quinta-feira, 20 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Blacktown Hospital Bed 23

 


Como um tambor a voz daquela mulher repetia a palavra nurse no leito vizinho ao meu. A cortina que nos separava já de todo vencida pela insistência de sua evocação. Impossível que a enfermeira não a escutasse. A voz retorcendo a palavra de tal modo que assumia uma abusada floração de sentidos e timbres sombrios. A noite multiplicada em cenas e vozes dilacerou a dimensão daquele hospital em Sidney. Este é o poema escrito em nome de todas elas.

FM

 

1.

 

Põe a mão na água.

Meu coração está profundo,

e a cama soa como o martelo de um deus.

Eu sei o caminho.

O chão disfarçado com olhos de chumbo.

O rádio longe tossindo desastres climáticos.

Oh por favor, põe a mão na água.

Traga os lagos de volta.

Eu não tive tempo de rever todos os planos.

Eu sei o caminho, porém os mapas não me reconhecem.

Põe a mão no fogo.

Eu quero dormir no fogo.

Por favor, cubra meus olhos com cinzas.

Brilho brilho brilho, meu céu quer seu cachimbo.

Eu tenho uma imensa chaga, porém meu corpo se arrasta lento.

Identifico as línguas em que me falas.

Todo o meu cansaço se agita.

Meu coração está voltando.

Põe a mão na água, na maldita água.

Eu sei o caminho.

Eu sei.

 

2.

 

Com o céu dobrado em quatro peles,

desce pelos requintes de uma dor que se repete:

música de exaustão,

limite de trabalhos corrosivos,

sem que houvesse aprendido a soletrar o mundo razoável.

Desce acrescentando um rio em cada contração,

um lar de gemidos renomeados pela ânsia.

Eu sei como livrar-me do feitiço.

A estranha mulher a ler no fogo o livro por ser escrito.

A cama desgovernada nos lábios da noite.

Ela em súplicas: ela em lágrimas: ela em mim.

Eu sei como livrar-me.

Um sonho agendado ao pé da aflição.

Eu quero o meu terço de areia,

o mato crescendo por dentro dos truques abandonados.

Ela em quatro peles deslacrando enigmas.

Eu beijo a terra seca, a árvore queimada.

Meu nome se perde em suas vísceras.

O feitiço está escrito em algum lugar.

Com seu ofício de dobrar-me,

a dor não para de cuspir um milagre áspero de fendas.

 

3.

 

Ela me diz os nomes que eu não deveria ouvir,

talvez para que eu saiba por onde começar a morrer.

E me traduz um delírio aos bagaços em meio à dor incessante.

Masca as mesmas palavras que talvez sejam uma só.

Eu não sei como chamá-la.

A cama desliza por uma savana de cadáveres.

Tantos seres iguais a nós que nos desconhecemos.

Um verbo suspenso extravia os demais.

Multidão a repetir-se em uma acústica de desmaios.

Minha carne se desfaz profundamente.

Sou o nome que me usa para afastar-me de mim.

Sequer dorme um instante para que eu reze em silêncio.

Necessito um abismo com que estancar a dor.

Respiro areias escaldantes,

terra inflamada com acordes fatais,

costelas empilhadas como facas.

Esmero de cortes de um pulmão a outro.

Ela me diz as façanhas que devo decifrar,

a hora provável em que o medo entra em declínio.

Eu não estou bem certo de entendê-la.

Não a escuto nem sei quantas são.

O hospital com seus corredores prolongados dentro de mim.

O meu peito queimando umas últimas árvores.

 

4.

 

Uma outra dor vem confundir-se com a tua,

por entre migalhas da escuridão

e pequenos golpes na memória de minhas visões.

Não te cansas de rasgar o ventre do mesmo mantra.

O peixe dilacerado em sua agonia de mar e areia.

Mundo em que me crias o mesmo em que me matas.

O anel que tu me deste, o amor que tu me tinhas.

Descrevo a sede para que não retornes a este quadrante.

A espinha de sal que me atravessa a voz:

era branca era branca a tua nudez indisfarçável.

A tua nudez de sal e sombras esvoaçantes da quimera.

Planos de Deus brotando do relógio na parede.

Apenas teus gemidos refletem sobre eles,

e minha dor apaixonada pela morfina.

 

5.

 

Noite decomposta na versão inverossímil

de seus acidentes vasculares.

Se dormes, petrificas.

Reúno tuas divergências em meu ser.

Presságios contra a escrita da aflição.

Espalho teus artifícios por toda a pele.

Se respiras, me despedaço.

Não quero morrer em teus braços.

Olhos mascados pelo delírio,

os rios da febre em caudalosa alegoria.

Grunhidos entalhados em minha face.

Fogo de línguas, uma única palavra

expandindo-se em mil dizeres.

Não há repouso em teu mistério interminável.

Guardo contigo o método de meu desespero.

Não quero morrer não quero um só instante.

No privilégio de tuas chamas projetadas,

na chaga incessante de uma altíssima dor.

Sombras tropeçando em gemidos.

Se te esvais, me aprimoras.

 

6.

 

Releio tuas sombras mergulhadas na noite.

As que me afagam por dentro em horas mortas.

Desconheço os planos do bisturi, seus adágios,

o pavio deixado à mostra para que sangre a espreita.

Em nome do céu a caça desterrada.

A água da terra no olhar faminto.

Vislumbro o enigma do fósforo,

a arte elementar dos sapatos deixados sob a cama.

Olho à volta e revejo cada metáfora.

Ignoro os mosaicos que não percorremos.

Vomito fezes, negrume de veias ressecadas,

uma herança de dores sobre a terra.

Persiste o pesadelo de tua voz agonizante,

prece implacável, prece de lábios rasgados em que duvidas

que o morto sou eu e uma revoada de anjos

aceita o demônio que levas contigo.

A letra golpeada, a realidade indefinida,

e vens por baixo do lençol

transbordar-me de abandono e fadiga.

Uma atrocidade mística que me tira o sono,

e retalha a miúda esperança.

 

7.

 

Teus gemidos se arrastam por todo meu corpo.

Querem me dizer algo e parecem sofrer com isto.

Como o curso premonitório de um rio que se esgota,

banha-me a terra quente de teu canto inevitável.

O que oculta tua sede hostil em sua perda de ritos.

Teus gemidos projetam suas chamas em meu sexo.

Por um momento a tudo renunciamos,

e coincidimos em praticamente todas as vertigens.

Sei que brincas comigo e tolero a desordem dessa parábola.

Queimas as cartas de meu desejo temeroso

e invades as atribuições de um gozo que confunde-se com a dor

que salta de um porto a outro de minha vigília.

Por um momento parecemos estar vivos.

Teus gemidos dão instruções ao meu orgasmo.

A memória é árdua e concentra-se em seus erros.

Vislumbro tuas carnes murchas,

e percebo que nunca soube como te chamas.

No entanto, me explodes como uma invenção inconclusa.

 

8.

 

Do outro lado da cama ainda me ouvias.

Quem somos quem fala quantos já fomos.

Pequenos anjos negros desfigurados pela deriva.

Variações de uma mesma agonia acumulada.

A minha vida em tuas mãos.

Eu vi chegar o primeiro barco de refugiados.

A divindade enlouquecida em suas minúcias.

A outra face da morfina, o limite do horror.

Cada palavra me dói como uma doutrina escarnecida.

Uma dor perplexa que toca o fogo e queima teus olhos.

A cama ancorada no céu de cinzas aflitas.

Teus planos desfeitos minhas cartas relidas.

Entramos no assombro um do outro,

com a astúcia do caos, a malícia do acaso.

Talvez não tenhamos mais para onde ir,

e tudo se agrave porque relutamos em aceitá-lo.

 

9.

 

Rios de fogo por dentro do corpo.

Escritura de sangue escavando a memória.

Eu fui buscar o abismo esquecido em teu ventre.

Mundo em que tudo se dissipa e nenhum equilíbrio.

Pernas como archotes iluminando os vãos do desejo.

Eu queimo por ti e tu me açoitas com um papiro de urgências.

A hora aterrorizante das injeções.

Língua incendiada por palavras inaceitáveis.

Deus que me reduz a uma torrente de dores.

Em me perco sempre onde quer que te busque.

Vasculho em meu sexo um conforto impreciso.

A noite se dilui como uma sopa de gemidos.

Alguém me tire daqui.

Eu não quero eu não posso morrer antes de mim.

 

10.

 

A noite se estreita ao percorrer minha alma.

Nos olhos dela a ferida inflamada,

a chaga de horas com que me decifras.

Umas vozes dentro, outras bem fora, ausentes inomináveis.

Os mortos dizendo fogo, a dor coberta de cinzas.

Ventríloquo enfermo que não reconhece a si mesmo,

eu bebo em teu sangue a fábula da morfina.

Esta noite foi composta no pudor de tuas coxas,

para que insistas estou louco jamais voltarei aqui.

Quem dirá em mim, como um retrato resumido,

o quanto te amei enquanto te repetias?

Tua voz acumulando virtudes.

Eu me declaro um homem acabado sem que me digas quem fui.

Não é possível, eu sei, e, no entanto, me tens por um fio.

Recorda-me de uma vez só para que eu não sofra tanto.

 

11.

 

Eu vou embora daqui.

Com mil chamas vertiginosas

redigindo a queda de teus seios em minhas mãos.

Antes que tua doce blasfêmia iluda a morte.

Deixo contigo o bisturi inútil e a máscara da insônia.

O futuro concebido como uma colheita de verbos irregulares.

A luz no corpo por todos os ângulos do breu.

Tuas vozes deixadas para trás como árvores no espelho.

Livros que indagam a duração da vida de quem os escreve.

Livro-me do estupor das sombras, da carne trêmula, da fiação de horrores.

Não fico mais aqui.

Eu sei onde cabes: no bolso sem fundo do espírito,

no piso cego desse corredor sem fim.

Despeço-me de tua solidão esfomeada,

e das virtudes todas do delírio com seus sortilégios confiscados.

 

12.

 

Quem sabe seja este um último disfarce de tua heresia.

A tua voz me alimenta e perdura em mim,

como jamais pude conceber o enigma da noite em seu eco

ou mesmo deduzir suas versões sempre à espreita

enquanto a dor se esvaía em meu pulmão.

Deus instrui seus vícios a não me darem sossego.

Mãos que naufragam no escuro à tua procura.

O corpo hostil com seus tumores consumados.

Eu sei o quanto me atormentas.

As sombras que gemem no céu, a luz quebrada no olhar,

os ramos da morfina em seu cativeiro de abismos.

Como um antídoto vencido, o assombro sem nos reconhecer.

Eu sei o caminho.

A água rasgada com seus peixes de veneno.

A pedra do sangue [eu sei] nervuras ao relento.

Em nome do pai soletra o verbo da terra queimada.

Tua voz não me deixa concluir nada.

Eu sei como pressentes o que não se extingue.

A sede monstruosa, a porta que não se abre.

Não podíamos nunca ter ido tão longe,

e não soubemos ao certo de onde voltávamos.

 


 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 


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