AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
A primeira
coisa que disse
não foi bomba, impiedade, epidemia
ou poema,
porém mal, ou mau talvez,
que Mao seria improvável, para
todos os bebês,
na experimentação primal.
Mas isso
tudo nada prova
e coisa alguma significaria
ao ser esquecido à velhice
se sentido ainda não fazia,
feito o que poeta faz,
falaz sem
saber da poesia,
extrema e, do berço à cova,
veraz à página das fraldas.
A não ser
se ao fim inova,
chegando ao estágio
quando já surgem
últimas as palavras.
NATUREZA-MORTA
A MOVER-SE RÁPIDO COM ROMÃS
transubstancio teu sexo
a gotejar a degeneração
do nosso amor sem teto
ao lado e
no chão alado
noutra paixão sem crus
numa louca panspermia incólume na virilha dos
mundos todos
e te entreabro em divãs
e me endiabro seminal
se te analiso os leviatãs
que anticoncebem
o ciclo
superman’s-through-all
e à uma a
pé nada se não seca na lisa jamais conciso s’eternizará
se nossa missa libatória
enteógena nas vísceras
das míseras musas nuas
cria êxtases
misteriosos
minhas liberdades tuas
à noite em que invocarei teu corpo para masturbar
meu espírito
LEMNISCANTES
Meu espírito improvisa insanamente à meia luz
enquanto a carne
em delícia
sua.
O seu suor é salgado
e servido sem sifões,
a ser sorvido no seio:
pinga se alambicando
sobre o meu palato sensu.
Epitáfio: orfeurídice.
Trança sem ponta ou raiz
em nós, dodescabelados,
cada duodécimo ser-
penteado.
E nunca fé
instante
que li que faz os segundos à revelia de terceiros,
por impuro
prazer
– com doçura recém primaz
– sentidos sejam os sintomas
em conta
da nossa danosa soma,
doençaldável,
só envelhecimento:
já somos
velhos demais para morrermos jovens?
Ainda estamos às desordens.
Nosso movimento
é inculto e ímpar –
musculoso, angular, guloso.
Sua luz necromante
a se liberar para arder no ar
é de radicais livres,
alquimia do Fôlego,
autonomia do verbo corpo.
E se a própria
noite
geme sôfrega na penumbra,
amargosa em corte a dentro,
é viva alvura contra
uma rubra torrente,
iniciocaso de mais um ciclo,
nós de orgasmos em gosma,
róseo visco.
A pura substância de pacto
por que se
plasmam os amores em absoluto,
ou manchas
de fogo por implícito filho,
o dragão que dança no choro agora
após mínima
morte. De idílio,
aliança,
um rededilhar-te,
eterno, o
namoroboro.
A REVELAÇÃO DESCENDO A MONTANHA NEGRA
ressoubera
por um livro iridecente
que
insipiente eu experimentara
colher
de caos ao coeso acaso
que
a divindade principal
desses
assisados iazidís
do
Irão era de pérola
a
anteprimeira entre
sete
seres sagrados
desde
quatro mil setecentos e cinquenta antes da era comum
à
minha folhinha
:
Azazel
–
cabeça
insubmissa
–
azul do céu
o
arcanjo pavão
da
queda redimido
por
choro até encher
os
sete jarros de lágrimas
que
fizeram alagar o inferno
donde
volta com o cósmico ovo
para
ser deste universo o demiurgo
...
omnívora
como a ave
septívoca
que se excerta
sabe
que a variedade deleita
sem
jamais se tornar indigesta
mesmo se veneno a sageza aceita
que
é ora à biblioteca e ora à floresta
(do tarô Wild Unknown)
Sempre quase por toda uma noite
— obscurum
per obscurius —
sem premeditadamente incubar-se
do mistério em volta,
infinita oite
a que chama (angular pedra por
pedra solta)
enquanto dura a vela
que excrescente crista ablua
a se derramar ela (a flama superna
do centro vértice) a sua ínfera
superfície
ímpar
cela (a galopar
de
castiçal a carapaça
por
criptobservatório
hermético)
à eremítica Tartaruga
já que no meio do tempo
per
se guia ao relento (em contra-
vento assaz intenso) seu norte
dentro
(por
que fora) do endosso
até que em cera chama se encerra
— enquanto
luto — novo lume em que leste
o aquígneo corte
de
sorte que o extinguia se do velório caroço
após
madruga aguardente (de sol e chuva a união)
estoutro
dia mante bruto
a entrega-lo ao real, onívoro
pavão
que bota em seu obscuro canto
o ovo branco de onde brota
o bem, o mal, o crisanto:
as raízes do arco-íris.
INEQUÍVOCO
INCONTÍGUO
(na
ausência de raccord, essa onipresença
de Clair)
no
entreato dessa folga
há
outro balé nos telhados
quando
topos de prédios giram
diante
das cabeças de homúnculos que murcham e que inflam
a
rosa branca rodopia noturna
as
árvores passam depressa
margeando
o firmamento
de
círculos de confusão com a noite confundidos
no
pugilato negativo
piolhos-palitos se reúnem para coçar-arder
a cabeça
como
pilares tubulares se cruzam
iguais
a filas-colunas-diagonais
do
tablado-telhado-tabuleiro
e
tanto Erik Satie e Francis Picabia no canhão
como Marcel Duchamp e Man Ray no xadrez
discutem
durante a sessão a quem toca a vez
de carregar a bala o peão
e preparar apontar fogo!
contra a divina timidez
cavalo preto da rainha de a6 para b4
ou Praça da Concórdia do rei Luís XV à cavalo
ou logo Praça da Revolução
do
xeque-mate tomado por Luís XVI
ou
onde está o obelisco de Ramsés II
sem
sua glande de ouro
que
para não lembrar fatos políticos substitui a boa gilhotina
chove
e
de
papel
um
barco é lançado ao céu
e
dança
sobre
o translúcido solo
onde
branca a rosa ensaia
decolagens
e descolagens
com
raízes fora da noite
salto em
atitude dianteira por grande batimento
salto em
quinta e mudança da quarta para quinta
salto em
atitude traseira por grande batimento
passinhos
em giro e saltos em atitude alternando
a esquerda
à frente, a direita à frente
a pendular
para trás, esquerda atrás
na
água uma cabeça de cabeça para baixo
executa
pas de deux com olhos chovendo
uma
fonte dos mares e uma fonte dos rios
como
que dada a longa barba da bailarina
foi
suspenso no ar pelo chafariz
um
ovo de cisne ou de avestruz
bem
na mira de olheiras fundas
dessa
espingarda de cano duplo
do
caçador em chapelão tirolês
que
de tanto mirar muitos alvos
acerta
o tiro num ovo de pombo
e
a ave voa do ovo ao novo alvo
e
o tiro lesa a cabeça do caçador
que
despenca do topo do tombo
FP
e ES no coração do caixão
da
carruagem com dromedário
toda
ornada por coroas de pão
cujo
cortejo fúnebre é seguido
aos
saltos do mais lento pesar
no
luto da hora sem gravidade
até
o esquife fugir do passeio
para
correr pela estrada a fora
perseguido
pela comitiva toda
em
uma desabalada maratona
herméticas
curvas da vertigem
como
se fosse montanha russa
a
ímpar viagem que se inverte
e
avança onírica pelos campos
íngremes
da música de origem
a
sair dos trilhos e dos tempos
em
que tal lúgubre urbe dança
o
efêmero pó que a fuga aguça
pois
a morte é uma vida inerte
que
só o ser mais vivo alcança
a
gente chega e cerca o caixão-casulo
cuja
tampa se abre a revelar o caçador
que
a metamorfose fez prestidigitador
para
desmaterializar o público e então a si mesmo
pois
todo truque é sempre nulo mas nunca a esmo
Dessalga-se em saliva o oceano
à volta sem lágrimas da sereia
ao sol ver-se nua em cauda:
seu corpo metade humano
(de negra mulher e meia),
metade alvo de lua cheia
(em reflexão esmeralda
a lazúli ressaca açúcar
do doce cerúleo sul
onde pálido flutua
lunar um nenúfar)
nesta noite azul
por ver de dia
que não dilua
o que solvia
quando amar é sem previsão
esvazia-se de luz onde a beije
se quase amor der ao tubarão,
quem te vira... tremendo peixe,
dessa moça nunca vil o coração
que sal na boca o sangue estanca
se nada mais adoça que a adoção
do que salga, crua, a carne branca
d’escamar ao canto os pés no chão
que em terra firme mulher desaguara
para arpear-me pescando pela canção
a submergir-me n’água mãe que respira
em mistério a marulhar minha liquefação:
afogado, amador sucumbira; não amas Iara?
SÓ SOB O
SOL
Tu serás meu doce engano,
Eu serei tua escura sombra.
Canção
Quéchua
Perdido em meu voluntário abandono
Encaminhado recolho frutos entre as flores
Rememorando beijos que dei não sou mais dono
Ubíquo deitado sob o pétreo movimento de condores
Interno retorno apuro ao Sol a minha arcana estação
central
Novamente a só chegaste a pé eu até o pó deste
mundo antigo
Cinéria mariposa quando enluara incauta sombra
ancestral
Altiplanando pela incaica luz amarela onde me
abrigo
Vejo ainda não nostálgico das brumas que ouço
Imagem sem palavras ventar para além do horizonte
Vertigens que silenciam os céus entreouvidos no
repouso
Onde me devolve o canto da cor a cor cálida à
inculta fronte
Perfeito o mágico dia me dá as costas enquanto
brilha
Entre as duas primeiras linhas uma derradeira
visão
Regressando já outro de volta pela mesma trilha
Unívoca em um sentido que contraria a razão
FEL &
CIDADE
Nem o rosto
pergunta
nem o espelho
contesta.
José Lezama Lima
Meu ânimo anônimo invoca um mal
(gnomo, salamandra, ondina, sílfide)
e outros gênios bem menos em voga:
doces desconhecidos que se chupam.
Uma árvore pousa, esta ave plantada,
pica-pau do que em mim está em pé,
de fuga, o que aqui se ousa,
cantando este fel sob a lua quadrada.
Sob os óculos escuros haverão visões e pequenos avisos.
Beijo os
sorrisos,
escoro-me nos seios de moças sozinhas
e lambo as coxas bonitas que verão do ar as andorinhas,
mas o faço tão somente em Imaginação,
e chego a amar apenas um pouco nesses meus devaneios,
porque a namorada é ao alcance da mão
e vê em azul-cobalto o carcinógeno céu, ao sol
de limão.
Ando até algo vesgo de tantos passeios.
¿Quanto mais aguentas ler, meu coração?
Quase oro adeus por destinos mais feios,
que o diabo da Beleza não representasse essa tal tentação.
A respeitar este vinho
como se respeita o mar,
aventuro-me sozinho.
Senti(cada ele)mental, um por um, vários,
em regozijo por me caberem em uma só alma de todo
entregue. E eu me mande daqui, antes que outra namorada me carregue. E as más línguas
não teriam comentários.
¿E se minha cabeça já está em outra — onde é
o tutano da gota,
a alma da rocha,
a goela da brisa,
o grelo da tocha?
E se me livro por um instante do meu compromisso
e já viro uma nova página da minha vida,
novinha em folha, em fólio,
é por que nem uma fantasia admite um leitor omisso,
e por isso intercalo leituras
(os versos de juventude com as narrativas do espólio),
dou uma folheada, uma lida.
Sou muito dado a todo tipo de literaturas.
Carne viceja, e como! Vicia.
O álcool jamais nos desinfeta tanto quanto uma
ninfeta intoxica. Sirvo-me dela bem ao ponto:
analfabeta, desbocada jaguatirica.
E aí revezo luxúria e preguiça,
sem saber o que quer que seja um Azar,
mas é só ele que me sacia.
Engulo um gole e uma gota
desse estranho vinho, de safra especial
ou ciclo irregular
nesse cristal finíssimo da anca dela.
Só mais um cio.
Erro a mão, boquiaberto,
e, então, é o gesto certo
com sabor raro da própria porra com que me recrio.
Festejo o jogo de mero ludo,
vibro de tristeza quando perco tudo.
Experimento outra ciência oca, outra fé,
provo estar errado.
Intercalo cigarro importado com café da nação,
do mais danado.
E se nada mesmo é livre,
rio sujo meu sorriso amarelo de fendido.
Olhar vermelho e perdido,
belo por discordar do espelho.
E a despeito do horror ao esporte,
¿E se de costas, tal qual sempre, a minha última
moeda de peso, por cima do ombro esquerdo,
lance à essa fonte no fundo do Sol,
qual será o desejo senão voltar?
Diria-me então: o desejo é voltar.
Até que as paixões, a Paixão – esta louca imagem –, meu bem,
dobrou uma esquina – ela nos seguia, atrás de mim, eu sabia –
e passou entre nós, a desatar as mãos, o que ainda as unia,
como um homenzinho de Terra a erodir nossa caverna,
como um lagarto de Fogo a consumir nosso ninho,
como uma ninfa de Água a diluir nosso néctar,
como uma ave de Ar a sublimar nossa flor.
Sou alvo e, fácil, é elementar lamentar,
o elo mais frágil em nossa cadeia.
Tudo roço
naquela que me endurece:
relógios de fruta,
cachos de chuva,
gotinhas de tigre,
listras de trilho,
bondes de tango,
pernas de sempre.
DIONÍSIA
Ela gira
– de ramagens,
de folhas
e flores colhidas
à suja enxurrada
às margens
de guias
dessas largas avenidas
nos seus
longos escuros cabelos
entre os quais arranja
outra razão
por que enlouqueça,
e de cujos
suaves desmazelos
– em sua
visão sob a franja – sobre a sua cabeça
que
para a rua leve
esta
noiteatrocidade
do interior
onde conflua
no vinho
arcano o sangue que atroz afoite
ao tomar
feroz o que bebe
à potável tempestade
onde nua
– lambuzada de argila,
de noite
de chuva e suor –,
Dionísia
no Centro dança
e faz-se
ver de madrugada dentro, ao redor,
pela vista
pelada que louca lhe alcança,
sobre o
asfalto reflexo, a foz dos pés
que, da
lagoa do umbigo através, e pelo delta do sexo,
por suas
pernas, braços de rios,
veio da fonte da axila
dela que
fora contemplada desde o cúmulo-nimbo,
em desvarios
se a-brindo
– ao que
quer que a tome, mas jamais a possua –
enquanto
aquela míope que vira
(única,
úmida)
a
pupila da Lua.
[ TRÊS PERGUNTAS ]
FM | Poesia, amor, liberdade – a tríade essencial
do Surrealismo. De que maneira ela faz parte de tua vida e se integra à tua criação?
DA | É só o que de essencial assumo do Surrealismo,
pois embora quase tudo o mais nele me interesse e ocupe em níveis e sentidos os
mais diversos, como acaso e sonho, estética e eticamente é tão só essa formidável
fórmula aquilo que está sempre presente a servir de única trinitária regra: o suficiente
triplo crivo através do qual toda escolha, em arte e vida, precisa invariavelmente
passar, sendo-me em absoluto descartável todo o imenso resto, o que quer que não
satisfaça em simultâneo a este uno trio de Breton que, tão logo lido — lembro-me
—, fiz dele o meu lema.
FM | Dentro e fora do país, entre vivos e mortos,
independente até mesmo da poesia, não apenas citando os nomes, mas comentando os
motivos, poderias referir algumas afinidades tuas na criação artística?
DA | Só poesia, que resumindo é já sem fim:
livre de quaisquer escolas ou ortodoxias, a referir o que prefiro porque interfere
em mim, sendo ou não a fim ao que hoje pratico. De início bebi demais daquela romântica
fonte, a de longo e caudaloso curso, que segui (sobretudo simbolista, conforme se
nada), até me despenhar nas vanguardas (e ir fundo no abismo do Surrealismo); aí
estive, por tempo longo e até longe, à moderna deriva; até salvarem-me os antigos;
hoje rastejo pelo deserto dos pós, onde jamais estamos sós. Em que há oásis de acquavita
em que relembro ao rebeber de Hesíodo, Ovídio e Nono; de Dante e Shakespeare; Baudelaire
e Rimbaud; Whitman e Dickinson; Rilke e Valéry; Apollinaire e Perse; Breton, Artaud,
Michaux; Eliot e Cummings; Montale e D. Thomas; Khlébnikov e Tsvetáyeva; Celan e
Ponge; Ashbery e Creeley; Huidobro e Borges; Lezama, Orozco e Paz; Pessoa e dos
Anjos; os de Andrade e o de Barros e os de Campos; Correia e Mourão-Ferreira; de
Lima e Mendes; Cesariny e Helder; Drummond, Bandeira, Cabral e Quintana; Melo e
Castro e Hatherly; Leminsky, Hilst e Piva. A voltar de visita a Claudio Willer,
Roberto Bicelli, A. F. de Franceschi e a ti, Floriano Martins, às vezes cruzo Horácio
Costa, Carlito Azevedo e Ricardo Aleixo, indo meio paralelo a Dennis Radünz, Marcelo
Ariel, Luís Serguilha, Alberto Pereira, Alexandre Guarnieri, Andréia Carvalho Gavita,
Nuno Rau e Guilherme Gontijo Flores — entre outros que vejo mais longe aos lados,
indo muitos nesse nosso exatíssimo sentido, perdidos.
FM | Tenho percebido que, sobretudo em poetas
nascidos a partir de 1980, há um renascimento na lírica brasileira, que é tanto
na densidade da escrita, quanto na definição de uma voz própria, quanto no sentido
de uma solidariedade explícita, sem que isto reflita a existência de um movimento.
O que observas a este respeito?
DA | Parece verdade, mas talvez seja cedo para
falarmos em renascimento do que pode nunca haver morrido. Embora eu confira agora
que em geral prefiro as gerações que começaram a publicar nos anos 1990 e 2010 àquela
que estreou nos anos 2000, isso logo pode virar, revisando leituras. Hoje nos falamos
e sabemos da poesia dos outros com certa facilidade pela internet; isso dá margem
a afinidades e influências. Ainda não sei o suficiente como eram as relações entre
os poetas das duas décadas anteriores à minha, que publico desde 2011, então não
devo comparar, mas, quanto à densidade e à originalidade, assumindo serem valores
bem relativos e tão discutíveis como subjetivos, posso apenas fazer uma análise
muito livre, baseada só no meu gosto, e concordar contigo, por ora, pois me surpreende
como encontro poéticas excitantes entre os meus contemporâneos, até mesmo em poetas
ainda mais jovens do que eu; sobretudo autores que estreiam já com um projeto, alguns
com breves obras sólidas, lindos livros, poemas que adoraria ter escrito; e quase
arrisco e verto o delírio de que sei já de certos nomes que ficam, apesar do futuro
do mundo estar cada vez mais curto. Só em 2018, e apenas em Sorocaba, onde agora
vivo, vi surgir toda uma meia dúzia de novos bons poetas muito jovens, sobretudo
mulheres que já transitam por outras artes, e eu, em geral bem pessimista, com isso,
estou mesmo incrivelmente a esperar o melhor dos novos “trabalhadores horríveis”
que deverão vir a seguir. Ou, melhor ainda, a guiar.
[ FOLHA DE VIDA ]
Davi Araújo (1979). Poeta, ficcionista e
tradutor paulistano radicado em Sorocaba. Autor do poemário Livro Ruído (Eucleia, 2011), publicado
em Portugal, e das prosas em Ficções
paralelas e Visões
para lê-las (Substânsia, 2016; com desenhos de Yuli Yamagata). Traduziu
Natureza, de R. W. Emerson, e Caminhada, de H. D. Thoreau (Dracaena,
2011). No prelo, pela editora Urutau, seu próximo livro de poemas: O físsil.
*****
EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO
1919-2019
Artista convidada: Eugenia Loli (Grécia, 1973)
Agulha
Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número
127 | Fevereiro de 2019
editor
geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor
assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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& design | FLORIANO MARTINS
revisão
de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
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Edições © 2019
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