[ 10 POEMAS ]
DOCUMENTÁRIOS
PARA SE VER NO FUTURO
a barriga
da mãe é o único planeta natal
estrelas
cadentes rebobinarão os céus
durante
dezoito anos antes que Sofia
receba
as mensagens que os amigos
de
seu pai gravaram em vídeo
para
o aniversário dela de
duzentas
e trinta e quatro luas
temos
essa coisa de visitar
futuros
que não são nossos
este
mundo vai de mal a pior, Sofia
mas
está repleto de reis magos
abre
os olhos e vem abrir os presentes
que
os poetas deixaram para você
OXIGÊNIO
EXTRA PARA ESCALADA
Pelo
oxigênio que teu corpo rouba
de
meu abraço sinto tua presença.
Teu
corpo performa vazios.
Nossos
desencontros acontecem
em
grandes altitudes.
Nos
picos do inalcançável
- no
monte Everest o ar não é tão
rarefeito
como entre os teus braços -
Prefere
não mandar notícias como
se
ela fosse pra ontem.
Vai
ver não acredita em distâncias,
principalmente
as geográficas.
NEWS:
o que passa por
North/ East/ West/ South.
Quando
não sei de ti, sou a má notícia
dos
quatro quartos do vento.
[OS
PONTOS CARDEAIS]
Os
pontos cardeais
são
teu voto de silêncio.
Proximidade
está além
de
coordenadas, eu sei.
Me
vejo indo ao teu encontro
como
quem não pode voltar
para
casa depois de muitos anos.
Fugindo
das intempéries do passado
ainda
estou exposto ao sereno
dos
amores mal dormidos.
Tu
es o clima que me adoece,
é por
tua causa que não posso andar
sem
camisa e não do frio.
DESDE
PEQUENO QUERIA SER UM APOCALIPSE
o amor
repousa entre
a leveza
de plumas
que
podem esmagar
o mundo
desconhece
o segredo
da
nuvem que flutua
mas
pode pesar
oito
toneladas
engolir
furacões
como
quem respira
o primeiro
dia do ano
ensinar
paciência aos
apocalipses
aquietar
impulsos
de léguas
na
sola dos pés
suportar
a saudade do sol
coisas
corri-
queiras
a quem a paixão
é segunda
sombra
vou
desfazendo a lonjura
o pássaro
canta para não deixar
a distância
dar um pio
alguém
ouvir teu chamado
é mais
difícil que
assobiar
de modo a fazer
um
cometa olhar para trás
mas
alguns amores
passam
por todos os pontos cardeais
preservo
uma cama
com
a forma de teu corpo
os
meses em vermelhos
secos
sem dizer palavra
só
para te ver lunando
as
mulheres trocam de pele
a cada
mês talvez
por
isso os homens que vagam
cheios
de pele morta entre os pelos
se
apavoram com o chamado
do
alfabeto da lua cheia
ave,
lua de sangue,
doadora
universal dos uivos vaginais
na
ressonância de tua caixa torácica
acústicas
carnívoras me comem
o amor
é nossa canção de ninar
mas
nós somos a insônia da linguagem
você
estala os ossos e esses
ossos
musicais calam o mundo
O LENDÁRIO
DAVY JONES TRANCOU SEU CORAÇÃO EM UM BAÚ MAS CONTINUOU AMANDO
a baleia escuda no peito os milênios. dentro
da baleia, meu pai e eu somos uma grande previsão. estamos mais seguros que no baú
de Davy Jones. o amor nunca foi visto andando sobre as águas e é um deus unânime.
o amor é nosso último mito vivo. na garganta de uma baleia sempre cabe mais um.
no coração da baleia nadam todos os homens.
PRECE
SATURNAL
meus amigos andam dizendo que estão de mal com fenômenos.
meu pai não para de chover e eu nem sei de que Iabá ele é filho
não
sequer posso pedir a ela que pare de fazer cair meu pai em cima
das casas
derrubando telhados e cabos de energia e meu pai vai lavando
tudo como uma enchente, o rompimento da barragem da Samarco.
os apagões têm nos ensinado histórias que ninguém acreditaria
se houvesse luz.
é tempo de invernar memórias e outrar-se. frente ao inalterável,
a alteridade do canto.
os orixás vieram avisar que meu pai estava prestes a sair levitando,
mas eu só acreditava em
Gabriel entre uma chuva e outra García só dá tempo de rodar o
bambolê Marquez
no alto da maior pedra à beira mar do planeta
e me comunicar com os anéis de Saturno.
o tempo é isso, um bambolê invisível rodando sem parar em volta
da fome dos amigos imaginários.
lembre-se das placas no zoológico “não alimente os poemas” .
só se pode falar com o tempo em círculos, às vezes quem fala
melhor é a cintura.
[O MILAGRE É VISTO]
O milagre é visto. O poema imprevisto. Exemplos
de imprevisão do poema:
1. Insistência de uma imagem, de uma frase,
de uma palavra em nosso pensamento que vai se materializando em tudo no mundo ao
redor, o poema é um gesto do mundo. 2. Um homem-estátua, pintado de prateado, voltando
para casa de ônibus e dormindo no último banco. 3. Um mendigo que em lugar de pedir
esmolas, pergunta se você tem medo de borboletas e quando você responde que não,
como se fosse algo absurdo, ele passa uma borboleta pousada na mão dele para a sua
blusa. Essa borboleta abre e fecha as asas. Você descobre que sim, tem medo de borboletas,
pelo menos uma borboleta assim tão de perto, tranquila, pousada em você. O mendigo
ri, explica que criou a borboleta desde pequena, tira a borboleta da sua blusa e
desaparece levando o milagre consigo. 4. Encontrar um homem de classe média alta
com a sobrancelha esquerda branca na fila do cinema e pensar que aquela marca de
nascença é tão rara que nunca viu igual. Voltando para casa de trem no mesmo dia
encontrar outro homem, um operário, com a sobrancelha direita branca. 5. Ganhar
de presente O pequeno príncipe depois
de grande na véspera da morte de seu pai. Sentar no ônibus ao lado de uma mulher
no momento exato em que ela abre O pequeno
príncipe e começa a ler o livro. 6. Ouvir da boca de uma desconhecida que você
não tem ligação alguma com os arquétipos mundanos e nem planetários. “Você não é
daqui, você veio das estrelas. E teu lugar de poder é com os índios das Taigas,
os adoradores da lua, pertencentes a lugares frios da região norte como Canadá,
Noruega, Groenlândia”. Ela não sabe que teu sonho é ver neve. Viver onde é seis
meses dia e seis meses noite. Muito menos imagina que você toca um piano feito de
aurora boreal. 7. Um grande amigo seu, poeta, ser chamado para ser o juiz de paz
de um casamento em que o noivo está prestes a ser preso, já foi condenado e está
aguardando a voz de prisão. A cerimônia é linda. O noivo está radiante. No dia seguinte
a polícia vem buscar o noivo recém-casado às 6 horas da manhã, arrancando o homem
de seu sonho. Um vizinho que acompanhou tudo disse “Depois que levaram ele, o silêncio
ficou de luto”. Seu amigo foi o responsável por unir aquelas almas na eternidade.
O alívio do preso é que lá o tempo não existe.
A epifania no poema frequentemente é anunciada
por lágrimas. Ser poeta é apenas um instante. No resto do tempo só contagem de estrelas.
Clamamos pelo instante, nosso lugar de existência. O efêmero é nosso guru. A lágrima:
aplauso do coração. Nossa medida de recepção são esses aplausos cristalinos dos
olhos. É por isso que escrevemos o poema não pelo poema, mas pelo silêncio depois
dele.
PODEM
TE AJUDAR EM TUA REZA CONTIGO MESMO:
1 –
A rima do entendimento: no verso mântico são os conceitos que rimam. A musicalidade
do poema é aquela que faz adentrar o silêncio. O poema mântico é o ensinamento da
música do silêncio. Encontrar o presente dentro da rima do silêncio. Tempo e dádiva.
As palavras estalam os ossos e aqueles ossos musicais calam o mundo.
2 –
A sentença miraculosa: é quando ela não pode ser dita de modo diferente do que foi
profetizada. Mas não se engane, profecia tem mais a ver com singularidade da linguagem
e menos com adivinhação. Literatura não é abracadabra. Sentença miraculosa é aquela
que não permite tradução. Encontre a informação estética do indizível.
3 –
A forma extraordinária: o milagre está no mundo, porém a formação literária de um
realista mântico consiste justamente em despir o milagre de suas roupas cotidianas.
Não se pode simplesmente esperar que o milagre aconteça( “Acontecer” é qualidade
do que é visto. Quando se torna algo visível, aquilo acontece). Veja primeiro para
que possa acontecer. Conjure o sobrenatural da linguagem. Seja extraordinário, esteja
fora da ordem, não compactue com o ordinário. Insinue o invisível, o sentimento
do invisível substitui as lacunas do olhar. Nossa preocupação é com a técnica perfeita
do afeto, a técnica da iluminação. Não esqueça, contudo, que para revelar a escuridão
é preciso trazer parte dela consigo.
4 –
O sussurro da escuridão: é aquele que vem do jamais. A palavra deve trazer assombro
tanto pelo espanto, quanto pela suspensão da luz. Em plena luz do dia os mistérios
ofuscam, na noite se revelam pela penumbra, pela opacidade, que é quando podemos
vê-los. Ninguém é capaz de olhar para o sol diretamente. Para que as estrelas apareçam
é preciso evocar a noite. O verso perfeito não é o que está perfeitamente escrito,
pontuado, metrificado, rimado, é aquele que é capaz de fazer o leitor “cumprimentar
a beleza”. Para falar ao coração do outro e que o outro aceite a mensagem é necessário
algo mais do que perfeição. A revelação vem
de lado, oblíqua, para poder atravessar, o que vem de frente é atropelamento.
“Nas próprias antecâmaras do sentimento é proibido ser explícito”.
5 –
A quintessência da língua: só o quintessencial deve permanecer, o essencial não
precisa ser dito, apenas sentido. A quintessência do sentimento é que garante o
dizer. É essencial olhar para dentro de si até que a miração aconteça, isto é, a
linguagem encontre sua quintessência. O outro da linguagem é a sua forma quintessencial.
6 –
O insólito deve ser motivo de fé. A linguagem deve adorá-lo.
[ TRÊS PERGUNTAS ]
FM | Poesia, amor, liberdade – a tríade essencial do Surrealismo.
De que maneira ela faz parte de tua vida e se integra à tua criação?
VV | A poesia é uma forma de amor e uma forma de liberdade. E mais
do que tudo a poesia é a criação de uma necessidade. Não sabemos do que necessitamos.
Necessitar é aquilo que nasce para nós, as coisas que nascem têm necessidade. Por
isso, o amor cria a necessidade da poesia. A liberdade cria a necessidade da poesia.
E, em nossos tempos, com tantos ataques às liberdades individuais e coletivas, com
tanto desaprendizado do amor, a poesia tem entre suas diversas dedicações a criação
da necessidade do amor e da necessidade da liberdade. Os dois fluxos são navegáveis
e circulares. É a tríade do eterno retorno. Não se sabia que se precisava de amor.
Não se sabia que se precisava de liberdade. A poesia vem para mostrar o quanto se
precisa dessas coisas e possibilita a descoberta desses valores. Até sermos apresentados
às coisas, não as conhecemos e menos ainda as necessitamos. A poesia é uma apresentação,
por isso podemos dizer que antes da poesia não se conhece/não se viu/não se sentiu
o que as coisas são. No Manifesto do Realismo Mântico, eu digo entre outras coisas:
“Só depois do primeiro amor é que se tem contato pela primeira vez com a linguagem”;
“Não sei amar, não sei sentir, não sei viver, não sei quem sou, no poema eu aprendo”;
“Já disseram que amor é tanta coisa que ele acabou sendo nada. Mal contemporâneo,
se tiver que dizer poesia, já não é, se disser nosso nome já não somos”.
FM | Dentro e fora do país, entre vivos e mortos, independente
até mesmo da poesia, não apenas citando os nomes, mas comentando os motivos, poderias
referir algumas afinidades tuas na criação artística?
VV | Tenho afinidades com aqueles que tocaram o absoluto, mesmo
que de relance. Procuro um estado de beleza e um estado de poesia. Cada dia tenho
mais certeza de que a poesia é uma frequência, uma afinação da percepção e a conexão
com algo que nos toma, muito mais que um gênero. Diversos escritores e escritoras
me tocaram. Uma pessoa que me abriu muitas portas, janelas e portais foi Roberto
Bolaños, a quem devo minha formação como leitor e poeta. Não faz muitos séculos,
antes do Quixote de La Mancha, só havia poetas, porque as formas literárias eram
escritas em verso. O conceito de prosa não existia, menos ainda de prosador ou escritor,
se escrevesse era poeta. O Bolaños sempre acreditou na poesia como a única realidade
possível. Seus personagens são poetas, escrevem poesia, vivem dilemas de poeta,
amam como poetas, matam como poetas, morrem como poetas, sofrem como poetas, bebem
como poetas, riem como poetas, vivem como poetas. Viver como poeta, eis a chave.
Foram os romances do Roberto Bolaños que o fizeram famoso e lhe permitiram sobreviver,
mas romances escritos por um poeta. O que o mantinha vivo era a poesia, a prosa
era só sobrevivência. Ele sempre se considerou poeta e quem o lê sabe que quem está
ali é um poeta mesmo e não um prosador/romancista, pela essência, pela atmosfera,
pela afinidade poética. Ele criou um cosmos em que tudo foi substituído pelo poema
e pelos poetas e seu argumento é esse: a poesia como realidade. O que eu falo do
Bolaños, ajuda a explicar outras referências importantes para mim que seguem um
caminho a fim a esses conceitos. Posso dizer que o Bolaños foi a pessoa que me fez
saber o que é um escritor e o que é a literatura. Bolaños pela poesia desmedida
e pelos gestos oníricos; Jorge Luis Borges, pelos labirintos históricos, pela obra
iniciática, por seu hermetismo e pela cabala, pela eternidade contada e desdobrada
em ficção; Julio Cortázar porque sempre o imagino escrevendo e lendo na casa de
uma tia minha perdida há muito tempo em cuja casa fui uma única vez e que na minha
lembrança hoje é a casa de Julio Cortázar, por brincar de amarelinha com as palavras
e pelas instruções do absurdo a que se propôs; Augusto dos Anjos por ver o homem
por dentro, revelar sua matéria escura, pelas palavras saídas de um tratado de anatomia
do século não-sei-das-quantas, o primeiro poeta que li, numa edição antiga em que
as palavras do português ainda eram pseudo-etimológicas como “Philosophya” e coisas
igualmente estranhas anteriores à uma reforma longínqua da língua portuguesa; Eduardo
Galeano pelos seus abraços que são como ser esmagado por um anel de saturno; Baudelaire
pelas carniças laureadas e reverenciadas; Clarice Lispector porque o corpo de qualquer
pessoa parece fraco demais para desbravar e habitar esse lugar ao qual ela chegou
na literatura; Carl Gustav Jung pela psicologia das profundezas e por me abrir a
Alquimia.
FM | Tenho percebido que, sobretudo em poetas nascidos a partir
de 1980, há um renascimento na lírica brasileira, que é tanto na densidade da escrita,
quanto na definição de uma voz própria, quanto no sentido de uma solidariedade explícita,
sem que isto reflita a existência de um movimento. O que observas a este respeito?
VV | Passamos dos períodos das vanguardas e dos movimentos coletivos.
Vivemos uma época em que tudo já foi destruído pelos movimentos artísticos e o nosso
mundo, tanto o artístico, quanto o político, e o mundo real que não é nem artístico
e nem político se encontram completa e absolutamente desintegrados. E por incrível
que pareça ainda há pessoas preocupadas em destruir ainda mais. As vanguardas foram
o que foram, e me refiro aos “ismos” do início do século 20 por causa das guerras
e dos períodos entre-guerras, essas vanguardas eram naturalmente beligerantes e
destrutivas porque representavam o inconsciente coletivo daquela época em que tudo
era destruição e confronto. Foram necessárias em seu momento. Devemos muito a elas.
Porém, é necessário perceber que esses movimentos se viram reféns de uma violência
compartilhada e que, querendo contestar aquilo que tanto criticavam, agiram de maneira
semelhante e guerrearam. Hoje em dia, mais do que querer destruir (destruir o quê?,
se já não há mais o quê) e ter uma postura evolutiva diante da arte, de que é necessário
superar, atacar, destronar, defenestrar, é juntar os fragmentos de todos esses espelhos
que fomos e construir algo. Temos muitas referências maravilhosas que podemos conciliar
e tornar nossas aliadas. A forma de conseguir aliadas é o desafio de nosso tempo.
Estamos todos tão fechados dentro de nossas próprias subjetividades e tão inaptos
ao coletivo, à construção coletiva, que a existência de um movimento parece quase
impossível. A história da arte foi sofrida e os movimentos, escolas, serviram para
abrir caminho através da demolição dos castelos medievais, museus, casas do saber,
para poder passar, abrir novas trilhas, porém, arribamos ao momento tão desejado
por nossos antepassados: o momento em que o artista pode tudo e tudo pode ser feito.
Talvez, por isso, não se justifique um movimento. O movimento era uma forma de fortalecimento
entre pares. De ser autorizado pelos outros, de conseguir a autorização à força,
para fazer o proibido e arcar com as consequências coletivamente, não levar a culpa
sozinho. A arte sempre teve muitas regras, modelos a serem seguidos, e hoje a regra
é não ter regra. Um movimento, atualmente, é menos um manual e mais uma provocação,
um despertar, uma convocação, um chamado, a forma como cada um responderá a esse
chamado não é responsabilidade de quem convocou. Foi mais ou menos nesse espírito
e nessas considerações que escrevi o meu “Manifesto do Realismo Mântico”, um manifesto
estético-espiritual que, antes de mais nada, são um lembrete para mim mesmo do jovem
que fui e do meu caminho, da potência da palavra, da minha fé na poesia e na beleza
da vida, meu testamento para os meus próximos anos, firmamento do meu ser, registro
dos movimentos da minha alma, e de criar no outro a necessidade da poesia. A necessidade
de que falei anteriormente. Com o Manifesto não pretendo, como pretenderam as vanguardas,
criar um movimento ou chamar para mim mesmo a responsabilidade do agora, o manifesto
é a minha forma de atravessar o agora e quem quiser vir comigo será muito bem-vindo.
Acredito no manifesto, atualmente, como algo capaz de gerar no outro a mesma intensidade
que quem o escreveu sentiu no momento de sua escrita, de fazer as ideias intensificarem,
de gerar procura, entusiasmo e não como um manual ou modelo. O manifesto como abertura
e não como cerceamento. O manifesto como nova possibilidade que não elimina as outras.
O manifesto como revelação, como mediunidade, como expansão, como consagração de
uma verdade, sacralização e não como portador da Verdade.
[ FOLHA DE VIDA ]
Vinicius
Varela (1993) é um álibi indomável. O emblema liberdade o condecora. Seu dom nunca
descansa. Ganha a vida tocando pianos de aurora boreal. Mas não só: a vida, é preciso
ganhá-la. Trabalhar ganhando a vida, trabalhar por cumprir o teu chamado. Viver
é uma insígnia, cujo mérito é todo seu. Seus títulos de nobreza são aquilo que não
sabe de cor. Ele está chegando ao vermelho absoluto.
*****
EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO
1919-2019
Artista convidada: Eugenia Loli (Grécia, 1973)
Agulha
Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número
127 | Fevereiro de 2019
editor
geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor
assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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