sexta-feira, 4 de março de 2022

DIOGO CARDOSO | A palavra iluminada: Algumas considerações sobre Cadernos de João, de Aníbal Machado



As palavras que vão te servir; as mais nuas; as que, apesar da ganga de reflexos mortos de que são portadoras, ainda não perderam a pureza e irradiação originárias – essas palavras só chegarão ao teu poema depois que afastares aquelas ou a combinação daquelas que tamanha confusão e barulho costumam fazer à entrada de teu espírito.

ANÍBAL MACHADO, Cadernos de João

 

Há escritores que, antes de publicar compêndios e mais compêndios de palavras dispersas sobre o papel, ruminam a linguagem não por se subordinarem a um rigor calcado em um pretenso controle racional de sua matéria, dando-lhes aura de um exímio ourives da palavra, mas por saberem que, sendo conflitante e precária – para não dizer rara – a relação entre linguagem, sujeito e mundo, hesitam diante desta mesma linguagem ansiando pela palavra luminosa que lhes trarão o poema. Digo poema, mas não me limito a pensar que essa fulguração resultará somente nessa peça específica que comumente é categorizada como tal. A fulguração alquímica a que me refiro contaminará, com suas palavras radiantes, composições as mais heterogêneas, fugidias, matérias móveis as quais apenas aqueles que não temem se perder nas ramagens labirínticas das florestas virgens podem contemplá-las ou mesmo enfrentá-las.

A modernidade já nos ensinou que as palavras, mesmo as mais cotidianas, não são meras portadoras de um significado fixo. Tampouco os signos podem ser lidos apenas como significantes não maleáveis. Solidão, Recife, Estrela, em um poema de Mallarmé, não coincidem com a solidão, recife, estrela de um verbete de dicionário ou ditos de uma conversa informal. A palavra poética sempre está em estado de hesitação, espera, aguardando novas combinações ou fagulhas que lhes permitam explodir em sentidos. Assim é a linguagem. Assim é a vida. Tal como o mundo.

Nesse sentido, são poucos os escritores que, sabendo de seus limites diante da linguagem, se aventuram a se aproximar deste limite; o que poderia ser considerado simplesmente como uma impositiva fragilidade converte-se então em força. Dentre esses poucos, posso mencionar com muita tranquilidade Aníbal Machado (1894-1964).

Executor do primeiro gol do Atlético Mineiro e memorável anfitrião das domingueiras que aconteciam no casarão da rua Visconde de Pirajá, em Copacabana, Aníbal Machado nasceu em Sabará (MG), à beira do Rio das Velhas. É autor de uma obra relativamente escassa e tardia: sua primeira publicação se deu apenas em 1944, uma conferência intitulada O cinema e sua influência na vida moderna, proferida três anos antes na Associação Brasileira de Imprensa. Neste mesmo ano, publicou seu primeiro livro de ficção, Vila Feliz, que sofrerá alguns acréscimos no decorrer dos anos, até se consolidar postumamente, em 1974, sob o título A morte da porta estandarte, Tati, a garota e outras histórias. Na década de 1950, publica livros em que sua aventura rumo aos limites da linguagem se verticaliza radicalmente: o ensaio poemático ABC das catástrofes – Topografia da insônia (1951), seguido de Poemas em prosa (1955). Mas é em 1957 que Aníbal avança ainda mais em direção a essa margem sinuosa com a publicação de Cadernos de João, uma miscelânea de textos que compreende vários gêneros como poema, poema em prosa, aforismos, fragmentos, narrativas e alguns outros – que nenhum enquadramento teórico daria conta de determiná-los –, além da inclusão das duas obras que o antecedem, porém reconfiguradas e revistas neste novo volume. Por fim, pouco antes de falecer em 1964, Aníbal incumbe a Carlos Drummond de Andrade a tarefa de editar o livro que levou praticamente quase uma vida para finalizar – trata-se de João Ternura, [1] romance iniciado na década de 1920 e cuja gestação, entre idas e vindas, durou por volta de quarenta anos, sendo publicado apenas em 1965.


Se havia dito que as publicações de Aníbal eram escassas e tardias, isso não quer dizer de modo algum que são defasadas ou insignificantes. Vistas cronologicamente (ou não), percebe-se a ousadia com que Aníbal vai avançando em sua busca no manejo da linguagem, tecendo um conjunto do qual raramente se encontram pares ou herdeiros em território nacional. Ou melhor, arrisco-me a afirmar sem qualquer pudor que Aníbal Machado faz parte de uma constelação composta de nomes como Murilo Rubião, Campos de Carvalho ou mesmo Maura Lopes Cançado, em que a pouca presença deles nos espaços dedicados à literatura – estes, sempre simultaneamente “modernos e nacionais” (quando não estimuladores de “tendências”) –, não lhes subtraem o mérito de terem escrito obras fundamentais em nosso contexto.

Para não me perder na floresta, gostaria de ressaltar uma questão que me chama bastante atenção no que diz respeito às publicações do autor de João Ternura. Sabe-se que o primeiro livro de Aníbal foi publicado a pedido de sua amiga e cronista Eneida, que teve a disposição e o cuidado de datilografar os pequenos garranchos do autor (agrego o dado de que Aníbal declarou em entrevista sua pouca vontade e preocupação em publicar seus escritos). Ao longo dos anos, Vila Feliz contou com reedições nas quais foram acrescentados outros contos, sem que, no entanto, se configurasse como nova obra. João Ternura, entre adiamentos e retomadas, levou décadas até que fosse finalizado. Como já mencionado, tanto ABC das catástrofes – Topografia da insônia como Poemas em prosa foram dissolvidos em Cadernos de João, procedimento que não tem como resultado a mera reunião dos livros anteriores, de natureza totalmente distinta, mas sim, a configuração de uma nova obra. O fato que quero evidenciar é que, durante o tempo em que Aníbal esteve vivo, este foi o único livro que não sofreu alterações, fazendo-me intuir que talvez este seja o único com o qual Aníbal logrou chegar aonde queria – seja lá onde for. Por isso, nas próximas linhas vou me deter neste livro que, na opinião de Otto Maria Carpeaux, “é um dos livros mais estranhos da literatura brasileira”.

 

***

 

Cadernos

 

Mapa irregular do nosso descontínuo interior, com os fragmentos, vozes, reflexões, imagens de lirismo e revolta – inclusive amostras de cerâmica verbal – dos muitos personagens imprecisos que o animam. Afloramento de íntimos arquipélagos, luzir espaçado das constelações predominantes…

O autor apenas se reserva o direito de administrar seu próprio caos e de impor-lhe certa ordem na tranquilidade formal das palavras. [2]

 

É dessa maneira que somos recepcionados por Cadernos de João, tão logo o abrimos. No texto acima, já podemos vislumbrar o diapasão com o qual a obra se afina. E já nas primeiras páginas constatamos não se tratar de um livro de ficção. Nele, além de poemas e narrativas, nos deparamos com aforismos, fragmentos e reflexões que expandem o meramente literário.

Em 1953, Rubem Braga publicou um retrato do autor no qual o cronista traça um breve percurso biográfico de Aníbal e tece concisos comentários sobre sua obra. Um dado chama a atenção. Transcrevo:

 

[Aníbal] Publicou “Vila Feliz” e “Topografia da insônia”, um estudo sobre cinema, outro sobre Walt Whitman, um ensaio sobre Ouro Preto, outro sobre o Rio das Velhas, misturando análise ao lirismo. Acha que a coisa mais importante que fez é um livro de poemas em prosa, “Cadernos de João”, a sair, e pensa em reunir em um volume escritos diversos sob o título “Parque de diversões”. [3]

 

Dados curiosos: sendo o texto de Braga publicado em 1953, sabemos que a projeção de Aníbal seguiu por outros rumos, já que Poemas em prosa saiu sob título homônimo e foi publicado em 1955, enquanto Cadernos de João só viria à luz dois anos depois deste, ou seja, em 1957. Seria então Cadernos de João o que o autor chamou de “Parque de diversões”? Creio que sim, pois o livro de 1957 é exatamente uma reunião de escritos diversos. Entre os anos 1953 e 1957, houve uma mudança significativa na concepção de Aníbal em relação às obras publicadas nesse período, considerando os dados acima e sua concretização. Talvez Aníbal tenha considerado inapropriado o título projetado para o volume de poemas em prosa. Ou inadequada, ainda, a publicação dos livros anteriores a Cadernos de João em volumes distintos entre si, nos quais seus textos foram organizados de forma homogênea.

Apesar de Cadernos de João ser dividido em seções e contar com textos cujos títulos vão se repetindo, formando uma espécie de agrupamento, de modo algum isto faz com que o volume constitua uma unidade. Isto porque os textos constituintes destes agrupamentos, separados entre si por vinhetas compostas pelo gravurista Manuel Segalá, são de natureza as mais diversas possíveis. O que observamos no decorrer da leitura é que o volume é organizado como uma espécie de caleidoscópio textual ou, ainda, o mapa irregular ao qual se refere o autor na abertura do livro.

Por mais diversos que os textos sejam entre si, não posso deixar de evidenciar neles algumas recorrências temáticas, tais como a modernidade, reflexões sobre a linguagem e, de modo mais sutil, a questão da dignidade humana. [4] Vale destacar que esses temas não são abordados de modo concordante, já que muitos se contradizem entre si, sugerindo, por parte de Aníbal, uma abordagem dialética, o que reforça o argumento de se tratar de um livro de natureza caleidoscópica.


Faço esses apontamentos no intuito de tentar compreender as escolhas de Aníbal em relação a esse livro tão particular e, pensando na abertura citada acima e o retrato do autor feito por Braga, não posso deixar de me lembrar do que diz a poeta e ensaísta argentina María Negroni, em seu livro A arte do erro, [5] em que afirma que a escrita sempre busca se rebelar contra o automatismo e as petrificações do discurso, anulando o direito à dúvida. Evoco a ensaísta porque seu pensamento está muito próximo ao de Aníbal, como podemos observar, por exemplo, neste fragmento: “Treme o espírito burguês em seus fundamentos cada vez que se abebera em livros de sintaxe indisciplinada. O conforto cívico da boa linguagem! / Como se a joia mais bem lavrada não pudesse esconder o veneno mais ativo”. [6]

Penso que ao compor um livro tão heterogêneo, tanto do ponto de vista do gênero quanto de sua “organização”, Aníbal Machado se aproxima daquela tradição de autores cuja empreitada recai na tentativa de anular a dicotomia entre arte e vida, como podemos observar no seguinte fragmento: “Uma ordem social anti-humana e injusta perturba o sono dos poetas. Não querer tomar conhecimento dela é fazer-se cúmplice de uma evasão que humilha e enfraquece a poesia”; [7] ou ainda neste outro: “Artista do verso, muitas vezes inimigo da poesia”. [8] Não é à toa que, em Cadernos de João, podemos flagrar autores tão diversos como Heráclito, Blake, Rimbaud e mesmo René Daumal, do qual o autor enxerta um texto, inclusive mantendo sua língua original. Também, podemos flagrar textos que em muito se aproximam de Os cantos de Maldoror [9] ou ideias muito alinhadas à visão de mundo surrealista, da qual o autor era profundo conhecedor e difusor, além de ter possuído uma biblioteca volumosa das mais diversas obras de autores desse movimento. O trecho a seguir, publicado em 4 de março de 1951 no suplemento literário Letras e Artes do jornal A Manhã, corrobora o que ora afirmo:

A força da vida é sempre maior que o apelo do Nada. E o poder da poesia se confunde com o da vida. O mal dos poetas foi ter consentido no distanciamento entre o sonho e a realidade. A meu ver, só os surrealistas e seus precursores lutaram contra essa ruptura. Se passou a idade de ouro do surrealismo, os seus reflexos perduram, pois não se trata apenas de literatura, mas de uma doutrina que busca a libertação total do homem. A renovação de valores trazida pelo surrealismo transcende do campo estético e organiza uma nova concepção do universo. […] Mas é preciso frisar que o surrealismo não estimula o abandono ao irracional para que nos esqueçamos nele e, sim, para dominá-lo. O supra-real, dispensando o elemento religioso e transcendente do sobrenatural, é um princípio imanente que “não se deixa reduzir ao irreal e portanto não se opõe ao real”. […] É pela imaginação, faculdade central do homem, que nos ligamos à alma dos seres e dos objetos e lhes surpreendemos as analogias mais remotas.

 

Alguns elementos apontados por Aníbal em relação ao Surrealismo podem ser observados em sua própria produção, incluindo Cadernos de João, quando algumas de suas personagens reivindicam sua dignidade, mediante o maravilhoso, como é o caso das narrativas “Chuí comanda o tráfego” e “A indigente de Goiânia”; quando apela ao poeta para que sua linguagem aja no sentido de transfigurar o mundo e ampliá-lo; além da importância da imaginação e da imagem em todo esse processo: “A imagem poética, em súbita aparição, já vem com os ritmos orgânicos que a prendem a todo o sistema do Universo”.

Tanto a imaginação quanto a imagem são dispositivos de extrema importância para a poética anibaliana. Não é em vão que o autor evoca o título da gravura de Goya “O sono da razão produz monstros” e que, além de incluí-lo em seu conjunto de textos, sabiamente acrescenta a ele o seguinte complemento: “o [sono] da imaginação, produz pigmeus”. [10] Nesse jogo estabelecido pelo autor, tanto a ideia de abandonar-se ao irracional para dominá-lo quanto a falsa oposição entre real e irreal, bem como entre racional e irracional, são reforçadas e, para tal, Aníbal atua de modo a superar tais dicotomias dialeticamente. Atitude que dialoga diretamente com o que André Breton promulga no Segundo Manifesto do Surrealismo, quando afirma que “Tudo leva a crer que há um certo ponto do espírito de onde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo deixam de ser percebidos como coisas contraditórias”. [11] Aníbal, à sua maneira, vai dizer algo muito parecido: “Nem no fundo do abismo, nem muito longe dele, sem pressenti-lo. / Um jogo entre a orla perigosa, entre a consciência e a vertigem”. [12]


O mosaico textual criado por Aníbal em Cadernos de João parece-me uma maneira que o autor encontrou para encarar um mundo extremadamente móvel e instável, em que uma das poucas formas de captá-lo seria justamente lançar sobre ele um olhar sismógrafo. Nesse sentido, olhar para o mundo moderno a partir de uma linguagem petrificada e ancorada no campo da certeza é luta vencida antes mesmo de se pisar na lona. A hesitação do poeta não é mera contemplação passiva diante do lago, é um navegar a esmo em mar aberto para que, à aparição da palavra luminosa, seu corpo esteja em sintonia com o movimento do mundo tanto para apreendê-lo quanto para dançar com ele. Tudo isso para que, talvez, o poeta possa capturar essa palavra fulgurante – ou quase:

 

QUASE

 

Eis que num sussurro de asas vinham descendo os elementos da coisa a ser criada. Não eram apenas imagens gratuitas ou aproximativas, mas elementos comprometidos numa constelação implícita, ainda sem céu para começar a compor-se e fulgurar. Ao poeta cabia agora a sua parte de artista, mínima, que só ela bastava para a evidência e esplendor do objeto pressentido. Nega-se, porém, o poeta a intervir, temendo que a qualquer aceno seu as imagens debandassem ou que se turvasse a pureza de seu espaço de voar.

Que por si mesmas, em livre e aéreo movimento, tecessem elas o poema gratuito… Mas fugiram as imagens! Fugiram para tornar em seguida.

Dessa vez insistindo mais. E tão familiares e amadurecidas, que já antecipavam palavras e ritmos da obra prefigurada.

O poeta limitou-se apenas a apreciar o prodígio.

Quase…

 

Mapa irregular, afloramento de íntimos arquipélagos, luzir espaçados de constelações – a linguagem poética habita o entre, na fissura do corte entre duas realidades distintas de onde emerge a imagem. E o que, senão a analogia, para dar conta desse emaranhado de realidades de faces opostas uma para a outra? Cadernos de João nos mostra, tal como o hermetismo, que o que está no alto, está em baixo, o que está dentro também está fora, isto é, todas as coisas estão ligadas entre si. Ou, valendo-se das palavras do próprio Aníbal, constantes de seus Cadernos: “[…] Ninguém precisa sair de si para participar do ilimitado. Cada qual está perto do longe e contém o Todo, como a gota de água é mar dentro do mar. […]”. [13]

 Quando as pedras forem promovidas ao reino vegetal…” [14] – irradia-se o poema ou, o que é o mesmo, irradia-se a vida. Assim como o mundo.

É no espaço intermediário entre linguagem e mundo que a palavra se ilumina.

 

NOTAS

1. Sobre esta obra, recomendo a leitura do ensaio “Aníbal e Ternura (sobre Aníbal Machado)”, de Ivan Junqueira, publicado na Agulha Revista de Cultura. Disponível em: https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/02/ivan-junqueira-anibal-e-ternura-sobre.html. Acesso em: 5 dez. 2021.

2. MACHADO, Aníbal. Cadernos de João. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1957. p. 5. Sempre que houver exemplos e referências a este livro, é a esta edição que me refiro.

3. BRAGA, Rubem. “Gente da cidade: Aníbal Machado”. In: Revista Manchete, Rio de Janeiro, n. 79, p. 44-45, 24 out. 1953. Disponível em: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br:8080/bitstream/20.500.11997/6047/1/Manchete%20DE%20n%C2%BA%2067%20a%20140%20-%2019531954.pdf. Acesso em: 5 dez. 2021.

4. Dada a impossibilidade de me alongar muito acerca dessa discussão, recomendo, a quem interessar, o estudo que fiz sobre essa magnífica obra. Cf. O mundo feito caderno: transfiguração e modernidade em Cadernos de João, de Aníbal Machado. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-16012020-121857/publico/DiogoSantos_Corrigida.pdf.

5. NEGRONI, María. A arte do erro. Tradução de Ayelén Medail e Diogo Cardoso. São Paulo: Edições 100/cabeças (no prelo).

6. MACHADO. Op. cit. p. 132-133.

7. Idem. p. 234.

8. Idem. p. 34.

9. Aqui, refiro-me, por exemplo, ao texto “Insurreição dos internos”, localizado nas páginas 234-239 de Cadernos de João (1957).

10. MACHADO, Op. cit. p. 60.

11. BRETON, André. Manifestos do Surrealismo. Tradução de Sérgio Pachá. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2001. p. 153-154.

12. MACHADO, Op. cit. p. 33.

13. Idem. p. 62.

14. Idem. p. 29.

 


DIOGO CARDOSO
| Poeta e mestre em filosofia pelo IEB-USP. Publicou o livro Sem lugar a voz (Dobradura, 2016) e a plaquete Paisagens e pântanos (Baboon, 2019). Tem publicações, dentre outras, nas revistas Ruído Manifesto, Polichinello, Vidro, Agulha, Meteöro e Peixe-boi, além de participação nas antologias Subúrbios da caneta (Dobradura, 2014) e Antologia Primata (Primata, 2018). Traduziu Cartas de guerra, de Jacques Vaché (2021), e O cometa incandescente - romantismo, surrealismo, subversão (2020), este com Elvio Fernandes, ambos pela Edições 100/cabeças.
 

 


JOHN WELSON (País de Gales, 1953). Poeta e artista plástico, Welson é um desses personagens admiráveis por sua incondicional obsessão pela criação. Desde a infância que se dedica à pintura, ao desenho, à cerâmica e logo dando início também à escritura poética. Resultado dessa voracidade criativa é que tem em sua agenda um registro de mais de 300 participações em galerias em vários países. Nas últimas décadas produziu um abstracionismo lírico cuja ótica central é a paisagem de seu País de Gales. A seu respeito escreveu John Richardson: Quer sejamos encantados com a poesia de John Welson, fascinados quando suas pinturas batem à porta de nosso inconsciente, ou nos encontremos iludidos por suas colagens enquanto conscientemente reordenam nossa visão de o que é e o que pode ser, é possível, acredito, discernir através do vidro as sombras, os traços e os impulsos que revelam seu compromisso com a liberdade e o surrealismo. […] Para John, a violência em tomar ou separar é apenas a primeira etapa necessária de uma grande obra de desconstrução, necessária para reconstruir e reconstruir, permitindo assim que a realidade latente da vida cotidiana, que a ideologia burguesa mascara, surja e se destaque. É dessa maneira orgânica que o Maravilhoso nos é revelado. Mais uma vez, ele nos oferece um vislumbre do que poderia ser.

 


Agulha Revista de Cultura

Série SURREALISMO SURREALISTAS # 05

Número 204 | março de 2022

Artista convidado: John Welson (País de Gales, 1953)

Tradução: Susana Wald

editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com

editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com

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