∞ editorial | O teatro das
exclusões e a homenagem a um cartunista maravilhoso
***
Quando conheci Zuca Sardan, via email,
há poucos meses, entre nossas conversas fui percebendo o seu grande interesse pelo
artista cearense Luiz Sá, um dos grandes nomes da caricatura brasileira, do século
XX. A paixão pelo Sá eu também comungo, e por incrível que pareça conheci a obra
de ambos ao mesmo tempo. Foi no início dos anos 1980, através do catálogo de uma
exposição do Luiz na Funarte. Com o Zuca foi na revista Poesia Livre,
em que apareceu ilustrando a capa, na forma de um carimbinho, um curioso desenho
de um tocador de realejo, que agora sei foi tirada do livro Visões do Bardo. Por quarenta anos sempre associei um ao outro,
e não é que estava certo? Nas minhas conversas por e-mail com Zuca, fui obtendo
estes depoimentos memorialísticos dele sobre o artista Luiz Sá, e aí sugeri ao Floriano
Martins, que espeta mas não fere, a publicação destes textos nesta sua revista.
Também agradeço neste momento ao artista e pesquisador cearense Weaver Lima, grande
conhecedor de Sá, ao qual me socorri para mixar e/ou ilustrar estes textos de Zuca.
[João Antonio Buhrer]
01 | As costelas do reino e seus lugarejos
quase invisíveis. Há um abismo plural decidido a devorar cada corpo que passe por
ali. A verdade é que acordamos sem saber o que faremos com nosso corpo. Por mais
que o espírito professe as suas curvas mais loucas, o corpo pode não passar de um
artifício emocionado do descaso. Uma voz escondida no interior de um caixote de
madeira prensada. Uma ilusão mitológica dessas que assombram a passagem das horas.
Os pares encardidos nos becos fustigando a crueza de um amor banal. O corpo se estreita
pelos recantos mais afunilados. Como esses móveis privilegiados da transgressão.
Ou o descalabro impotente de certas linguagens desesperadas que se dirigem a um
retiro à espera da morte. Como esperar pelo humor da dialética do dia seguinte?
Como entender que a diferença pode às vezes não passar de um deslizamento do conflito?
Enquanto roçamos nossos corpos no alvoroço da paixão não duvidamos das razões da
elipse. Amanhã estaremos uma vez mais nos desconhecendo na obscura intenção de explicar
o que cedo ou tarde tornaremos a encontrar. Mas não somos senão artificiais em nossos
fogos cruzados. A história não tem antecedentes que a justifiquem ou a ensinem a
ser de outro modo. Toda história é uma impostura, uma piada que se desgasta no riso,
uma ejaculação de escombros. Sempre que nos debruçamos sobre seu ela, vemos seus
fantasmas improvisando o mesmo teatro de exclusões.
§ Luiz Sá, aqueles números coloridos do Reco-Reco, Bolão e Azeitona são impagáveis, e os anúncios de remédios
contra sífilis, são patafísicos!… Valorizo
o Luiz Sá como o lançador do cartum patafísico no Brasil, coisa que ninguém percebeu,
só raras pessoas ouviram falar de Patafísica, ou de Jarry, do Père Ubu, ou do Doutor Faustrol… (provavelmente
tampouco o próprio Luiz Sá). Na minha juventude era só Jorge Amado, o único escritor
brasileiro vivo conhecido no estrangeiro, e sobretudo na União Soviética… Uma vez
que fui visitar Berlim Oriental, ainda no tempo da Alemanha Socialista, e me interessei
em conhecer a Universidade de Berlim (que na divisão da cidade, ficou no lado oriental),
falei com um professor, por sinal muito simpático, que era o titular da cadeira
de literatura do Brasil. E no meio da conversa, me revelou que ele era especialista
em Jorge Amado, que teve várias obras publicadas na DDR, e nem ele nem ninguém na
RDA conhecia outro autor… Hoje em dia… o único escritor brasileiro conhecido na
União Europeia é o… Paulo Coelho. E a culpa desse descaso é nossa, que não damos
um tostão para o apoio cultural…
§ Luiz Sá foi e é um ilustrador humorista muito engraçado,
que era ativo desde o início da década dos 30s, fez uma longa carreira no jornal
infantil O Tico Tico, onde criou a famosa
trinca Reco-Reco, Bolão e Azeitona. Inventor
de um estilo de bonecos muito engraçados, Luiz Sá aceitava qualquer encomenda, para
qualquer assunto. Havia no começo dos 30s uma campanha médica encarregada do combate
à sífilis, que seguia no Brasil sendo um flagelo terrível. Luiz Sá aceitou a encomenda
sem pestanejar e fez os anúncios contra a sífilis n’O Tico Tico, com os letreiros solicitados pela direção da Campanha,
mas… com seus bonecos de uma comicidade irresistível em cenas com diabos de narigão
colossal e boca escancarada em enorme gargalhada, e o doente apavorado na cama segurando
a garrafa de um xarope contra a tosse, de que o produtor lhe pagara um extra para
inserir a garrafa no desenho da sífilis. A direção d’O Tico-Tico, benevolente, e satisfeita com o tutuzinho extra que entrava na caixa, e não vendo nenhuma porcalhada
nos anúncios sempre alegres do Luiz Sá, deixava o barco correr… E assim Luiz Sá
criou o Humor Patafísico, sem que ninguém percebesse a sua importância para a História
da Arte no Brasil. O Tico Tico faliu,
esmagado pela concorrência do Gibi (d’O Globo) que trouxe a preço de banana os
comic-strips dos USA… Na década dos 50s,
Luiz Sá seguiu fazendo seus desenhos, primeiro para charges políticas e esportivas
para o cinema no chochíssimo noticiário brasileiro semanal, de que o único sucesso
eram as suas charges, e paralelamente para a revista política semanal O Malho, que tinha sua graça. Já no finzinho
da vida, Luiz Sá doente, desenhava na cama do hospital para uma revista de humor
chamada O Bicho, editada por Fortuna.
Sim, Gordito Fabergé foi
grande leitor do Tico-Tico: Luiz Sá com
Reco-Reco, Bolão e Azeitona; Max Yantok,
creio, desenhava um senhor aristocrático e seu secretário, e um armário cheio de
gavetas, donde saiam jacarés, pessoas, elefantes… Faustino e Marocas, dum cartunista
americano de excelente traço. Havia o Chiquinho, inspirado num menino louro super-chic,
de um cartunista americano de estilo Art-Nouveau… E outros cartunistas com personagens
mais brasileiros… coisas que vi há mais de 80 anos atrás, e que lamento nunca houvessem
pensado nossos editores em reeditar os preciosos números do Tico-Tico!… Havia ainda a revistinha Gibi, semanal infantil, d’O Globo.
Como espalho
desenhos para pessoas amigas na Europa e USA, que não sabem português, prefiro cartuns
sem bolhas de letras, para serem internacionais. Salvo em casos que quero fazer
alguma graçola idiomática… ataco com bolhas, seja em Português, seja em alguma língua
estrangeira macarronizada.
Primeiro de todos,
o inventor da história-em-quadrinhos,
o caricaturista-poeta Wilhelm Busch (1832-1908), autor das aventuras de dois meninos,
Max e Moritz, dois pirralhos que aprontam dez mil travessuras… Os diálogos vinham
numa faixa em baixo do quadrinho. O inventor das bolhas (dos balões) foi um desenhista
alemão naturalizado norte-americano que se inspirou diretamente de Wilhelm Bush,
na virada do sec. XIX para o XX, com dois endiabrados meninos que falavam um inglês
alemanizado, e todos os personagens, inclusive o Capitão e a mãe dos dois garotos,
viviam em uma colônia alemã nos trópicos… No Brasil, os meninos se chamavam Hans
e Fritz. Dos cartunistas brasileiros, o Mestre é o nosso genial Millôr Fernandes…
Mas não podemos esquecer Nássara, Jaguar, os Três Ases da Folha SP, e os caricaturista da Careta.
Ao longo de toda a primeira metade dos 1900s… o Barão de Itararé que no seu pasquim
A Manha rabiscava em cima das fotografias,
e se esmerava em poesias macarrônicas.
§ Bravooo, João!… Conforme você já terá notado, na Agulha Revista de Cultura, todo número apresenta
um artista plástico homenageado. Você poderia propor que o artista convidado fosse
o Luíz Sá, e apresentaria ao Floriano páginas de desenhos do Sá: a) Reco-Reco, Bolão e Azeitona em cores fulgurantes;
b) a série patafísica de terror dos desenhos dele para ilustrar pareceres do Instituto
Thalassa, Doutor Fulantrol dá conselhos preventivos. Há reproduções de anúncios
de remédios que saíram n’O Tico-Tico,
tem o de um xarope Torax de uma Dona Tia Preta Pacifé, que é para tosse, mas no
anúncio diz que também é eficiente contra a sífilis… e o Instituto Thalassa protesta
indignado da irresponsabilidade da Tia Pacifé, não há xarope contra tosse que cure
sífilis. Há ainda uma outra doença terrível da época, e o L. Sá apronta um desenho
genial, com o Capeta na gruta ferrando o Fulano. Este lado do Terror Festivo, que
só o L. Sá soube criar graças à sua alegria espontânea genial, que é o que há de
mais SURREALISTA possível. É nesta tecla que deves tocar. E concentrar a iconografia
na trinca RBA e nos desenhos da Peste…
Não apresente os desenhos esportivos, ou da Girafa Fafá… Concentre-se na série RBA e… nos desenhos medicinais, que, delícia
das delícias, saíram no Tico-Tico!…
§ Formidável. Vendo os quadros de uma exposição de Luiz Sá de 1934 você sente o caminho que haverá de tomar seu trabalho,
para uma radical simplificação. Luíz passou da pintura para a caricatura certamente
por razões econômicas, porque a pintura no Brasil até os 40s não tinha mercado.
E a caricatura desde os tempos do Império, pelos jornais despertava grande interesse
e os caricaturistas de renome recebiam seu salário. E, na virada do Século, n’O Tico-Tico, o cartunista já podia criar
desenhos com maravilhosa explosão de cores, e tal foi o caso do Luiz.
Lembro-me ter lido, há
muito tempo, uma reportagem concedida pelo Luiz, em seu leito de hospital, em que
ele explicava que os padres lhe disseram que poderia fazer caricaturas de santos,
desde que o Santo não aparecesse. Donde lhe veio essa ideia de substituir o Santo
por um facho de luz.
Nesta exposição – Galeria de quadros célebres, de 1931 –, há um interessante fundo sócio-político,
que o Luiz habitualmente evitava, de modo a não se desviar de sua linha alegre e
livre, como tinha sido seu sucesso n’O Tico-Tico.
Dos quadros,
para mim o mais interessante é o do Padre Tomás assistindo a bela desfalecida Moema…
e o caranguejo, à esquerda, de pinças abertas…
Os quadros do Luiz são muito
interessantes, mas não creio que pudessem atrair clientes na burguesada chique de
então. Precisava vir a Semana d’Arte Moderna, SP, de 22.
Luiz Sá tem um traço de
uma leveza e graça inacreditáveis!!! Merciiii!!! Um presentaço pro fim de semana!!!
Veio-me a lembrança sua impagável trinca Reco-Reco,
Bolão e Azeitona, que vinham na última página d’O Tico Tico!!!… Depois que o Tico-Tico
acabou… Luiz Sá começou a fazer umas charges que vinham num jornal documentário
de notícias, no início de cada nova notícia… Getúlio discursando, Marechal Dutra,
cerimônia religiosa com o Bispo Barrigone, festinha chic, o Zepelim sobrevoando
a cidade etc. etc. O que valia da xaropada só as charges do Luiz Sá.
Creio que também foi muito
ativo em O Malho, um semanário que tinha
em todas as mesas da saleta de espera das Barbearias… Tenho quase certeza que o
Luiz Sá era um dos caricaturistas especialistas no Getúlio, assunto delicado e perigoso.
Luiz Sá tem um traço leve,
alegre, e magnífico!… Reco-Reco, Bolão e Azeitona
é uma obra-prima da nossa HQ que espero um dia receba a edição que merece. Ele nos
passou uma mensagem de alegria e fraternidade, bem marcada de brasilidade. Embora
não o tenha conhecido pessoalmente, voto por ele uma grande amizade.
Zuca Sardan |
Impagáveis e as mais justas
possíveis!!! Este texto da Campanha do Leite é de um Humor Visível e Invisível absolutamente
extraordinários.
§ Olá, João!, nosso Luiz Sá é de uma atividade assombrosa…
A folha de ontem, que me passaste, de 1933, com uma Apologia do Leite… é de um Humor
Negro de magistral acaso objetivo. Os
bonecos engraçadíssimos e ingênuos do Luiz Sá fazem uma vigorosa campanha pelo leite,
por seu destacado valor do para a saúde, que vem envolta numa moldura negra com
anúncios sinistros de Elixires, que vieram dar apoio à campanha benéfica do leite,
mas também… um à direita é de uma bruxa africana Dona Binga, que faz o panegírico
de seu xarope milagroso, que tem o mesmo valor nutritivo que o leite do Luiz Sá
pra Saúde, e é especial pra cura da Sífilis… e no final do show, na parte de baixo
da página, Doutor Carcanha apresenta, suas desculpas pela condenável invasão da página pelos falaciosos
representantes dos elixires para a suposta cura da sífilis. Enfim, um surpreendente
capalovaro improvisado.
§ Olá, João, esses almanaques que você descobre, são uns
Tesouros da Patafísica!… A alegria inocente do Luiz Sá, que se diverte com as
mais pavorosas atrocidades!… Suas charges são impagáveis dos contrastes entre o
traço leve e os temas trágicos. Lembro-me que nos seus últimos tempos, num leito
de Hospital Cristão de Caridade, seguia desenhando suas ilustrações para os sermões
dos padres aos pacientes moribundos…
Este Almanaque é uma delícia.
As estampas do Luiz Sá em verde ganham um charme especial. O texto do Almanaque
é uma preciosa mina de auto-paródias patafísicas. Ma-ra-vi-lha!! Tens um olho-de-lince, João,
descobres preciosidades!… Bravooo!!
Você poderia fazer um paqueno
folheto, com coisas do Luiz Sá. Sobretudo os cartuns que tratam de doenças graves
e medidas de higiene. São impagáveis pelo contraste que estabelecem. O Luiz Sá,
que sempre admirei, ora me traz à lembrança o Joâo Nariz (O Garimpeiro do Rio das
Garças), uma história altamente ilustrada, praticamente um HQ, com um desenho de
grande vivacidade, num livreco quadrado atarracado, deveria uns 12x12 cm, volume
gorducho e compacto, tenho a impressão que daria pra fazer cineminha volteando as folhas com velocidade, e que contava a história
dum garimpeiro, Zé Nariz, às voltas com bandidos que lhe queriam afanar a colossal
pepita de ouro que ele havia descoberto, no pequeno riacho. Eu cheguei a te passar o
Guinhol do Zé Bong?… Só recebi resposta de pessoas no estrangeiro… artistas direta
ou indiretamente ligados ao Surrealismo.
§ Maravilha, Joäo!… Talvez um dia possamos publicar o
Luiz Sá. Vá dando uma sondada de leve, quando a coisa estiver mais avançada, na
tua posição de escritor da Agulha Revista
de Cultura, poderás sugerir fazer um artigo ilustrado sobre o Luiz. Aposto que
o Floriano topará. E depois então, sabe-se lá, um livrinho LS com tua apresentação
na Editora da Agulha, o Floriano é bem atilado e vai sacar a importância do lance.
Bem planejado o lançamento, poderá ter um surpreendente sucesso.
03 | LUIZ SÁ (Brasil,
1907-1979). Nosso artista convidado. Caricaturista brasileiro, criador dos personagens Reco-Reco,
Bolão e Azeitona que, durante anos, apareceram na revista infantil O Tico-Tico. Foi também responsável pela
criação de uma série de curtas de animação que ficou perdida por anos, As Aventuras de Virgulino. Seu desenho é
caracterizado pelo uso quase exclusivo de linhas curvas, tendo quase todos os seus
personagens os rostos bastante arredondados. Por volta de 1950 Luiz Sá muito contribuiu
ilustrando panfletos educativos e relacionados com a saúde publicados pelo então
Ministério de Educação e Saúde no Rio de Janeiro, como uma ilustração abaixo do
texto “Quem come a galope, o intestino entope”. É um dos mais originais, significativos
e emblemáticos artistas de toda a história do desenho de humor nacional, tendo sido
o primeiro cartunista brasileiro com características de artista popular a conquistar
visibilidade nacional. Desde os primeiros desenhos publicados ainda na imprensa
cearense em 1927, passou pelos cartuns, ilustrações e histórias em quadrinhos produzidos
para os mais diversos meios a partir de 1930.
Floriano Martins
∞ índice
ALBERTO CLAUDIO BLASETTI | Encuentro
con Juan José Ceselli
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/alberto-claudio-blasetti-encuentro-con.html
ANA CRISTINA JOAQUIM | Herberto Helder e a poesia surrealista portuguesa:
aproximações da arte da performance
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/ana-cristina-joaquim-herberto-helder-e.html
ANTÓNIO
CÂNDIDO FRANCO | A situação espiritual da poesia de Manuel de Castro
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/antonio-candido-franco-situacao.html
APRIL D. FALLON | Not Merely Object and Image: The Surreal
and Pre-Raphaelite Influences in Lorine Niedecker’s Poetry
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/april-d-fallon-not-merely-object-and.html
CLAUDIO
WILLER | A poesia de Roberto Piva e o Surrealismo
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/claudio-willer-poesia-de-roberto-piva-e.html
CLAUDIO
WILLER | Uma série sobre surrealismo e cinema
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/claudio-willer-uma-serie-sobre.html
FLORIANO MARTINS | Max Ernst y los velos quitados en plena
danza
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/floriano-martins-max-ernst-y-los-velos.html
JOSÉ ÁNGEL LEYVA | Floriano Martins, Una aguja en la Red del
mestizaje
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/jose-angel-leyva-floriano-martins-una.html
MERCEDES JIMÉNEZ DE
LA FUENTE | La joven Leonora Carrington y el movimiento surrealista
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/mercedes-jimenez-de-la-fuente-la-joven.html
MONIQUE JUTRIN | Más
allá de la vanguardia: Benjamin Fondane
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2022/12/monique-jutrin-mas-alla-de-la.html
|
|
Agulha Revista de Cultura
Número 219 | dezembro de 2022
Artista convidada: Luiz Sá (Brasil, 1907-1979)
editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com
editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com
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