Mas será isto possível? Será
mesmo efectivável, por maioria de razão se com ele convivemos durante décadas, se
lhe conhecemos muitos dos mitos e dos quotidianos em que se envolveu ou se deixou
envolver, dos sonhos que lhe permeiam o espírito, daquilo que viu e que o suscita
para que se permita escrever e pintar sem desdouro e sem desfalecimento? Se o estimamos,
se vemos nele um companheiro de jornada, um confrade na rota que é própria de quem
vive, que é única mas também nos seduziu?
Pode, pelo menos, tentar-se.
Efectuar essa distanciação que é como uma boa regra vital, que é assim como que
um olhar lançado na direcção de algo que já vimos mas não esgotamos, como acontece
nos grandes passeios que não planeamos ao pormenor mas que ficam em nós para sempre
tal qual as memórias de ritmos imarcescíveis.
E, afinal, não pode esquecer-se
que há no artista, como em qualquer outra pessoa, sempre uma parte velada, uma espécie
de continente desconhecido que nunca chegaremos a descriptar perfeitamente.
Perene regra que deverá ser observada,
mesmo escutada quando iniciamos
uma demanda. Para além dos horizontes, em pleno território da escrita e da pintura
que doravante não nos será alheia.
O sabor africano dos dias
Mesmo estando em Lisboa, no continente divisado
seja em Loulé, Caminha ou Alpalhão, ou no Norte onde ele agora vive, há qualquer
coisa na poesia de Cruzeiro Seixas – incomplacente, inventiva e com um perceptível
halo de mistério (não de exotismo!) – que me comunica um cheiro, um sabor, uma ambiência
que me faz sentir a presença da África onde residiu e viveu durante anos que, se
foram decerto de encantamento, também foram de inquietação e mesmo de amargura devido
a condições muito próprias.
Creio que qualquer
um que ali tenha vivido ou excursionado por um considerável lapso de tempo sente
esta sensação ao defrontar-se com o acervo de poemas de sua lavra. Com efeito, se
o seu percurso nos mostra um autor absolutamente lusitano e surrealista de várias
têmperas, não é menos verdade que, tal como me sucede por exemplo na leitura de
Leal de Zêzere, sinto o poderoso apelo de África disseminado no que escreve, ora
aqui ora ali, expressa ou impressamente: o cheiro da terra e o sabor dos frutos
e dos produtos de quitanda, o ritmo das emoções e dos pensamentos que rodeiam os
que, estando em África, tendo conhecido nela como num encantamento jornadas e vilegiaturas,
acabam por se ligar a esse continente da forma muito pessoal e peculiar que cifra
o seu discurso literário e artístico.
E, com
efeito, Cruzeiro Seixas põe em equação, diria em confrontação, figuras originárias
– mitológicas umas, intensamente realistas ou fazendo parte dum imaginário retintamente
europeu outras – do continente lugar de partida
como lhe chamava G. A. Henty e onde cristalizaram muitos ritmos que depois se iriam
difundir, mercê dos fados da História, pelas terras de Mashona, ou de Chiqwelembo,
de Shaka ou de Barotse… Ou dos plainos desérticos de Namanga.
Ou seja:
por todos os locais onde se cimentou a imagem que, com alguma dose de magoada ironia,
Aimé Césaire, Frantz Fanon ou Fred Blanchod qualificaram de “negritude greco-latina”.
O apelo
da terra, europeia ou africana, é contudo certificado pelo apelo da escrita: dono
de uma límpida erudição a que prefiro chamar conhecimento, cultura viva e profundamente
humanizada, Artur do Cruzeiro Seixas faz reflectir nos seus poemas uma qualidade
de discurso poético absolutamente salubre, cortada por um humor e agilidade de estilo
que só aos zoilos aparecerá como agilidade extrínseca. Discretamente dramática,
quando não mesmo trágica, na sua poesia percebe-se uma fundura de pensamento que
toca os grandes temas universais e a forma que eles tomam ao organizarem-se num
determinado espírito, num determinado autor.
Numa determinada demanda, de cariz muito próprio,
complexo mas conseguido e inteiramente fundacional.
Colho, de um espaço
interactivo, estas palavras: De acordo com Isabel Meyrelles acerca da poesia, Seixas
encontrou em África o espaço que, homem esponja,
sonhava, estando sempre pronto a absorver o que o cerca, e a transformá-lo.
Já Alfredo Margarido considera que [a] África
foi um continente que nunca nos deu sistemas filosóficos e nunca conheceu as peias
de um cartesianismo mal-entendido. Daí que sintamos estar Cruzeiro Seixas no
continente que é realmente o seu, com uma imaginação elástica e lançando cabos em
direcção a todos os seres e todas as coisas.
E é, foi e continua a ser em África – como noutros
lugares “primitivos do mundo – que um dado (que a pintura deste pesquisador de Universos,
tão visionado (de vidente) na sua pintura que se plasma em figurações quase reconhecíveis
mas que vivem noutra dimensão) se consubstancia: refiro-me à máscara, às máscaras,
que os seus personagens incorporam.
Escrevi eu algures: Sendo uma clara face de substituição, mesmo de transfiguração como ficou
sugerido, a máscara é igualmente uma projecção dos nossos continentes submersos,
das partes demasiado sugestivas e reveladoras do duplo que se acoita nos nossos
compartimentos mais recônditos e que através dela é acordado para as actuações que
doutra forma não teriam ensejo de se manifestar. Através da máscara que nos vela
e nos esconde, paradoxalmente mostramos então a parte oculta da nossa Lua pessoal.
Ao mesmo tempo que nos disfarça, a máscara revela/desvela: o que somos intimamente
ou, dizendo doutro modo, o que sem máscara nunca patentearíamos à realidade circundante
e colectiva. E é precisamente mediante esses corpos contorcidos de manequins, de mascarados compósitos que apontam
para uma humanidade sofrendo as agruras de algo que as deforma, que a pintura e
os desenhos de Cruzeiro Seixas constroem um mundo que grita o seu desespero mas
que, contudo, aponta para um desejado permanecer de esperança e de redenção, não
mística mas realizável num continente, em continentes, deste lado da vida.
Cruzeiro Seixas-pintor,
dobrado de poeta, é um organismo mais que vivo. Criador, mas que cria a partir do
“objecto obscuro dos philosophos”, do elemento primordial desorganizado e portanto
que carece de um trabalho de limpeza, de decantação, de desconstrução das matérias
desordenadas que só nos são oferecidas porque necessitam, para brilharem, que a
mão – mesmo inábil ou gauche – as projecte,
se projecte, num cenário de contínuo esforço ao longo do tempo. Contra os monstros,
mas também contra as seduções de um reino aparentemente acolhedor e luminoso que,
no entanto, traz em si os alçapões da
falsa tranquilidade para nos amordaçar, para nos retirar de nós mesmos com os pretextos
de uma razão que não é mais que estreiteza de vistas e de tentar exaurir o conhecimento
transgressor contra fábulas velhacas.
A arte, antes de ser um conceito é sempre um impulso. Nenhum
artista de qualidade faz arte reflectindo simplesmente sobre o que a arte é. Isso
sucede a posteriori. Só os pintores medíocres
– como se lhes chama na gíria do meio, pintamonos – é que para se darem ares
ou porque são de facto mentecaptos afivelam um certo ar empafiado e bolsam por vezes
frases empoladas sobre a intenção, o trabalho, como dizia Borges, “el acto de hacer”. O verdadeiro artista
é mais modesto e, por isso, faz arte para aprender sobre o mistério da existência
e do mundo. Assim sendo, a arte (seja ela qual for) é sempre uma negação da
morte, do vazio, do desaparecimento. Só os filisteus, os de duvidosa mentalidade,
propõem a arte como uma coisa bela, algo que serve para tornar os dias e
as horas do vulgo ou dos poderosos um pouco mais suportável ou luxuosa.
Pelo contrário, a arte autêntica é sempre desinquietante,
transtorna e só depois é que nos apazigua.
Antes de transmitir, mediante as suas realizações materiais,
algo ao público, o verdadeiro artista procura esclarecer-se a si mesmo. Se um artista
tentar fazer arte para transmitir uma mensagem ou um conteúdo, provavelmente não
é um artista mas um propagandista. (Há propagandistas, em geral ligados a partidos
políticos ou áreas “religiosas”, que sem pudor se atribuem – ou deixam que lhes
atribuam – o nome de artistas. Mas são apenas falsários, como muito bem disse
André Gide, por muita habilidade técnica que tenham. Podem enganar pessoas ignorantes
ou tão desonestas como eles, mas não enganam o tempo, que é como se sabe o maior
dos críticos). Indo agora à
verdadeira questão, o artista propõe – para empregar a expressão de André
Malraux – ao público as suas concepções e sonhos particulares. No caso da pintura,
através dos quadros. O que ele deseja é partilhar com os outros as suas descobertas,
uma vez que como o referiu João Garção num ensaio sobre a estrutura da arte, esta
é a respiração da mente.
Dizia Péret, com
a autoridade moral que lhe assistia por ter sido, nos sítios onde deu o corpo ao
manifesto, um dos protagonistas do bom combate: “O poeta
luta contra toda a espécie de opressão: em primeiro lugar a do homem pelo homem
e a opressão do seu pensamento pelos dogmas religiosos, filosóficos ou sociais.
Ele luta para que o homem atinja definitivamente um conhecimento perfectível de
si próprio e do Universo. Não se conclua disto que o poeta deseja pôr a sua poesia
ao serviço de uma acção política, mesmo revolucionária. Mas a sua qualidade de poeta
faz dele um revolucionário que deve combater em todos os terrenos: no da poesia
pelos meios que a esta são idóneos e no terreno da acção social sem jamais confundir
os dois campos de acção, sob pena de estabelecer a confusão que importa dissipar
e, por conseguinte, de deixar de ser poeta, isto é, revolucionário”.
Nesta
conformidade, é necessário que – sem nos deixarmos intimidar pelos que tentam utilizar
o Surrealismo como excipiente para engolirmos melhor a pílula do totalitarismo –
seja na Europa das pátrias, no oriente ou nas américas, do norte, do sul ou da central,
e que hoje compreendem e apoiam, impressa ou expressamente, delinquentes políticos
como Lula, Maduro, turiferários cubanos ou chineses tal como dantes o faziam com
os fidéis, os maos ou os stalins – é necessário, dizia, que os mostremos como de
facto são: “surrealistas de aviário”, entes apostados em nos jungirem ao domínio
espúrio de partidões ou, mais ainda, de comités centrais que todo lo mandam, sem ética e sem vergonha e que, cúmulo dos cúmulos,
chegam a entender capciosamente as alegadas
razões de grupos islâmicos criminais.
É preciso,
pois, erguermo-nos com dignidade surreal e libertária ante essa gente e dizermos
sem medo e sem sombreados que não existe “marxismo libertário”, assim como não há
tigres vegetarianos…
Finalmente,
é imprescindível referir que, hoje como ontem, certas gentes deliberadamente orientadas
– por incapacidade, cegeira ou mesmo imbecilidade ideológica, tentam fazer crer
ao geral das gentes e ao particular de escritores sem grandes rasgos que o surrealismo
já foi, apesar das muitas dezenas que
continuam a vivenciá-lo e frequentemente com grande qualidade. Como exemplo mínimo,
verifiquei na Net que um mestre-escola de más mestranças (e num trabalho destinado
a alunos!) caracterizava Cruzeiro Seixas como “o ultimo surrealista”. Isto sem a
face lhe corar, por pudor mínimo ou vergonha intelectual… Não, o poeta-pintor que
vai em breve cumprir 100 anos não é o último
surrealista. Será o último duma dada geração, pois nem se acantonava em grupos.
Mas o Surrealismo existiu sempre (tendo sido posto a correr duma forma acentuada
– na Europa e, a seguir ou paralelamente, no resto do mundo – dando de barato que
o instinto surreal claramente se manifestara nos tempos imediatamente anteriores
em povos primitivos ou desenquadrados
da chamada civilização) e sempre existirá
– enquanto no Homem permanecer o desejo infrene e imparável de mais luz.
Em 2018 Cruzeiro Seixas enviou-me
duas cartas.
Uma delas agradecendo com fraternal
pormenor o envio que lhe fizera de livros meus. A outra, que carreava a oferta de
um seu catálogo-livro, era mais extensa e nela se alongava em reflexões de índole
pessoal norteadas por uma comovente humildade de verdadeiro fabro, de hacedor sem jaça, sem prosápia (como a que enroupa certos cavalheiros
de mão romba que se crêem irmãos de predestinados pelas deusas da paleta) – ele
que é indiscutivelmente entre nós um dos melhores desenhadores deste tempo, senhor
de uma imaginação transbordante e fecunda que lhe permitiu navegar, como diria Péret,
“sem norte e sem estrela através das tempestades, rumo aos areais rumorejantes de
ágatas onde brilha o olhar provocante das opalas”.
Elas trouxeram-me de pronto
à recordação uma certa tarde, cerca de 50 anos antes, em que o conheci, nos conhecêmos,
numa galeria de pintura, no decorrer da inauguração de uma mostra de um autor que
já não lembro quem teria sido. O que não esqueci, ao ser-me apresentado por um colega
de veraneio, foi a sua figura de fino recorte: um senhor esbelto de indumentária
em cinzento claro, camisa azul marinho, cabelo grisalho acentuando uma delicadeza
bem espalhada nuns olhos perscrutadores e abertos numa espécie de sonhadora atenção.
Conversámos seu bocado e, sem
me lembrar de muitos pormenores, apenas guardei que faláramos de surrealismo, de
pintura e de como e porque razão me encontrava eu ali.
E estivémos algumas décadas sem contactarmos de
novo. Embora eu fôsse tendo, como ele decerto em relação a mim, notícias do seu
trajecto, da sua demanda, ele que com Mário Cesariny e António Maria Lisboa – Pedro
Oom era de uma outra dimensão, ainda que paralela – constituíam a trilogia que,
no surrealismo em português, sentia que estava mais perto da minha própria caminhada.
Notícias essas dadas ora por
um filho meu, ora por um comum amigo, ora pelos periódicos que até mim chegavam.
Ora bem: tempos atrás escrevi
eu que o Surrealismo tem, nos últimos anos, estado a ser objecto de uma nova e forte
atenção de ensaístas, de críticos e investigadores da escrita e da arte em geral.
Isso é claramente perceptível e, diga-se mesmo, perfeitamente entendível, uma vez
que ele nunca se propôs – fosse nos seus reais praticantes fosse nas suas obras
vivas – ser um elemento passageiro ou um modo particular dependente de características
momentâneas de moda ou de enfoque.
Cruzeiro Seixas e Isabel Meyrelles,
dois dos primeiros cultores do surrealismo entre nós e felizmente ainda vivos, são
duas figuras fundamentais dele e nele presentes.
Eu colocaria em Cruzeiro Seixas,
assim e aqui, a sua limpidez como num espelho policromo e encantado: dum lado a
magnificente pintura, do outro a poesia suscitadora, ática e muito rica a um tempo,
deste poeta, autor que pela escrita forma e dá imagem em réplica, a seu modo, ao
universo de criação originalíssima que é o do pintor que sempre soube excursionar
de maneira muito pessoal pelo mito, altamente legítimo e inteiramente salubre.
No que lhe diz parte, a sua
viagem pessoal dentro do surrealismo tem sempre sido uma heterodoxa maneira de encarar
o mundo e os seus prestígios ou apoquentações dum ponto de vista filho da curiosidade,
da indagação visando as possíveis descobertas, da ligação aos segredos da existência
a que podemos ter algum acesso se mantivermos a mente aberta e atenta ao que se
vai passando e que vem a seguir ao que se passou em anos de que a nossa vida esteve
repleta – não só os factos da história social, quotidiana, mas tudo o que se pôde
imaginar de fecundo ou mesmo possível: a magia que parte da escrita ou a ela conduz,
a pintura no mundo próprio ou alheio – e tudo o resto que nestas duas se consubstanciam.
AS CARTAS
DE CRUZEIRO SEIXAS
1.
Amigo
Nicolau Saião
O
que vai sendo noticiado não é de forma alguma o que verdadeiramente tem a ver comigo
e com o Surrealismo.
Vivemos
em sociedade e nela, quer queiramos quer não, uma enormíssima parte de nós está
integrada. Gritamos liberdade, liberdade, liberdade do fundo de uma prisão. Além
disso tenho 97 anos e a minha vista não me permite que leia uma linha. Os seus livros
deram-me enorme satisfação mas tenho que esperar por alguém disposto a ler-me algumas
páginas.
Mesmo
nestas circunstâncias é sempre um prazer encontrar um velho amigo como o é o Nicolau
Saião. Destes últimos acontecimentos envio-lhe um catálogo onde pode ler alguns
desaforismos da minha autoria.
Felicitando-me
pela receção dos seus livros, felicito-o pela constância da sua visão.
Infelizmente
já não me vai ser possível, naturalmente, voltar a Portalegre, à casa do Régio e
às manufacturas de tapeçarias, mas no entanto espero ainda o rever.
Por
hoje fica a gratidão comovida, o velho abraço e os melhores votos, do
Artur
[escrito
pelo seu punho]
28
Março 2018
2.
Amigo
Saião
Não
é para mim nem para si satisfatória a resposta que posso dar a uma longa carta.
Os meus 97 anos tornam o dia-a-dia muito difícil… É uma série infinita de impossibilidades,
como a de ler e desenhar.
Passei
despercebido mas fui “amado” por gente como o Cesariny, o Herberto Hélder; e sobre
o que fiz, escreveram críticos, como Edouard Jaguer, José Pierre, Franklin Rosemont
etc.
Meus
pais não tinham meios para me possibilitar a frequência de um curso e assim, durante
toda a minha vida, vivi em empregos desenhando dentro da gaveta da minha secretária,
isto desde 1948.
Evidentemente
que nunca tive um “atelier”… Essas gavetas e a minha homossexualidade foram a grande
família da minha liberdade.
Envio-lhe
fotocópias de um texto de Cesariny e outro de Ernesto Sampaio.
Hoje
estou numa instituição que dá pelo nome de “Casa do Artista”, onde falta espaço,
alimentação etc. etc.
A
“minha obra” parece-me a mim ter sido mais em quantidade do que em qualidade.
A
maior parte dos artistas que conheço são grandes comerciantes; eu, pelo contrário,
dei, perdi, deixei roubar a maior parte daquilo que fiz.
Disso
me envaideço imenso. E tudo isto me dá um acréscimo de consciência e responsabilidade,
que muito prezo.
Acresce
a estas dificuldades, que são jovens que fazem o grande favor de escrever estas
cartas e ler uma página aqui e ali dos livros que recebo.
O
seu nome é uma garantia de honestidade intelectual e é uma das companhias possíveis
neste acanhado espaço geográfico.
Comovidamente
lhe agradeço que se tenha lembrado de mim.
O
abraço forte e os melhores votos do…
Artur
17/06/2018
O papel destas duas cartas tem,
ao cimo, impresso um desenho – uma espécie de ex-libris – constituído por um cavalo
cuja cabeça é uma mão empunhando uma caneta de aparo, das que se usavam na escola.
NICOLAU SAIÃO | Portugal, 1946. Poeta e artista plástico, com atividades ligadas ao Surrealismo desde o princípio, quando participou de várias mostras internacionais de arte postal. Em 1984, juntamente com Mário Cesariny (1923-2006) e Cabral Martins (1950), organizou a exposição “O Fantástico e o Maravilhoso”. Estudioso e tradutor da obra de H. P. Lovecraft, em 2002 organizou a primeira edição integral em todo o mundo de Fungi From Yuggoth (1943), tendo também a ilustrado. Dentre seus livros, destaque para Os objetos inquietantes (1992), Flauta de Pan (1998) e Olhares perdidos (2006).
ENRIQUE DE SANTIAGO | Chile, 1961. Artista visual, poeta, investigador, ensayista, editor, curador y gestor cultural. Ha dictado charlas en diversas universidades, museos y centros culturales. Estudió Licenciatura en arte en la Universidad de Chile y en el Instituto de Arte Contemporáneo (Chile). Desde el año 1984, que expone en muestras individuales y colectivas en diversos países, contando a su haber alrededor de más de 120 exhibiciones. Tiene a su haber 6 libros de poesía. Ha participado en variadas antologías de poesía, tanto en Chile como en el extranjero. Colaboró en el diario La Nación con artículos de arte de los nuevos medios, y en revistas como Derrame, Escaner Cultural y Labios Menores en Chile, Brumes Blondes en Holanda, Adamar de España, Punto Seguido de Colombia, Sonámbula de México, Agulha Revista de Cultura de Brasil, InComunidade de Portugal, Styxus de Rep. Checa, Canibaal de Valencia, España, Materika de Costa Rica y otras publicaciones impresas y digitales. www.flickr.com/photos/enriquedesantiago/
Agulha Revista de Cultura
Série SURREALISMO SURREALISTAS # 10
Número 209 | maio de 2022
Artista convidado: Enrique de Santiago (Chile, 1961)
Traduções: Agathi Dimitrouka, Allan Vidigal, Wolfgang Pannek
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
concepção editorial, logo, design, revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS
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