerem seus desejos
sexuais. Por fim, esta morte se torna uma celebração, uma festa. O velório é ao
carnaval da morte, e o enterro o espetáculo final.
Portanto, baseado nos argumentos anteriores podemos ter em consenso
o axioma:
O carnaval tem sua origem na celebração da morte
Ocorrida após o sentimento de culpa e o arrependimento que promove a
celebração, o culto em torno do morto. Eis o primeiro e surpreendente ponto de minha
investigação. O carnaval (adeus à carne) era a manifestação festiva do inconsciente
coletivo em relação à morte. Adeus à carne significa ao mesmo tempo uma expressão
de excesso de prazer seguido de culpa e arrependimento que promovem o carnaval da
morte com seus rituais fúnebres, como uma tentativa do membro vivo da família de
saldar sua divida moral para com o a alma do falecido. Carnaval (adeus à carne) é a despedida
da alma do corpo ao qual habita.
Esse resultado de minha pesquisa é extremamente curioso, pois une, pela
primeira vez, de modo inusitado e inesperado até mesmo para o próprio autor, a relação
funcional entre o carnaval e a morte. Ambos são iguais, porém opostos, como a vida
e a morte, ou Apolo e Dionísio. O carnaval tem sua origem na celebração da morte,
por isso o significado de seu nome é (adeus à carne).
No entanto, este não é o único significado destas palavras, pois (adeus
à carne) poderia significar o período de culpa e arrependimento seguidos depois
das orgias sexuais do carnaval, levando assim à ressurreição da figura do morto
por meio do mito, da lenda, da ficção, da religião, da arte e do sonho, gerando
resquícios até os nossos dias atuais. Um exemplo clássico é o período da Quaresma
após o carnaval, onde muitos católicos fazem penitência pelos excessos da carne
que cometera durante o carnaval. Mostrando a sequência prazer + culpa + arrependimento
= Mistificação ou religiosidade em torno da figura central do morto, no caso,
Jesus Cristo.
Nossa tese comprova sua veracidade ao compararmos as nossas especulações
filosóficas a miúde com o carnaval na antiguidade; que eram celebrações de festas
grandiosas, onde se comia, bebia (inclusive álcool) que buscavam incessantemente
os prazeres da carne, como o sexo, por exemplo, mas não só ele.
Na antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro, o carnaval tomava conta da cidade,
e tudo, absolutamente tudo na cidade parava por sete dias seguidos de festas, celebrações,
sexo e álcool; as atividades econômicas paravam, os escravos ficavam livres por
um dia para fazerem o que quiserem e o grau de censura moral de toda a cidade era
rebaixado como num sonho, revelando nos homens seus instintos e impulsos mais primitivos.
Cujo único propósito é atingir o máximo de prazer, o estase da vida durante aquele
período de tempo, e o mínimo de desprazer. As pessoas trocavam presentes e elegiam
de brincadeira um rei que guiava o cortejo pelas ruas, como se fosse um carro fúnebre,
mostrando mais uma vez a relação funcional entre o carnaval e a morte.
As máscaras de carnaval só surgem no Renascimento, com suas fantasias
luxuosas e carros alegóricos, assim como os carros fúnebres. Por que elas só aparecem
no Renascimento? Qual a relação entre o Renascimento com o surgimento das máscaras
de carnaval?
Esta é uma questão interessante e, a minha tese, é de que, sendo o Renascimento
um movimento cultural que marcara a ruptura entre a Idade Média e o novo mundo,
onde as condições político-econômicas levam ao nascimento da burguesia que inventa
as máscaras de carnaval para esconder suas identidades, suas verdadeiras faces,
gerando uma sociedade baseada na hipocrisia.
O surgimento das máscaras de carnaval entre a burguesia europeia é como
máscaras sociais que eles usavam para esconder suas próprias identidades, podendo
fazer o que quisesse na festa sem que ninguém sequer desconfiasse quem fosse. O
surgimento das máscaras de carnaval tem a ver com o surgimento das máscaras sociais
que as pessoas, agora com noção de privacidade e identidade; uma é como o reflexo
da outra, enquanto você pode circular pela festa sem ser reconhecido. As máscaras
de carnaval foram, portanto, uma reação natural da sociedade burguesa à transformação
do feudalismo para o capitalismo e a reforma protestante. Se antes, na Idade média,
apreciávamos sem qualquer vergonha uma execução cruel em público, inclusive de crianças,
agora, com o renascimento e a noção de privacidade, propriedade e identidade, surge
a necessidade de a burguesia esconder por de trás de uma máscara a sua verdadeira
face. Ou seja, as máscaras criadas pela burguesia europeia usadas no carnaval surgiram
como uma manifestação social do novo modo de vida capitalista. A máscara da burguesia
era usada para esconder sua hipocrisia. E a origem do carnaval é, portanto, a morte.
3. A Origem do Samba | Com o advento da Capoeira e da Umbanda, que usava o batuque como manifestação
musical genérica trazida da África, marcado pela característica central do culto
aos orixás, que os umbandistas primitivos disfarçavam de santos católicos para fugir
da perseguição da Igreja.
E foi no Estado do Rio Grande do Sul onde tudo começou e se estendeu
até alguns países vizinhos. O batuque é, portanto, uma manifestação religiosa, um
som que é usado para invocar a Deus, pois assim ele se origina primeiro na África
e depois é trazido para o Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul. O samba é,
portanto, antes de tudo, em sua raiz, em sua origem, uma manifestação religiosa
de religamento com Deus.
A introdução da manifestação religiosa do batuque havia se multiplicado
no Brasil pelo Rio Grande do Sul por volta do século XIX (antes da anunciação da
Umbanda pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas por meio de Zélio Morais), e os primeiros terreiros foram fundados nas regiões do Rio
Grande e Pelotas.
Com o tempo, a palavra batuque passou a ser designada para qualquer
reunião de negros com cantos e dança; festejos, ou seja, a característica religiosa
original do batuque passou a ter em seu conjunto os elementos da dança, do canto
e do instrumento, em geral o atabaque e o recém-criado berimbau pelos capoeiristas do quilombo.
A semente do samba começava a germinar pouco a pouco, desde a África
com seu batuque religioso até a sua mistura com a capoeira recém-inventada pelos
negros. A partir do século XX a palavra batuque que designava a tradição ritualística
religiosa dos africanos em seus cultos aos orixás, foi substituída pela palavra
samba; que passou com o tempo a suplantar a palavra batuque, que prova a origem
religiosa do samba, bem como a inegável influência do nascimento da capoeira em
sua composição.
O samba nasceu, portanto, do sincretismo entre a capoeira e a Umbanda
pré-Zélio de Morais. Ou seja, o samba nasceu da mistura
do jogo, da dança, da música e da nova luta denominada capoeira e recém-criada,
e o batuque religioso dos cultos aos orixás, que foram disfarçados com os santos
católicos por medo da perseguição da Igreja. O samba é desse modo, a mistura entre
jogo, a dança, o canto, o instrumento, e, por fim, e o primordial no sentido de
indicar a raiz do samba, a religião, que é a fonte, a matriz e a origem do samba.
No inicio da década de 1890, dois anos depois da abolição da escravatura pela
redentora princesa Isabel, os negros livres começaram a se espalhar pelo país, em
especial no Rio de Janeiro e na Bahia e, onde não tendo onde morarem tomaram os
morros para si e construíram as famosas favelas.
E foram nas favelas que o samba tomou de vez a sua forma original que
sintetiza a identidade musical do Brasil através do sincretismo entre o jogo outrora
jogado pelos angolanos no ritual de batismo para a idade adulta, da dança promovida
pelo som magnetizante dos atabaques, da música com a invenção do berimbal, a luta como forma de resistência e defesa aos
abusos dos coronéis e, por fim, a religião de Umbanda pré-concebida pelo culto aos
orixás disfarçados de santos católicos. A partir desse conjunto de acontecimentos
e cruzamentos do acaso o samba em fim tomou a sua forma original, nascendo de um
jogo, um cântico, uma dança e o batuque que era a expressão mais sagrada do samba,
pois era sua ligação com a religião e seus cultos aos orixás. Sintetizando, o samba
é a soma da capoeira (jogo, canto, dança, luta) com o batuque (religião), e se desenvolveu
praticamente na Bahia e nas favelas do Rio de Janeiro, onde tomou sua forma final.
Mas como isso aconteceu? Como havia vários grupos de sambistas e capoeiristas
nas favelas do Rio, começou a surgir entre eles certa rivalidade, assim como havia
entre os cariocas e os baianos em relação à origem do samba final.
Com a rivalidade entre os grupos de samba e capoeira nos becos e botequins
da cidade do Rio de Janeiro, a raiva entre eles aumentou, mas a raiva de todos eles
contra os baianos ainda era maior, e com o passar do tempo a rincha entre baianos
e cariocas aumentou e tomou proporções de terror.
As comunidades de negros e capoeiristas da Bahia e as comunidades de
negros e capoeiristas do Rio combinaram um duelo, um enfrentamento, uma luta de
capoeira entre o melhor dos dois grupos. E assim foi feito. Certa noite, baianos
e cariocas se encontraram no em uma mata rasteira no centro do Brasil e, a cada
um dos melhores capoeiristas da Bahia e do Rio receberam um par de pedaços de pau,
que eram os maculelês, manifestação oriunda dos capoeiristas da Bahia,
mas o maculelês ainda não havia chegado ao Rio, e os cariocas
ficaram espantados e com medo quando os dois pares de paus foram entregues a cada
um dos capoeiristas.
E os cariocas, então amedrontados, perguntaram o que era aquilo, os
pedaços de pau, dois para cada capoeirista. E um dos mestres então se ergueu e disse
em voz alta que aqueles paus eram chamados de maculelê, em homenagem ao negro fugido que porque o seu
patrão, que também era seu pai, não aceitava a presença da criança que ele dizia
ter problemas de pele, como uma desculpa para matar o filho bastardo produto de
um estupro do patrão à mãe do rapaz, que, não vendo outra saída, acabou indo para
a floresta e foi acolhido por uma tibo de índios que o criou, mas ele, como era
diferente dos demais, não podia participar de todas as atividades da tribo. No entanto,
certa noite Maculelê foi deixado sozinho na aldeia enquanto toda a
tribo havia saído para caçar. E, no entanto, eis que, justamente nesse dia uma tribo
rival invadiu a aldeia e Maculelê, usando apenas dois bastões, dois pedaços de pau, lutou sozinho contra
a tribo rival e, como um herói, salvou a todas as mulheres e crianças da tribo e,
desde então, utilizamos na capoeira o maculelê (os dois paus) como arma na capoeira.
Os cariocas se reuniram, mediram os riscos de se lutar com uma arma
diferente, mas por orgulho, aceitaram o desafio, e então a roda gigantesca se formou
no meio da mata rasteira. O atabaque tocou, o berimbau sinalizou, o cantador cantou e então os dois jogadores
deram início à luta com os pedaços de pau e, com as batidas do maculelê um no outro, produzia-se um som ritmado e melodioso,
apesar do sangue que envolvia a luta, que deveria ir até o final, e quem ganhasse
ficaria, por consenso geral, com o troféu da invenção do samba: Bahia x Rio de Janeiro.
Bem, como era de se esperar, por lutar com uma arma desconhecida e suas
técnicas, o carioca acabou perdendo a batalha e com isso a sua vida, tendo como
golpe de misericórdia uma meia lua de compasso bem no meio do queixo, deslocando
sua mandíbula.
A partir do trato, a Bahia ficou com a honra de ser o berço do samba,
enquanto que, os cariocas voltaram um a um para as suas academias com o rabo entre
as pernas e com suas cabeças baixas de vergonha enquanto os baianos zombavam de
sua derrota.
Ao se reunirem após a luta e a derrota vergonhosa, os cariocas ficaram
pensando no tal maculelê, e a partir daquele dia introduziram o maculelê em suas rodas, e, com o tempo, os negros e capoeiristas
foram notando que a luta com o maculelê produzia uma melodia padronizada, um ritmo musical.
Contando isso a um amigo músico em uma mesa de botequim onde o samba
de roda era costumeiro durante todas as noites, onde novos sambistas apresentavam
seus sambas e os vendiam às gravadoras. Ele então cantarolou o tom e o ritmo das
batidas do maculelê enquanto o amigo escrevia num guardanapo as notas
musicais advindas do som reproduzido pelo amigo que imitava com a boca a luta de
maculelês. E assim que o amigo terminou de escrever as notas,
ele pegou seu violão e começou a tocá-las, e assim surgiu o samba final que moldou
toda uma série de outros estilos musicais, como a Bossa Nova.
A BIOGRAFIA ASSINADA POR MOARA GUAYI | Katerine Dumont era a filha única de um francês, Pierre Dumont e uma curitibana,
Cecília Baum, de família alemã. Dumont veio com os pais fugidos
da segunda grande guerra ainda quando era criança e foi morar em Curitiba, onde
na juventude conheceu Cecília e depois de alguns flertes, Dumont pediu a mão de
Cecília ao seu pai e se casaram no dia 28 de março de 1973, na época, ambos com
25 anos, e depois de dezessete anos de casamento, nasceu Katerine Baum Dumont, na
data de 03 de janeiro de 1990.
Com cinco anos de idade, devido a uma proposta de trabalho, Pierre foi
morar em Minas Gerais, em Barbacena, onde viveu até a morte de Katerine em 2016, mudando-se com sua esposa novamente para
a França, onde vive atualmente.
Katerine cresceu em Barbacena e tornou-se mineira de coração, apesar de nunca
ter se esquecido das lembranças de Curitiba com sua avó materna, que lia para ela
todas as noites, antes de dormir, histórias diversas do folclore brasileiro, lendas
e mitos. Este fato marcou profundamente a alma da pequena Katerine, que tão cedo tomou conhecimento dos mais diversos
mitos e lendas do folclore brasileiro, que posteriormente veio a ser a sua marca
original dentro da literatura de horror. Esse é o primeiro ponto da história de
Katerine Dumont que marcou sua vida a ponto de refletir
em toda a sua obra.
Um segundo ponto, mas não menos importante, foi um fato ocorrido quando
Katerine ainda era criança, de mais ou menos sete anos.
Numa aventura solitária, levada pela curiosidade das histórias que a avó contava
antes de ela dormir, Katerine resolveu se aventurar sozinha dentro de um cemitério porque queria
conhecer mais de perto a morte de que ela tanto ouvia nas histórias lendárias contadas
por sua avó. E aconteceu que, no meio dessa aventura de horror, Katerine, em dado momento, enquanto atravessava o cemitério,
tropeçou e caiu dentro de uma cova aberta da qual ela não dava altura. Katerine ficou presa dentro daquela cova durante todo o
dia e passou à noite toda sozinha dentro de uma cova no cemitério da boa morte em
Barbacena, e só foi encontrada por seus pais no outro dia de manhã. Esse episódio
marcou para sempre a personalidade da pequena Katerine, e refletiu diretamente na sua escolha pela literatura
de horror.
Depois desse episódio, a personalidade de Katerine mudou completamente; ela se tornou retraída e
vez por outra sofria de crises depressivas e terrores noturnos. Durante longos anos
seus pais a levaram em todo tipo de especialistas, como psiquiatras, neurologistas
e psicólogos, mas sua depressão e terrores noturnos apenas amenizaram, mas não a
abandonaram, tendo sido perseguida por toda a sua vida por crises fortíssimas de
depressão e terrores noturnos que nunca a abandonaram até o dia de sua morte.
Na adolescência, Katerine foi enviada pelo pai para viver na França, em Paris, onde seus avós
paternos moravam. Lá se tornou fluente em francês e em inglês. Por lá também sofria
com crises de depressão e terrores noturnos e, apesar de estar sobre os cuidados
dos avós paternos e se tratando com os melhores especialistas da época, nenhum progresso
pôde ser visto em relação à sua doença. Sua depressão era crônica e se agravou muito
depois do trágico acontecimento de ficar presa sozinha em um túmulo na cidade de
Barbacena, e desde aquele dia seus terrores noturnos nunca mais a abandonaram.
Por toda a sua vida Katerine teve de lidar com crises fortíssimas de depressão e terrores noturnos.
Aos dezessete anos, ainda em Paris, Katerine começou a usar maconha para aliviar suas crises de depressão e seu
terror noturno. Como nenhum tratamento havia funcionado, ela então resolveu experimentar
a maconha e passou a utilizá-la para fins medicinais e recreativos, o que de fato
amenizou muito suas crises depressivas e seus terrores noturnos praticamente desapareceram.
Quando terminou os seus estudos em Paris, ficou na dúvida em tentar
cursar Filosofia na universidade de Paris ou voltar para o Brasil, já que sentia
falta do calor dos brasileiros e principalmente de seus pais.
Decidida a voltar para o Brasil, Katerine, ainda no avião, sentou-se ao lado do homem que
futuramente viria a ser o seu marido. René Beaumont, que era restaurador e viera
para o Brasil a trabalho; havia sido contratado pelo governo brasileiro para trabalhar
na restauração de igrejas antigas no interior do Brasil.
Ambos se deram muito bem e passaram quase toda a viagem conversando
sobre todo tipo de assunto e, quando desembarcaram no Rio de Janeiro, trocaram telefones
e se despediram. Algum tempo depois, René, tendo uma igreja na cidade de Barbacena
para restaurar, resolveu ligar para Katerine e marcar um encontro. Ambos se encontraram e a partir dali um romance
começou a surgir entre os dois.
Katerine e Fraçois fizeram um grande casal e, apaixonados, casaram-se
no Brasil, em Barbacena, na igreja da boa morte, tendo o casamento sido celebrado
pelo padre Apolo de Sá Brandão, e desde esse dia, Katerine vivenciou os melhores anos de sua vida. Katernie tinha 21 anos e René 30 quando se casaram. Ambos
foram muito felizes no Brasil. René tornou-se o restaurador chefe da empresa francesa
no Brasil e Katerine, renunciando à vontade de estudar literatura ou
filosofia, decidiu tornar-se uma bela dona de casa.
Pouco tempo depois Katerine deu a luz o seu primeiro filho, e desde então sua depressão, que vinha
sendo aliviada com alguns medicamentos e um pouco de maconha, começou a piorar cada
vez mais. Seus terrores noturnos aumentaram e ela sempre, praticamente todos os
dias sofria de pesadelos horríveis em que ela dizia que seu filhinho estava morrendo.
Depois de alguns anos de tratamento psiquiátricos em vão no Brasil,
Katerine continuou a levar sua vida de dona de casa com
o auxílio de seus pais, que ajudavam na criação do neto quando Katerine estava em crise. Quatro anos depois Katrine engravidou novamente e deu a luz ao segundo filho.
Desta vez sua depressão a pegou pelo pé e a arrastou a diversas tentativas de suicídio
mal sucedidas.
Katerine foi julgada incapaz de cuidar de seu próprio filho naquele momento
de crise, e acabou sendo internada pelos pais em um hospital psiquiátrico em Paris,
para onde retornou brevemente para se tratar. Depois de alguns meses de tratamento
Katerine retornou ao Brasil e, assim que pisou no aeroporto
Santos Dumont no Rio de Janeiro, o seu marido René, indo de encontro à sua esposa
que o esperava do outro lado da rua, foi ser arrebatado por um ônibus circular,
vindo a falecer ali mesmo no local, em frente ao aeroporto, nos braços de sua amada
mulher que, segundo testemunhas, em prantos, chorava copiosamente e não permitia
ninguém tocar em seu marido. Até que a polícia chegou junto com o IML e levaram
o corpo, enquanto isso Katerine era acudida e consolada pelas pessoas ao seu redor.
Passado toda a burocracia da morte de seu marido, velório e enterro,
que fora realizados na França, Katerine retornou ao Brasil para a casa de seus pais em Barbacena, onde viveu
até o fim de seus dias, que, desde então, tornaram-se um verdadeiro inferno de horror
e terror, com crises depressivas agudas e terrores noturnos.
Neste meio tempo, agora já com 25 anos de idade e em completa depressão,
a ponto de não conseguir sequer cuidar como gostaria de seus filhos, Katerine conheceu-me pela internet, eu – Moara Guayi –, que lhe apresentei o Alvissarismo. Foi identificação
à primeira vista, tanto entre mim – Moara – e Katerine quanto entre ambos em relação ao Alvissarismo – sistema filosófico religioso desenvolvido
pelo filósofo mineiro Thiago de Paiva Campos –, e desde então Katerine e eu – Moara – começamos a cultivar uma breve, porém muito verdadeira amizade mediada
pelo Alvissarismo por meio da internet.
Katerine começou a praticar os pilares da doutrina criada pelo filósofo brasileiro
e nós nos tornamos grandes amigos.
Quando fez 25 anos de idade, Katerine, já mais consolada com sua doença e a perda de
seu amado marido, enquanto dormia, tivera um sonho em que um anjo de luz esverdeada,
apresentando-se como Ismael, disse-lhe: Bem dito seja o seu sofrimento mulher. Fazei dele a sua arte de horror
e terror com o cheiro desta terra tupiniquim.
Ao acordar assustada daquele sonho, Katerine imediatamente tomou o seu computador e, naquela
mesma madrugada, começou a produzir sua arte: a literatura de horror tupiniquim,
cuja inspiração provinha das estórias lendárias contadas pela avó quando era criança.
Os pais de Katerine, preocupados com os netos, e com a incapacidade de Katerine de cuidar deles, se mudaram novamente para a França
e levaram os dois netos com eles, deixando Katerine em Barbacena a trabalhar em seu novo projeto artístico:
a construção de uma literatura de horror e terror originalmente brasileira.
Desde a partida de seus pais e seus filhos para a França, Katerine se dedicou de corpo e alma à missão que o anjo
lhe dera de expurgar a sua dor por meio da arte. Katerine escrevia dia e noite, sempre mantendo contato
comigo – Moara Guayi –, seu companheiro de filosofia religiosa no Brasil. Ela já não comia
direito, nem dormia e muito menos saia de casa, senão para o necessário; e depois
de um ano praticamente enclausurada dentro de um apartamento no centro de Barbacena
escrevendo um livro atrás do outro e os publicando de forma independente em uma
dessas plataformas de auto publicação da internet, Katerine morreu misteriosamente dentro daquele claustro.
Tinha apenas 26 anos de idade. O corpo só foi encontrado dias depois devido à reclamação
dos vizinhos do mau cheiro que exalava do apartamento da escritora. A polícia foi
chamada e, quando adentraram ao apartamento, encontraram o corpo de Katerine já em avançado estado de decomposição, sentado
sobre a mesa da sua escrivaninha com a cabeça caída para o lado direito.
A escritora Katerine Dumont morreu na madrugada de 02/09/2016 na cidade de Barbacena, onde
morava desde a infância, apesar de ter nascido em Curitiba. Os legistas que fizeram
a autópsia não encontraram a causa da morte da escritora, apesar das especulações
de suicídio, nada foi encontrado que indicasse que esta tenha sido a causa da morte.
Já há muitos anos, desde a primeira gravidez, Katerine sofria de uma depressão muito forte e, com a segunda
gravidez, sua depressão ficou gravíssima…
Suspeitando de que pudesse ter ocorrido um suicídio, os policiais investigaram
toda a casa, mas não encontraram nada, nem carta de despedida e nem qualquer resquício
de que Katerine houvesse cometido suicídio. O apartamento estava
limpo e arrumado, sem nada fora do lugar. Logo então descartaram a hipótese do suicídio,
mas depois que entraram em contato com os familiares na França e descobriram do
seu histórico de depressão crônica, a hipótese do suicídio começou a rondar novamente
a investigação. Todavia, feito o exame do legista, este não conseguiu descobrir
a causa da morte da escritora, de modo que, em sua certidão de óbito, a causa da
morte está como: causa desconhecida.
A causa da morte da escritora tornou-se um grande mistério que a polícia
forense do Estado de Minas Gerais não conseguiu decifrar, e o corpo ficou no necrotério
do IML até a chegada dos pais e dos filhos da escritora que estavam em Paris, afim
de que um parente pudesse reconhecer o corpo e então liberá-lo para o velório e
o enterro.
Tanto o velório quanto o enterro de Katerine foi reservado somente aos familiares, que eram
seus dois pais e seus dois filhos, e a família nunca revelou e disse não ter qualquer
pretensão de revelar onde o corpo da escritora fora enterrado. Até hoje não se sabe
onde foi sepultado o corpo de Katerine Dumont.
Tempos depois, eu recebi uma ligação internacional do pai de Katerine, dizendo que ele havia encontrado no meio das
coisas dela o meu telefone e alguns e-mails trocados por nós. A fim de levar uma
vida tranquila e sem especulações da imprensa sobre a morte da filha, Pierre Dumont
me pediu para que eu administrasse o trabalho literário de sua filha aqui no Brasil,
e me passou, por meio de documentos assinados em cartório, o encargo de administrar
a obra de sua filha, encargo esse que eu, com muito prazer, aceitei, sabendo se
tratar de uma das maiores escritoras da história da literatura brasileira e universal.
*****
NOTA
MOARA GUAYI (aquele
que auxilia no parto de uma semente boa) é poeta, filho de um ribeirinho com
uma índia, que estreou no palco da vida em 18 de março de 1995 na cidade de Belém
do Pará. Por influência de sua filosofia religiosa e ideologia político-econômica
conhecida como Alvissarismo, a obra poética de Moara Guayi é marcada pela sua Odisseia
brasileira (ainda não publicada), que narra em versos poéticos uma ficção mitológica
da história do Brasil. A poesia de Moara Guayi narra a incrível estória épica do herói
do Brasil: Angatupyry – a personificação do Bem na mitologia tupi-guarani – que
trava uma batalha divina contra a invasão dos europeus em terras tupiniquins, buscando
libertar os milhares de índios do jugo pesado do homem branco. Esta é uma estória
de luta pela liberdade que narra de forma ficcional em narrativa poética a história
de uma terra que nunca veio a ser Brasil. Contato: moaraguayi@gmail.com.
Agradecimentos a Thiago de Paiva Campos e
Jair Glass. O primeiro por tornar possível a presença de Katerine Dumont e Moara
Guayi em nossa revista; o segundo pelo desenho que fez de Katerine Dumont. Página
ilustrada com obras de Jair Glass (Brasil, 1948), artista convidado desta edição
de ARC.
*****
Agulha Revista de Cultura
Número 104 | Novembro de 2017
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
logo & design | FLORIANO MARTINS
revisão de textos & difusão | FLORIANO
MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
equipe de tradução
ALLAN VIDIGAL | ECLAIR ANTONIO ALMEIDA FILHO | FEDERICO RIVERO SCARANI | MILENE MORAES
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os artigos assinados não refletem necessariamente
o pensamento da revista
os editores não se responsabilizam pela devolução
de material não solicitado
todos os direitos reservados © triunfo produções ltda.
CNPJ 02.081.443/0001-80
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