quarta-feira, 30 de abril de 2025

MATHEUS GUMÉNIN BARRETO, WULDSON MARCELO, NINA MARIA, SANTIAGO SANTOS E DIVANIZE CARBONIERI | Homenagem a Rodivaldo Ribeiro



Desde o lançamento de Ruído Manifesto no final de 2017 até dezembro deste ano, passaram-se exatos cinco anos. Cinco anos de construção e aprendizados. Porém, esse percurso sofreu um baque tremendo com o falecimento de Rodivaldo Ribeiro, idealizador e fundador da revista, em 30 de julho de 2020. São dois anos sem o entusiasmo e a inteligência do Rod para nos ajudar a traduzir este mundo atual tão conturbado. Participam desta homenagem atuais editores e ex editores da Ruído Manifesto: Matheus Guménin Barreto, Wuldson Marcelo, Nina Maria, Santiago Santos e Divanize Carbonieri.

Você faz falta, amigo! Uma imensa falta! Saudade!

Rod vive!

 

1. Um abraço para o Rod, por Matheus Guménin Barreto

Rodivaldo Ribeiro – o Rod – foi, antes de tudo, um amigo. É muito estranho digitar esta mensagenzinha hoje, no final de 2022, pensando que há dois anos não vejo um recado (um áudio!) do Rod no celular, uma indicação de algum filme ou livro ou assunto (indicação sempre enérgica, sempre entusiasmada, como se aquele filme ou livro ou assunto fosse, de repente, o mais importante do mundo inteirinho).

A visão, a delicadeza-força, as leituras, as referências do Rod me fazem falta. Acho que nunca voltei a ouvir os áudios do Rod, porque seria difícil entender que eu não posso responder e receber, depois, um outro áudio ainda mais entusiasmado do que o primeiro. Essa sede do Rod pela vida e essa voracidade sempre me surpreenderam e me contagiaram. Ele lia de tudo, mergulhava em mil pesquisas ao mesmo tempo, falava em uma mesma frase de coisas que pareciam pertencer a mundos opostos. De repente eu me via tão entusiasmado quanto ele – em um áudio ou em uma mesa de bar aqui em Cuiabá.

Não sei exatamente quando a gente se conheceu – provavelmente em 2011 ou 2012, por aí. Algum tempo depois ele me convidou para escrever uma coluna no Diário de Cuiabá e anos depois me chamou para fazer parte da Ruído Manifesto (que acabou nascendo mesmo bem mais tarde, no final de 2017). Quando a gente se conheceu eu era um moleque de uns 19 anos e Rod me deu o voto de confiança que eu não sei se merecia, mas do qual eu certamente precisava. Obrigado por isso, Rod, e pelas conversas, abraços, risadas (é muito estranho escrever para você isto aqui sabendo que você não vai ler).

Escrevo esta mensagenzinha enquanto um toró daqueles cai em Cuiabá. Seria bom demais esperar essa chuva passar e marcar uma cerveja com o Rod hoje de noitinha. O tempo é um bicho mesquinho, ao contrário do Rod.

 

2. Dois anos de ausência, dois anos de presença, por Wuldson Marcelo

Antes de conhecer o Rodivaldo escritor, conheci o Rodivaldo músico e o Rodivaldo jornalista.

Rod tinha a visão de mundo de um cronista extremamente perspicaz, por vezes irônico, por vezes mordaz. Era um apaixonado, pelas artes e por uma boa discussão política. Seus argumentos eram afiados, de uma contundência admirável. Em tudo que fez e defendeu, investiu uma irrefreável agudeza.


Como jornalista, Rod me convidou para participar como colunista do Diário de Cuiabá, para escrever sobre as mais diferentes expressões artísticas. Um convite que me envaideceu e causou temor. Ser lido é se abrir aos julgamentos, mas Rodivaldo me tranquilizou ao revelar que só chamava “quem tinha algo a dizer”. Isso foi no final de 2014, mesmo ano em que começaram as conversas para a criação da Ruído Manifesto. Nessa época, eu conhecia o Rod jornalista por encontrar o Rodivaldo músico no Cavernas Bar e nos arredores da UFMT. Na verdade, Rodivaldo estudou jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com a minha irmã, Juliene Leite. Então, ele era alguém com quem esbarrava nas dependências da universidade, logo após a minha entrada, em 2001, um ano antes deles se formarem.

Pensando agora, pensando no passado e em minha formação, Rodivaldo Ribeiro era alguém sempre presente, seja para abrir espaço nos jornais da capital ou para formar equipe em site de arte e cultura, seja para beber uma cerveja gelada nos bares em Hell City, vulgo Cuiabrasa.

Acredito que Rodivaldo estaria muito feliz, como o grande escritor que foi, ao ver a Ruído Manifesto caminhando a passos largos, com determinação. Ele estaria exultante com o fato de a Ruído Manifesto ter três mulheres negras em seu corpo editorial, mais presença feminina que masculina e com pessoas LGBTQIAP+, e que a diversidade e pluralidade de vozes continuam a nos mover.

São dois anos de ausência. Ausência de seus comentários certeiros, sarcásticos, sua paixão transbordante pela arte e seu senso de justiça. Dois anos de ausência que são, na mesma medida, dois anos de presença. Presença de seu legado, de sua força inabalável pela criação de um espaço acolhedor e democrático, de sua tese de que quantidade e qualidade podem rimar perfeitamente.

É complicado manter, em um tempo acelerado e mil compromissos, uma revista virtual diária. No entanto, a dificuldade e as dúvidas se esvaem diante do propósito de afirmar as artes e a cultura do Brasil e além-mar a partir de Cuiabá, da periferia. Um processo de descentralização e de movimento.

Seguimos adiante! Fortalecendo o presente, construindo o futuro e celebrando a memória de Rodivaldo Ribeiro. Assim, a ausência se torna presença.

 

3. Ave Rod!, por Nina Maria

Entrei no time editoral da Ruído Manifesto em 2020, mas não tive a oportunidade de conhecer e conversar com Rodivaldo Ribeiro. No entanto, sua marca e seus passos são eternos e se fazem presentes em minha vida como uma inspiração a seguir na literatura e na vida. Aceitar participar da Ruído Manifesto é perpetuar Rodivaldo Ribeiro nos quatro cantos do Brasil e no mundo.

Rod vive!

Da baiana encantada com o legado e a vida do mato-grossense.

Nina Maria.

 


4. Perspectivas da Ruído Manifesto: o titã louco e Kafka embaixador da porra toda, por Santiago Santos

Conheci o Rodivaldo Ribeiro lá pra meados de 2009. Na época, matuto na seara das letras, eu publicava uma revista de contos ilustrados, espécie de zine, que distribuía/vendia nas bancas de revista, livrarias e eventos em Cuiabá, a Contos Extraordinários. Rodivaldo apareceu lá no apê (ainda morava com meus velhos) pra me entrevistar, cobrir a publicação pro jornal em que trampava na época. Ele foi um dos que respondeu a uma pancada de releases que disparei. Papeamos, e ele demonstrou interesse legítimo, desfiando nomes de escritores e cineastas, e ficava alegre quando era correspondido, ou melhor, quando alinhávamos um respeito mútuo — “influência minha, ein, também arrisco na literatura”. Quando começamos a falar sobre quadrinhos, aí o negócio deslanchou de vez.

Algo que me lembro desse dia foi quando o fotógrafo do jornal tirou um tempo pra fotografar as revistas, que fomos posicionando na ponta da mesa da sala. Na outra ponta, Rod estava com o garfo em riste. Minha mãe tinha oferecido um pedaço de bolo de chocolate, recém-feito. Rodivaldo mergulhou com vontade, acompanhado de um capilé de guaraná, dois pedaços generosos pra dentro, o fotógrafo rindo que só.

Ele saiu com um pacote de revistinhas no braço e uma amizade, um coleguismo, daqueles de quem se trombava nos shows de rock, num rolê literário, numa breja no Cavernas. Nos dois livros que lancei posteriormente, ele esteve lá, cobriu, fez matérias.

Também lembro dum papo longo que tivemos num barzinho no Porto, perto da ponte de Várzea Grande, num lançamento-show organizado pelo Wuldson Marcelo (parceiro de Ruído) com nossos livros e os do Odair de Morais. Nessa época, as conversas sobre o projeto já rolavam aqui e acolá. Tinha um amigo do Rod pensando na identidade visual, e cabia à gente botar a cabeça pra funfar e agitar as ideias de conteúdo. Uma hora eu e ele engatamos um papo sobre o trabalho, o reconhecimento do trabalho e a necessidade psicológica de satisfação com o trabalho. Ele citou a influência religiosa que herdamos, a visão protestante de que o trabalho é o que redime o homem. Qualquer conversa com o gajo era num alto nível de referência, e entrecruzar Max Weber com Warren Ellis era mero tira-gosto.

Falando em Ellis, lembro doutra ocasião, uma das últimas vezes em que nos vimos, na Casa Cuiabana. Enquanto eu cuidava do bar numa noite de O Levante, festival de teatro que infelizmente teve vida curta, ele se encostou na muretinha e entabulamos uma discussão sobre Stormwatch, que desembocou em Authority, e como o Ellis e o Bryan Hitch tavam revolucionando os quadrinhos de heróis no começo do século, hollywoodizando e amadurecendo geopoliticamente a porra toda. Mas o negócio nem foi comentar o gibi em si, o que virou o ponto fulcral da conversa foi uma disputa: se quando o Authority saiu, o selo (Wildstorm) ainda era parte da Image ou se já tinha sido vendido pra DC. Algo assim. Eu palpitei, mas palpitei errado. Checando o celular (essa maldita invenção que erradicou as discussões noite adentro — agora todas acabam em dois minutos), descobrimos que ele tava certo. Ele tinha essa mania, o Rod, de ganhar os argumentos. E de se sentir o maioral quando vencia.

O bicho não tinha papas na língua. O garoto pedia, acusava, xingava e reclamava sem dó nem piedade. Gostava duma cerveja. Gostava de comer bem, de poesia, de coisa rebuscada. Mas gostava de pop também, se bem feito. Gostava de quem falava difícil. Gostava da costelinha do mercadão do Porto. De trocar ideia num pé sujo. Era desses caras polarizadores, que as pessoas amavam ou odiavam, e tinha essa pulsão de querer juntar a gurizada que curtia, que fazia literatura, em quem ele deslumbrava essa mesma vontade de fazer arte que o próprio só não fazia mais por falta de tempo, ou porque a vida ia acontecendo apesar das querenças.

Foi assim que nasceu a Ruído Manifesto: iniciativa ambiciosa do Rod de aglutinar a gurizada nova que tava se arriscando a escrever. Um mais pra ficção científica/fantasia, outro pro mainstream/policial, outro pra poesia, outra pro cinema e por aí vai. O site sempre teve uma ambição maior na cabeça do idealizador: portal multimídia, podcasts, crítica pesada em tudo que tava circulando de arte por aqui, resenhas, vídeos e minidocs e o escambau. Mas a falta de tempo e de grana sempre tolhem a criatividade e fazemos o que dá. O que não é pouco: em cinco anos essa semente do Rodivaldo cresceu e se tornou uma das revistas literárias digitais mais plurais, atuantes e legais que temos a nível nacional. E feita, majoritariamente, em Cuiabá. São centenas, milhares de vozes de vários países e estados que já engrossaram o coro.

Lembro de reuniões informais na choperia do Sesc Arsenal, pra decidir o andar da carruagem, quando a Ruído Manifesto tava pra nascer (ainda não tinha nome), de ligarmos pro Matheus Guménin, que tava em São Paulo, ele lá e de cá eu, Rod, Wuldson, a Rafa Gomes e mais alguém da equipe. Lembro que quando lancei uma lista enorme de sugestões no nosso chat do Facebook, entre elas “Ruído Manifesto” (procurávamos algo relacionado a barulho, choque, ruído), Rod logo de cara disse que aquela junção dava samba. Lembro também das discussões homéricas entre Rod e nosso mago digital, o Felipe Martins (esse sofreu a típica barra dos conflitos irmão mais velho x irmão mais novo, muita treta e muito afeto).

No lançamento presencial que fizemos no finado Metade Cheio no finalzinho de 2017, lemos alguns trechos de livros e contos (até nossa correspondente de SP, Tita Martinuci, tava por aqui), e lembro que Rod leu um dos minicontos de Kafka, até se emocionou. Era o dia do projeto dele ganhar vida. Pouco depois, ele lançou seu primeiro livro de contos — que seria também o último.


Ninguém desvenda essas trilhas por onde nos enfiamos aqui nesta Terra, nesta existência, nesta encarnação, mas às vezes o fim chega mais cedo do que todo mundo espera. Foi o caso do nosso titã louco. Ele escolhia uns poucos e mantinha do lado do peito. Escolheu bem, porque a Ruído Manifesto, ampliada, segue firme e forte. Eu e ele tivemos nossos desentendimentos, claro, um cara polarizador desse só passa incólume com quem prefere suprimir a voz do que peitar, e pelos tratos e tropeços da vida acabei tomando outro rumo. Mas participei ativamente da concepção e do primeiro ano da revista.

Acho que viver de forma digna envolve necessariamente agradecer quem veio antes, nossos ancestrais, quem construiu nossas cidades, nossas casas, quem escreveu os livros e as peças e os filmes e séries e músicas que moldaram nosso caráter, quem cozinhou o que nos alimentou, quem costurou os acordos de paz que faz com que não vivamos numa trincheira bebendo água da chuva. A gente sempre agradece pai e mãe, mas tem muito mais. Neste singelo marco de cinco anos da RM, que não é nada nas manchetes do dia, mas é muito pra nós aqui neste canto esquecido do paradisíaco coração do agro onde as pessoas fazem fila pra pegar osso no açougue, cabe um agradecimento especial. Ao titã louco, o enorme Rodivaldo Ribeiro, por ter mexido o caldo, reunido um povo alvoroçado, e soltado o pó de pirlimpimpim na cabeça de geral.

Valeu, Rod. E valeu Wuldson, Matheus, Felipe, Ângela, Tita, Rafas e todo o resto da equipe que veio depois, por manter a Ruído Manifesto a plenos pulmões, respirando, operando literatura num mundo de cimento e pólvora.

 

 

5. Benção – Um conto de Rodivaldo Ribeiro, vídeo-poema realizado por Divanize Carbonieri

 

https://www.youtube.com/watch?v=dfTzsMIPigM

 

 


MATHEUS GUMÉNIN BARRETO. Poeta e tradutor mato-grossense. É professor de Literatura Alemã na USP. Publicou História natural da febre (2022), Mesmo que seja noite (2020), Poemas em torno do chão & Primeiros poemas (2018) e A máquina de carregar nadas (2017). É doutor (USP, 2022) na área de Língua e Literatura Alemãs – subárea tradução – com passagens pela Universidade de Leipzig, pela Universidade de Salzburg e pela Universidade de Heidelberg. Teve poemas seus traduzidos para o inglês, o chinês, o espanhol, o alemão, o catalão e o italiano; e publicados em revistas ou antologias no Brasil, na Espanha, no México, em Portugal, nos EUA e na China. Integrou o Printemps Littéraire Brésilien 2018 (França e Bélgica – Universidade Sorbonne), a Giornata mondiale della poesia 2022 (Itália – Universidade de Roma) e o Festival Riobaldo 2023 (Angola – Instituto Guimarães Rosa em Luanda). Publicou em periódicos ou em livros traduções de Bertolt Brecht, Ingeborg Bachmann, Goethe, Nelly Sachs, Paul Celan, Rainer Maria Rilke e outros. Entre os cursos que ministra esporadicamente está o “Verso vivo: introdução ao verso livre e ao verso fixo de Shakespeare a Criolo”.



WULDSON MARCELO. Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT) e graduado em Filosofia (UFMT). É escritor, continuísta, realizador audiovisual, roteirista e editor da Ruído Manifesto. Integrante do Aquilombamento Audiovisual Quariterê desde a sua fundação, em 2017, é um dos curadores da Mostra de Cinema Negro de Mato Grosso. Além disso, faz parte do Coletivo Miraluz Films. Autor dos livros Se quer que algo tenha fim, não se cale (2024), As luzes que atravessam o pomar e outros contos (2018), Obscuro-shi – Contos e desencontros em qualquer cidade (2016) e Subterfúgios Urbanos (2013).



NINA MARIA. É mulher, preta, autista, poeta, escritora, produtora cultural. Atua como editora e curadora literária internacional na Ruído Manifesto, tendo parceria com escritores da América Latina, África, Ásia e Europa. É graduanda em Letras com Língua Francesa na Universidade Estadual de Feira de Santana. Autora de quatro livros. Sua poesia se apresenta de maneira vibrante e visceral, sempre à flor da pele, marcando presença em diversas antologias nacionais internacionais. Possui poesias traduzidos para espanhol, francês e árabe e publicações em países, como Alemanha, Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, Peru, México, Moçambique, Uruguai, Suíça e Portugal.



SANTIAGO SANTOS. Escritor, tradutor, jornalista e tereréficionado. Mora em Cuiabá desde moleque, desenvolvendo constantes táticas para fugir do sol e do mormaço. Publica minicontos no flashfiction.com.br desde 2013 e já publicou os livros Na Eternidade Sempre é Domingo (2016), uma aventura pé na estrada que entrecruza a história e a mitologia dos incas, e Algazarra (2018), coletânea dos seus minicontos; além de ficção em diversas antologias, blogs, jornais e revistas.





DIVANIZE CARBONIERI
. Doutora em Letras pela USP e professora de literaturas de língua inglesa na UFMT. Já publicou dez livros de ficção, entre eles, Entraves (poesia, 2017), contemplado com o Prêmio Mato Grosso de Literatura; Passagem estreita (contos, 2019), finalista do Prêmio Jabuti; A ossatura do rinoceronte (poesia, 2020), vencedor do Prêmio Flipoços; Nojo (contos, 2020) e Nave alienígena (contos, 2022). Integra o Coletivo Literário Maria Taquara, ligado ao Mulherio das Letras – MT, e ocupa a cadeira 17 da Academia Mato-Grossense de Letras.




RAQUEL GAIO (Brasil, 1981). Poeta e fotógrafa. Licenciada em Letras pela UFRJ, é poeta, artista-cuidadora e pesquisadora independente. Escreveu os livros de poesia Das chagas que você não consegue deter ou a manada de rinocerontes que te atravessam pela manhã (2018), Manchar a memória do fogo (2019) e Com as patas no grande hematoma (2023). Artista convidada desta edição de Agulha Revista de Cultura.






 

Agulha Revista de Cultura

CODINOME ABRAXAS # 03 – REVISTA RUÍDO MANIFESTO (BRASIL)

Artista convidada: Raquel Gaio (Brasil, 1981)

Editores:

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