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2011 Alegoria silenciosa |
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2011 Amuleto extraviado |
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2011 Aviso ignorado |
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2011 Caderno de relatos |
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2011 Celebração da memória |
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2011 Cicatriz do olhar |
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2011 Crônica de miragens |
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2011 Desejo da palavra |
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2011 Despedida do anjo |
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2011 Destino incessante |
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2011 Disfarce do mito |
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2011 Equilíbrio excedido |
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2011 Esboço de quimera |
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2011 Espelho indeciso |
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2011 Espírito apropriado |
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2011 Feitiço enganado |
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2011 Harmonia repentina |
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2011 Herança invisível |
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2011 Humanismo Secular (Homenagem a Frank Zappa) |
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2011 Inconsolável grandeza |
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2011 Lanterna em repouso |
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2011 Lágrima escrita |
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2011 Mapa suspeito |
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2011 Memória do voo |
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2011 Música inconclusa |
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2011 Natureza Morta |
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2011 Necessidade interior |
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2011 Olhos adormecidos |
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2011 Prece do tempo |
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2011 Presságio inquieto |
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2011 Promessa mantida |
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2011 Sala de emergência |
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2011 Segredo da esfinge |
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2011 Sonho do espelho |
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2011 Tempo entredito |
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2011 Tratado de harmonia |
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2011 Três irmãs |
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2011 Vestígio de sombras |
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2011 Vislumbre acidentado |
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2011 Árvore secreta |
Quem poderá saber quais novas galáxias Floriano Martins ainda inventará para apaziguar a sua curiosidade febril e aumentar a nossa surpresa e o nosso prazer?
Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de automodificação, estas fotografias têm uma inquietante estabilidade. Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar.
A misteriosa mão estendida, recoberta de barro, constituída de barro, mão cerâmica, tem um aspecto ancestral, como se viesse de tempos imemoriais. E é a marca desta série. Mesmo que cada foto seja independente em si mesma, ainda assim a força da imagem da mão - intuímos que seja capaz de inventar e moldar - simboliza a capacidade de gerar e tornar os sonhos em ficções poéticas e objetivas.
Mão feita de barro, como o mítico primeiro homem da nossa espécie, o homem feito de barro e animado pelo sopro. O pó da nossa matéria e a alma instalada pelo sopro divino. O barro queimado tornado homem cerâmico pelo vento ardente, o Pai Adão. É neste mito, e à semelhança do mito, onde navega a anima de Floriano. Ele mistura, combina, desconjunta, embaralha, estabelece relações entre imagens diversas e inventa novas visualidades.
E nem poderia ser diferente com a produção destas imagens. Floriano Martins é um criador incansável e múltiplo. Ele criou e dirigou por 10 anos a Agulha Revista de Cultura, das mais lidas na língua portuguesa. E o Projeto Editorial Banda Hispânica, no qual estabeleceu um diálogo intenso entre as culturas dos vários países de língua espanhola. E é um profundo historiador do Surrealismo na América Latina. E é um poeta editado em vários países. E um crítico de cultura, narrador, tradutor e autor de letras de canções com variados parceiros.
Quem é Floriano Martins? Trata-se de um Mestre do Inusitado.
JACOB KLINTOWITZ | Junho de 2012
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2011 Na mão de Adão cabem todos os sonhos |
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