quarta-feira, 26 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Floração de centelhas [escrito a quatro mãos com Beatriz Bajo]

 

 

HOMENAGEM AO ABISMO

 

quando abrimos a caixa esquecida atrás do sofá havia uma deriva dentro dela          um termo sem fim que há muito não se ouvia

um clima seco que evitava nossos corpos          não importa          ali estava a sombria figura          como um nó solitário na tarde          desatamos levemente os olhos para o encontro com o improvável          tudo amarelado pelo bocejo do dia e preguiçosamente os instantes roíam os movimentos

colocamos nossa cumplicidade em frente à caixa e soltamos um riso frouxo          ali estava ela          lentamente desatando seus membros          como se nada soubesse de tempo e espaço          ao entreabrir          os olhos de suas conchas surgiam pequenos

buquês de nuvens e logo descobrimos que o nevoeiro improvisado era impossível originar-se de apenas um par de olhos          a sua pele era toda uma miríade de olhos

um estranho casulo de luminosidades          cujo primeiro amanhecer era banhado em névoa

o leque apavorado de encantamentos fechou-se por dentro do que desacreditávamos          daquele jeito estremecido

adivinhamos as imensidades mareadas que se precipitavam sobre os pelos hirsutos que moram nos escândalos da tez inédita do acaso

esculturas entalhadas em sândalos cínicos          espessuras retorcidas

de uma deusa arranharam nossas íris esverdeadas          gotejando aromas do precipício em que nos entregaríamos

não era fácil entrever o que se passava          o horizonte a todo instante mudava de sítio          desnorteava qualquer fonte de assimilação          mesmo os nossos corpos

começaram a detalhar ângulos até então desconhecidos

um seio era uma cuia emborcada          o avesso de um quarto minguante

uma semente extraviada após o incêndio no celeiro da memória

tu levavas a mão ao seio e me olhavas como se eu jamais houvesse estado ali          ao se desfazer o nevoeiro a caixa simplesmente havia se liquefeito          e a enigmática figura assumia um enxame

de formas espalhadas ao nosso redor

segurava o seio e rogava tua mão para nosso baile maior

a lua que traguei se acendia por toda a casa

e dentro de mim          ramalhetes          pulsações cobriram nossos sonhos de raízes gozosas e pedaços delicados do corpo que se rompeu

na verdade somos cacos de vidro espalhados em pele de palavras

uma palavra mais          a palavra basta para nos afogar no sofá ou em nossos braços ferventes          e não dizíamos nada enquanto as fendas se multiplicavam e me sorrias dentro de um tango que despia a sala de tapetes e móveis

o que aquela caixa havia doado aos nossos braços era um frêmito que nos desfolhava como fotogramas delineando cada passo da dança          a cena toda estava nua e os olhos fincados por nossa pele se entranhavam como um jogo de espelhos

tu podias me ver no centro de teus gemidos          eu identificava a umidade das sombras que ias deixando a cada acorde da música

minha boca encharcada de sedas como indizível amoreira

casulos se acolchoavam em nossas línguas-mariposas

por dentro da dança incandescente que rastreávamos com pés decifrando o entardecer          a vida era um espreguiçar delicado no meio de ti          despertando os laços jamais solúveis entre teus dedos melíferos e honestos que me comoviam como uma letra

a repetir-se no silêncio deixado por teu beijo

 

ENIGMA PROVISÓRIO

 

a que corta a que abre a que empurra a que quebra e a que deflora

ninguém deu por aquela visita silenciosa pisadura na fruta do tempo

a minha é sempre tua outra que passou tratou de entrar a tua sempre fia

há a que finge sem que alguém a perceba e a mais velha cujo nome só ouvi uma vez

o rasgo foi profundo no vestido bicolor que maquiava o inverno

e a abertura fez sangrar centelhas corrosivas no bico da noite

pé na porta do esquecimento flashes opacos das vozes roucas as dissonantes

o coro das dobradiças tetos deslizantes vapor denunciando o perfil de quem entra          uma delas toma chá de coca

a outra sorri ao abrir uma gaveta de fotos

quem esqueceu o que havia indagado não confessa em silêncio

dobra seus lenços depois de lambuzá-los com o batom roxo

do desmantelamento e lençóis para os despachos

choque no dedo no momento de quebrar segredos alheios um grito ao trinco amedrontado

o voo atarantado de corvos sobre ideias de quem se estremece estapafúrdia fé no desencontro          a cor escura do beijo

atribuído à inocência tão doce quanto a visão que salta

de um olho a outro          costura de miragens que vão pousando no centro do olhar de cada uma          cinco fagulhas soletram o desejo com uma letra repetida casarão de sonhos atordoados

pela fresta escancarada como pinça para pétalas ao chão de concreto

manso é o farfalhar das árvores sobre o calafrio das maldições acordadas nas noites derradeiras de junho

que lacrimejam entre peitos descobertos os repetidos sussurros

lamento não estar aqui lamento não saber quem sou lamento por não regressar que não me possas ver lamento que te doa tanto

os cinco degraus confessos          a chaga dos rituais          o obscuro pasto de sangue as contas enfeitiçadas da volúpia          o medo

enramado pelas dobradiças mais gastas a febre mineral da memória

corta abre empurra quebra deflora os meus sinais espalhados por tua carne          é tudo o que te peço agora que sejas carne de minha carne orgasmo multiplicado pelas palavras

que deslizam no tobogã incandescente dos rosários imantados

 

QUASE UM SEGREDO

 

os olhos correm de um lado para outro

buscando a imagem esquiva um beijo passeia por teu lábio sem descobrir onde estás

havia um silêncio guardado bem aqui

quase ninguém o escutara          até que se foi

o oco do silêncio é o mesmo oco da floresta

incendiando o hiato espatifado como cristais nunca recolhidos numa sala de ser

reflexos retorcidos como os da árvore anterior quase aqui

quase em mim     quando mal te vejo e já não estás

os metros de enigma deixados para trás

acentuando o pecado que esquecemos de cometer antes que a noite se pusesse a rosnar

os galhos refletidos em tua nudez

quase um segredo     recostado nas linhas de minha mão

 

SÍLABAS INVISÍVEIS

 

a música vinha das fotografias

que flutuavam no ocre da sala

cada instrumento trazia o improviso

na ponta da língua

o espírito do encontro mascado

como uma partitura de sonhos

o mesmo espírito enroscado

na íris esverdeada do tempo

não enquadrou a presença rasa

arrastando a raiz do poema

ao meio da câmera aberta

que pulsa palavras como

afeto alfabeto inseto e incompleto

 

CLARIVIDÊNCIA DE IMPULSOS

 

trevas secas adormecidas entre a louça e os suspiros da última refeição

teu corpo enfatiza que por ali passamos          pelo espinhaço do crepúsculo          pela sobra dos temperos e a gravura de um riacho impedindo a parede de cair

encrustados os desejos nos talheres que não nos deixam comer delicadamente

o amor          o ranço          e o resto

são miragens em tons pastéis do que seria o banquete

partículas de sal granulam a saudade

que é um pó de esperar outras fomes

pequenos desertos fazem ninho em grãos espalhados pelo assoalho

a casa ri por dentro          mal disfarça as nuvens que cantam lá fora e os pássaros empalhados adernados no sótão

guardanapos ensopados tagarelam as cenas que fugiram para debaixo da mesa

uma relíquia          desbotada          no ombro da poltrona

que cochila pretéritos engasgados de pólvoras úmidas e silentes apenas sussurrando exílios e elixires sonhados

como ciscos que incomodam os olhos

mas são olhos embaçados pelos vidros sujos das janelas          empesteadas de mágoas

peitos costurados com agulhas manchadas de aflições drapeadas de sensatezes          desequilibram           afeições que ancoram cerejas

para a nudez estúpida do instante quando o riacho desenhado rompe a parede

inunda a casa e a água cai sobre nós como cai o dia espatifando cacos cristalinos entre as rachaduras de todas as vidas           postas

 

UMA NOITE DE MUITOS CRIMES

 

a lua coça seus nomes esfiapados na varanda

uma velha lanterna dorme em um vaso de plantas

ao brincar com ela o angorá alaranjado cava um recibo embolado e úmido          cujas poucas letras ainda legíveis delatam

um enigma recheado de pistas falsas

pé ante pé no fio nebuloso de rastos e uma fuga          o vento convida as cortinas para uma dança

sempre um desconcerto no peito e um rasgo no juízo trabalham ao inexato          a respiração se dava aos solavancos          não podia perder o papel          não podia perder os sinais          o jogo não podia ser perdido

o mistério convida as figuras do espanto          as lâminas saltando das patas do angorá

um pequeno tumulto de letras insinuando o testemunho de um crime

quanto sonho derramado na palma de cada cena recordada como fósforos incandescentes que iluminam mas não aquecem          esquecem-se no tecido cru

como um pranto embrulhado insinuando um passado franzido

felino arranhando portas histéricas          risos sob máscaras e sangue vienense          ensurdece os olhos arregalados do átimo

a varanda empanturrada de pistas          as luzes com os olhos irritados

os crimes confabulam cavando novos esconderijos

teria sido fácil dissolver o acaso se o angorá fosse encontrado morto

porém o felpudo alaranjado não é o único a ter mil vidas

 

RELÓGIOS EMBALSAMADOS

 

os instantes saltitavam como em uma dança alvoroçada de insuportável perfume

cada precipitação orbitava tecendo uma anágua de arame para embalar o tempo

reverberando como uma pedrinha atirada em lago extenso          como congelar o tempo?

eis a aspiração mais cara

fotos espalhadas pelo escritório ao lado de uma cópia do retrato de dorian gray

lampejos de memória          um espelho para enfrentar o gás das horas          um veludo branco nas cadeiras

olhos fixos em uma espelunca de souvenires          o caos doméstico da poeira

para cada último tic um tac parecia lembrar que o lugar se dissolveria quando a valsa parasse de tocar

como livrar-se de tantos engasgos?          que laudo teria a autópsia das profecias?

um rascunho sobre a mesa apontava os cálculos usados na busca

de manter o espaço tangível após a dissecação das pulsações compassadas com o soar do sino

martelando os sentidos já tão perspicazes pelas exigências febris dos instantes

o maquinismo embrulha os ponteiros e arrasta o passado de encontro ao sol

o arranhado das luzes na pele das máscaras          a saga dos copistas

córneas viciadas em imagens desaparecidas          ponteiros de abismos

quantos somos esta noite em que já ninguém nos escuta e o silêncio é uma sintonia de ruídos e gritos que só quem emudece é capaz de conhecê-la?

 

PINCEL DE IMAGENS INEXATAS

 

certas luzes entalham sua sombra no dorso de uma rara paisagem

testemunhas viajantes           estradas líquidas que percorrem

o mecanismo da memória mais sagaz          pedras do sol

miragens gotejando em pleno escarcéu de goivas          nuvens pastando

a fiação do horizonte

janelas insaciáveis

 

 



BEATRIZ BAJO (Brasil, 1980).
Poeta, diretora-geral da Rubra Cartoneira Editorial, revisora, tradutora, professora de língua portuguesa e literatura, especialista em Literatura Brasileira. Autora de Sobre nossas línguas a carne das palavras (2017), Domingos em nós (2012), A palavra é (2010) e A face do fogo (2010).

 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 


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