O sol, a montanha, o gavião, tornam a escrita uma invenção inacreditável, tão longínqua no tempo quanto as ciências secretas temidas pelas religiões.
ANSELMO PÍCARO
Sempre que sou tragado pela criação eu penso
na palavra noite.
Como um enxame de martírios ou a coxa idílica
de uma deusa.
Hoje não. Hoje uma caixa suspensa me acena ao
fim do corredor.
Hoje o cenário insiste em não deixar crescer
árvores e escadas.
As sombras se partem como se buscassem
distintos paradeiros em cada um de seus espectros.
O capinzal indicando por onde elas se foram.
O tempo recorta a memória, decidido a
distorcer a origem de tudo.
Porém não penso em noite. Vejo a casa
mesclando seus cômodos.
Decerto ela quer me dizer algo, muito além de
ardis e assombros.
Os mortos foram dissecando meus sonhos, lhes
dando novas perspectivas. Os primeiros eu os enfrentei sozinho,
até conhecer Maria, cuja aliança me tornou o
mundo habitável.
A caixa suspensa tem suas faces espelhadas e
paredes sujas.
Algumas olham para dentro de si, outras
refletem o que virá.
Através delas os mortos narram a delicadeza de
seus desastres.
Seus nomes foram evitados, porém os reconheci,
em cada íntima entranha compartilhada.
No ritual da vigília fatiada, o corpo
paralisado, a aflição da inércia.
Era sempre Maria a me despertar o que teimava
em ausentar-se.
Sou o roteiro acidentado de uma história que
ela teima em contar.
Minha carne impregnada de seus diálogos em
camarins vazios.
– Viemos buscar o
prato e a fornalha, as pistas enigmáticas do labirinto de tua alma.
Sempre que ela me dizia algo eu era conduzido
por um fio de medo.
Temia pelo vazio da casa, pela horta irredutível
do mistério, pelo fim.
∞
Eu a escutava em meus sonhos anunciando que
viria morar comigo.
A noite recrutava seus motivos fatais para
desambientar-me o ser.
Eu a devo ter visto pela casa pregando quadros
em suas paredes, portais que sentenciam ao abismo o olhar.
Maria e a noite, personagens embaralhados,
indigestão de acaso.
Eu as via, dentro e fora de mim, ainda sem reconhecer
a diferença.
O mundo encoberto como as janelas na casa por
pintar.
Desfile lento das vértebras comuns da
existência.
Um pouco de pó, as gretas lacradas dos
vislumbres, o lixo na cozinha à espera como uma pilha de soluções
incontestáveis. Ela me viu.
O olho do porão me convidava a descer até o
afago das intempéries.
– As nossas peles
um dia revelarão a selva com que o tempo nos cativa.
Meu beijo em tua
nuca enquanto escreves. A casa repleta de paredes surdas e os verbos com que
intimamos a vida a nos decifrar.
Quando Maria adentrou o embaraço de minhas
visões, a casa mudou.
Um alvoroço de luzes vagava pelos corredores,
pajeando as sombras que se precipitavam nos quartos.
Em cada um deles um lençol abraçava ciumento
um grande espelho.
Mobília alguma tocava o chão, flutuando como
um pranto indesejado.
Alguns cantos se despiam adeptos da proeza das
sacadas.
Rio de imagens evocadas pelos sapatos gastos e
um bolor de horas desprezadas. A caixa suspensa salpicava de monstros as
cortinas.
Sonhei com noites líquidas que previam a
balbúrdia de meus versos.
No dia em que Maria veio morar comigo o luto
ainda me azunhava a carne tensa, raspando as vértebras de meu ser.
∞
Estou detido em meu corpo. Um vulto ainda
lambe meus suores.
O paraíso entalhado na porta não nos vê se
estamos dentro de casa.
As pérolas guardam em seu íntimo um aquário de
ostras.
Os mortos arrancam a pele do rosto como
paredes descascando-se.
Há décadas reluto em vir aqui, temendo me
reconhecer no último verso que me aguarda: Agora
é a minha vez de morrer primeiro.
Não recordo quando comecei a escrevê-lo.
Talvez quando a sombra
da mãe ainda rondava o pote lacrado de minhas
alucinações.
Talvez a preparar a comida dos filhos. Quando
Maria se deitava sobre mim e a casa excitada rangia por dobradiças e assoalhos.
Mas quantas foram mesmo elas? Desdobrando-se
como uma cebola,
as casas iam amontoando uma história incomum.
Um dia foram sete.
Desde então algo nelas me disse que não
haveria outro enredo.
∞
As casas foram sete em duas cidades. Um dia
aprendi a esquecê-las.
Apenas um morto viveu conosco por algum tempo.
Os outros não.
A avó e a tia nos visitaram uma vez. Muitos
bateram à porta em vão.
O sogro assobiava do pátio, até descobrirmos
que não havia pátio.
O telhado ondulava como uma folha em
incomunicável aguaceiro.
– Uma noite me
escreves no ouvido o lábio sinuoso das cortinas que preparas para que a sala
dance conosco em meio ao orgasmo.
Eu fiz tantas
vezes o teu corpo ir e vir, mascando as minhas linhas, como um horizonte que
passa sem deixar vestígio algum.
Maria trotava pela casa inteira, enquanto
dormiam as crianças.
As portas confabulavam seguras de que ali
viveríamos para sempre.
Suas mãos se multiplicavam por meu corpo e me
trazia de volta à vida um turbilhão de vozes histéricas.
A casa me reconhecia na umidade de seu ventre.
Eu vou ter um pássaro dentro de mim.
Ele será nosso primeiro filho e um dia
ensinará seus irmãos a voar.
Jamais soube quem teria dito essa frase.
A casa passa noites em claro a contar os
corações que nela deixaram de sangrar.
O perdão não serve de nada, como uma lágrima
na escuridão.
Como uma saudade encharcada de abismos.
Como um fantasma com a barba por fazer.
Meu corpo mantém uma porta fechada ante a
impassível vigília.
∞
A noite devorou os retratos, a máscara puída
dos monstros, a ferrugem da memória.
Eu já me vi morto uma vez. Nos braços de
Maria. Eu já me vi.
Ela a recuperar-me de abraços alheios. A vida
me chamando de volta.
Os cômodos embaralhados como ponteiros de um
relógio surdo.
Sempre que me sento para criar a casa rasga
minhas pálpebras.
Não é tão simples. Desfazer-se de mitos
sombrios enquanto dormíamos em quartos separados. A rede balançando vazia.
O morcego solitário pendia do teto com sua
sombra apagada.
Ainda suspensa, a caixa cuspia lentamente uma
deusa contorcionista que se arrastava pelas paredes como um lagarto inflamável.
A cozinha se preparava todas as noites para o
teatro da escuridão.
Fábula doméstica percorrendo o labirinto de
décadas entrançadas.
Quatro delas. Como luas refeitas e o modelo
das tempestades.
Quatro delas trafegando pelas sete casas e
suas duas cidades.
Maria trouxe para mim um buquê de luzes e o
giz do horizonte.
Amantes iluminados. Jamais nos chamamos pelo
nome um do outro.
Um dia acordamos com maquetes semeadas em cada
um dos cômodos.
Ao erguer a tampa-telhado das reproduções
detalhadas, podíamos acompanhar os passos de todos pela casa.
Alguns vultos surgiram junto ao espelho grande
nos quartos, sem que pudessem arrancar o lençol que lhes impedia a volta ao
lar.
Outros perambulavam, flutuantes ou não, por
horas inseparáveis.
Maria apontava cada um deles, alguns
agachados, outros nus.
As crianças cresciam alheias a todos. Os
criados tinham arrepios.
A casa aos poucos se acostumou com todo aquele
atlas do medo.
∞
Numa manhã de domingo as maquetes haviam
desaparecido.
Maria intrigada com meu choro, o primeiro
desde a morte do pai.
Ela me chamava para dentro de si, minhas
lágrimas em seu rosto.
O prato cresceu dentro da fome. Abraçadas à
lua, as cortinas.
O silêncio resmungava, enquanto o tempo
pastava suas couves.
Quantos éramos não importava. Os fios foram
sendo tecidos.
As janelas tropeçam na língua que lambe as
paredes avulsas.
Há muito não há mar e tudo o que vejo não
passa de deserto.
Laje carcomida pela mais avara de todas as miragens.
Lotes de sonhos abandonados no sótão entre
cupins peregrinos.
As noites foram ficando trêmulas e os passos
se arrastavam sob os tapetes. Por vezes as sombras não traziam consigo corpo
algum.
A casa parecia ter um ventre exposto e
insistia em sonhar com lâmpadas negras ativadas pelo relâmpago de cada orgasmo.
Uma vez mais um morto me atrai para a
sementeira de sua dor.
Eu tento inutilmente sair de meu corpo
estancado na cama.
A displicente rotina dos utensílios abomina
nossos hábitos.
A tarde enxovalhada se distancia de tudo em
sua cadeira de balanço.
As palhas da memória se abrem para reler
nossos sonhos.
Maria vem chover em meu peito. – Não me digas nada,
até que a
tempestade soletre tuas costelas e a noite se disfarce
em penugens de
mil aves afoitas descobertas dentro do voo.
Pesamos a alma indisfarçadamente. Auscultamos
as cartas.
A carcaça histriônica dos pesadelos e sua
moção de lutos.
Assim o assoalho foi sendo descascado e as
paredes inventando histórias que nem deveriam ser contadas.
∞
Os mortos foram embora, bem como os filhos e
os fantasmas.
Novos pecados contrataram um cardume de mágoas
e decepções.
Continuamos sem saber o nome das mazelas mais
secretas.
Paredes sobrepostas, a cozinha o tempo inteiro
mudando de lugar, simulacros caçoando das rugas de um amor sempre refeito.
A casa agora passava o dia conosco. A mobília
quase invisível.
Os poemas manuscritos na varanda. Maria com
sua clave de sol configurando a paisagem de nossos corpos.
A alma por lavar seus caprichos. O chão
marcado pelos tonéis do acaso. As catedrais inumeráveis de nosso sorriso
cúmplice.
Porém a morte transfigura todas as relíquias.
E proliferam suas agulhas no quarto em que
dorme a depressão.
∞
Volto a vislumbrar minha nudez paralisada sem
vida sexual.
A caixa suspensa mudou de piso e percorre a
sala dupla enfeitiçada pelas visitas que ela não sabe conter.
A tábua corrida engole os passos inesperados.
O silêncio range sua inquietude. Sonhei
improvisando minha morte, enquanto os verbos estocavam suas manias sagazes.
Eu me vi empilhando tariscas serradas e o
papelão cortado com que exigira ser criado o angustiante cenário.
A morte presumia um teatro de aflições
dissecadas.
Clandestina reunião de colas, tesouras,
tecidos, nos bastidores de um sonho que invadira a casa inteira. A última
resistência.
Como um broto de escuridão à procura do medo.
Janelas que os pesadelos não conseguem abrir.
A síncope da mobília denunciava um baile de
espíritos.
Eu a vi, com o rosto apagado, acendendo velas
por todos os cantos.
Com sua nudez em trapos e os rastros de pés
trocados por onde passava. Sei que era ela e não quero viver assim.
Não quero trazê-la nunca de volta, nem ir a
seu encontro.
A morte não deveria ser um ato solitário ou
mesmo imprevisto.
∞
A memória perambula pelos quartos sem saber a
quem pertence.
Os desejos se afagam tecendo soluços
incompreensíveis.
As minúcias de uma vida se tornam suvenires em
gavetas de cômoda, baús encontrados no sótão, postais de viagem, caixas de
joias.
As roupas de Maria indagam pela ausência de um
corpo nelas.
O silêncio arranha minha língua à procura de
palavras.
As paredes haviam soltado a pele, tecidos
mortos recortados, esvoaçantes nas pontas, em cores e texturas distintas.
Poltronas, sofá, cortinas – novo arranjo de vestes
da casa.
Não moramos aqui. Desconheço em qual noite
viemos parar
em outro cenário. Sinto que nos estranhamos
mutuamente.
Nem é Maria recostada na janela. O rosto ainda
borrado.
Em meio a tantas superfícies cegas, eu não me
reconheço.
Devo ser outro a vagar na consciência de algum
espírito.
Quando o poema me desperta eu deixo muitos
planos abertos.
Os vãos se multiplicam como sinistras
habitações,
metáforas dissecadas, ângulos aviltados,
vultos decaídos.
As imagens descrevem o próprio parto e colam
no chão os passos de suas mais astuciosas visões. Eu penso que escrevo.
E grito pela noite para que a alma se desfaça
em mil pastiches.
Talvez grite o teu nome – que desconheço – em
meio a tantos outros.
Imploro que venhas contar meus poços e
perfurações na própria sombra. Que venhas comer a minha mão.
Credo faminto. Ritual desencapado. Esgotos
ensanguentados.
Uma capela chora baixinho com medo de se
exaltar.
Quando a escrita rasga as asas dos moinhos não
tenho onde morar.
Talvez em um sino descrente, um rio mudo, um balde
traquina.
Talvez no oitão onde as escadas dormem com as
pernas dobradas.
Não sei se ao relento ou embaixo da mesa da
cozinha.
Se guiado por um sonífero ou vigiado por anões
de bronze.
Jamais indaguei a que ponto me desfaço de mim
a cada verso.
∞
Não sei como cheguei até aqui. Quantos anjos
ordenharam tantas pontes. Quantos vultos derramados na palma de meus passos.
O tempo permanece recortando a memória em um
bordado ilusório.
Temo ser lacrado pela casa. Que a noite rapte
de mim o meu amor.
Temo pelos bigodes cáusticos da solidão. Pelo
pregão do pânico.
Converso com Maria. Improvisamos uma saída
para a noite.
– Eu também não
saberia viver sem ti. Mesmo entre filhos e netos.
A vida passa a ser atropelada pelas
inquietudes.
A casa quer dizer algo.
As lacunas intransitivas não serão sepultadas
em mim.
A velha encanação imita ratos e rituais
satânicos.
Um atropelo de almas varrendo a poeira dos
cômodos abandonados.
Os retalhos da memória. Saber que a noite não
amanhecerá.
No entanto, eu não saberia como morrer.
A casa teria que me ensinar.
A recusa a ver o corpo de Maria… Todos os
mortos em um só.
As paredes inventariando meus medos.
Novos destroços a serem evitados. Como quase
tudo em minha vida, uma vibração e o mundo se refaz.
Um último fio de luz alimenta a cena no sótão.
A casa esmiuçada no interior de uma maquete ressurgida.
Não há ninguém para levantar a tampa-telhado.
A luz que penetra o sótão é a mesma que
vasculha a intimidade da réplica. Ainda me vejo ali, ao lado de Maria,
no instante em que desligamos o motor de
nossas vidas.
A noite arrisca a dilaceração da memória. A
casa reluta ensimesmada.
Também ela teria recusado viver sozinha. Teria
vindo conosco.
Rasgado as escrituras do barro, o Eclesiastes
de tantas vidas comuns.
Luz e escuridão não significam mais nada.
Nenhuma delas pode mais me tragar. Maria cantarola com seus átomos dispersos.
Tivemos que morrer juntos para que o livro se
fechasse.
Abraxas
∞
A GRANDE OBRA DA CARNE
A poesia de Floriano Martins
1991 Cinzas do sol
1991 Sábias areias
1994 Tumultúmulos
1998 Autorretrato
2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]
2004 Antes da queda
2004 Lusbet & o olho do abismo abundante
2004 Prodígio das tintas
2004-2015 Estudos de pele
2004-2017 Mecânica do abismo
2005 A queda
2005 Extravio de noites
2006 A noite em tua pele impressa
2006 Duas mentiras
2006-2007 Autobiografia de um truque
2007 Teatro impossível
2008 Sobras de Deus
2008 Blacktown Hospital Bed 23
2009-2010 Efígies suspeitas
2010 Joias do abismo
2010-2011 Antes que a árvore se feche
2012 O livro invisível de William Burroughs
2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]
2013 Anatomia suspeita da realidade
2013 My favorite things [com Manuel Iris]
2013 Sonho de uma última paixão
2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória
2014 Mobília de disfarces
2014 O sol e as sombras
2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil
2015 Enigmas circulares
2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]
2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]
2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]
2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]
2016 A vida acidental de Aurora Leonardos
2016 Altares do caos
2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]
2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos
2017 O livro desmedido de William Blake
2017 Antigas formas do abandono
2017 Manuscrito das obsessões inexatas
2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]
2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra
2018 Atlas revirado
2018 Tabula rasa
2018 Vestígios deleitosos do azar
2021 Las mujeres desaparecidas
2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]
2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]
2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]
2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]
2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]
2023 Inventário da pintura de uma época
2023 Letras del fuego [con Susana Wald]
2023 Primeiro verão longe de casa
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1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]
2013-2017 Manuscritos
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Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.
∞
OBRA POÉTICA PUBLICADA
Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.
Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2. The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.
Alma em chamas. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.
Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.
Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.
Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.
La noche impresa en tu piel. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.
Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.
Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.
Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.
A alma desfeita em corpo. Lisboa: Apenas Livros, 2009.
Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.
Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.
Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.
Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.
Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.
O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.
A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.
Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.
A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.
Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.
Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.
El frutero de los sueños. Wilmington, USA: Generis Publishing, 2023.
Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.
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Agulha Revista de Cultura
Criada por Floriano Martins
Dirigida por Elys Regina Zils
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/
1999-2024
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