sábado, 30 de novembro de 2019

20 ANOS O MUNDO CONOSCO – Parte 7


CLAUDIO WILLER | …E assim a Agulha

E assim Agulha Revista de Cultura, editada por Floriano Martins com a participação de Márcio Simões, chega a seu número 147 neste dezembro de 2019. Comemora ao mesmo tempo seus 20 anos de existência e o centenário do surrealismo, tomando como referência a criação de Les champs magnétiques, a escrita automática de André Breton e Philippe Soupault, e a criação da revista Littérature com Soupault e Louis Aragon. De modo coerente, traz uma fascinante coleção de mulheres poetas ligadas ao surrealismo e uma nova surpresa no campo das artes visuais.
Desde já, observo que datar o surrealismo de 1919 e não 1924 (com o inadequado aposto de “última vanguarda”) é sustentado por especialistas como Sarane Alexandrian e Jacqueline Chémieux-Gendron, entre outros. De fato, Breton já fala em surrealismo em 1921, como se pode ver nos artigos da coletânea Les pas perdus, como “Lachez tout”, para marcar diferença com relação a Dada, embora ambos, surrealismo e dadaísmo, coexistissem em Littérature junto com outros autores, expressões da vanguarda naquele momento, e com o resgate de inéditos (os mais importantes, de Rimbaud e Lautréamont). O Manifesto do surrealismo de 1924 foi uma afirmação de um movimento já existente, em certa medida como resposta à utilização do termo por Yvan Goll, mais preocupado com a criação estritamente artística do que com o inconformismo absoluto proclamado por Breton.
PARABÉNS para Agulha, Floriano Martins e colaboradores, Breton e surrealismo! Algo para comemorar neste cabuloso 2019, neste período que não se sabe em que vai dar.
Além de colaborador regular até hoje, fui coeditor da revista em seus primeiros dez anos de existência. Período de compromisso com a produção do saber – ao mesmo tempo fazia doutorado em Letras na USP, presidia a União Brasileira de Escritores e dava oficinas literárias, entre outras atividades, inclusive comparecer a eventos aqui e no exterior. Examinava a pauta de Agulha Revista de Cultura, dava sugestões e escrevia um artigo para cada número da revista. Presenciei a difusão: em Medellin e Caracas, quando me apresentei a outros participantes: Ah, si! Aguja…! Aguja…!
Falem de capacidade de trabalho… Como Floriano Martins consegue, simultaneamente à presença regular de Agulha Revista de Cultura, criar uma obra poética e visual tão extensa, preparar traduções, coletâneas de ensaios, conduzir editora – realmente, aí está uma pergunta para a qual não saberia formular respostas.
Além de tornar-se um polo cultural e formar um acervo único de informações, especialmente sobre surrealismo – não dá mais para pesquisar a respeito sem recorrer à Agulha Revista de Cultura –, destaco a capacidade agregadora de Floriano, seu talento para estabelecer parcerias e intercâmbios. TriploV de Estela Guedes, de Portugal, Blanco Móvil de Eduardo Mosches, do México, claro que Sol Negro de Márcio Simões em Natal/RN – entre outros. E especialmente Matérika, de Alfonso Peña, com um trabalho que confere maior destaque à Costa Rica em um mapa cultural mundial.
Essa continuidade e soma de esforços constitui-se em cultura de resistência, neste 2019 em que pipoqueiam esdrúxulos aspirantes a ditador, integristas e ultramontanos ganham influência e a civilização sofre estranhas ameaças. No final de um poema meu de 1980, havia grafado: SOBREVIVEREMOS! E não apenas: prosseguiremos, nos expandiremos e contribuiremos para a síntese de ideais iluministas ameaçados e rebelião romântica, tão bem representada por Agulha Revista de Cultura.


FLORIANO MARTINS E CLAUDIO WILLER | Diálogo em 2001

FM | Willer, quando te convidei para a editoria da revista, o que exatamente esperavas disto? Ou seja, como dimensionavas então a circulação apenas virtual de uma revista de cultura?

CW | Já naquela altura dos acontecimentos, no mínimo como um complemento indispensável à publicação de textos sobre papel, em livro ou periódicos impressos. Alertou-me para isso a quantidade de mensagens em função de, por exemplo, meu endereço eletrônico figurar no Jornal de Poesia. Talvez venha a ser mais que isso, um complemento, à medida que ampliar-se o número de usuários da Net, e que, passada a atual crise econômica do setor, surjam meios de extrair retorno financeiro da iniciativa. Para mim, Net é algo em início de implantação. Por isso, estamos apenas começando. Facilidade de acesso à informação e a possibilidade de armazená-la, tornando-a não-descartável, pesam decisivamente a favor do meio eletrônico. Na verdade, você demorou para conectar-se à rede, só o fez no final de 1999. Mas, a partir daí, mergulhou de cabeça, passando a dedicar-se a um projeto complexo como o de Agulha Revista de Cultura. Já previa esse tipo de envolvimento, antevia o alcance que a revista poderia ter?

FM | De certa forma, sim. Em experiência anterior, na edição de uma revista impressa, no caso a Xilo – cujo insucesso foi de ordem empresarial e não editorial –, chamava a atenção a maneira como crescia o recebimento de e-mails, o que nos alertava para a necessidade de fazer uma versão virtual. Tanto que antes mesmo de começar Agulha Revista de Cultura optei por organizar um mailing inicial que permitisse uma expectativa mais ampla em termos de difusão. Agora, não resta dúvida que a Net surpreende a cada dia, tanto pelo mundo de possibilidades que cria, como também pelo índice alarmante de hipocrisia que ajuda a revelar, como no caso das campanhas contra spam. Mas creio que é importante falarmos um pouco dessa aparente complexidade do projeto editorial da Agulha Revista de Cultura. Em que sentido crês que seja complexa nossa aventura?

CW | Complexo pelo que tinha de novo, de diferente de qualquer outra coisa, inclusive dos demais portais literários da Net. Até da dificuldade intrínseca de editar, organizar isso no meio eletrônico. Editar sempre é difícil, em qualquer meio, e cada modalidade, impressa ou eletrônica, tem suas facilidades e suas dificuldades próprias. Enfim, partíamos do zero. Evidentemente, o resultado dependeria fundamentalmente do que você tivesse de matérias e colaboradores em potencial, ou já disponíveis. Diga-me, a propósito, você antevia que, passado o reaproveitamento do rescaldo de Xilo, que ajudou a iniciar Agulha (tanto é que a minha primeira colaboração na revista foi mesmo reaproveitamento de material para Xilo), iria dispor de tantos colaboradores e matérias de interesse?

FM | De fato, colaboradores como Carlos Nejar, Gracco Sílvio, Sânzio de Azevedo, entre outros, inicialmente contatados para publicação em Xilo, foram aproveitados nos primeiros números de Agulha Revista de Cultura. Como uma revista surgiu em função da impossibilidade da outra, a presença crescente de novos colaboradores seria o caminho pensado como natural. O que vale observar é que havia um grande preconceito, por parte de alguns colaboradores, em função de nossa revista circular apenas virtualmente. Houve casos de matérias acertadas para a Xilo que tiveram de ser devolvidas, por rejeição ao meio eletrônico. Aliás, não achas interessante que ainda hoje essas duas mídias (eletrônica e impressa) mal convivam entre si? A grande parte das revistas que lidam especificamente com um desses meios não toma em conta a existência do outro. Qual te parece ser a razão dessa ausência de diálogo?

CW | Miopia jornalística, em primeiro lugar. Obviamente. Eu examinar um suplemento literário – alguns, no caso, já que estou respondendo em um fim de semana, quando essas coisas saem – e não ver – aposto que não vou ver! – nem uma, sequer uma nota sobre algo literário que tenha saído na Net, isso apenas denota o costumeiro e previsível burocratismo da imprensa. A recíproca não é verdadeira, pois o meio eletrônico, de vários modos, expande a circulação do que sai impresso. Enfim – coloca-se à disposição na rede o que sai impresso, mas a recíproca, imprimir o que sai na rede, quem faz isso é o leitor. Observei, já, que vários leitores da Agulha Revista de Cultura imprimem nossas matérias para aí, então, lê-las com calma. Até onde isso vai? Aqui, retomo algo que venho dizendo: que a Net nem começou. Com equipamentos melhores e mais baratos e, principalmente, melhores conexões, aí sim, o jogo muda, o quadro vai ser outro. De qualquer modo, algo que já existe e irá expandir-se é a publicação eletrônica, com a opção, se o leitor pagar, do print on demand, em vernáculo, impresso sob encomenda. Agora, praticando uma inflexão em nossa conversa, você diria que Agulha Revista de Cultura tem uma propensão surrealista, algo assim?

FM | A primeira coisa a se observar seria a intenção valorativa dessa propensão, uma vez que o Surrealismo sempre esteve golpeado por inúmeros preconceitos. Em seguida, poderíamos pensar em tal propensão como algo natural, tanto pela estreita ligação dos dois editores da Agulha Revista de Cultura com o Surrealimo, quanto pelo fato de que este movimento, em definitivo, influiu substancialmente em toda a arte que se faz desde então. Sendo a Agulha Revista de Cultura um veículo que procura espelhar um âmbito mais consistente da criação artística e sua reflexão, invariavelmente ressalta o que se poderia chamar de propensão surrealista. Este é um ponto. Se observarmos o Índice Geral da revista (que está disponível desde a edição # 8, de janeiro de 2001), veremos que é mínima a presença de artistas diretamente ligados ao movimento (Víctor Chab, Juan Calzadilla, Cruzeiro Seixas, Antonin Artaud, Max Ernst, Francisco Madariaga, Sérgio Lima), mesmo levando em conta aqueles que poderiam dele se aproximar esteticamente (Marosa di Giorgio, Leonel Góngora, Campos de Carvalho, Xavier Villaurrutia, Eduardo Eloy). Enfim, há inúmeras linguagens convivendo no universo da Agulha Revista de Cultura. Mas poderíamos ainda falar em propensão surrealista se o enfoque for aquele da “mais realidade”, essencial em tal leitura, uma vez que a revista rejeita a pauta domesticada, e por vezes frívola, que salvo raras exceções tem sido a moeda corrente de nossa imprensa. De qualquer maneira, vale indagar qual o enfoque que pretendes ao referir-se a uma propensão surrealista da Agulha Revista de Cultura.

CW | É que eu me lembrei de observações da crítica a sua coletânea Escritura Conquistada tardosurrealismo, parasurrealismo, aquilo tudo – na qual, contudo, a percentagem ou índice de surrealismo per capita era mais ou menos esse, também: normal, porém alta com relação às taxas brasileiras. Associada a uma vocação pessoal, à inquietação, prática da liberdade de criação, nossa propensão surrealista é resultado, acima de tudo, de honestidade intelectual, de não trair o objeto de análise, discussão ou divulgação. Para ser mais claro: se alguém for olhar, de modo despreconcebido, a literatura hispano-americana do século XX, como você faz, ou então a poesia de Portugal na segunda metade desse (daquele) século, vai encontrar surrealismo e imagens poéticas; mostrar isso de forma despreconcebida, então, é questão de honestidade, de não falsear ou esconder aquilo de que se está falando. A mesma postura se projeta na pauta da Agulha Revista de Cultura, resultando nisso que denominei de índice elevado de surrealidade para padrões brasileiros, embora normal, tomando o fenômeno, a ocorrência em si. Associada, ainda, à necessidade de colocar pingos nos ii, esclarecer, como nas menções a surrealismo em meus artigos sobre Campos de Carvalho e Herberto Helder – não as faria se não houvesse equívocos e omissões precedentes. Veja um quase-silogismo (com ecos bretonianos): Nós mostramos o que está à margem; o surreal está à margem; o que está à margem é associado a uma configuração mais ampla da rebelião, da criação livre, surreal. Não lhe parece?

FM | Estou completamente de acordo. Assim como é inevitável falar de Surrealismo quando tratamos da grande poesia grega deste mesmo século, como aliás veremos a partir de ensaio sobre Kavafis que será publicado em Agulha Revista de Cultura # 10. Não poderemos jamais fugir, sob pena de preconceito e desonestidade, de sua preponderante influência sobre a criação e o pensamento em nosso tempo. Agora, as taxas brasileiras, francamente… Se pensarmos que a tiragem média de livros de poesia no Brasil é exatamente a mesma de Porto Rico, país cuja população equivale a 2% da brasileira, então veremos explicação para tanta leitura desfocada acerca de inúmeros assuntos. Mesmo escritores europeus da importância de um Robert Graves, Peter Poulsen, Marcel Schwob, José Ángel Valente ou Boris Vian – para citar apenas alguns que estão comentados nas páginas da Agulha Revista de Cultura –, são praticamente desconhecidos no Brasil, país onde seguem imperando o preconceito e a inconsequência.

CW | Acho que tocamos em alguns pontos importantes. Retomaremos, quando houver ocasião. Faltou informarmos mais sobre repercussão de Agulha Revista de Cultura, evidenciada pela quantidade de retransmissões através de outros portais e de manifestações de leitores, por e-mail ou pessoalmente, às vezes até nos surpreendendo. Mas isso também, é algo que está no começo. Vai ampliar-se, é claro, com mais inscrições de nossas matérias nos sites de busca. Por isso, voltaremos, com certeza, ao assunto.


FLORIANO MARTINS E CLAUDIO WILLER | Editorial # 70, Outubro de 2009

Agulha Revista de Cultura cumpre com esta edição um ciclo de 10 anos. Até aqui, foram 70 números. Significa dizer, considerando que em momentos fomos uma publicação mensal e em outros bimestral, uma média de 7 edições por ano. Também alternamos a quantidade de matérias publicadas ao longo de toda uma década, ora com 12, 15 ou mesmo 20 textos por edição – como neste último número –, o que nos leva à marca aproximada de 1.800 ensaios e entrevistas em 70 edições. Algo em torno de 80% desse material foi dedicado a temas latino-americanos, à criação artística e à cultura na América Latina. Não recuamos diante da complexidade ou densidade; preferimos o que está fora das pautas do mundanismo cultural, incluindo temas “malditos”, a começar pelo sistemático e detalhado exame do surrealismo; empreendemos o diálogo com a produção cultural da América Latina e do mundo hispânico e, ao mesmo tempo, nos entendemos como expressão da lusofonia, da criação em língua portuguesa. Por isso, Agulha Revista de Cultura circulou em português e espanhol, sendo talvez o único veículo assim constituído em toda a mídia eletrônica.
Cada número foi aberto por um editorial, acompanhando e comentando acontecimentos, da esfera artística e literária, e também política, além de contribuir para o debate sobre o alcance e consequências da Internet, acompanhando de perto a expansão do meio digital e do mundo virtual. Relendo o que foi escrito sobre o tema, percebe-se, pensamos, o equilíbrio: nem catastrofismo, nem messianismo salvacionista; quanto às críticas mais recentes à difusão de informações pela Internet, a própria recepção de Agulha Revista de Cultura é uma resposta aos profetas de mau agouro, aos que veem a diversidade de utilizações da rede como acarretando a vulgarização e o rebaixamento de nível cultural – cabe até repetir a crítica, já feita aqui, a essa transferência de responsabilidades, das consequências de carências das políticas públicas educacionais e culturais e das mídias institucionalizadas para o mundo virtual, aquele das páginas, sítios, blogs e dispositivos de busca ou relacionamento.
Enfim, todos os números de Agulha Revista de Cultura, desde os iniciais até os mais recentes, continuam e continuarão atuais. Prova-o seu crescimento como fonte de pesquisas e consultas, a descoberta por leitores que, estabelecendo contato, passaram a integrar a lista dos seus destinatários. Com o aprimoramento dos dispositivos de consulta na Internet, quem pesquisar sobre uma série de autores e temas, encontra matérias da revista entre as primeiras opções nas extensas séries de páginas disponibilizadas por esses serviços. Assim, restrita ao meio digital, ao mesmo tempo ultrapassou esse meio.
Some-se a essas realizações o fato de que um dos editores da Agulha Revista de Cultura criou e segue coordenando, para o Jornal de Poesia, a Banda Hispânica, banco de dados destinado à difusão de poesia de língua espanhola, abrangendo – até o momento – um total de 20 países e 550 poetas, o que significa cerca de 1.600 entrevistas e textos críticos dedicados à obra desses autores.
Assim Agulha Revista de Cultura realizou, em seus 10 anos de aventura editorial, o projeto que motivou sua existência: transformar-se em uma mesa de debate dos principais temas que envolvem a cultura e as artes em nosso tempo. Quando surgimos, não havia esse espaço na imprensa do Brasil. Virtual ou impressa, esta permanece quase de todo naufragada nas águas do entretenimento, sem oferecer ao público um espaço de reflexão, conhecimento, multiplicidade, e não apenas a informação de caráter comercial. Em geral, a imprensa trata seu público como mero cliente: é uma lástima que a área do chamado jornalismo cultural tenha adotado essa fórmula.
Ao longo dessa década e destes 70 números publicados, abordando os mais diversos temas, Agulha Revista de Cultura foi uma verdadeira prática de política cultural em um país mais afeito ao fuxico cultural. Ultrapassou a simples publicação de seus números: seus editores foram convidados para eventos literários em diversos países; definiu contratos editoriais, seja na área de poesia, ensaio ou tradução; formou parcerias com grupos editoriais também em âmbito internacional; ampliou o espaço de difusão de inúmeras revistas, inclusive com um intercâmbio de edições especiais dedicadas a alguns países.
A trajetória de vida de Agulha Revista de Cultura é marcada por esse sentido singular de conquista e desbravamento. Não cortejamos o túmulo da glória. Arriscamo-nos sempre a difundir nomes de pouca circulação ou esquecidos, desde que não faltasse consistência a seu trabalho. Criamos uma Galeria de Revistas, espaço único na imprensa, tanto virtual quanto impressa, para a difusão e apresentação crítica de publicações similares. A cada edição apresentamos uma média de 50 obras do que chamamos de “artista convidado”, buscando nomes, entre consagrados e até mesmo estreantes, em quase 20 países. Foram aprazíveis, valiosas e efetivas as relações alcançadas com colaboradores, leitores, instituições em todo este período. Evidentemente, o Brasil também participou dessa conjuntura, sobretudo no plano afetivo, apesar de nossa imprensa, em geral, ter-lhe dado mínima atenção, talvez apenas para confirmar o velho e perverso adágio popular de que santo de casa não obra milagre.
Concluir este ciclo editorial nos parece agora uma manifestação de compreensão do papel até aqui representado, e da consciência de que outros meios de lhe dar prosseguimento se apresentam como urgências que precisam ser atendidas. Agulha Revista de Cultura permanecerá, casa aberta aos visitantes do ciberespaço. O link será mantido, com a totalidade do seu acervo de matérias. Seus editores agradecem imensamente a contribuição de todos, pelo carinho da leitura, sugestões, envio de textos e consultas. Em particular, nosso agradecimento maior vai para Francisco José Soares Feitosa, que fundou e dirige o Jornal de Poesia, pioneiro em termos de utilização da Internet como veículo de circulação de poesia em todo o mundo, Feitosa que sempre nos apoiou de forma incondicional, ancorando a Agulha Revista de Cultura com toda sua amizade. Esse capítulo foi construído graças a um sentido inestimável de fraternidade. O que nos enche de felicidade o coração.
Abraxas


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EDIÇÃO COMEMORATIVA | CENTENÁRIO DO SURREALISMO 1919-2019
Artista convidado: Cruzeiro Seixas (Portugal, 1920)
Cruzeiro Seixas



Agulha Revista de Cultura
20 ANOS O MUNDO CONOSCO
Número 147 | Dezembro de 2019
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES
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