quinta-feira, 20 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Extravio de noites

 


No espaço imenso

o que não está por acaso

está por engano.

CRUZEIRO SEIXAS

 

1.

 

Medito sobre teu corpo

enquanto se extingue

uma única vela acesa.

Medito com Píndaro: sonho

de uma sombra o homem.

Vestígios de meu corpo

dentro do teu: bailado

de sombras impossíveis

que se confundem em cena

e se penetram mutuamente.

 

2.

 

Lábios de seda,

um plantio dentro da pele.

Se me amordaçasses ainda ouvirias o salmo de minhas ânsias.

Pequenos lábios do mundo,

algazarra insepulta de falas que são lâminas de falos e abismos:

uma linguagem de coxas,

trapézio mobiliado pelo desejo.

Lábios perversos que não se negam jamais.

Lençol que aturde os movimentos do sigilo que acoberta.

Lanterna de lábios lavrando a cena a ser escrita.

Por vezes o inferno não sabe onde cair:

será deserto como no princípio ou evocado por débeis ratazanas viciadas na vida eterna de um laboratório?

Mandinga entranhada em cada sílaba,

o que dizem a mesma reza prelúdio gasto sobretudo do acaso guarda-sóis devassados por falta de uso.

Tocas em mim,

lábios na pélvis no visgo que buscas:

o que haverá de mais visionário que o temor?

Sussurro em teus lábios maiores que punição alguma me levará ao arrependimento de tocá-los.

Lutuosa harmonia de quantos beijos?

Açoites que planejam mechas em devaneios das formas que se misturam entre si:

o impossível lábio único intransitivo que ninguém o culpe por haver agido sozinho.

 

3.

 

Como te moves dentro de mim?

Arrasto-me em tua direção e danças

e te desdobras em sombras

que são a própria noite coberta pelo desejo.

Todos nos deixamos embaraçar

por um atrito de vozes dentro delas,

uma arte de tocaia, ouro de enigmas.

Qual o argumento de tua volúpia?

O que me escreves no corpo

acaso não exagera tua figura?

Onde estará o centro dessa orgia

que levamos a público todas as noites?

O que importa? Danço com tuas sombras

e entrego-me a elas diferente de mim.

 

4.

 

O espelho no canto rabisca tua imagem: um seio abusado sobre a página do livro que te dei: a magia do espelho quebrado é uma longuíssima viagem sem regresso. O verso de Cruzeiro Seixas parece ter sido escrito por meu desejo de que estivesses ali. Tão sinuosamente nua que me deixo iludir pelo jogo de atalhos de teu corpo. O espelho me decifra um sombreado de vertigens. O olhar provocando adivinhações: onde o pousarás, onde? Deixa-me ler outro verso ante teus gemidos: no espaço imenso o que não está por acaso está por engano. O espelho ainda ali, enquanto gozamos. Suores emanam das páginas de um livro lido ao revés na pele do espelho. Por vezes não sabemos se estamos chegando ou saindo. O abismo não tem ponto. Mesmo o descanso de cena é um completo desatino.

 

5.

 

Todos os sonhos são interessantes?

O que se passa entre duas realidades

é tanto um inferno quanto um regozijo.

 

A vida cai pesadamente sobre quem recorda ou não seus sonhos e ali nesse torvelinho de agruras e desencantos entre minúcias de êxtases com ou sem consequências não há brevidade entre um abismo e outro e se está voltando sempre a um engodo intransponível de abandonos e decepções à paisagem fortuita viciada que sonho algum mais a reivindica.

 

Quem está aí?

(Segundo Louis Aragon, era para ser o infinito: quem mais bateria à porta do poeta?)

 

O disfarce acaso me julga consciente dessas ações?

 

O mistério é uma afirmação estética?

 

6.

 

Te viras para mim em dois tempos. Recurvas o corpo de tal forma que ânus e olhos me encaram como se eu fosse um petisco de tua cobiça. Um riso derramado sobre o rosto e a seda mínima que te cobre manuscreve fibras do encanto. Te ris. A mão sobre um ombro desnudo. Fiz várias fotos e me pergunto: por onde começo a corresponder a teu olhar? Pela insinuação de que tempo e espaço se destorcem diante do desejo ou porque teus olhos não dispensariam a cena vislumbrada? Mas tudo se dá em dois tempos. Então a memória não é nada se não volta a concretizar-se. Rio contigo, e beijo tua bunda deslumbrante.

 

7.

 

Onde estás, meu amor?

No engulho de quedas,

na dor de uma máscara sem rosto,

no dilema de espelhos à beira da cegueira?

Onde estás? A retidão do ser

não corresponde à sinuosidade do dilema.

O que descubro em ti é parte

do que perco dentro de mim:

ceia de fantasmas, a memória

servindo seus melhores pratos.

Não mora mais ninguém nessa casa.

Não somos mais parte de nada.

Reúno ações em busca de algo perdido.

Onde estás, meu amor?

 

8.

 

Compra-a para teu gozo, disse-me o pai, desejoso de livrar-se de uma viúva, ainda que sua filha fosse. E o fiz, sem hesitar. Aqui me tens a teus pés, senhor, disse-me a filha, disposta a servir à ceifa de aflições que me velavam o corpo. A doce mulher parecia apegada a seu destino. Mantinha os olhos vivazes sempre arregalados em busca de algo. Ao banhar-se, no antepasto, entre óleos e vinhos, mesma doçura. E foi se servindo de tudo à volta, ela própria a serva incomparável da aquilatada condição. Os olhos saltitantes, por vezes longínquos, cadentes. Aos poucos compreendi: não era apenas queda ou sedutora suavidade. Buscavam uma brecha onde voltasse a ser a infatigável dama do abismo.

 

9.

 

O corpo está tomado de véus

que são cortes profundos na pele

e são taças de um desastre

no bosque de teus sonhos:

o corpo folheado com seus recortes de gozo

e estamparias laminadas que são rabiscos

na pedra esboçada em teu ventre

e pentelhos de fogo como árvores que se exibem

ante um derrame de vozes:

o corpo onde estavas quando a noite

entoava ventanias e um olho a descoberto

engolia toda a paisagem imaginada:

o corpo em ruínas que se estreitam

a recompor vertigens que são nomes inscritos

em aves rochosas que se chamam coxas

e um tropel de vultos ao passar de páginas de teu corpo:

por noites te chamo mascando nomes

como um dilema febril a confundir imagens

como credenciais a evocar rasgos

que anunciam a tormenta da restauração:

o corpo se refazendo a cada anúncio do fim.

 

10.

 

Agimos com palavras, e caímos em ardil

quando não as prezamos acima de tudo.

Não importa que seja a palavra empenhada

em um jogo de cartas ou sobre o corpo

de uma puta. Que esteja escrita em versos

ou em discursos de posse, nada a diferencia.

A palavra dada antecede qualquer ação,

já o dissera um cavalo pela boca de Tolstoi.

Construa ou destrua, tudo no homem se define

por sua palavra. Concebe a Deus e se põe

acima dele, porque assim está escrito.

E escrito está o que por vezes se modifica.

Porém irremovível parece restar um princípio:

a palavra valerá nada se não valer o homem.

 

11.

 

Medito sobre teu corpo

enquanto se extingue

uma única vela acesa.

 

A sombra de versos caindo sobre nós, hordas de angústia e dilemas, tuas pernas alucinadas desenham um mote por onde começar a ruir toda a medida do mundo, sopa de preâmbulos, chá de reservas, pernas multiplicadas em enlaces e desenlaces, um clã de cicatrizes a projetar sombras queimantes, erupções de fálicos tormentos, zona de incidentes vulgares, falas entrecortadas, atores com dificuldades em relação à trama ensaiada, um pianista bêbado e a namorada encharcada de pó desentoando a vontade de alguns darem por certo o valor daquela montagem, o teatro despencando como uma casa abandonada, quedas sangrando de si, umas a perguntarem-se onde cairemos se não há mais ninguém em parte alguma, e outras querendo ouvir a mesma canção, vício de viagem, erma travessia de uma parte a outra, o mundo sem sentido, os próprios versos agora a desabarem, nossos corpos um único altar, todas as figuras de um sacrifício representadas por nós mesmos, tu e eu, apenas tu e eu, meto-me em ti, a vela já de todo extinta, e gemes esvoaçante ante o abismo que redesenhamos, caímos, caímos, os corpos não vislumbram nada

 

além da queda,

e apenas assim

te crias dentro de mim,

assim unicamente

me descubro em ti,

 

os vestígios somos nós, as sombras somos nós, o amor que temos um pelo outro, o mundo se resume a uma declaração de amor, não há dúvida, desde que a palavra seja o altar sagrado dos gestos, da afirmação de tudo quanto sentimos, e em tudo o que desejamos há uma vertigem de extravios, astucioso dilema, enquanto teu rosto descansa em minhas coxas indago sobre o que nos leva a escrever, a palavra gasta, se acaso não deveríamos buscar uma outra forma de expressão, ris e gozas e choras e te pões a imaginar estranhas figuras que nos visitam enquanto brinco com teu corpo, em meio a tudo isto sabemos que:

 

nada,

não sabemos mais nada.

O futuro é apenas uma queda de imagem.

Tudo entre nós não passa de um susto.

As sombras se esgotam em si.

Estamos caindo do nada.

Cada minúcia de queda é toda ela em seu apogeu.

 

Haverá uma noite?

   

Algo com que se possa contar quando o extravio for tudo? Uma noite que despenque agora sobre nós a confundir-se com pálpebras pesadas e moinhos de corpos, um absurdo cálculo da intuição que nos faz sentir dor e se põe a rasgar páginas e páginas de um livro que julgávamos escrito? Haverá a janela narrativa dos sonhos ou o beiço sedutor de umas palavras escapadas em silêncio, algo que se anuncie com aquele estupor do ar de que falava René Char? Ao que parece, os caminhos se abrem a toque de perdas, o descobrir-se é um ritmo vertiginoso de desfazimentos, assim te amo, assim me amas. Medito sobre teu corpo enquanto se extingue uma única vela acesa. A noite banha-se através dos signos que a martirizam: seja noite,

 

em oculta pele de palavras descobertas,

cálice de revelações,

 

ecos dançarinos de dobras irreconhecíveis de corpos sugados pela veneração, viagem excêntrica do enlevo que são débeis figuras diante do espelho de faces que caminham entre gemidos e estremecem o vértice de códigos e mensagens mais simples do que a morte que nunca é a mesma em parte alguma. Um amor assim?, indagaria o poeta recolhido em seu abandono. Sim, poeta, um amor assim, não um amor aproximativo, um amor com aspecto igual à queimação de suas vísceras.

 

Para que a noite caia em seus vislumbres infernais.

Os rostos não se fazem ouvir de todo, e queimam-se irritados.

Tanto entusiasmo para reter coisas e nenhum para equilibrar tal dano.

Vozes gastas em elogio, precária despedida do ser.

Umas tantas sílabas trêmulas era todo o espólio da noite concentrada

em desfazer-se de si.

 

Medito sobre teu corpo

enquanto se extingue

uma única vela acesa.

 

 


 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


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