sábado, 22 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Rastros de um caracol

 

 

dia a dia provocativamente

ele desencadeou ilusões

KANSUKE YAMAMOTO

 

A solidão está na esperança,

no triunfo, no riso e na dança.

LUIS CARDOZA Y ARAGÓN


 

NOS BOLSOS DA SONÂMBULA

  

A solidão estava por toda a casa, enquanto caminhava ausente de si. Por vezes dançava e ria, no triunfo de uma quase debilidade. O corpo movendo-se entre o espasmo e a heresia. Dança de esvoaçante nado. O garoto a via no mergulho em um engodo ancestral, debatendo-se pelas ramagens da própria queda. Havia um cheiro que levaria consigo até a essência de seus escritos. A mulher ali à frente ritmava a sua infância. Ele, o insone; ela, a sonâmbula.

 

Nada disso. Intuía ser outra a razão da presença/ausência de ambos. Nada lhe era de todo invisível. Vendo-a insinuar-se no desenho rítmico de seus acolhimentos, um mundo começava a lhe abrir parênteses, recebia recados do acaso, anotava sigilosas imagens. Vê-la caminhar pelas dobras de um abismo interior era uma fortuna inigualável. Decerto deixaria que toda a infância fosse tomada pelo espectro indomável daquela mulher recebendo distintas entidades. Mas não. O tempo com ela não se deteve o suficiente. Logo se foi sem tambores.

 

Os tambores ele próprio desenhou. A sonâmbula trazia muitas vozes nos bolsos de sua pele. Antes dela a mãe tremia ao descrever assombrações que lhe assaltavam as noites. O convulsivo dança enquanto dura a projeção do abismo. Os tambores todos sondavam o baile ulterior. Acompanhara o roçado secreto daquela mulher, manifestações com chumaço ou praga, guizalhados, bufos, zumbidos, martelares, guinchos, cacarejos. Tambores.

 

Amara aquela mulher, mais do que duas primas que sorrateiras enfarinharam de encantos alguns momentos guardados de memória. A ideia do perdido se construía com delineada firmeza. Tufo de alegorias, untura de espantos, isqueiro do cognoscível. A memória dançava. Corpo segurado por outro, agitando-se em círculos incansáveis. Mares de fibra cobrindo e descobrindo a cena. Teatro do encoberto. Terra de outros ares sendo ela mesma a própria terra e sua impossibilidade.

 

O corpo nu lhe atraía, tanto quanto a astúcia e o menoscabo do riso dos tambores. Porém nada como a inocência daquele olhar quando retornava a si e lhe indagava o que houvera. A solidão voltava de uma longa viagem. Mil vezes a mesma tarde, o mesmo longo trajeto, insondável sempre. Um precário destino com os bolsos esburacados por planos que jamais compartilhariam realidade alguma.

 

 

LIÇÕES DE ABISMO

 

As sobras estão pesadas. À noite, estive com os mesmos corpos, movimentos idênticos, iguais falas entrecortadas pela aflição. Quantos desejam permanecer aqui? Indagam se ainda haverá motivo. Terá havido acaso alguma vez? Mortes as que se seguirão, vorazes fragmentos antecipados. Desde garoto começou a contá-las, chegando a rabiscar um temos tão-somente o que perdemos em uma folha encontrada nos guardados da mãe, esquecidos na casa da avó, anos depois que ela morrera. A mesma lembrança, uma vez mais? A memória não faz outra coisa senão repetir-se.

 

Uma natureza morta na sala da casa materna abismou-lhe a infância. Peixes devoravam frutas e se convertiam em flores. Via ali um mundo em permanente metamorfose. Pinturas de um tio médico, recorda aqueles óleos como silhueta pulsante de todo um mistério que animaria a existência. Aqueles óleos? Havia outros. Em um deles, uma mulher saía da cama e ia sentar-se no piano ao lado, nua, onde tocava por horas sem que se lhe ouvisse um acorde. As notas do silêncio possuíam uma dor insuspeita. Por vezes parecia identificar o dorso daquela mulher. A exatidão das coisas reflete bem mais uma impropriedade. O mundo não passa de um abismo de sugestões.

 

Um dia foi indagado sobre a morte do irmão. Não podia entender aquele corpo se agitando diante de si, em evasivas, a nada correspondendo. Qual doença teria? Estava vivo, ria quando ouvia música, debatia-se alarmado diante de algum som que não lhe agradava. Estranho que não dissesse uma palavra, mas não via nisso uma enfermidade. Uma atrofia múltipla se dava sem que lhe importasse. Queria o irmão presente e encontrou no estímulo sexual uma reduzida chance. Masturbava-o enquanto entoava alguma canção saída da vitrola dos pais. Porém o fez poucas vezes, antes que morresse. Não importa que espécie de deus nos traga conforto. A existência humana se dá como uma combinação química. Em qualquer circunstância será quase inevitável perceber um sentido mínimo, decerto ilusório, em seguir vivendo. Deus algum nos inventa ou mesmo nos completa. Somos o enlevo de seu precário raio de ação.

 

 

VISITA DE UM LAGARTO

 

O cenário dos sonhos era sempre composto pelas casas da infância. Silenciosos sonhos com as mesmas salas quartos telhados. Somente anos depois, quando morreram os pais, é que os sonhos tornaram-se sonoros e cada cena se mostrava em terreno próprio. As casas da infância eram um amálgama de seu destino. Entrava e saía delas por uma parede. Nos sonhos não havia distinção entre cômodos. Uns tantos móveis indicavam quando de cada uma se tratava. Identificação que julgava sem importância. A parede desenhava-se como a de uma biblioteca. Os livros o conduziam de um lugar a outro.

 

O que havia ali atrás? Duas irmãs mimadas disputavam o uso de um piano. Aquele estranho objeto que emitia sons sem que ninguém o tocasse lhe parecera a chave da passagem de uma casa a outra. Uma delas lhe dizia tudo o que não viria a ocorrer. Da segunda receberia o peso de uma existência talhada a perdas. Suas visões eram mais propriamente um anátema. Teclas do piano saltavam de tigelas de sopa, corriam sorrateiras para debaixo de guarda-louças ou escondiam-se nas altas prateleiras de armários na despensa. Inúmeras as noites em que acordava asfixiado com as cordas do piano apertando-lhe o pescoço. A primeira das irmãs a morrer foi sua mãe. O piano tornou-se intocável. Jazia silencioso em uma sala fechada na outra casa. Nunca mais se lhe ouviu um único gemido. Gastou-se entre poeira, cupins e goteiras.

 

Nada nos sonhos denunciara a loucura que acometera a tia. Alguns personagens nos tantos livros que lia. O entrar e sair naquelas duas casas. O garoto recortava silhuetas de suas visões, colando-as nas páginas dos livros ou soprando-as no ar, imaginando que alcançassem abertas inexistentes janelas ou mesmo que mergulhassem em saliências de quadros, nas demais paredes ou em reproduções em inúmeras revistas que folheava.

 

Nessas idas e vindas – já não recorda se sobre um tanque de roupas ou se lentamente movendo-se para fora de um livro – vislumbrou uma presença distinta entre as demais. Que forma assumiria tal vestígio em sua vida? As formas significam muito pouco. Poderia seguir recortando-as. Por uma aurícula errante trataria todas as cobras de duas cabeças. Chamaria raio os esfaqueamentos misteriosos que não raro eram comentados em casa. E daria pernas ou asas ao pescoçudo gramofone da avó. As formas não lhe bastavam. Um novo personagem lhe despertara para tanto. Arrastava-se brincalhão sobre seu corpo. Não lhe eram mais enfadonhos os sonhos, embora seguissem silenciosos e em repisado repertório. Tudo permanecia o mesmo, mas ganhava um significado.

 

 

JOGO DAS FORMAS

 

A loucura terá seus anúncios? O colecionador de pentelhos em caixas de fósforo, a caluniosa simpática que fazia-se coxa quando lhe descobriam a tramoia, o trêmulo a rabiscar paredes com os dedos sangrados. Loucos em banheiras planejando golpes de estado, renúncias de cargo algum, assuntos evitados. Em quantos vasos percorre o mundo a loucura? Haverá mesmo uma?

 

Ao visitar a tia, nenhum diálogo se completava. O argucioso é tudo menos louco. E o garoto logo perceberia viver em um nicho de evasivas. A avó desconversava quando vinha com suas inquietudes acerca de Deus. Aos 13 anos a visita de um parente bispo coroara o assunto. Deus era um grande equívoco e a loucura não passava de um blefe. Toda prova é circunstancial e pode ser usada para fins distintos. O silêncio arremeda autismo e dissidência. Para onde me mova, estou em tuas mãos.

 

Quedas são transcritas por exímios copistas. Estados de pânico, angústias banais, violências súbitas. A tia escorregava em um lodoso silêncio, sempre que ele falava em sua mãe. Acendia um cigarro e logo o largava. Procurava algo nos bolsos. E retomava o que bom que você veio me ver. Não retornou mais ali.

 

Também sentia-se só. Os sonhos se dispersaram. Já não era mais garoto. As casas foram vendidas. Uma delas demolida. Não tinha consigo um único daqueles milhares de livros. Os parentes todos morreram. Apenas a tia ainda vivia, uma irônica relação entre ser e tempo. Qual a medida da loucura naquilo tudo? Qual a medida de nossa presença em tudo o que fazemos? A loucura é o que deixamos escapar, o que não conseguimos ser?

 

O menino levava consigo uma pequena caixa de madeira. Dentro havia duas lâminas de vidro, uma tesoura minúscula cuja forma era a do encontro de duas cobras, e um raro acervo de figuras as mais insólitas. Algumas imagens se repetiam ao excesso – janelas, molduras, livros abertos, corpos humanos, fogueiras – e pareciam não ter fim. Ao buscar o livro que seria as asas de um lagarto planejando a fuga diante de uma janela aberta, retirou da caixa dezenas de recortes, amontoados ao redor. Descontente afirmara que o infinito tem seus próprios dilemas e então recortou as abas de dois livros e com elas o lagarto se foi. Todos aqueles papelotes retornaram a um ninho de dimensões impossíveis de contê-los.

 

 

O CÃO E O LUSTRE

 

O quarto tinha apenas uma cama ao centro. A avó estava ali, entregue a um ritualístico diálogo com os mortos. Ao me ver abriu um frágil sorriso, o corpo inteiro desfazendo-se, ocupado em despedir-se do espírito. Beijei-lhe a fronte e a pouca voz me chamou pelo nome de um tio e me falou orgulhosa da visita de outro, minutos atrás, visita que coincidia com a morte do mesmo em outra cidade. E assim me tratando, com o olhar apontou inúmeras presenças no quarto.

 

Um irmão a havia decepcionado pelos versos roubados a outro. Lamentava que uma das irmãs jamais houvesse conhecido homem algum. Preocupou-se com a filha viva, prevendo-lhe o abandono pelos demais parentes. A todos tratava como se estivessem presentes. Com dificuldade a voz me levava para mais perto de seus lábios, a revelar-lhe um estojo de tormentos e indignações. O corpo em desalinho, assediado por escaras, um magro seio a descoberto, mórbido contraste com o que significara a existência daquela mulher.

 

O quarto deixou-se ocupar por fantasmas. A avó me olhava fixamente, sem que mais falasse, e pude compreender cada presença, por mais invisível. Depoentes movidos por arrependimentos vários. Um caudal de culpas a serem expiadas. Do desculpa-me, irmã ao não era para que soubesses. Nossos lábios estavam quase colados. Mesmo o hálito putrefato não evitou o beijo, demorado, seguido de um encantamento no olhar.

 

Visões intumescidas asfixiavam a memória. A avó com suas minúcias guardadas em celas, no oratório precário de uma vida doada e que nem mesmo ao final dos dias algo recebia, sequer um pouco de compreensão em torno de seu desprendimento. Beijamo-nos como dois amantes cujo amor corresponde a uma esfera jamais visitada pela família.

 

Como recobrar-se? Até hoje não sei. Lembro que havia um lustre pendendo do teto. A pouca voz me disse que ali estava com ela aquele negro cão, quieto, confiável, suspenso no vazio. Cão ou lustre? Luz ou escuridão? Minhas mãos já seguravam fortemente o travesseiro sobre seu rosto, sufocando-a.

 

As mesmas mãos me vinham ao rosto por incontáveis noites, ao me perseguir o pesadelo de não haver morto a avó naquela tarde. Todos os enunciados em nosso último encontro se cumpriram. O que houve depois do beijo? Nada. Dali eu me fui, sem que retornasse jamais. Decerto anda comigo o cão, ainda que não o veja.

 

 

O RIO LOUCO

 

Os pés do amor. O mordisco de peixes quando os mergulhava no grande tanque de cimento. A alegria vinha do nada. Erguia a perna e o garoto dilatava-se seduzido. Atendia ao vem aqui e ela o jogava n’água, para que sentisse os peixes. Depois lhe trazia o rosto para o centro de suas pernas. E entoava um mantra, solene, combinação de trevas desejosas que envolvia a ambos naquela e em outras manhãs.

 

O garoto não via graça na vida que não fosse tocá-la. Não tinham mais o que guardar um do outro. Peixes são línguas são algas são rios loucos dentro da linguagem. Peixes com pés e um singular sorriso que transborda vislumbres por toda a carne. A música que ouvia era cantada bem dentro. E as vozes se multiplicavam. Peixes cantantes. Alguns o mordiam até que sangrasse.

 

Umas vozes acendiam restos de vela. O garoto espreitava a mulher de joelhos reunindo contas no chão. Punha uma venda em si mesma e aquecia uns dedos no fogo antes de tocar-se em volúpia. Logo ressurgia animada por enigmática vertigem. Não resistia a seus toques, banhava-se de desejo e alegria.

 

Dentro de um peixe o garoto sente-se sufocado, o rio ausente. Espasmos de memória levam-no de um cesto a outro de imagens. Quer o rio de volta e as pernas daquela mulher. Assusta-se com o travesseiro roubando-lhe o ar, debate-se, não crê em seus olhos, a mulher lhe asfixia pesando sobre o corpo.

 

Não sou eu, não eras tu, não somos ninguém. O que amamos nos cabe dentro? O garoto saiu dali com um silêncio a durar-lhe a vida inteira. O que explica alguém ser vítima quase fatal de algo que desconhece? Como perder-se a linguagem em algo que não lhe diz respeito? Um verso, uma fotografia, uma frase à toa, mulher e garoto rebentados, música de silêncio.

 

Improviso um adiamento da morte. Uns dias a mais enquanto me escuto acerca de deslizes e crendices. A volúpia despertada pelas inúmeras que me parecia ser aquela primeira mulher, variação abissal de vozes que jorrava daqueles lábios e contagiava-lhe os gestos, pânico me rasgando a inocência. Não era ele, era eu. Ainda hoje mal suporto o lance de imagens da memória. Em um momento me tinha dentro dela e logo asfixiado por um travesseiro. De uma morte a outra, a linguagem perdendo referência.

 

Não sei o que houve com ela. O que é feito de protagonistas de incontáveis circunstâncias que nos marcam a vida inteira? Seu fantasma está comigo. Não sei, não sei, de fato, o que houve com ela.

 

 

JOVENS RUÍNAS E TRÉGUA NENHUMA

 

Nada. Nada se move. O garoto abria páginas e páginas de todos aqueles livros na biblioteca do pai. Tudo lhe parecia um simulacro, um baile de falsificadores. Ulisses algum voltou para casa. Lâmpadas, moedas, revelações, pesagem de almas, nada, absolutamente. A parede não se abria mais. Mudava os móveis de lugar, evocava espíritos, improvisava mandalas na tábua corrida. Nada. Nem mesmo queimando alguns raros exemplares em sacrifício. Inclinou-se diante de tudo aquilo em que acreditava. Nada. Espinhos, vislumbres, sepulcros, eclipses, nada se move. O garoto sentia-se preso a metade de sua vida. Acender velas, cumprir anos, tudo perdera significado, desde aquela manhã em que os livros simplesmente se foram. O equilíbrio é também a medida do perdido.

 

 


 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 

 

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