Branco e negro e
branco e negro e negro e branco,
se nossas almas
mudassem seus corpos,
nada mudaria,
portanto não me falem
mais de corpos e almas.
RENÉ
DAUMAL
TAMBOR DE VOZES (ESTER)
Ao acolher-me o
fez deixando claro que não me persuadiria a nada. No entanto, algo parecia
dizer-me que nada faria por mim sem que o adorasse. Pude ficar ali por muitos
dias, a refazer-me da perda do filho e das injúrias do pai a acusar-me de
incesto e assassinato. Como encontrar lugar no mundo tomada por uma dor
tamanha? Meu afável hospedeiro mantinha-se discreto, limitando-se a me trazer
alimentos. Certa vez pensei ouvir: aqui
nenhum mal virá ter contigo, mas decerto era a voz de um capricho meu. Já
em sonhos, lavrada em ânsias, era minha a voz que percutia os tambores da
noite: o que pretendes fazer comigo?
E todo um silêncio desesperava à minha volta quando de súbito despertava.
Encolhia-me em um canto do leito, a memória do corpo ainda mencionando as carícias
do filho, sussurrando seus beijos e afagos, deixando-se marcar por aflitivas
delícias. Não sei se lastimo o que houve ou a ausência. Terríveis as províncias
desse silêncio com que a noite me atormenta. E durante os dias resíduos de uma
penitência desatinavam-me: nada escapa à
crueldade do desejo, por repetidas vezes eu ouvia, sempre que de mim se
afastava meu benfeitor. Aos poucos fui notando como seu corpo era coberto de
folhas. Sob um manto fino aveludado parecia haver um bosque inteiro a caminhar solene
assegurando-me a guarida. Senti-me inundada por uma nova autoridade do destino.
Junto à porta de minhas dores outro rigor fascinava-me. Haveria que vencer as
etapas da indiferença ou desvendar-lhe uma tática de sedução. Quem era aquela
indulgente criatura que me recebera como uma metade aguardada? E sem que lhe
prometesse nada por que me sinto agora tão atraída? Decerto nos une um mistério
recíproco. Não me confessas, mas sei o
que fizeste a teu filho. – de tanto parecer ouvir aquela voz cheguei a desconfiar
que punha algo em minha comida. Nada se pode esperar de um drama que não seja
complexo. Voltava a despertar apequenada em uma ponta da cama, suando
imprecisões, violada por uma angústia que me dilacerava toda a harmonia do ser.
Em uma dessas noites gritei um de que me
acusam? cuja ressonância deixou-me esvaziada por algum incalculável tempo.
Sequer conseguia refletir sobre a piedosa ou terrificante ausência de tudo. Aos
poucos a única evidência restante era a da fome, cercada por uma fraude de quimeras,
todas com o rosto do filho, meu corpo entregue a seus lábios, a generosidade
extensiva da luxúria, rostos que são mãos que são falos que me abrem como se
todas as visões buscassem aperfeiçoar-se na violência oh meu anjo que persiste
em mil formas ressuscitadas, tu és a semelhança buscando devoção, o cárcere, a
estalagem, a obra recuperada sem fim, um mar de folhas em que me desalento
seduzida pela ilusão. O que fiz de mim ao sangrar-te senão buscar toda a
volúpia do mundo em um só gesto?
FLAGRANTES DA FÉ (MADALENA)
Ela andou por
aqui diversas vezes. Comentávamos acerca de seu vulto de marfim. Movia-se em
gestos bem medidos e o olhar nos desafiava sempre a revelar algum segredo. Meu
marido dizia que diante dele sentia uma curiosa disposição por revelar um que
outro detalhe de sua vida. Falava quase nada e já sabíamos o que vinha buscar:
parafina, óleo, barbantes. Nunca lhe perguntamos nada. Apesar do semblante
sigiloso, não era de nossa conta o que iria fazer com tudo aquilo. Uns
comentários nos levavam a crer que era pessoa muito religiosa, sempre trancada
na velha casa da Rua dos Passos. Os moços negros que foram encontrados lá não
os conhecíamos. Ela deve tê-los trazido de outro lugar. Ainda não sei se
acredito que alguém possa ser capaz de tanto. Tenho dito a meu marido que
levamos uma vida que se desvanece sob todos os aspectos, quase sempre um sinal
de despedida. Acho que a vida requer uma hospitalidade. Cada um tem que estar
disposto a receber a si mesmo. Outro dia um menino presenciou um engalfinhado
de corpos, uma mulher que resistia a um safado que a tentara currar e, vendo a
arma ali ao lado de ambos, disparou assustado, matando-a. A maldade é quase
sempre mais fácil acusar do que remediar. Eu bem entendo essas pessoas que
estão sempre a duelar com a vida. É muito simples dizer que a mulher morreu
pelas mãos do garoto como uma prova da fatalidade. Igual condição teria levado
um daqueles dois negros a entornar o braseiro provocando um incêndio na cela em
que viviam, destruindo praticamente todo o local? Eu não sei. Quando vimos as
fotos todas publicadas, disse a meu marido que encontrava algo de cúmplice no
olhar dominado das vítimas. Uma espécie de sondagem de limites. Até onde iria
aquela mulher? E o que dela esperavam eles? Um dos dois poderia ter provocado o
incêndio, a qualquer momento, segundo entendi. Esperaram, no entanto, que ela
não estivesse presente e que já houvesse um acervo de fotos o bastante não para
a denúncia, mas para a afirmação de um pendor. De onde surge a voz inocente senão
de uma circunstância que a ilumina? As fotos encontradas são reveladoras de uma
perversão daquele vulto de marfim. Mas havia certo equilíbrio de tensão. Há
mais ênfase no gozo de Gustavo quando o faço cativo. Parece-me que os elementos
em uma vida se misturam, nem mesmo o flagrante pode afiançar o real valor da
cena. Algum tempo depois ainda conversávamos a respeito. Não há nada mais
fabuloso do que a ambição humana.
PLANOS DE FUGA (MARIA)
Eu vi o anjo
vermelho sobre a mesa, como me olhava a pedir que lhe contasse tudo enquanto me
soprava uma canção que indagava para onde eu poderia ir. O anjo derramando-se
no copo assustava-me ao dizer o quanto a vida pode ser outra quando não se tem
para onde ir dentro de nós. Mas não será outra a vida que busco em mim? O que o
anjo acaso não sabe é que já não suporto a vida que sou, o pobre anjo
liquefeito sequer imagina o quanto me dói o acúmulo de tantas mentiras, essa
variação demente de algo que não consigo evitar: a morte de uma irmã em cujos
lábios vivi um primeiro devaneio amoroso – eu mesma rio ao escrever isto, como
se tivesse buscado tantos homens em minha vida apenas para punir-me, como se
escondesse de mim a lua com que sempre sonhei, e esse maldito anjo vermelho me
faz ver agora o quanto menti, uma trama de passagens ocultas em tudo o que fica
de mim no estar com os outros. Não tenho uma única pessoa a quem possa confiar
minha vida inteira. Todos aqueles que eu conheço são parte de uma farsa e faço
um esforço imenso para que o anjo não venha a ser como os demais. Cai o tempo e
tenho que me levar a algum lugar seguro, algum instante onde possa traçar um
dilema que envolva aquele rapaz que me olha tanto, um novo aluno, uma nova
mulher que desperta em mim, e quando peço que leia Hesse – vibras os membros, o corpo estremece, enquanto a tua imagem dura –,
todo o meu ser afunda na aflição de viver com ele mais um fragmento de mim… É
tão inevitável ter-me assim, não poder falar com meu filho do amor que sinto
por outro homem embora esteja vivendo com seu pai, não haver descoberto ainda a
maneira de dizer o que sinto a mim mesma e culpar-me, culpar-me de tudo, levar
uma vida de culpas e planos de fuga… Oh meu anjo, embriago-me de ti com apenas
o bater de tuas asas que me levam a qualquer parte de mim que há muito não
revejo. Bem sabes que o que está se desfazendo aqui é tão-somente teu corpo.
Logo estarei só uma vez mais, sóbria talvez ou ainda tonta, mas sempre
solitária e sem ter a quem contar algumas pequenas verdades que sejam ou mesmo
disposta a destruir-me por inteira.
ESPELHOS FLAMEJANTES (MARTA)
Há um derrame de
noites à espera da pequena Sofia. Mesmo quando a vejo tão deliciada entre
amigas, pressinto que algo se lhe agita no íntimo, que não corresponde à
soltura visível de seus dias. É possível isto? Ela está caminhando agora de um
lado a outro desse cubículo em que se tornou minha memória. Debate-se contra o
lacre das paredes. Não tem como sair de mim. Mesmo assim as amigas lhe visitam.
Sofridas a observam de fora do vidro, mas ela lhes abraça imersa em contagiante
contentamento. O que, de fato, em nossa vida já vivemos? Eu a vejo tão cercada
por uma volumosa escuridão e, no entanto, parece tão feliz. O que está dentro,
o que está fora de mim? Talvez essa criança seja eu, enfim domesticada pelo
previsível.
CEIA DE ABISMOS (RAQUEL)
Olho tua pele
como uma estamparia do infinito. Dou-lhe como se doravante me tocassem todos os
clamores da existência. Tua pele caída em minhas mãos: uma celebração de
regozijos. E quero-a comigo em viscosidade surpreendida e anúncio triunfante de
tudo o que passa: tua pele exaltada como portas que levam de um desmaio a
outro. Variação de melancolias que são a chave do que mais amo. Um rasgo bem
dentro do abismo, onde o coração dispara e ninguém pode conter a presença do
indizível. Com uma faca percorro o labirinto de tua pele. Descanso meus olhos
no insondável de pequenas dobras. Um talho se inicia e tua nudez admirável me
envaidece. És meu melhor capricho. Cuido bem de estirar essa pele, uma vez
extraída do corpo, e com ela dançar pela sala, gritando salve a riqueza do
mundo, salve a canção com que se acende o fogo, salve o rito precipitado sobre
todas as ações. Assim é que teu corpo me escapa e contemplo o despertar do
que sequer imaginavas.
CORTEJO DE ABANDONOS (RUTE)
Por que estavam
todas elas me olhando daquela maneira? Acaso vivemos presos a um espetáculo. Já
não somos primordiais em nada. Tudo é abismo, por mais imóvel. Eu estive com
todas essas mulheres, centelhas-ímã do que nem imaginam tenham despertado,
sequer vim a ter meus cabelos grisalhos, como hoje sei que tanto agrada ao
filho mais velho, porque me fui entregue aos cuidados com o mais novo, privado
de alguns sentidos, desfazendo-se a cada momento em que se buscava, mágica
impura, impossibilidade de um retorno à clarividência. Meus dois filhos foram
minha maneira de tocar as extremidades da vida. Entreolhamo-nos infinitas
vezes, estavam sempre ali – irmã, mãe, cunhadas, primas –, ligadas por um peso
que hoje sei apenas eu lhes proporcionava. Não havia uma dor comum. Há um
itinerário em nossa vida que não é traçado propriamente por indecisão, temor ou
ignorância. Jornada a que se tem acesso apenas através da intuição. Deixei-me
visitar por todas as centelhas. Enquanto cuidava de um filho cuja morte sabia
inevitável, um outro tateava em busca de si mesmo sem que eu lhe pudesse dar
abrigo. Mas aquelas mulheres conheciam o percurso. Quando enterrei um deles o
outro se foi. Tudo se desfazia em casa e já não havia motivo para manter-se
ali. Ao contrário do irmão, devia ter sentidos demais. Já na volta do cemitério
comecei a perceber o ausentar-se de olhares. Aquelas mulheres todas como que se
sentiam aliviadas. Eu simplesmente não tinha ao que retornar. A única
intensidade possível era a da perda. O marido recolheu-se à própria dor. O
filho mais velho se foi em viagens. Restaram-me aquelas mulheres que se sentiam
libertas de um dilema familiar. Não era preciso adivinhar nada. Estava a ser
arrastada a um novo limbo. Em minha vida só conheci as formas da ausência, os caminhos
do não-tido. Que espécie de fome eu poderia ter após uma tamanha sensação de
abandono? Meu corpo foi queimando suas lâmpadas, desfazendo-se de pálpebras e
ponteiros. Já não havia carinho ou presságio naquelas mulheres. Não
significávamos mais nada entre si. Mesmo minha mãe não compreendia de fato o
que se passava comigo. Como apagar a si mesma em plena luz do dia? Por uma
ausência brutal de vida própria. Morri-me. Marido e filho mais velho
visitaram-me o túmulo uma ou duas vezes. São duas incógnitas e, mesmo morta,
encontro dificuldades em revelar-lhes o paradeiro.
VÍTIMAS DO NOME (SARA)
Ao tocar em quem
fosse as visões me arrastavam a seu encontro. Transportavam-me de um domínio a
outro. Chamas viciadas de vidas com as quais jamais sonhei e que agora me
pareciam tão íntimas. O mais intrigante é que talvez não haja mesmo um elo
entre elas. Durante horas estive sentada à espera de meu pai, até que um último
barco partiu e senti que não teríamos mais para onde ir. Como jamais voltei a
vê-lo, talvez não tenha sido tragado pela luxúria da mesma miséria que eu. É
comum se dizer que vidas desgraçadas se atraem. Isto me faz crer que algum
momento de felicidade meu pai deve ter alcançado. Luzes quebradas fazem as
imagens à sua semelhança. Migalhas do ser almejam a divindade. Em algum lugar a
vida guarda consigo uma primazia. A quem dará? Nova descarga de visões. Sinto
que agora também me devoram quando sou tocada por alguém. Interrompida por
aparições, vislumbres petrificados, vozes frias, agonias refugiadas, tudo
fazendo crer no enigma que se aproxima entre exibido e temeroso. Não há loucura
maior do que a sobrevivência. Somente os obsessivos devem ser considerados
criminosos. Os que matam uma única vez não passam de pobres vítimas.
∞
A GRANDE OBRA DA CARNE
A poesia de Floriano Martins
1991 Cinzas do sol
1991 Sábias areias
1994 Tumultúmulos
1998 Autorretrato
2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]
2004 Antes da queda
2004 Lusbet & o olho do abismo abundante
2004 Prodígio das tintas
2004-2015 Estudos de pele
2004-2017 Mecânica do abismo
2005 A queda
2005 Extravio de noites
2006 A noite em tua pele impressa
2006 Duas mentiras
2006-2007 Autobiografia de um truque
2007 Teatro impossível
2008 Sobras de Deus
2008 Blacktown Hospital Bed 23
2009-2010 Efígies suspeitas
2010 Joias do abismo
2010-2011 Antes que a árvore se feche
2012 O livro invisível de William Burroughs
2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]
2013 Anatomia suspeita da realidade
2013 My favorite things [com Manuel Iris]
2013 Sonho de uma última paixão
2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória
2014 Mobília de disfarces
2014 O sol e as sombras
2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil
2015 Enigmas circulares
2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]
2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]
2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]
2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]
2016 A vida acidental de Aurora Leonardos
2016 Altares do caos
2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]
2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos
2017 O livro desmedido de William Blake
2017 Antigas formas do abandono
2017 Manuscrito das obsessões inexatas
2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]
2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra
2018 Atlas revirado
2018 Tabula rasa
2018 Vestígios deleitosos do azar
2021 Las mujeres desaparecidas
2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]
2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]
2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]
2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]
2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]
2023 Inventário da pintura de uma época
2023 Letras del fuego [con Susana Wald]
2023 Primeiro verão longe de casa
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1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]
2013-2017 Manuscritos
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Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.
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OBRA POÉTICA PUBLICADA
Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.
Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.
Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2. The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.
Alma em chamas. Fortaleza: Letra & Música, 1998.
Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.
Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.
Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.
Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.
La noche impresa en tu piel. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.
Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.
Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.
Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.
A alma desfeita em corpo. Lisboa: Apenas Livros, 2009.
Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.
Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.
Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.
Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.
Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.
Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.
Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.
O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.
A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.
Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.
Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.
A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.
Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.
Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.
Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.
Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.
El frutero de los sueños. Wilmington, USA: Generis Publishing, 2023.
Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.
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Agulha Revista de Cultura
Criada por Floriano Martins
Dirigida por Elys Regina Zils
https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/
1999-2024
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