quarta-feira, 26 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | O piano andou bebendo

 

 

The Piano Has Been Drinking. Not Me.

TOM WAITS

 

 

ALBERT AYLER

 

algum erro houve na entrada     talvez no ingresso

ainda tenho comigo o bilhete que reza

todos são bem-vindos

o verbo que era a princípio foi perdendo a argamassa do desejo

a pronúncia do mundo desconhecendo o lábio de quem a ele ofertara a vida

espíritos     crianças     fantasmas     mágicos

quando cruzo a soleira de certos mitos seus vultos angelicais se tingem com uma obscura tinta que não reconhece a firma da inocência

a carne dos santos não apodrece     as mães são uma prece inconfundível

eu fui doado a tantos enganos como um sermão perdendo a crença

as pernas que dei a meus sonhos me puseram no Egito de Sun Ra

fiz ali com que minhas vozes fossem o choro mais agônico

e quando desacreditei no que vi não era ainda uma mordaça

o mundo se renova e seguiremos todos bem-vindos

como uma lua para dois ou o fantasma de Charles Ives me visitando no teatro de meus improvisos

não houve nunca como decifrar o erro     incógnita voraz da existência

ainda suponho que seja o bilhete

e que eu tenha ido parar em outra fábula

 

ALBERTA HUNTER

 

cave     cave bem fundo     mesmo sem encontrar nada     continue cavando

não há como devolver riso ao choro

ou como guardar a vida na algibeira do morto

certas vozes nunca se encontram

sinais de fumaça     lendas ensopadas     lanternas vesgas     cave mais fundo

nunca se sabe onde o amor pode acabar

os primeiros rascunhos comidos pela terra

não importa quanto custe a alma     sem ela o corpo nada vale

jamais confie na memória     com os olhos devorados pela névoa

quem pode ler o que o amor soprou no interior de seus globos?

quem pode ouvir os rasgos do silêncio?

tráfico de planos     pernas escritas de trás para a frente     siga cavando

ninguém sabe onde a terra cavada se esconde

não há o fim certo ou a espera justa     nem dor mais profunda que o tempo perdido

no piano de Eubie Blake soletrei essas máximas

quem sabe um dia elas brotassem nos dedos de Keith Jarrett

todas as fontes ressequidas     contas quebradas     modinhas gastas     não ficaram para trás     estão bem ali à frente onde eu teimo sozinha

cave mais

 

ART TATUM

 

o peixe queria mais boca por onde lhe beijasse o mar

queria um trevo de estrelas     um pandeiro de alegorias    queria

um céu transcrito na pele     a pedra flutuante     sorridente quimera

nada que o mar pudesse lhe dar continha o mesmo segredo que a boca sabia acalantar

o peixe tocava como um banquete de azuis

uma rua repleta de sonhos

a luva inquieta deixada sobre o piano     a lua cantarolando em seu dorso

quem ficaria ali até que a noite se fosse?

o peixe com seu museu de sombras náuticas na esfera metálica dos argumentos

duelo de pássaros na coxa de um deus

tudo foi sendo deixado pela manhã até que o amor não mais distinguisse corpo e alma

o peixe ria desse emaranhado de conflitos e ideais perdidos

recordava antigo endereço da vertigem onde residira Jelly Roll Morton

ninho de acidentes     sortilégios     polêmicas

e antes que se pusesse a improvisar elegias nos lábios do mar sentou-se para um piano com Ben Webster

fizesse sol ou chuva     a intuição dilatasse até onde o acorde a suportasse

a perda vibrasse com a intensidade de um mundo por aprender

nem céu nem mar

a emoção não saberia que nome dar a si mesma

nem sei onde estaríamos agora

quem ficaria aqui até que a dúvida se fosse?


 

ASTOR PIAZZOLLA

 

qual música tocamos no deserto?

como emprestamos a deus uma alma despida de presságios?

pobre alma tão gentil que o abençoe

o silêncio indecifrável nos aguarda detrás de cada olhar

aquele tipo de silêncio que não deixa sobre a mesa qualquer displicência

que possa ser usada como transporte para longe daqui

qual música dedicamos à amplidão do que nos falta?

talvez possamos começar com alguns milagres pela manhã

alguém anotará as passagens ilegíveis no livro de areia

tumulto de corpos desencontrados     passagens que imaginamos possam levar de um tomo a outro     o livro sagrado e seu catálogo de avarias

alguém dirá ao meu coração que nunca tenha forças para me abandonar

desertos podem saltar páginas     todo um capítulo dedicado à melancolia

cadáveres desenterrados pela ventania     cenários congelados dentro do sonho

mesmo algo impossível de se aprender antes de uma boa refeição

quando as dores se foram não pude escutar senão as cores delicadas de uma antiga profecia

um dia eu viria aqui e apenas o deserto saberia que estive bebendo lágrimas a noite inteira

quem suporta esses calafrios da alma emprestada a deus?

quem toca a própria pele e por toda ela identifica a música de Coleman Hawkins?

desertos despertam transfigurados

alguém espere meu coração adormecer     até que ele respire os acordes que nos levarão à última página do livro

à ressurreição da ampulheta

 

BEN WEBSTER

 

coisas para chamar dentro de si antes que a realidade mude de planos

eu chamo a folhagem do sol     ela chama um vislumbre prolongado     quem chama um ramo de palavras desconexas?

lavatório de signos     nada de adeus     apenas a mímica da semelhança

tu bem que poderias chamar a ilusão para um jogo de adivinha     nós chamaríamos o nome coberto de azinhavre para que se esquecesse de si     falta um pronome aqui?

alguém bate à porta à procura da fatalidade

nenhuma perda suporta o abismo que evocou     uma prenda na margem iluminada     outra talvez nas pernas trêmulas do beijo que se foi

toque o trevo     toque a treva     um trago saltita a escala ampliada de Art Tatum     onde a alegria guarda consigo nome espírito reza e desvario

a noite alcançada longe não a encontrei pensando em céu ou inferno

improvisava interlúdios enquanto dormia

teatro luminoso     charada vista através da água     miragem elétrica

o mistério não sabe evitar a si mesmo     como a chama do candeeiro     eu chamo a chave de tua música

 

CANNONBALL ADDERLEY

 

o que amo não se repete ou busca ser entendido

o fruto de sua avidez serena não vê motivo no regresso

o destino melhor se reconhece em uma sala de espelhos

o que amo não envelhece ou formula fragmentos fixos da viagem ardente do instante e sua árvore de ecos

quando o encontro está no interior da centelha

inesperada visita que faz a mim mesmo

transfigurado diálogo do orgasmo     mergulho na tempestade     corpo e espírito reconciliados     a noite queimando em sonhos

o que amo descarna o estrondo do silêncio e o risco de escutá-lo

queda dedicada ao abismo em todas as direções

o que amo não tem uma única verdade possível

percorro a origem das desfigurações     a areia submersa dos desastres

desconheço o número total de estátuas mortas     não sei como tais símbolos poderiam viver de outro modo

talvez no palco com as sombras renegadas pudesse Frank Zappa encarná-los em risível esgar supliciado a imaginação roendo as próprias unhas     ele saberia

o que amo é uma alegoria irrequieta     um pronome desprendido da linguagem

o que amo é uma conta de risos e não exige nada de mim

o que amo por sorte não sei onde se encontra

livro que começa no epílogo

a salvo de si mesmo

 

COLEMAN HAWKINS

 

o teu olho me espera no centro da noite

cravejado de lume improvisado na capela dos ventos onde rezo um mistério lacrado na pedra como um autorretrato

o teu olho eu não esqueço

a ventania com que lapida cada pétala de seus truques

a pequena rosita azul que fulmina a visão como um disparo a seco

a pele delicada no varal do desejo

body and soul     cocktails for two     lover man     poor butterfly

quando o teu olho começa não se pode alcançá-lo

eu o vi certa vez em uma das meninas de Picasso

a outra estrela sussurrava como se um véu a descerrasse

o olho ao revés deixava entrever a silhueta de Gato Barbieri mesclada à folhagem

alma para dois     coquetel de espelhos     sombras submersas

minhas memórias foram rabiscando teu olho no escuro até que ouvimos a estrada chamar

o que houve depois é impossível dizer a quem pertence

 

FRANK ZAPPA

 

como abrir o olho da noite     a história do olho cravejado de visões

o espetáculo da lágrima tropeçando na verdade de seus mitos     olimpo desgarrado

pranto de máscaras recriadas a partir das cicatrizes     o olho que faz rir

o olho que cobra em riso a função teatral a cada noite debruçada na corcova do mistério

nada está fora do precipício     da balança     da lixeira de pedra     o olho implacável diz que tudo é humano     que ele próprio é humano     que o humano não faz ideia do que não seja humano

que o homem chora e ri no deserto de suas indagações     aparência é renúncia

a lâmpada crescendo no centro do olho é a essência pendular de todas as ilusões

os músicos recortam o cenário para estimular a ironia     o olho transbordando fagulhas

pérola em chamas     bosque recostado em cada pupila     chora a terra o húmus de sua dor

o homem mastigando a raiz do desvario     besta recriada por si mesma

deus protetor apenas do chapéu do invisível

olá     minhas musas     por onde andaram com seus romances de falos enlutados?

minhas carolinas que graças ao segredo da pilha nunca souberam o que é ficar sem nada na vida

facho de luz cacarejando como uma velha índia bêbada que rasga as entranhas do destino e dali retira ainda quente o instante em que o homem se perde de si     e se põe a rir fatigada

não há música fora do palco

trevo de angústia     trevo de remorsos     trevas mordidas

não há café expresso     camisinha com sabor framboesa     música de Albert Ayler    nada fora do empório da relutante espécie perdida

os deuses se riem de suas potências obscuras

o rock não me ouviu muito bem     o blues muito menos     jazz por onde andei

a caixa de luzz deixada na soleira do fabricante de fogos de artifícios

o sexo tem uma pontinha preta de orgulho     onde fica? onde fica?    no olho sagrado da noite que planeja os melhores furtos

ao contrário do que possam pensar todos vocês     eu sou mesmo daqui

 

GATO BARBIERI

 

espíritos assobiando nas árvores     somente um cego pode revê-los

enquanto a lua traquina se agita na pele do rio

novena de encantos     mandrágora insepulta     manto de enigmas

sítio sem nome onde apenas um de nós poderá vir beber as lágrimas do mundo

templo onde a pedra saiba cantar

dia passado em muitas águas

febre em que o mito possa gastar-se

somente assim todo oposto será possível     espelho sangrando até a morte

esquecimento com seu cálice inesgotável

feitiço reescrito enquanto percorres a floresta     o cego a guiar teus passos

eu sou a noite escancarada na vastidão de tua mente

eu sou o cego e a serpente cuspindo a si mesma

pranto inevitável     colmeia de conflitos     porção de tudo quanto temes

eu sou o deus que Morgana jamais encontrou

a adaga desfigurada do caos

a música que escondi dentro da voz de Alberta Hunter

antes que um outro presságio pusesse o mundo novamente fora de esquadro

antes que as lágrimas se escondessem em outro charco

antes que a névoa voltasse a ser apenas dor

e eu recobrasse o que jamais tive

 

HERMETO PASCOAL

 

o tocador quer beber

um chá de vísceras     as entranhas do mito     passarinho aboiando nuvens

franzindo a testa do acaso eu juro que vi o que ninguém podia     o universo soprado ao revés     a tarde costurada na boca do sapo     silhueta do som que só podemos fazer juntos

eu fico assim só de ver o céu desfolhado por dentro

o trevo de quatro quimeras que era para ser e não foi     escondeu a pastagem dentro do bolso

onde eu fui te buscar a surpresa havia encantado outro nome

um tufo de luz matutando na escuridão

a festa peneirando ritmos por todo o casario

eu criei os meus meninos para que a viagem devore a própria cauda

a flauta que soprei no coração indo embora de Cannonball Adderley foi para dizer que ele se sentisse livre para ir ou ficar

e dizem que deus é intocável

quem quer uma capelinha plantada no varal que venha beber o sol na palma da minha mão

eu toquei tuba dentro da escaleta     a chaleira imitando um coreto místico     cigarras solfejando o milagre da existência

eu fui pegando os pedaços do mundo que ninguém soube mascar

soletrando o pavio dos desencontros     ouvindo a sinfonia que alguém deixara de escrever

nunca soube amar a vida de outro jeito     ela sempre me dizendo     toque mais um pouquinho     eu fui o seu bebê em tudo

irredutível sede     não sei parar de nascer           

 

KEITH JARRETT

 

dar ao tempo o que mais lhe fadiga     espaço

sinais de fumaça em uma cordilheira sonora

quem mais saberia o que está além das palavras?

nada que nos faça encontrar o que apenas está perdido

rostos de água     máscaras de fogo     furtivo desembarque de pétalas

a partitura do abismo anota os movimentos com a mais invisível das tintas

onde se lê que ela não gostaria jamais de ser surpreendida pela memória

adágio     mantra     fuga     o outro nome de cada notação     falar com os pássaros

dar à luz um gole da própria vertigem

ao tempo o inesperado espaço

deixá-lo à deriva até que desaprenda a relatividade de seu curso

dizer o nome daquele que saiba ler o feitiço embaralhando as letras de Astor Piazzolla para que o dia volte a ser noite

teu piano alimenta as chances do caos     dissipa suas impossibilidades

insinua com quantos enigmas desorientar velhos hábitos

sempre uma tecla com a qual ninguém contava

 

SUN RA

 

dez pianos esquisitos e um cadáver egípcio

uma marimba de plumas e a famosa navalha de sete notas

batuque de arco-íris eclipsado e a escolha de faces para o avulso epigrama da noite

deus do sol     da queda     da flâmula de vertigens

por onde averbas a dança     a conversão     o sacrifício

tambor de nuvens

um verso em nome de outro

uma sombra inversa taquigrafando sonhos

sete vozes na chuva e uma dançarina escada abaixo

mezanino do abismo em suas horas privadas

escuto o teu piano

como se fosses meu Hermeto Pascoal de outras eras

tema recoberto de enigmas e o cadarço do delírio tropeçando nota adentro

uma orquestra de orgasmos e as cinco estrelas de teu nome secreto

deus da ilusão primitiva     do pronome encoberto     da cadência do imprevisível

oremos

 

 


 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 

 

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