sexta-feira, 5 de novembro de 2021

AGULHA REVISTA DE CULTURA # 186 – novembro de 2021

 

• EDITORIAL – PARTITURAS DO MARAVILHOSO: BRASIL

 


Em muitos momentos – e naturalmente o tema nos provoca profunda indignação – o grande público toma conhecimento dos mais destacados e variados nomes de nossa expressão artística em circunstâncias alheias aos valores de sua obra, quase que unicamente em face de sua morte. Somos rigorosamente um país explosivo na densidade estética de nossos criadores, muitos deles os fundadores e/ou renovadores da linguagem artística em suas inúmeras perspectivas. Esta lastimável constatação não tem nem mesmo a função de recuperar a genialidade de tais nomes, pois tão logo passe o momento da efeméride tais personagens são novamente envoltos em uma névoa criminosa.

Em um país que se desconhece a si mesmo, onde a engrenagem de uma máquina de destruição permanente de nossa cultura avança com um poderio inigualável, a arte se vê tolhida pela indústria do entretenimento, onde aflora, em geral, o que há de mais medíocre, pois até nisto somos inventivos. Evoluímos por inação ou alienação, em parte por um sentido deplorável de impotência orgânica, em parte, certamente que em decorrência dessa grave falha de caráter, pelo envolvimento na criação de truques de resistência isolados. Um de nossos imensos compositores, Antonio Carlos Jobim, disse certa vez, e não sem razão, que o Brasil é um país para profissionais. Isto significa que além dos riscos saborosos da criação, do mergulho em tempestades estéticas, na dramaticidade do ato criador, temos também que inventar soluções de permanência e até mesmo de simples difusão e percepção crítica do que criamos.


Os nossos convidados para esta edição que carinhosamente chamamos Agulha-BrasilJacob Klintowitz, João Andreazzi, Jovino Santos Neto, Maura Baiocchi, Oswald Barroso, Rogerio De Campos, Ronaldo Miranda, Sheyla Castro Diniz, Wilson Coêlho e Wolfgang Pannek – todos eles expressivos representantes de nosso mundo artístico, trazem testemunhos de uma resistência eficaz, de uma teimosia visceral, e são a prova de que há ainda um país chamado Brasil. Pelo que são e recordam, refletem e produzem, pela luz com que dinamitam o terror, são eles que elucidam alguns dos caminhos de nossas artes, em especial as cênicas e plásticas, a música e a literatura. Leiamos com atenção o que trazem para nós.

A eles acrescentamos o jovem Marcos Tedeschi (Brasil, 1982), nosso artista convidado, com sua pintura repleta de surrealismo e expressionismo, uma forte trajetória por um mundo sombrio de personagens que desentranha de sua ávida percepção do mundo. Breve tinta curricular fornecida por ele: Estudou inicialmente com o mestre Alzaga, seu único professor de arte e a quem se refere com muita gratidão. Em 2019 fez parte da expo coletiva “Ponto” e em 2020 de “Convergência”, ambas na Galeria Litt. Ganhou prêmio na categoria Pintura no Primeiro Salão de Belas Artes Clodomiro Amazonas. Expôs a série de desenhos “And then we came” na CASA em 2018, também nesse ano ganhou o prêmio na categoria Pintura na Primeira Bienal de Taubaté. Faz parte do catálogo Artis 2016 e 2017 de Portugal. Foi escolhido para participar com duas pinturas na exposição Damned de 2015 e uma em 2017, em Detroit. Participou do Salão de Outono da América Latina 2017. Em 2011 representou o Brasil na mostra Inside/Outside da TAT Galéria em Budapeste. E agora se encontra conosco, com uma mostra de 46 imagens de sua intrigante obra plástica.

 

Os Editores  


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• ÍNDICE

 

FLORIANO MARTINS | Um primeiro encontro com Jacob Klintowitz

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/floriano-martins-um-primeiro-encontro.html

 

JOÃO ANDREAZZI Sobre a Cia. Corpos Nômades

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/joao-andreazzi-sobre-cia-corpos-nomades.html

 

JOVINO SANTOS NETO | A música instrumental no Brasil

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/jovino-santos-neto-musica-instrumental.html

 

MAURA BAIOCCHI | Encontros com Sérgio Mamberti

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/maura-baiocchi-encontros-com-sergio.html

 

OSWALD BARROSO | Máscaras rituais indígenas do nordeste brasileiro

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/oswald-barroso-mascaras-rituais.html

 

ROGERIO DE CAMPOS | A história da literatura no século XX e XIX

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/rogerio-de-campos-historia-da.html

 

RONALDO MIRANDA | De José Maurício a Almeida Prado, uma visão retrospectiva da música erudita brasileira

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/ronaldo-miranda-de-jose-mauricio.html

 

SHEYLA CASTRO DINIZ | A sonoridade harmônica da Bossa Nova: comentários sobre quatro canções

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/sheyla-castro-diniz-sonoridade.html

 

WILSON COÊLHO | Dramaturgia brasileira nas coxias. Entre as cenas e as obscenas

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/wilson-coelho-dramaturgia-brasileira.html

 

WOLFGANG PANNEK | Surrealismo e teatro coreográfico de tensões

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/2021/11/wolfgang-pannek-surrealismo-e-teatro.html 

 

 


 

Marcos Tedeschi

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[A partir de janeiro de 2022]

 

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Agulha Revista de Cultura

UMA AGULHA NA MESA O MUNDO NO PRATO

Número 186 | novembro de 2021

Curadoria: Floriano Martins (Brasil, 1957)

Artista convidado: Marcos Tedeschi (Brasil, 1982)

editor geral | FLORIANO MARTINS | floriano.agulha@gmail.com

editor assistente | MÁRCIO SIMÕES | mxsimoes@hotmail.com

logo & design | FLORIANO MARTINS

revisão de textos & difusão | FLORIANO MARTINS | MÁRCIO SIMÕES

ARC Edições © 2021

 

Visitem também:

Atlas Lírico da América Hispânica

Conexão Hispânica

Escritura Conquistada

 


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