quinta-feira, 20 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Antes da queda

 


Esta é a morte.

Porém, desde

quando eu a vivo?

DOUG MOENCH

 

1.

 

Eu trouxe essa dor para dentro de ti. Não pude mais mantê-la afastada. A todo instante me persuadia a isto e em minha angústia boiavam as vítimas que fui asfixiando na memória. Era gente sem nome. Jamais se deu pela falta de uma. O que me consome é o anseio de não repetir-me, uma vez sequer, tornar nossos corpos íntimos antes de me despedir de cada um, roçar-lhes o pânico, com extrema dedicação. Eu sempre atalhei a dor que agora se arrasta em teu ser, cuidando daqueles resignados todos de maneira que não soubesses de nada. Mas já não suportava ler nos jornais que os crimes eram todos iguais. Eu era o único a poder provar-lhes a diferença. A dor que sentes não é maior do que a minha. Fomos traídos pela incompreensão. Este mundo já não é o nosso.

 

2.

 

A memória nos encurrala dentro da sala com visitas, os parentes disparando um último enigma: vieste para apodrecer. Dias escrevendo um mesmo poema ou alimentando a volúpia de imagens de uma tela. Um descuido perfeito nos leva a crer na destruição do mundo. Quanto tempo tens até que eu te mate? Nenhuma vítima jamais me perguntou isto. Nossa relação com o tempo está baseada na ilusão da eternidade. A menina encontrada morta no lixão, os olhos faltando. As palavras finais do enforcado: não cometi atos de impureza. Dois amantes cegos. A memória constrói uma casa indefesa. E quem a habita? Para ali levamos os crimes primários. Pequenos furtos de desejos e versos alheios. Um velho negociante de almas conforta a clientela dizendo-se guia dos inclementes. A memória é o lugar menos indicado para alguém apiedar-se de si. Leram nos jornais sobre o louco que foi preso apenas por haver indicado o local exato onde estaria assando o sétimo e último corpo devorado? Os mortos eram ninguém. O maluco sentenciado a sete prisões perpétuas disse não entender nada sobre o destino da humanidade: que falta faço ao mundo? Vez que outra eu vou por onde não me lembro. Dizem que os grandes saltos não sabem onde começam. Desfaço-me de tudo. Deixo anotado em algum lugar que não devo me lembrar de mais nada.

 

3.

 

Um corpo provido de línguas que abre caminho e fere tudo o que produz, uma irresistível forma recurvada chorando a dor chamejante da solidão. Um corpo que é o portal de todo júbilo, do fogo que se faz súplica incessante e prevalece o corte, a tempestade, a destruição. Um corpo que nos guarda de ser o que somos, que nos conhece por tantos nomes e que não para de enganar-se. Um corpo a proferir suas chamas (enlevos, miragens) e que sinta-se puro ainda que cego o espelho da pureza. Um remo recoberto de musgo em cujo corpo mutila-se a inscrição de um caminho sagrado. Um corpo que não seja mais completo do que os demais.

 

4.

 

Onde moro o tempo decai como uma saliência prevista para estar ali sempre em declínio. O que quer que aconteça, terá o mesmo saldo. Um lugar assim, onde a frustração justifica ingerência do acaso, eu o tinha como decorrência, crimes, sim, propiciados pelo ambiente. Aqueles moleques perambulavam por ali, longe da escola. Uns musculosos me fascinavam. Fui pescando os que me aturdiam. Não havia como não me desvencilhar deles. ¿Há uma relação essencialmente fortuita entre causa e efeito? Uns choravam tanto, aqueles de que mais gostei, e desde cedo percebiam o que havia de inopinado no destino. Outro recusou tudo isto, o grande amor que eu dedicava a todos. Enquanto o castrava, me disse: tu não és nada. Não sairás daqui para parte alguma.

 

5.

 

Por onde anda o incrível canto da destruição?

 

Vasta e obscura e silenciosa tem sido a peregrinação dos poetas em busca das contas perdidas. Não são mais cantores sequer de si mesmo. Saudosismo talvez não passe de uma forma de denúncia, talvez. Um resumo de quedas inclui metáforas tão alheias à paisagem humana. Poetas flutuam em balsas em um naufrágio de símbolos. O rio é o mesmo enfermo grave da linguagem. Lápides como não há regresso ou tudo é silêncio não são senão sinais de uma triste violência, o ludíbrio do poeta diante de si. Essa torpe criatura contempla a própria morte com orgulho.

 

O esplendor de imagens vicia o poeta em uma enganosa metafísica. Tudo nele é forma transparente. Já não reconhece mais nada pelo próprio nome. Pobre diabo, quer reeducar-se buscando uma ordem geométrica para o acaso ou movendo a claridade exangue de um canto a outro, alheia ao miserável equívoco da existência humana.

 

Engole relógios superstições cadafalsos mensagens gravadas dá aulas de eterno regresso prepara gemadas para a longa jornada nada adentro guarda santinhos no bolso julga ser imortal a alma desespera-se com a noite (covas entalhadas) ignora mesmo que nome tenha o instante em que a dor apenas dói. Graças ao poeta perdemos a noção do que há de ser destruído. Ao dizer que só a poesia lhe consola, aguou o pomar de suas úlceras e regulamentou a lei do nada mais importa. O poeta não era simbolista cubista surrealista concreto neobarroso. Verbo caprichoso, política de aposentos, preparou o estômago para uma dieta de falta de princípios.

 

Os suicidas deixam bilhete comovente dando pela importância alguma de sua vida. Alguns creem que não morrem de todo, apelam para o apesar de tudo, amanhecerá. Um bando de castos paranoicos crê em listas negras desde que seus nomes constem delas. Onde a liberdade hostil desses amargos discípulos do desterro? Silêncio ou noite ou tempo sombrio ou pranto desgarrado, a linguagem goteja seus ruídos, jamais deixou de fazê-lo. Poetas não são vítimas de nada. A única enfermidade que lhes cabe é a presunçosa arrogância. Injustos, capitais e amargurados, aqui estamos os poetas, todos, tolos. Onde estala a liberdade? Nessa dor inigualável que nos afasta do mundo? Haverá uma tempestade de acasos prevista em lei? O que faço com o poeta depois de escrito o poema?

 

Escuto o tempo todo o ranger do silêncio. Brilhante metáfora, viciada, encurralada entre o risível e o deplorável. Até que ponto os poetas inventaram para si uma condição de exílio que se poderia entender como um afastamento da realidade? O que não me cabe manifesta-se como um vazio de mim. Não o é. Não há reticência ou número cego. Risível um poeta falar de ajuste de termostato? Se considerado que hoje mal troca a lâmpada queimada dos próprios versos, sim. Um encontro anual de poetas? Sempre temo pela ruidosa agonia de espelhos cegos. A terra enferma, o silêncio indecifrável, essas pequenas agonias rumorejantes. Melhor que se encontrem, sempre. Assim doemos ao vivo, uns diante dos outros.

 

6.

 

Há uma hora certa para o crime? Quando devemos confundir os tempos do verbo? Por onde voam tuas pernas, redecoradas pelo abismo? As anotações se acumulavam no livrete, manuscrito agitado, mesclado a alguns feitios, riscos de supostas vítimas, esboços de um suplício. Nenhum nome, porém clara a intimidade com os atributos. A senhora da loja de frios não ri nunca? Por que aquele garoto só manca ao entrar na escola? Quantas pernas devem ser dadas ao livreiro cego? O livrete era todo um interrogatório. Quando foi encontrado especulava se acaso o autor não iludiria qualquer investigação com seu abuso de perguntas. Isto não se sabe. Nem mesmo se os crimes indecifráveis correspondem a algumas pistas encontradas naqueles escritos. Apócrifo, o livrete foi publicado e ganhou invejável notoriedade. Até hoje não se sabe o que de fato liga a literatura à realidade.

 

7.

 

Estás em tua ausência.

Nem perto ou distante, a caminho do bem ou do mal.

Tampouco importa o que te espera.

Nenhuma dor mal firmada.

Formas espatifadas no ventre e na chama de um olhar perdido.

Apenas formas, alquebradas, mas não de todo alheias.

Evidências comunicam uma escrita sacrificial.

O lugar sagrado aonde vão dar todas as vozes que te fiam.

Templo ou túmulo: abismo, multidão, degredo.

Versos escorrem por entre lamentos sinuosos, vertigens de outono.

O que escuto longe é meu pai arrancado do túmulo.

A vida reiniciada em cada morto.

Os amores perdidos quase todos vazando os limites do olhar.
O que há de mais profundamente irreparável, o inconcluso entre derrames de enigmas, uma encruzilhada de vômitos do que é apenas temor ou insatisfação,
nada,
nada está tão presente em ti quanto tua ausência.

 

A vida apenas suportando-se com seu alfaiate de ilusões.

Os rostos desconhecidos surgidos em sonhos e ceias sem que te apercebas que são todos teus.

E tudo o que buscavas era um falso repouso.

Que valores dar ao que apenas escrito perde sentido, ao que se fragmenta sem noção do que se lhe opõe, a esse emaranhado de imagens que desistiram do riso e do tremor?

Onde estás nunca serás.

O destino conduz sempre à perda?

Um canto como uma cena deslocada no tempo.

O infortúnio como a rebentação de uma alegoria: o homem não cabe no que tem guardado para si.

Escolhe para morrer uma camisa limpa.

Anotações de um incerto desprezo pela espécie.

Quem o acordará para a morte devida?

 

Ruídos de sombras negadas, o cadáver enfeitiçado de que falava René Daumal, perfis de cinzas e estátuas arrependidas, carnes estouradas por ausência de lábios, extravasar extravazar, reluzia a inscrição à entrada do pub, mulheres dispersas como a erva da noite, homens viciados em si mesmos, então o maravilhoso fim de todas as coisas: adiar-se.

Não estás senão no que negas.

Suplício guardado como um ás na manga.

Muitas vezes por aqui passamos todos, as imagens se repetem e não há mais graça em acreditar-se iluminado ou expatriado. 

Qualquer precária forma pode ser a fonte de um desvario.

Ao perder a noção da queda, de nada vale a idade avançada.

As formas falam com o que são, sabem que não devem jamais ignorar-se: eis como percebem que as mutações são uma afirmação de princípio.

 

Onde estás, agora?

 

O que se finda é o que não se reconhece.

Como abrimos um novo oco entre os filhos crescidos, a ducha esponjosa do hábito, a inveja secreta de uns ínfimos detalhes na vida dos outros.

Haverá sempre uma lembrança?

 

A caminho do inferno, já na última vértebra, sempre alguém indaga sobre os miseráveis planos da desordem,

a inviolável desordem com uma voz desesperada a que se referia Gui Rosey antes de desaparecer engolido por tal inquietude.

Um desconfiado método da harmonia.

Lugar inexato onde tudo se contempla e raro se completa.

O que há de mais em teus versos, poeta?

Essa pobre vida incompatível será sempre a mesma?

Não é tua, simplesmente não é.

Tua língua percorre as melhores sílabas.

Um dorso e outro das mãos, afeitos a reanimar sofridas metáforas.

Um mar retraído, uma fagulha esplêndida de tua bunda, broto do inatingível orgulho de uma memória de gozos, idas e vindas em lábios violentos, panquecas do delírio,
chamas,

como me chamam olheiras tensões excessos.

O flamejante recurso com que te esgotas.

 

Os espelhos se enganam com o excesso de fidelidade.

Nada está exatamente como está.

Nem mesmo as perdas do que há de inúmero em mim.

Contudo, não tenho tempo para rugas.

O inferno terá que descobrir outra maneira de me visitar.

 

8.

 

Um nome para as partes de teu corpo que emitem fogo,

outro para o rosto que se guarda de tais chamas.

Um nome que seja para o guia de tuas pernas flutuantes,

e outro mais para os campos que evitam tua morada.

Todos estarão felizes com seus nomes. Uns com mais de um,

outros a ponto de perdê-lo. O nome os torna quase perfeitos.

Aponta-me um deus sem nome e disto me encarrego.

Serão belos ou tristes, enfaixados ou traídos pela corte,

violentos ou angustiados. Há os que se sentem únicos

e julgam-se renascidos a cada vez que o nome é pronunciado.

Mesmo sendo iguais, os nomes também são distintos.

Distribuo-os carregados de ilusões. Fábulas ou decretos,

rubrica de tudo o que somos ou rejeitamos. Não te protege

o inferno do nome certo, traje com que entras em cena.

 

9.

 

Estavas tão linda, na maneira como te despias e te deixavas acariciar por minhas palavras, como pensar que a realidade pudesse ter algum efeito sobre nós? Evidente que a arte tem uma teimosia, a de querer se confundir com a realidade. Nossas vidas não valem nada, não haveria motivo algum para o poema querer se passar por qualquer um de nós. O abismo realça as pernas da queda e nunca põe em questão a origem da dor. E me beijas enquanto provo do vinho de teu olhar. A realidade não põe nenhuma dúvida sobre seus caprichos. Por que razão a arte se leva tão a sério?

 

10.

 

Não, eu não queimaria tudo agora, há alguns papéis que poderiam ser úteis em outro momento, toda prova é circunstancial e aqui há indícios que nos valeriam em boa hora. Sim, eu sei que queres te sentir seguro, mas a evidência é cúmplice de toda falsidade, guardar algumas rasuras pode assegurar uma melhor versão dos fatos. Não, eu não as entregaria jamais, em quaisquer mãos estes documentos complicariam nossas vidas, tais trunfos não passam de resto de munição. Sim, eu sei que podemos nos arruinar um ao outro, por isto estamos unidos, nunca duvidamos disto. Ah isto nem pensar, não creio que um de nós seria capaz…

 

11.

 

Sonda o esplendor de teu inferno,

as cartas de renúncia de ossos e relvas,

os relevos do mistério aniquilado,

o violento nascimento dos desastres,

amiga minha, sonda o espaço

crescido entre teu ser e sua queda,

as ondas que prolongam o vazio,

o rumor de um império no abismo

e a denúncia de árvores natimortas

no flamejante solar de tuas dores.

 

Em cada vulto anunciado revela a morte

suas cartas suspeitas, jardim de ecos

e preciosos enganos, o estrondo

de nossos tremores eclipsados, querida

minha, revela um prelúdio de cinzas,

a miragem sonâmbula de tuas sombras,

uma rajada de transes enquanto planejas

e trevas, querida, de artérias que são

a guia de teus presságios, o pensativo

enigma de quanto em ti celebre o tempo.

 

Sonda o entusiasmo da angústia, os véus

de sua fascinante constelação e o bosque

de sentenças a que alude sua escritura,

horda de fantasmas que jamais recordam

teu nome, o ninho visionário das feridas

ou a selva de vertigens de teu ser,

querida amiga, erguida em profanações,

sonda o emblema dos aniquilamentos

e os olhos tremendos da terra que nunca

nos deseja seus habitantes eternos.

 

Quanto é possível viver de cada morte

cuida de tecer labirinto e presença,

a pira de sentidos com que cruzamos a dor,

insondável a terra dos espectros e o leito

desventurado das imagens que se perdem

de si, minha amiga, a morte se alimenta

de nossa inquietude, da tribo milenar

dos reflexos e da avezinha suspirosa da

esperança que a coroa sempre repleta

de encantos, louro de obscuros desígnios.

 

Sonda o sorriso dos alaridos em torno

de cada desastre, a ânsia com que o tempo

se depura alheio a ti, em quantos crimes

ramificam o arco de teu idioma e mesmo

o ardil dos signos encantados e as veias

de quanto nos desata a história, caudal de

relâmpagos, minha querida, as notícias

de suplício e deriva, sonda a geografia

dos rostos que anunciam um outro tempo,

a fúria ontológica de nossa idade na terra.

 

Em quantos nos tornará a morte, seu rol

de símbolos e pedras de sacrifícios,

rasgos sublimes na crosta da eternidade,

em quantas luas da memória, templo

sangrado em sonhos, delírio tangível ou

fósforo de adormecido caos, amiga querida,

uma parábola e outra mais, a semelhança

e o plano de horrores de toda discórdia,

em quantos deuses nos tornaremos

antes que sondes a agonia de teus bosques?

 

Se caminhamos por entre o fogo do tempo,

o inferno da memória e a doce inquietude

do futuro, corresponde a cada passo a seda

de outra rota tecida entre o que somos

e a insondável lótus do desejo, os pelos

do vazio, a fruta de teus escritos, o papel

dos presságios, querida minha, a cada toque

temos tempo a perder, um olho que faz

o mar sorrir, um amor que dispersa a agonia

e a queda da ave-peixe da eternidade.

 

Outra noite e o vazio vem dar em nós, um

pouco a língua do intangível e o anúncio

de que devemos rogar por nossas perdas,

até que um outro caos nos atinja e o mundo

das imagens reescreva seu testamento:

não há mais desastre esplêndido que a dor

de um homem que não alcance a exaltação

de seu desígnio, o tremor de equilíbrios

que lhe reserva o sortilégio da paixão,

até que estejamos um pouco além do tempo.

 

O que se foi nos toca com furor igual ao rio

que vem dar em nós, o fogo ateado em tuas

imagens, o curso de teu idioma, voz disfarçada,

um rol de monstruosas insinuações, como tocar

a dor e seguir sendo o fósforo da alegria,

o mundo que ri de tudo quanto se desgoverna,

trilha de ossos e relvas, o mesmo desastre

com que adiamos, a cada dia, minha amiga,

nosso encontro com a vida, o poema e o homem

que aprenderá a ser onde não toque o sol.



 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 

 


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