1.
na noite azul
por causa do calor, encontro-me à espera de todos os pensamentos que logo vêm me
abordar mesmo nos raros oásis dos nossos tédios mortos de fome
devo
ter rabiscado isso em Lisboa ou em Túnis ou ainda numa terceira cidade de poeira
e palmeiras não muito altas palmeiras manuelinas ou não palmeiras parecendo leves
riscos de grandes avencas verdes balançando para riscar o céu e brindar a memória
de marinheiros no fundo do mar ou mesmo a lembrança de maníacos sedentários de qualquer
modo solitários como macacos em zoológicos duplamente tristes pelos guinchos de
protesto desses animais aprisionados
o zoo
de Lisboa me fez sentir isso mais do que outros zoológicos de covas para feras quase
domesticadas pelo concreto com grades e carroças dos fornecedores de gatos para
o repasto de leões talvez ofendidos
pois
foi lá que o poeta com o seu jeito de foca do Tejo marcou o encontro hilário diante
da jaula dos ursos calorentos e indiferentes à poesia dos barcos bêbados
ulalá!
para
depois me apresentar ao Porto branco que bebemos sob elogios daquele bigode de amanuense
enfim
aqui está alguém que sabe apreciar um Porto!
Pessoa
gentil porém muito infeliz não sei se porque não podia comprar os melhores charutos
da Tabacaria à qual depois ainda me convidaria para acompanhá-lo por ruas de ourives
& tascas [RISCADAS DUAS LINHAS INTEIRAS]
na coragem
do ânimo fumageiro contra a timidez para mostrar alguns dos seus poemas-mais-ou-menos
ou talvez mais para menos do que mais para mais etc.
era pobre
e se vestia modestamente e como muitos portugueses era noctívago vagava
com o seu sobretudo colhido pela mão pálida manchada à caneta involuntariamente
[UMA
PÁGINA INTEIRA PARECE QUE FALTA…]
cão de
passos incertos sob a gabardina açoitada pelo vento da esquina dos invernos da península
cheia de praças com estátuas geralmente equestres fixadas sobre maciços pedestais
inscritos naquela língua não me parecendo estranha entre caleches e ah! as palmeiras
aqui e ali
elas
me surpreenderam fixas debaixo das calçadas de antigas pedras regulares das esplanadas
recordando terraços de faraós virados para esperar maldições nas tardes dessa fugidia
aproximação trazida de quadros de orientalistas de toldos de palácios pintados assim
como preguiça de imaginar como verdadeiramente fossem eles sem palmeirais imensos
para além do curso do Nilo de pinturas burguesas sobre um Egito de cromos de cartolina
para exaltar Moisés no firme e perigoso cajado das maldições
[RISCADO]
emoções religiosas tentando se impor às superstições de um micro-império [RISCADO
DE NOVO]
animalismos
relatados na conferência sobre Charcot que aplaudimos em claque os surrealistas
jovens repetindo Breton a respeito da Emoção que não deveria ser despertada por
um túmulo de ouro e flores de buquês fenecidos há milhares de anos no peito das
necrópoles de sensações ressecadas
parte
de um sonho quase pesadelo de imaginações enfeixadas no meu peito e até mesmo suscitadas
pelo entorno de agora essa paisagem de olhos de peixes mortos postos em mim no aquário
da janela aberta para navios apitando e penetrando ouvidos e paredes de água
“alguém”,
“uma
pessoa”,
“uma
mulher possivelmente”
“hoje
ainda talvez”
agora
penso que pudesse ser esta moça com o seu avental e vassoura e balde de água que
ela enche no banheiro a se curvar como uma escrava de costas revelando as formas
volumosas do traseiro enquanto essas sereias do porto uivam
uivam
e chamam e é com prazer que espero a lenta decomposição da nossa classe social na
França, ó Mamã!
lenta
demais segundo me parece ao mesmo tempo em que a “rapariga” simplória se volta com
olhos também de água que me comove
a aldeã
que eu declaro simplória como se ela fosse uma boneca de carnes fartas sendo na
verdade uma mulher que sorri e certamente chora não daquele modo de buscar ser aprovada
depois dos chás da minha raça sábia apenas no uso de talheres da melhor prata que
você pôde comprar ó sopa de Papá
como
tudo o que o velho Monsieur comprou para a mansão de janelas bem altas e de quartos
bem maiores do que este que a moça veio limpar com um leve toque na porta
toc toc
e ela
então entra mesmo que eu não tenha me levantado para abrir a porta isso não aconteceria
em Paris embora ela me trate como deve ter sido induzida a tratar estrangeiros e
almas do outro mundo
eu lhe
digo que poderia ser um maníaco com uma navalha que a retalhe e ponha com as grossas
pernas dobradas dentro do guarda-roupa que ainda não guarda nada
porque
o senhor não desfez as malas?
eu posso
ajudar?
eu posso
não olhar enquanto o senhor veste as suas calças?
eu posso
lhe tocar desfazendo o meu toucado de renda do Minho que é meu e não do hotel que
não me paga nada além do avental debaixo do qual os hóspedes mais atrevidos tentam
adivinhar as Minhas Partes?
horas
depois da pergunta inesperada conversamos sobre este senhor Philippe não ser propriamente
um sedentário um macaco solitário repórter de hebdomadário em cidades de bandeiras
e estrelas atrás das palmeiras que sim não me acordam o coração nos olhos fitos
em bandeiras estrelas caídas sobre a terra onde podíamos brincar com o sol
que se punha como um pássaro sobre os monumentos ao velho pombo Hugo cotidiano estufado
no peito dos dois Nomes de peso
pombos
na praça da capital de um pequeno país que parece esgotado
pombos
das mensagens vindas do inconsciente com as marcas dos mapas de Breton ainda por
serem decifrados
pombos
da vida que começa a ser contada para trás desde quando se nasce longe do mar ou
num balneário como aquele onde Monsieur P me contou um segredo daqueles que não
são para se contar
ou seja
que existe
um total de 100 bilhões de galáxias em estimativa científica não astrológica do
planisfério de Denderah tratando muito simplesmente dessa nossa pequena vaca chamada
Via Láctea e não do cálculo abismal que joga toda a pobre e podre humanidade na
imensidão do buraco de um reflexo tão rápido que dura a metade de um milésimo de
segundo pelo qual alguém terá visto por binóculo o vidro partido das vidas perdidas
em milhares de partes como a da moça
espelhos
partidos de milhões de casas destruídas pela nova guerra que virá segundo avisa
Breton nas vezes em que resolve fazer maus augúrios dos astros com os olhos míopes
e a boca fraca do petit Marcel atravessando a minha mente bem diante do pálido
buço desta boba da ribeira de todos os Portos das coisas
foi uma
boa arrumadeira que eu terei vindo procurar neste bom lugar de descanso para a mente?
vir aqui
tão longe terá sido unicamente para encontrar o poeta e esse suave bigode feminino
português da copeira na península traseira do continente europeu cheio de orgulho
vão e discórdias fatais desde o império do pequeno Corso? André simplesmente rasgara
o poema no qual havia vislumbrado o sinal consciente da tumba no Panteão lotado
de vermes que se degradaram menos do que ao se alimentarem da velha carne dos meus
avós de Chaville talvez responsáveis pelo círculo enganoso da carta astrológica
que também me fez a pessoa pálida do Pessoa de após o tabaco [UM RISCADO FORTE]
me dizendo
em forma de versos do poema que estava escrevendo naquela tarde
não sei
ser triste a valer
nem ser
alegre deveras.
acreditem:
não sei ser.
lembro
de ter visto rir só uma vez ao lado dos vendedores de peixe que mascavam tabaco
fechando um olho para esquecer a noite que se aproximava a passos de lobo a passos
de coruja a noite e o cheiro do rio e o da maré a noite rasgando o sono porque era
um dia triste de cobre e de areia que corria lentamente entre as lembranças ilhas
desertadas tempestades de poeira para os animais rugindo de raiva que baixam a cabeça
como você e eu
só que
ele parecia ainda mais sozinho na cidade enjaulada em si mesma por entre os cheiros
de maçã mofada da poesia nos saraus longos demais para olhos escapados dos peixes
a contemplarem certas roupas mal cortadas dos recitadores que pareciam advogados
de companhias de minas recusando pagar os benefícios das viúvas de mineiros mas
assim mesmo ei-los os senhores aplaudindo os poetas fracos vestidos como funcionários
dos correios farmacêuticos mestres-escolas despedidos por algum pequeno escândalo
de detrás dos montes de quartos para alugar que Pessoa primeiro me indicou na própria
rua onde morava
2.
Mário de Sá-Carneiro afirma que
o senhor conheceu Marcel Proust num balneário francês foi a primeira pergunta que
me fez o poeta-astrólogo e eu não respondi porque isso parecia a pergunta de um
colecionador de selos perdido na Áden do velho-jovem Jean-Arthur retornado para
casa sem uma perna e nenhum poema como muleta
Lisboa
teria as mesmas palmeiras de África
eu perguntei
em troca e ele também não me respondeu talvez porque o nosso encontro estava mesmo
condenado ao fracasso de conhecer soupault em pessoa e o pessoa em soupault me assustar
um pouco ou um tanto de galáxias a um número tão vertiginoso que me fez pedir outro
Porto branco eu estava muito perto dele e me apoiava no parapeito como
nos ajoelhamos para rezar as palavras caíam como lágrimas doces como balas bom-dia
Rimbaud luso leve demais apesar das suas cartas pesadas de presságios e mensagens
eu não
sou um astro e nem a soma de astros e influências entre as casas que você desenha
com uma letra miúda que chora para fazer secar o rosto por costume.
eu sou
um homem comum com uma imaginação talvez incomum e meu nome na capa de um livro
é nada para a moça do hotel e o porteiro que hoje me entregou solenemente a fatura
das duas diárias impressas num papel com marca d’água e rebuscado desenho do nome
do estabelecimento respeitável mas tento assim na Avenida da Liberdade que talvez
fosse um batismo do agrado mais do Byron lutando pela pátria grega até morrer lá
em Missolonghi de um forte resfriado que também me pegou na Londres que não me matou
por sorte abaixo das gaivotas do porto gritando wesg-wesg! enquanto
aqui elas grasnam o que soa como west-west!, sei lá
seria?
Pessoa
não entendeu – mas havia lido o meu poema e até tentara traduzir do francês ou da
versão em inglês já não sei porém o fato é que havia desistido por algum motivo
ou pelo estranho ritmo autoimposto àquela vida lenta como a hélice embaraçada de
um navio num mar de sargaços que realmente existisse assim como um pequeno pesadelo
metódico que não tivesse fim mesmo de volta para a Coelho da Rocha do navio em miniatura
do século XVI daquele lisboeta de chapéu cortês para matronas debruçadas nas janelas
da monotonia
(…) e
por isso lá na Rocha não fiquei como dócil coelho programado para partir depois
de amanhã num navio que se chama Vega rumo a Vigo na Espanha que Portugal inveja
entre saudades do Quinto Império que não houve
essa
palavra para acordar apenas entre tédios de viver mais um dia de sol alegre e triste
certeza de mais vinte e quatro horas de um relógio de sol que se derrama desde o
Castelo como uma coisa parada sobre a cabeças das pessoas que algumas vezes me cumprimentaram
como se acaso conhecessem o desconhecido estrangeiro que eu sou e permanecerei sendo
para mim mesmo e entre todos os passeios que pessoas conhecem na palma das mãos
secas em geral e em particular o pergaminho delas tão distantes do século quatorze
da torre do tombo cheia de poeira de tal modo que ainda fiquei tossindo da mesma
forma como tossira em [RISCADO]
NOTA
André Breton, o pai do
Surrealismo (tendo imediatamente ao lado Louis Aragon e Philippe Soupault), mantinha
uma forte atração pela astrologia, e foi assim que fez o segundo mapa astrológico
do seu número 3, depois que “brigou” com Aragon, na acidentada vida da escola à
qual tantos escritores e artistas aderiram nos anos 1920. Soupault, integrante dela
desde a primeira hora, já havia publicado, antes de 1926, narrativas como LE
BAR DE L’AMOUR e outras. Ele nasceu numa daquelas famílias ricas que se davam
ao luxo de frequentar os melhores hotéis das estações balneárias, levando agregados
e a criadagem etc, e foi numa dessas estações que Soupault conheceu um escritor
vinte e cinco anos mais velho chamado Marcel Proust. Seguiria viajando, na juventude,
muito para além daquela França ainda dezenovesca, que o Surrealismo ajudaria a dinamitar
fora dos termos puramente bélicos de Verdun. Numa dessas viagens, conheceu um poeta
também interessado em astrologia – na verdade, fascinado –, e que teria se antecipado
em oferecer o primeiro mapa astrológico da vida do coautor de Les
Champs Magnétiques. O nome do poeta? Fernando [António Nogueira] Pessoa.
Foi então
que eu descobri, aqui mesmo no Brasil, uma primeira edição – teria existido uma
segunda? Caso ela exista, ainda não encontrei qualquer referência, como publicação
autônoma ou, novamente, em revista literária – de LE BAR DE L’AMOUR [in Les Cahiers Du Mois 11] no bom sebo Biblioteca
de Babel, do paulista Roberto Ferreira, com dedicatória de Soupault… Quase não acreditei,
mas o fato é que não pude comprar o LE BAR imediatamente, conforme pretendia,
porque Ferreira sabia muito bem do que se tratava bibliograficamente falando (e
inclusive esclareceu que o exemplar havia pertencido à Pagú e ao Geraldo Ferraz);
portanto, ele pedia o preço mais ou menos do mercado internacional para o “opúsculo”
acrescido do valor “agregado” da proveniência da biblioteca do casal modernista
etc.
Algum
tempo depois fiz uma nova oferta ao livreiro e, assim, vim a adquirir a raríssima
edição número 11 do Les Cahiers Du Mois, 1925, “contendo a edição original
de um breve romance de Philippe Soupault, com a dedicatória deste que foi um dos
fundadores do Surrealismo. Brochura, 19x14cm, 92p. Capa em estado sofrível, empoeirada,
com pequenas perdas de papel na lombada e manchinhas. Miolo uniformemente amarelecido.
Exemplar completo, sem carimbos, anotações, grifos ou folhas soltas. A primeira
parte traz o romance de Soupault; a segunda, alguns artigos da revista…” etc.
Devo
admitir que foi na narrativa de 56 páginas (com quatro capítulos que são como três,
no índice), obviamente escrita antes da adesão de Soupault ao Surrealismo, que eu
encontrei algumas possíveis “pistas” portuguesas cujo fio de meada me levou a pesquisar
a relação de Soupault com a pátria de Camões e do Fernando Pessoa
que Philippe pessoalmente conheceu (do mesmo modo como, antes, ele já havia encontrado
o envelhecido Proust em pessoa, “num balneário” que me faz lembrar – não sei porquê
– o do Morte em Veneza menos da novela original de Mann do que da personalíssima
versão cinematográfica de Visconti).
Então,
resolvi criar este SOUPAULT EM PESSOA – livremente inspirado em fatos reais (conforme,
agora, os filmes costumam enfatizar com insistência) –, e especialmente para as
comemorações desta AGULHA apontada para o Surrealismo não só na França. E é meu
dever alertar: na narrativa por mim imaginada, os trechos que aparecem em itálico
(e não são muitos) citam Soupault diretamente; o resto, trata-se de invenção
nossa, talvez atrevida, porém bem intencionada com relação a esse pequeno mistério
literário franco-português que eu pretendi tratar em tonalidade mais surrealística-soupaultiana
do que em tom mais lamuriento que, talvez, pudesse vir a ser o da pessoa do “xará”
Fernando em contato com o surrealista da primeira hora aparecido no zoológico literário
alfacinha não mais do que de repente-et-coetera…
Por fim,
eu concluo este longo PS da narrativa mais ou menos à maneira de um PS preguiçosamente
me valendo das palavras muito adjetivadas de Joaquim Manuel Magalhães [in
OS DOIS CREPÚSCULOS, Lisboa, A Regra do Jogo, 1981): “A luz desse momento da cidade
caminha noutros lugares. Mas o encontro desses dois poetas num café – e só
num único café? (pergunto eu) – pode ainda estar a repetir-se e a ir ao encontro
de alguém que verá nele a sedução das trocas culturais e o privilégio momentâneo
de derivas entrecruzando-se para solitárias transfigurações.”
PS do
PS: Bem, eu não entendi, ó Joaquim Manuel, mas tudo bem, parece-me boa (e muito
lusa, Manuel Joaquim) a frase sobre o que teria, talvez, quem sabe?, feito o Soupault
sorrir sob a luz “desse momento” com o coração nos olhos. Seja como for, Portugal
não era, ao fim e ao cabo, o país para se visitar ali pela altura em que nascia
o Surrealismo e enquanto a escola não tinha, ainda, os seus tantos – e tão vários
– “excomungados” pelo Breton de olho atento para as palmeiras-anãs, digamos assim.
[E o enigmático Soupault terá realmente escapado?…]
Ponto
não final com reticências e []
FERNANDO MONTEIRO nasceu no Recife, em 1949. Escritor, poeta e cineasta, estreou com o livro Memória do Mar Sublevado (Editora Universitária, 1973), poema longo como os que seguiu publicando em 1981 – Leilão Sem Pena (Edições Pirata) – e, em 1993, quando lançou, pelo selo do lendário editor pauluista Masso Ohno, o premiado Ecométrica. Após o que, voltou-se para o romance, e veio a publicar, em Portugal, pela prestigiosa editora Campo das Letras, o também premiado Aspades, Ets Etc. Seu segundo romance foi distinguido com o primeiro Prêmio BRAVO! de Literatura/1998, e vieram, nos anos seguintes, A Múmia do Rosto Dourado do Rio de Janeiro e Armada América (pela W11 Editora, SP), O Grau Graumann pela Editora Record e As Confissões de Lúcio pela Francis Editora. Em 2009, ano em que foi o homenageado do sétimo Festival de Literatura ["A Letra e a Voz"] retornou ao verso com o poema longo Vi uma foto de Anna Akhmátova, a que se seguiu Mattinata (2012), em coedição da Sol Negro com a Nephelibata Edições. Em 2017, foi o autor homenageado da Bienal Internacional de Literatura de Pernambuco, e prosseguiu na poesia com Museu da Noite (Editora Confraria do Vento, RJ, 2018) e Os Vivos[?] e os Mortos, publicado em 2021, pelas Edições Sol Negro (RN), com ilustrações de Chico Díaz.
J. KARL BOGARTTE | Nacido el 8 de septiembre de 1944, de ascendencia holandesa e irlandesa, formado en antropología, fotografía y diversas tradiciones esotéricas. Ha sido un participante activo en el surrealismo internacional durante más de 50 años. Actualmente vive en Santa Fe, Nuevo México. Bogartte, es a la vez artista y poeta, y ha publicado doce libros de escritos poéticos: While the night windmills through xylophone and…, And Still the Navigators, Spirits in the Albino Hotel Throwing Antlers, The Mirror held Up In Darkness, The Wolf House, Secret Games, Luminous Weapons, Primal Numbers, A Curious Night For A Double Eclipse, Auré, The Spindle’s Arc, and Antibodies: A Surrealist Novella. Alineado desde hace mucho tiempo con el surrealismo internacional, también es cofundador de La Belle Inutile Éditions. Su obra ha aparecido en las siguientes antologías: ANALOGON # 65, Melpomene, Hydrolith # 1 and # 2, La vertèbre et le rossignol # 4, Lithaire # 2, Peculiar Mormyrid # 2, Paraphilia, Silver Pinion and The Fiend online journal.
Agulha Revista de Cultura
Série SURREALISMO SURREALISTAS # 04
Número 203 | fevereiro de 2022
Artista convidado: J. Karl Bogartte (Estados Unidos, 1944)
Traduções de Allan Vidigal e Susana Wald
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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