Não é através das
portas que surge nosso abandono.
JOSÉ LEZAMA LIMA
Convenho com os
cantores ambulantes gauleses em que o que mais beneficia a um poeta é o
conhecimento e a compreensão dos mitos.
ROBERT GRAVES
1.
Quem te envia, diluviana forma que me
extravasa?
Não és um disparate, suponho, ou mesmo
o começo de uma nova história. Hábil,
conduzes
as imagens secretas de muitos
martírios.
Sinto-me fausta criatura ao receber-te
em casa.
Parecem não te importar as perguntas
que faço.
Reinas em qual floresta, em qual
enigma de folhas?
Para atender a qual desígnio deves me
levar contigo?
Avilta-me a proteção do morto.
Dispenso-te
as núpcias, as leis do entranhado
sacrifício.
Mas podes repousar da longa viagem,
quem sejas,
enquanto me sucedem os aforismos de
teu corpo.
2.
Novíssima
aparição que me flui de um tormento circular:
por onde me inicio a decifrar teus
fragmentos?
Terei que ser o náufrago em tenebroso
espectro, o pária
encrostado na melancolia escamosa da
imensa língua?
Quantos animais vigiam tua gruta de
mistérios velozes,
de que te protegem as resinas
elétricas e ramos do impuro húmus?
Novíssima, tua voz me vem com a
indiferença das marés.
Somos sigilosos nas tábuas descomunais
de nossos jogos.
Fugidios, como a agonia e os deuses
sarcásticos.
Te pareces com Ishtar, ainda que te
finjas de Marduk.
Contudo, doem-me as chamas de teus
jardins, o rumor
que nos conduz por tuas cavernas
sangrentas, a flor
do desterro que aprisionou em pedra o
sonho da divindade.
Glória a tudo o que some de nossas
mãos, pois aquilo
que tocamos é descompasso e extravio e
severa dispersão.
3.
Ao desprendido
lhe devora sua cúmplice Pandora. Iluminam-nos Fedra e Argos com suas radiantes
falas. Somente aos cegos mostra-se Hades. Embosca-nos Antíloco, antes de todo
regresso. [Intervalos indomáveis.] Não importa qual a nossa idade, Têutamo nos
castiga com a sombria repetição de seu nome. Somos os filhos de Penteu,
desgostosos rostos entregues ao lamento. Ao jovem Megareu, guardado em suas
entranhas, não lhe causa fúria o oráculo. Leucotéa, nossa grande mãe,
confunde-se com todas as deusas, sendo a mais bela em sua alvura estelar.
[Intervalos eloquentes.] Antes que nos grite Íaco, que nos reanimem as lágrimas
de Ísis. Tudo está em seu fósforo, como recolher o trigo mágico no corpo de
Haliarto. Cuidar então dos espelhos e não receber Damásen em sua cama.
4.
Quem te deseja
cativa de um torpe sacrifício,
grande passo das águas que me buscam
ídolo
chagado em pleno rio, o rosto em
lástima?
5.
Navego contigo,
sem romper a semelhança.
Somos a queda d’água acariciada,
o tremor
de todos os rompimentos despertos,
a ave
que se permite derreter em seu voo,
o labirinto
que se desfaz em fios de lã,
um pobre deus
perdido de suas sombras,
iluminado tão-somente pelo fastio da
memória.
Navego contigo, alheio a toda
semelhança.
6.
Mas quem és,
calcinada matéria, que me buscas como a uma urna a ser profanada? As mil formas
que assumes e o refinado discurso de tua horda não te tornam incriada. Virás de
alguma coxa disforme, de algum sepulcro violado. Carnes as tuas que sinto serem
o vidro reclamado pelo mesmo labirinto em que te divertes agora e sempre a
enganar-me com o feitiço primogênito de estátuas andarilhas. Marés de espelhos,
eis em que te disfarças e gemes um céu que me dilata e sou o tropel de tuas
imagens recolhidas na dor de pedra de um abismo tenebroso que nos inicia. Úmido
enxame do nada, retórica em que tudo se distrai.
7.
Amauta me conta
os segredos de Ouroboros, que ele chama de Amaru. Confunde-se a perda com o
ganho, ao passo que aquilo que se pressente é apenas outra forma do vivido. Ifá
nos revela que o mistério é a indicação mais profunda do que escondemos de nós
mesmos. Nos manuscritos do pai o segredo, uma chave que se abre: o oculto é
aquele que se guarda de si.
8.
Atravessando o
rio, os versos vão dar em Fu-Sang.
Talvez o poeta tivesse o mapa de
Guadalupe
e o acaso não lhe houvesse tecido
catástrofe tão pífia
quanto o recolhimento em um hospício. Tudo é tempo,
vociferou o débil Megareu em sua
camisa de força.
Velho prédio de janelas verdes,
guardado em grades.
Atravessando o rio, ali estava
Alexander Search
mastigado por suas visões, restos do
sonho de Moreau.
No que me queres permitir, eu vou, a
queimar-me
na composição de novas formas. Os
deuses tocavam
o prédio como a construção de um novo
tempo. Ilha
de soberbos enigmas, flor de
alegorias. O interno
Alexander Search multiplicava-se em
mil dementes,
todos iluminados pelos escritos de
Ma-Tuã-Lin.
Atravessando o rio, vários os
pacientes ali guardados,
alguns confessam sonhar com a serpente
emplumada.
9.
É certo que sou
um fragmento de tua origem, os episódios da inquietude: vigor agressivo com que
negas o mistério. Sou a selvajaria do que não consegues tocar em ti, deusas
mumificadas com seus rostos voltados para o sol. Mama-Lola a quem Ifá não
concede todas as chaves dos sonhos. A estridente Lígis dilacerada por seus
encantos. Sombra reinando na cabala que te circunda.
10.
Qual o sopro
queimante de tua eternidade?
Agora estamos para a medida da
ruptura.
Tomar nota do voo para identificar a
ave,
os soluços do fogo que soa em tensa
função.
Agora é indagar da virgem por onde
percorrer
a chama de sua origem, o mergulho
incerto
nas pálpebras espelhadas de tantas
visões.
Para ela, todo sentido é movimento.
Mais breve
aquele que lhe toque antes que o perceba.
Desata-se a animada criatura em
aparições,
velada por seus ídolos, que não nadam
[nadam] como as criaturas de Santa
Teresa.
Apenas o rio, circundado pela sombra
de seu fino papiro que se escreve a si
mesmo,
mares a fio. Quem te envia, se não
queres
ser a medida de teu próprio extravio?
11.
Alexander
dizia-se residente no inferno: Tudo se
encerra no fogo que o domina. Buscamos molduras para nossos atos. Uma miséria
fabulosa nos aniquila. Não se trata da queda do mito. O que me reconcilia
comigo mesmo é meu entendimento de que algo se rompeu em mim. O poema é como um
lagarto voraz em busca de seu enigma verde. Não canto a ninguém. Dissolvo-me
para que me alcance. Morra o homem de solidão, até ser o poeta de si mesmo.
12.
Quem somos? Os
magníficos restos da espécie,
sacerdotes de ruínas, vastas e
frustrantes?
Prosseguimos banhados de cinzas e
fétidas
memórias, em comunhão com a dor
infatigável.
Somamos aos milhares os lamentos das
divindades,
féretro de peregrinos, mórbida
colheita de cadáveres.
Na ilha inteira, nada se revela que
não seja a grande catarse
do vazio. Todas as lembranças
alucinam,
não há onde esquecer o sofrimento e as
dores humanas.
Sangra o carvalho dos celtas, a árvore
cósmica
sumeriana, o jícaro do popol-vuh e o
desprezado
fícus-benjamim do nordeste brasileiro.
Decaem as cidades com o degredo de
suas árvores.
Somente a Nergal caberia o amor de sua
Eresquigal.
Somos os magníficos trapos encharcados
de óleo e argila. Invocados, uma vez
mais seremos
o nascimento e a queda. Abismos
descontínuos.
13. MANUSCRITOS
DE MEGAREU
Somente as vítimas dormem. É quando sofrem as
metáforas da poesia. Meu corpo não existe além de sua interpretação. Acaso a
dor não é a única explicação plausível da existência do homem na terra? Digo: a
metafísica da dor, seu despojamento carnal. Toda a civilização humana está
baseada nos efeitos da dor. Não importa se no Marrocos ou na Chapada do
Araripe, a dor nos distancia da realidade. E toda a política se baseia na
expressão desse distanciamento. A arte que se faz hoje não contesta mais tal
empresa, tomada que se encontra por uma ordem diabólica, a de anulação
constante de toda contestação. O artista, antes considerado um intruso, hoje
não passa de um travesti que expõe as fraudulentas versões de prazer de uma
sociedade bestializada.
14. RABISCOS DE
ALEXANDER
Rio-me de teus olhos, de tua loucura
rara.
Ainda pensas que és um e que te miras
no espelho.
Mas como posso rir, se já não nos
rimos mais?
15.
Busca-se a força
no tempo, em suas largas raízes.
Uma noite me falou Alexander Search
dos mapas
que ele próprio rascunhara, as
distâncias
que nos unem sem que as percebamos.
Nas mãos
do próprio tempo as do alucinado
cartógrafo,
explorando a memória como um banho de
óleos.
Paredes desfiguradas, chão de restos,
luz
quase nada. O incenso rastejante.
Tecidos urdiam
o sinistro significado de suas
vértebras longevas.
Nada era descrito ou classificado, um
atormentado
mundo de insinuações. Ali, não éramos
senão bestas,
anotações baseadas em nossa própria
parvoíce.
Sua mão, contudo, seguia traçando a
contradição
entre arte e ciência: Não estamos retocando
os velhos traumas – disse-me –, mas sim elegendo
melhor nossos equívocos, e seguiu convincente.
16.
Sentamos para
chorar. Queríamos escapar do terror e da piedade, preservar nosso espírito da
expansão de um mundo coletivo. Larga coxia, cheiro gasto de intempérie. Comigo
estavam Alexander Search e Edward Hyde. À frente do velho esgoto que abrigava
nossas lágrimas, erguia-se um grafite quase que de todo apagado: Somente a estranheza revela. Choramos
por Eurípedes. Todos queríamos buscar em nós mesmos as personagens do que
imaginávamos ser a viagem dos deuses através de nossa própria existência.
Diante de um leito frio, todos os versos são terríveis. Há momentos em que o
branco é de uma complexa nulidade. É quando o universo se afasta de nós.
17.
Medíocres filhos
do Estado permaneceram
debilitados por sua própria
mortificação.
São os donos da comarca, no
insuperável dever
de banir a erotomania social a todo
custo.
Somente os imbecis falam em paraíso
perdido.
Teclamos a matéria sensual de nosso
degredo.
Toleramos quaisquer argumentos que nos
aniquilem.
Contemos as provisões ecológicas para
que
o mundo não sobreviva sem nós. Estamos
prontos para o linchamento, porém há
muito
não nos chamamos Pasolini, Gogh ou
Artaud.
Até quando caberá à pintura, à música,
à poesia
a risível culpa pelas misérias
insuperáveis?
O homem será medíocre até no último
ato?
18.
Podre a árvore
mesmo em sua fotografia. Lesmas aventuradas nos riscos de raiz. Como o búfalo sioux, se perco meus dons lá se vão
minhas pernas. Tudo caminha como uma mãe-da-erva, possessiva nos fotogramas da
destruição da espécie. Tudo em cada um de nós é a sombra de algum lugar. Há um
desenho autodestrutivo de todas as coisas que tocamos em vida. Lugar da carne
que não serve para nada e mastiga a própria ansiedade. Nada sobra do desejo. Ao
rasgar as paredes do ateliê (um artista, um poeta, um músico), um incêndio de
tintas revela-se frondoso ante a câmara.
19. CODA
Ma-Tuã-Lin então concluíra seu
autorretrato,
a pele fabulosa cerzida em suas
vertigens.
Mãos enormes que se misturaram às
tintas,
como se guardassem um semblante que
lhes faltasse.
Jamais recuar ante a perfeição das
formas,
ou a inquietude da imagem tecida pelo
fogo.
clareza: o nome da noite – altura: a
cor do desmaio – profundidade: o espírito errante – síntese: o toque do enigma
– leveza: o percurso entre dois mundos – artesania: o desfiar dos sonhos –
ascese: o que permanece em si – movimento: a ideia clara – sabedoria: o que lhe
recria – finitude: o autorretrato
∞
A GRANDE OBRA DA CARNE
A poesia de Floriano Martins
1991 Cinzas do sol
1991 Sábias areias
1994 Tumultúmulos
1998 Autorretrato
2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]
2004 Antes da queda
2004 Lusbet & o olho do abismo abundante
2004 Prodígio das tintas
2004-2015 Estudos de pele
2004-2017 Mecânica do abismo
2005 A queda
2005 Extravio de noites
2006 A noite em tua pele impressa
2006 Duas mentiras
2006-2007 Autobiografia de um truque
2007 Teatro impossível
2008 Sobras de Deus
2008 Blacktown Hospital Bed 23
2009-2010 Efígies suspeitas
2010 Joias do abismo
2010-2011 Antes que a árvore se feche
2012 O livro invisível de William Burroughs
2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]
2013 Anatomia suspeita da realidade
2013 My favorite things [com Manuel Iris]
2013 Sonho de uma última paixão
2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória
2014 Mobília de disfarces
2014 O sol e as sombras
2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil
2015 Enigmas circulares
2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]
2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]
2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]
2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]
2016 A vida acidental de Aurora Leonardos
2016 Altares do caos
2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]
2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos
2017 O livro desmedido de William Blake
2017 Antigas formas do abandono
2017 Manuscrito das obsessões inexatas
2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]
2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra
2018 Atlas revirado
2018 Tabula rasa
2018 Vestígios deleitosos do azar
2021 Las mujeres desaparecidas
2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]
2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]
2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]
2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]
2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]
2023 Inventário da pintura de uma época
2023 Letras del fuego [con Susana Wald]
2023 Primeiro verão longe de casa
∞
1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]
2013-2017 Manuscritos
∞
Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.
∞
OBRA POÉTICA PUBLICADA
Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.
Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2. The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.
Alma em chamas. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.
Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.
Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.
Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.
La noche impresa en tu piel. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.
Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.
Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.
Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.
A alma desfeita em corpo. Lisboa: Apenas Livros, 2009.
Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.
Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.
Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.
Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.
Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.
O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.
A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.
Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.
A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.
Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.
Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.
El frutero de los sueños. Wilmington, USA: Generis Publishing, 2023.
Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.
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Agulha Revista de Cultura
Criada por Floriano Martins
Dirigida por Elys Regina Zils
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/
1999-2024
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