quinta-feira, 20 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Autorretrato

 

 

Não é através das portas que surge nosso abandono.

JOSÉ LEZAMA LIMA

 

Convenho com os cantores ambulantes gauleses em que o que mais beneficia a um poeta é o conhecimento e a compreensão dos mitos.

ROBERT GRAVES

 

1.

 

Quem te envia, diluviana forma que me extravasa?

Não és um disparate, suponho, ou mesmo

o começo de uma nova história. Hábil, conduzes

as imagens secretas de muitos martírios.

Sinto-me fausta criatura ao receber-te em casa.

Parecem não te importar as perguntas que faço.

Reinas em qual floresta, em qual enigma de folhas?

Para atender a qual desígnio deves me levar contigo?

Avilta-me a proteção do morto. Dispenso-te

as núpcias, as leis do entranhado sacrifício.

Mas podes repousar da longa viagem, quem sejas,

enquanto me sucedem os aforismos de teu corpo.

 

2.

 

Novíssima aparição que me flui de um tormento circular:

por onde me inicio a decifrar teus fragmentos?

Terei que ser o náufrago em tenebroso espectro, o pária

encrostado na melancolia escamosa da imensa língua?

Quantos animais vigiam tua gruta de mistérios velozes,

de que te protegem as resinas elétricas e ramos do impuro húmus?

Novíssima, tua voz me vem com a indiferença das marés.

Somos sigilosos nas tábuas descomunais de nossos jogos.

Fugidios, como a agonia e os deuses sarcásticos.

Te pareces com Ishtar, ainda que te finjas de Marduk.

Contudo, doem-me as chamas de teus jardins, o rumor

que nos conduz por tuas cavernas sangrentas, a flor

do desterro que aprisionou em pedra o sonho da divindade.

Glória a tudo o que some de nossas mãos, pois aquilo

que tocamos é descompasso e extravio e severa dispersão.

 

3.

 

Ao desprendido lhe devora sua cúmplice Pandora. Iluminam-nos Fedra e Argos com suas radiantes falas. Somente aos cegos mostra-se Hades. Embosca-nos Antíloco, antes de todo regresso. [Intervalos indomáveis.] Não importa qual a nossa idade, Têutamo nos castiga com a sombria repetição de seu nome. Somos os filhos de Penteu, desgostosos rostos entregues ao lamento. Ao jovem Megareu, guardado em suas entranhas, não lhe causa fúria o oráculo. Leucotéa, nossa grande mãe, confunde-se com todas as deusas, sendo a mais bela em sua alvura estelar. [Intervalos eloquentes.] Antes que nos grite Íaco, que nos reanimem as lágrimas de Ísis. Tudo está em seu fósforo, como recolher o trigo mágico no corpo de Haliarto. Cuidar então dos espelhos e não receber Damásen em sua cama.

 

4.

 

Quem te deseja cativa de um torpe sacrifício,

grande passo das águas que me buscam ídolo

chagado em pleno rio, o rosto em lástima?

 

5.

 

Navego contigo, sem romper a semelhança.

 

Somos a queda d’água acariciada,

o tremor

de todos os rompimentos despertos,

a ave

que se permite derreter em seu voo,

o labirinto

que se desfaz em fios de lã,

um pobre deus

perdido de suas sombras,

iluminado tão-somente pelo fastio da memória.

 

Navego contigo, alheio a toda semelhança.

 

6.

 

Mas quem és, calcinada matéria, que me buscas como a uma urna a ser profanada? As mil formas que assumes e o refinado discurso de tua horda não te tornam incriada. Virás de alguma coxa disforme, de algum sepulcro violado. Carnes as tuas que sinto serem o vidro reclamado pelo mesmo labirinto em que te divertes agora e sempre a enganar-me com o feitiço primogênito de estátuas andarilhas. Marés de espelhos, eis em que te disfarças e gemes um céu que me dilata e sou o tropel de tuas imagens recolhidas na dor de pedra de um abismo tenebroso que nos inicia. Úmido enxame do nada, retórica em que tudo se distrai.

 

7.

 

Amauta me conta os segredos de Ouroboros, que ele chama de Amaru. Confunde-se a perda com o ganho, ao passo que aquilo que se pressente é apenas outra forma do vivido. Ifá nos revela que o mistério é a indicação mais profunda do que escondemos de nós mesmos. Nos manuscritos do pai o segredo, uma chave que se abre: o oculto é aquele que se guarda de si.

 

8.

 

Atravessando o rio, os versos vão dar em Fu-Sang.

Talvez o poeta tivesse o mapa de Guadalupe

e o acaso não lhe houvesse tecido catástrofe tão pífia

quanto o recolhimento em um hospício. Tudo é tempo,

vociferou o débil Megareu em sua camisa de força.

Velho prédio de janelas verdes, guardado em grades.

Atravessando o rio, ali estava Alexander Search

mastigado por suas visões, restos do sonho de Moreau.

No que me queres permitir, eu vou, a queimar-me

na composição de novas formas. Os deuses tocavam

o prédio como a construção de um novo tempo. Ilha

de soberbos enigmas, flor de alegorias. O interno

Alexander Search multiplicava-se em mil dementes,

todos iluminados pelos escritos de Ma-Tuã-Lin.

Atravessando o rio, vários os pacientes ali guardados,

alguns confessam sonhar com a serpente emplumada.

 

9.

 

É certo que sou um fragmento de tua origem, os episódios da inquietude: vigor agressivo com que negas o mistério. Sou a selvajaria do que não consegues tocar em ti, deusas mumificadas com seus rostos voltados para o sol. Mama-Lola a quem Ifá não concede todas as chaves dos sonhos. A estridente Lígis dilacerada por seus encantos. Sombra reinando na cabala que te circunda.

 

10.

 

Qual o sopro queimante de tua eternidade?

Agora estamos para a medida da ruptura.

Tomar nota do voo para identificar a ave,

os soluços do fogo que soa em tensa função.

Agora é indagar da virgem por onde percorrer

a chama de sua origem, o mergulho incerto

nas pálpebras espelhadas de tantas visões.

Para ela, todo sentido é movimento. Mais breve

aquele que lhe toque antes que o perceba.

Desata-se a animada criatura em aparições,

velada por seus ídolos, que não nadam

[nadam] como as criaturas de Santa Teresa.

Apenas o rio, circundado pela sombra

de seu fino papiro que se escreve a si mesmo,

mares a fio. Quem te envia, se não queres

ser a medida de teu próprio extravio?

 

11.

 

Alexander dizia-se residente no inferno: Tudo se encerra no fogo que o domina. Buscamos molduras para nossos atos. Uma miséria fabulosa nos aniquila. Não se trata da queda do mito. O que me reconcilia comigo mesmo é meu entendimento de que algo se rompeu em mim. O poema é como um lagarto voraz em busca de seu enigma verde. Não canto a ninguém. Dissolvo-me para que me alcance. Morra o homem de solidão, até ser o poeta de si mesmo.

 

12.

 

Quem somos? Os magníficos restos da espécie,

sacerdotes de ruínas, vastas e frustrantes?

Prosseguimos banhados de cinzas e fétidas

memórias, em comunhão com a dor infatigável.

Somamos aos milhares os lamentos das divindades,

féretro de peregrinos, mórbida colheita de cadáveres.

Na ilha inteira, nada se revela que não seja a grande catarse

do vazio. Todas as lembranças alucinam,

não há onde esquecer o sofrimento e as dores humanas.

Sangra o carvalho dos celtas, a árvore cósmica

sumeriana, o jícaro do popol-vuh e o desprezado

fícus-benjamim do nordeste brasileiro.

Decaem as cidades com o degredo de suas árvores.

Somente a Nergal caberia o amor de sua Eresquigal.

Somos os magníficos trapos encharcados

de óleo e argila. Invocados, uma vez mais seremos

o nascimento e a queda. Abismos descontínuos.

 

13. MANUSCRITOS DE MEGAREU

 

Somente as vítimas dormem. É quando sofrem as metáforas da poesia. Meu corpo não existe além de sua interpretação. Acaso a dor não é a única explicação plausível da existência do homem na terra? Digo: a metafísica da dor, seu despojamento carnal. Toda a civilização humana está baseada nos efeitos da dor. Não importa se no Marrocos ou na Chapada do Araripe, a dor nos distancia da realidade. E toda a política se baseia na expressão desse distanciamento. A arte que se faz hoje não contesta mais tal empresa, tomada que se encontra por uma ordem diabólica, a de anulação constante de toda contestação. O artista, antes considerado um intruso, hoje não passa de um travesti que expõe as fraudulentas versões de prazer de uma sociedade bestializada.

 

14. RABISCOS DE ALEXANDER

 

Rio-me de teus olhos, de tua loucura rara.

Ainda pensas que és um e que te miras no espelho.

Mas como posso rir, se já não nos rimos mais?

 

15.

 

Busca-se a força no tempo, em suas largas raízes.

Uma noite me falou Alexander Search dos mapas

que ele próprio rascunhara, as distâncias

que nos unem sem que as percebamos. Nas mãos

do próprio tempo as do alucinado cartógrafo,

explorando a memória como um banho de óleos.

Paredes desfiguradas, chão de restos, luz

quase nada. O incenso rastejante. Tecidos urdiam

o sinistro significado de suas vértebras longevas.

Nada era descrito ou classificado, um atormentado

mundo de insinuações. Ali, não éramos senão bestas,

anotações baseadas em nossa própria parvoíce.

Sua mão, contudo, seguia traçando a contradição

entre arte e ciência: Não estamos retocando

os velhos traumas – disse-me –, mas sim elegendo

melhor nossos equívocos, e seguiu convincente.

 

16.

 

Sentamos para chorar. Queríamos escapar do terror e da piedade, preservar nosso espírito da expansão de um mundo coletivo. Larga coxia, cheiro gasto de intempérie. Comigo estavam Alexander Search e Edward Hyde. À frente do velho esgoto que abrigava nossas lágrimas, erguia-se um grafite quase que de todo apagado: Somente a estranheza revela. Choramos por Eurípedes. Todos queríamos buscar em nós mesmos as personagens do que imaginávamos ser a viagem dos deuses através de nossa própria existência. Diante de um leito frio, todos os versos são terríveis. Há momentos em que o branco é de uma complexa nulidade. É quando o universo se afasta de nós.

 

17.

 

Medíocres filhos do Estado permaneceram

debilitados por sua própria mortificação.

São os donos da comarca, no insuperável dever

de banir a erotomania social a todo custo.

Somente os imbecis falam em paraíso perdido.

Teclamos a matéria sensual de nosso degredo.

Toleramos quaisquer argumentos que nos aniquilem.

Contemos as provisões ecológicas para que

o mundo não sobreviva sem nós. Estamos

prontos para o linchamento, porém há muito

não nos chamamos Pasolini, Gogh ou Artaud.

Até quando caberá à pintura, à música, à poesia

a risível culpa pelas misérias insuperáveis?

O homem será medíocre até no último ato?

 

18.

 

Podre a árvore mesmo em sua fotografia. Lesmas aventuradas nos riscos de raiz. Como o búfalo sioux, se perco meus dons lá se vão minhas pernas. Tudo caminha como uma mãe-da-erva, possessiva nos fotogramas da destruição da espécie. Tudo em cada um de nós é a sombra de algum lugar. Há um desenho autodestrutivo de todas as coisas que tocamos em vida. Lugar da carne que não serve para nada e mastiga a própria ansiedade. Nada sobra do desejo. Ao rasgar as paredes do ateliê (um artista, um poeta, um músico), um incêndio de tintas revela-se frondoso ante a câmara.

 

19. CODA

 

Ma-Tuã-Lin então concluíra seu autorretrato,

a pele fabulosa cerzida em suas vertigens.

Mãos enormes que se misturaram às tintas,

como se guardassem um semblante que lhes faltasse.

Jamais recuar ante a perfeição das formas,

ou a inquietude da imagem tecida pelo fogo.

 

clareza: o nome da noite – altura: a cor do desmaio – profundidade: o espírito errante – síntese: o toque do enigma – leveza: o percurso entre dois mundos – artesania: o desfiar dos sonhos – ascese: o que permanece em si – movimento: a ideia clara – sabedoria: o que lhe recria – finitude: o autorretrato



 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 

 


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