Quem levou Cesariny
ao café da quase esquina do Rossio? Não há indicação em Helder Macedo que aponte
para uma resposta. Pela minha parte convenço-me que qualquer dos quatro podia conhecer
Cesariny no momento do aluguer do sótão do prédio do Beira-Gare. Lourdes Castro,
a mais velha, nascida em 1930, vinda do Funchal, entrara em 1950 na Escola Superior
de Belas Artes de Lisboa, onde fechou a licenciatura em 1956. René Bertholo, nascido
em 1935, frequentara as Belas Artes de Lisboa e casará com Lourdes Castro em 1957.
Gonçalo Duarte, nascido também em 1935, frequenta o Pedro Nunes, a António Arroio
e depois as Belas Artes, onde conhece Lourdes e Bertholo. José Escada, nascido em
1934, ingressou na mesma escola em 1950 e nela conheceu os amigos com quem viria
a alugar o sótão. João Vieira, nascido no mesmo ano de Escada, teve idêntico percurso,
chegando à Escola em 1951. Ora nesta altura ainda António Maria Lisboa, apenas dois
anos mais velho do que Lourdes Castro, estava vivo e frequentava a oficina de Isabel
Meyrelles na Travessa do Ferragial, onde foi tirada a fotografia dos telhados com
Mário Henrique Leiria, Cesariny e Cruzeiro Seixas. Em todo o caso, a partir daquilo
que conheço, é impossível dizer qual deles chamou para o meio do grupo Mário Cesariny,
que logo se tornou, pelo ascendente da idade, pela obra editada desde 1950, pelas
relações que tivera com António Maria Lisboa, pela presença em Paris em 1947 junto
de André Breton, um centro magnético. Gonçalo Duarte, pela colaboração dada à Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito
(1960), pelo entusiasmo com que aderiu ao surrealismo e citou Cesariny, é talvez
uma hipótese forte, mas não segura, da chegada de Cesariny ao grupo.
Deve-se com certeza
a Gonçalo Duarte a chegada ao grupo de dois dos seus amigos, Helder Macedo e Manuel
de Castro, o primeiro antigo colega do liceu Pedro Nunes e o segundo visitante esporádico
do mesmo liceu. O retrato que Macedo, no primeiro texto, faz de Manuel de Castro
nesta época, os derradeiros semestres da década de 40, e neste liceu, Pedro Nunes,
que classifica de improvável, é muito preciso e vale a pena ser transcrito: também apareceu a rondar por ali [Liceu Pedro
Nunes] o Manuel de Castro, elegantíssimo e
a ganhar sempre em todos os jogos enquanto proferia enigmas esotéricos. Andavam
os três – Castro, Macedo, Duarte – por volta dos 15 anos. Aos três, junta-se ainda
Fernando Gil, colega do mesmo liceu e que também terá passado pelo café Gelo. Manuel
de Castro, nascido no mesmo ano de Escada e um ano mais velho do que os dois amigos
do liceu, foi pois dos primeiros a chegar ao café. Chegou no ano de 1956 (ou no
final de 1955) e foi um dos que lá permaneceu até ao fim, já no início da década
de 60, quando o grupo que se reunia no café mudara e os iniciais, chegados do prédio
do restaurante Beira-Gare, já haviam batido asa, deixando lá os amigos, a que se
foram juntando os amigos dos amigos. Manuel de Castro atravessou pois, durante cerca
de sete anos, de 1956 a 1962, todas as fases do grupo, tornando-se porventura pela
obra em livro, editada em exclusivo nesse período, em 1958 e em 1960, a figura mais
representativa do espírito do grupo.
A composição do
conjunto que se reunia no café não tardou a mudar, pois Bertholo, Lourdes e Gonçalo
Duarte partiram para Munique em 1957 e depois para Paris no ano seguinte, não mais
regressando. Ainda em 1957, João Vieira partiu para Paris, onde ficou. Em 1959 Escada
seguiu o mesmo caminho, juntando-se ao resto do grupo que, entretanto, com o alemão
Jan Voss e o búlgaro Christo, desenvolvia em Paris a revista KWY, com tiragem de 12 números até 1963,
e as edições com o mesmo nome, que se mantiveram até 1967. O grupo KWY, constituído
em parte pelos que deram origem ao grupo do Gelo, está, porém, fora já deste conjunto,
constituindo uma história à parte, a estudar em separado. Não quer isto dizer que
os dois grupos, nascidos do mesmo fundo comum e com personagens que são por vezes
as mesmas, não se tenham cruzado, como sucede na colaboração que Mário Cesariny,
Manuel de Castro, Herberto Helder, Helder Macedo, José Manuel Simões ou Alfredo
Margarido, todos eles ligados ao café Gelo, deram à revista editada em Paris. Não
se pode dizer, todavia, que KWY seja uma
publicação do grupo do café Gelo, mesmo que tenha sido feita pelos seus fundadores.
Menos ainda se deverá dizer que se trata duma publicação surrealista, mesmo que
alguns surrealistas, como Cesariny ou Manuel de Castro, por lá passem. Lourdes Castro
e René Bertholo, os fundadores da KWY,
no momento da saída do primeiro número, em maio de 1958, já estão em Paris, longe
do Gelo e do grupo que nele convivia, mais interessados em fazer uma revista internacional,
que possa significar o ponto de partida dum novo grupo, o KWY, do que em reatar
contatos com os amigos portugueses. Só mais tarde, com a chegada de Gonçalo Duarte
ao segundo número e de José Escada ao terceiro, se começam a perspectivar as pontes
com o grupo remanescente do Gelo, que terá o ponto cimeiro na separata do quinto
número, dezembro de 1959, em que Cesariny colabora porventura a convite de Manuel
de Castro.
De todos os membros
do grupo que deram colaboração à revista KWY o mais persistente, o mais regular,
o de mais larga colaboração, foi Manuel de Castro. Enquanto Herberto, Margarido,
Cesariny ou Helder Macedo apenas colaboram com a revista uma única vez, Manuel de
Castro multiplicará as prestações. A separata do número cinco, de dezembro de 1959,
do ponto de vista poético a melhor realização do grupo, com textos de Manuel de
Castro, Mário Cesariny, José Manuel Simões, que prestou apoio a vários números,
e António Ramos Rosa, é organizada por ele e por João Vieira. Foi essa plaquete,
ou o extra-texto dela com poemas de Luiz de Macedo e Pedro Tamen, que motivou a
crítica dura de Helder Macedo e que levou depois à carta de Manuel de Castro de
8/9 de fevereiro de 1960, que noutro lugar desta revista se dá a conhecer com o
comentário do destinatário. O autor de Paralelo
W volta a colaborar no número seis de KWY
(Junho de 1960), com um texto de homenagem ao amigo do liceu, Gonçalo Duarte, “O
Pintor de Monstros”, e
no número oito (Outono
de 1961), com um texto em francês.
Sabemos pelas cartas
de Manuel de Castro a Helder Macedo, que este ainda no final de 1959 ou nas primeiras
semanas de 1960 trocou Lisboa por Londres, passando pela África do Sul. O autor de Vesperal já estivera em Londres dois anos
antes, entre novembro de 1957 e março de 1958; o poema que publicou no segundo número
de KWY (agosto de 1958) aparece pois com
a data de janeiro de 1958 (Londres). Também o poema de Manuel de Castro, “Notícia
pessoal para um Amigo em Londres”,
consagrado a Helder Macedo, é
dessa época e surge no
livro desse ano, Paralelo W. Manuel de
Castro ficou em Lisboa e seguiu os desenvolvimentos do grupo do Gelo, que acabara
de receber, em 1958, Carlos Loures e Máximo
Lisboa, que organizarão a revista Pirâmide,
de que sairão três números (dezembro de 1959; junho de 1960 e dezembro de 1960).
Helder Macedo deixa de frequentar de forma definitiva o café no momento em que o
grupo entra na fase da publicação de Pirâmide,
na qual já não entra. A importância desta revista na existência do grupo do Gelo
é grande. Quer pela qualidade dos textos e das imagens, quer pelas colaborações
surgirem como maximamente representativas da vida do tempo e das figuras do grupo,
quer ainda por poder ser considerada como uma das raras revistas, se não mesmo a
única, que o surrealismo português deu a lume, a publicação pode ser tida como a
voz mais autêntica da geração do Gelo. Sem ter a originalidade gráfica de KWY, nem de perto nem de longe, a revista
compensa a inferioridade neste campo, com uma qualidade textual excepcional, deixando
muito para trás a do grupo parisino. Basta apontar que para além de Cesariny, de
Manuel de Castro, de Margarido ou de Herberto, que tanto colaboraram em KWY como em Pirâmide, nesta entram ainda António José Forte, Luiz Pacheco, Raul
Leal, Pedro Oom, António Maria Lisboa, Virgílio Martinho, José Carlos González,
José Sebag e Ernesto Sampaio. Mesmo no restrito campo das imagens, registe-se a
colaboração de D‘Assumpção, um habitual nas reuniões do Gelo, e que nunca entrou
em KWY. Não é, pois, despropositado afirmar
que o ponto alto da vida do grupo do Gelo se situa entre 1959 e 1960 e corresponde
ao momento da feitura e da saída dos três números de Pirâmide, mesmo se nesta época os fundadores do grupo já por lá não
estavam e nenhum deles tenha colaborado na publicação.
O caso da coleção
“A Antologia em 1958”,
da responsabilidade de Mário
Cesariny, que editou entre 1958 e 1963, é
diferente de KWY e Folhas de Poesia. Não sendo uma revista, mas uma
junção de livros, onde editaram Luiz Pacheco, António José Forte, Natália Correia,
Virgílio Martinho, António Maria Lisboa e Mário Cesariny, a coleção pertence quer
ao surrealismo, quer ao grupo do Gelo. Em termos de edição, é ela porventura a mais
importante manifestação do grupo, donde mais uma vez estão ausentes os quatro ou
cinco fundadores que tinham oficina na esquina. O seu período de vida coincide com
o da última fase do grupo que se reuniu no Gelo. É a fase em que os iniciais já
haviam desandado para Paris e posto em andamento a revista KWY, assim se autonomizando em sentido diferente; é também o momento
em que Carlos Loures e Máximo Lisboa chegam ao grupo, coordenam os três números
de Pirâmide e dão à geração do Gelo uma
expressão que antes não tivera. A coleção orientada por Cesariny durou porém mais
do que as reuniões do grupo no café, que tiveram o seu fecho em 1962, e mais do
que os três números de Pirâmide, que se
ficou entre 1959 e 1960.
Na sequência da
atividade editorial desta coleção de opúsculos, orientados graficamente por Cesariny,
sempre com idêntico enquadramento de capa, que em 1980 retomou no catálogo da Biblioteca
Nacional dedicado a três poetas do surrealismo português (Oom, Lisboa, Leiria),
é possível colocar outra empresa que surgiu por esta mesma época. Trata-se do volume
antológico em torno do surreal-abjeccionismo, editado em 1963, com o título Surreal-Abjeccion-ismo, mas cujo trabalho
de preparação vem de trás, arrastando-se com certeza ao longo dum bom par de anos.
Muitos das matérias publicadas na coletânea são da segunda metade da década anterior
e chegou a haver uma publicação de parte dos materiais antológicos um ano antes
da saída do volume, no Jornal de Letras
da época (n.º 16, 17-1-1962), em que Helder Macedo colabora com uma colagem enviada
da África do Sul. Não veio, porém, a colaborar na edição em volume, o que também
sucedeu a Carlos Loures, que surge na página do jornal, não figurando depois no
volume, onde em contrapartida surge António Quadros, o poeta de Quybíricas, que também passou pelas mesas
do café. O conceito do surreal-abjeccionismo é típico da fase do Gelo e foi por
certo coado e desenvolvido à volta das mesas do café do Rossio, dando origem à coletânea
de 1963 – assim como à entrevista de Pedro Oom ao Jornal de Letras, 6-3-1963, em
que se teoriza pela primeira vez o abjeccionismo como movimento e se postula a sua
autonomia, mas também a sua estreita proximidade, em relação ao surrealismo.
Regresso aos textos
de Helder Macedo e ao momento da fundação do grupo do café Gelo. No segundo testemunho,
não resisto a transcrever um passo, em que se encontram elementos para a caracterização
do café no quadro dos outros que por perto havia, isto numa época em que o Rossio
era uma praça de cafés e esplanadas, uns ao lado dos outros, e ainda os valores
que orientaram a geração que por lá se começou a reunir e donde saíram depois as
várias publicações que atrás se comentaram, Folhas
de Poesia, “A Antologia em 1958”, Pirâmide
e até KWY. Mesmo se esta já pertence a
um lugar diferente, foi ainda feita pela mesma geração. Dou-lhe a palavra (Relâmpago, 2010): Conheci o Mário Cesariny julgo que em 1956, no café Gelo, no Rossio, um
café tradicionalmente frequentado por pacatos comerciantes imunes às intelectualidades
institucionais da Brasileira do Chiado e aos esforçados suores estudantis na cave
do café Martinho que então havia para os lados do Teatro Nacional. O Gelo tornara-se
num conveniente local de encontro de alguns aspirantes a poetas com alguns aspirantes
a pintores que partilhavam um parco atelier nas águas furtadas do prédio ao virar
da esquina. Os jovens pintores, futuramente associados ao exílio parisiense do grupo
KWY, atraíram outros pintores, e os jovens poetas atraíram outros poetas já exilados
em si próprios. O Mário Cesariny, mais velho do que nós e por todos nós admirado,
foi um deles. O que todos nós, os jovens do Café Gelo, tínhamos em comum era uma
atitude de recusa, uma partilhada vontade de quebrar amarras, um só sabermos o que
não queríamos para podermos deixar um espaço livre para o que pudéssemos talvez
querer. A recusa de normas estabelecidas era a nossa única norma. O questionamento
de valores impostos o nosso único valor.
Não me parece fácil
olhar hoje, mais de 40 anos depois do texto de 1973, a obra de Lourdes Castro ou
a de René Bertholo do ponto de vista do que mais caro é ao surrealismo, e que não
é do domínio da estética ou da sociologia, onde estes artistas se parecem posicionar
nas obras mais representativas que deixaram. Não creio que estes dois criadores
se tomem hoje por surrealistas. O mesmo diria para Costa Pinheiro e, com mais dúvidas,
para João Vieira. Já o caso de Gonçalo Duarte me parece outro. Tem ele uma dimensão
maldita e simbólica, tão viva na sua “Batalha de Alcácer Quibir” (1973), e até no percurso da sua vida,
que chegou ao termo em Paris no ano de 1986, que em algo, ou até em muito, me parece coincidente
com aquilo que o surrealismo pediu da atividade pictórica. Está ele para o domínio
das formas como Manuel de Castro está para o das ideias. São os dois gémeos da geração
do café Gelo, um desaparecido aos 36 anos e outro aos 50, em idênticos naufrágios.
A melhor e a mais sentida homenagem pictórica a Manuel de Castro é porém de João
Vieira (“Manuel”, 1963), numa létrica
escura, terrosa, labiríntica,
onde o fio do oiro desponta num relâmpago.
O caso de José Escada
é também distinto, e porventura de
forma ainda mais expressiva e radical, merecendo o melhor cuidado. José Escada foi
o primeiro do grupo KWY a largar para a viagem sem retorno, aos quarenta e seis
anos, em 1980. Escada, que muito frequentou nos últimos quatro anos de vida a oficina
de Lagoa Henriques e de Carlos Amado, em Pedrouços, aí deixando algumas das derradeiras
telas, legou uma obra que é uma pura alquimia da cor, desprovida de qualquer intenção
exotérica, toda ela centrada nas metamorfoses do cadinho interior da alma. Nela
se encontram, com uma pureza rara e uma fidelidade difícil de seguir, todos os grandes
traços duma arte mágica primitiva ou primordial,
que só os grandes criadores do surrealismo tocaram.
NOTA FINAL
Este texto foi dado a ler a Helder
Macedo, um dos primeiros protagonistas do grupo do café Gelo e seu estudioso. No
seguimento, recebemos dele uma carta, de que aqui deixamos alguns extratos, que
nos parecem contribuir para um melhor entendimento do grupo. Meu caro António: (…). Uma pequena correção factual:
o Gonçalo e eu, nos tempos do improvável Pedro Nunes, estaríamos por volta dos 16
anos (e não dos 15). O Manuel era um pouco mais velho. Quanto à sua perspectiva,
é obviamente defensável considerar que o Gelo se tornou mais Gelo quando se identificou
mais com o surrealismo. Mas a perspectiva oposta também seria legítima. Ou seja,
que perdeu algo da sua originalidade quando, como bem diz, o núcleo fundador se
dispersou pelas Europas. O período 1959-60 teria sido de facto o momento cimeiro?
Nesse período, o Gelo nuclear continuou a exercer-se sobretudo em
Paris (o café Old Navy era o local de encontro equivalente) mas também
em Munique e em Londres. O José Manuel Simões
(de quem o Cotrim vai publicar as Sobras Completas) é um nome que não deve ser esquecido. As associações de
alguns ex-Gelo com o Ruedo Iberico (sobretudo por intermédio do Simões) manifesta
uma politização digna de nota. Que aliás já tinha tido precedentes em Portugal durante
e no seguimento da campanha eleitoral do General Delgado (o Herberto Helder, eu
e, mais como acompanhante do que ativo, o João Rodrigues). O Manuel de Castro, tal
como o João Rodrigues e o próprio Herberto, também esteve fora de Portugal e foi
ativo no “Gelo-lá-fora”. Bem como os pintores associados ao Gelo (e não apenas ao
KWY). De que Gelo se está a falar, portanto? Preferencialmente do surrealista ou
daquele que integrou, com uma originalidade própria, o surrealismo que o precedeu?
A Pirâmide foi, concordo, bem mais importante do que as Folhas de Poesia. E por isso também contribuiu para o (parcial)
equívoco de se considerar como mais do Gelo os mais ortodoxamente surrealistas do
que aqueles que não se encaixavam na escola. (…) Ah, o aparecimento do Mário Cesariny
no Gelo. De fato, não me lembro exatamente das circunstâncias, mas talvez tenha
sido por intermédio do Alfredo Margarido, que eu conhecera em São Tomé, e que também
me aproximou do Mário Henrique Leiria.
ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO (Portugal, 1956). Ensaísta e historiador. É igualmente diretor da revista A Ideia. Fez um doutoramento em Literatura Portuguesa e uma agregação em Cultura Portuguesa. Os seus escritos sobre a História de Portugal tomam como ponto de partida os cruzamentos ou as parecenças entre a História e a Lenda. Reclama para a História, na linha de Fiama Hasse Pais Brandão, o direito à alucinação, pois uma História sem a teatralidade do imaginário não está viva nem é real. Estudioso da obra de Teixeira de Pascoaes. Poeta com uma vasta obra publicada, dedicou-se também ao romance histórico (9 títulos publicados), e é autor de duas biografias publicadas pela Quetzal – sobre Agostinho da Silva e Mário Cesariny.
FIRMINO SALDANHA (Brasil, 1906-1985). Pintor, arquiteto. Cursou arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes/Enba, em 1931, no Rio de Janeiro. Na década de 1940, inicia-se como autodidata em pintura. Em 1957, é escolhido, juntamente com Candido Portinari, para concorrer aos prêmios Guggenheim e participar da exposição realizada em Paris. Além disso, integra a comissão encarregada de projetar a Cidade Universitária, no Rio de Janeiro, ao lado de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy; atua como presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil/IAB; e realiza, dentre outros, o mural do Banco Nacional – Palácio do Planalto, em Brasília. A seu respeito disse Flávio de Aquino: Nas telas de Saldanha sentimos formas, linhas e cores se movimentando, criando contraste, se ajustando ou se opondo umas às outras, como se nascessem do mesmo ritmo, obedientes à composição geral, com seus elementos fortemente ligados através de uma coerência formal, de onde emerge a mensagem emocional com limpidez e transparência. Por sua vez, observou Joaquim Tenreiro que Firmino foi um pintor filiado aos princípios plásticos de Braque. Sentiu-lhe intensamente a influência, especialmente no formalismo, na esquematização, na composição da obra. Assim foi durante algum tempo, e nisto está uma força e uma constância, que fazem Saldanha trabalhar continuamente até chegar à atual fase, já livre daquela influência, evidenciando sempre, porém, uma forte consciência de pintor. Firmino Saldanha é o artista convidado da presente edição de Agulha Revista de Cultura.
Agulha Revista de Cultura
CODINOME ABRAXAS # 09 – A IDEIA – REVISTA DE CULTURA LIBERTÁRIA (PORTUGAL)
Artista convidado: Firmino Saldanha(Brasil, 1906-1985)
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